31 de dezembro de 2008

AMANHÃ SERÁ 2009

Amanhã haverá flores em seu jardim. Amanhã os frutos no seu quintal serão doces. Amanhã você receberá muitas visitas de amigos. Amanhã você terá muita saúde e afagos dos seus filhos. Amanhã o mundo lhe sorrirá e você será bem mais feliz que hoje. Amanhã tudo poderá acontecer. Porém, amanhã, infelizmente, ainda não existe. Você terá que construí-lo pacientemente. Precisará do adubo da perseverança, Da preciosa água da vida para a rega cotidiana, Da necessária luz da esperança que traz energia, Do amor incondicional e da experiência do perdão, Da fé na vida e no que você é capaz de REALIZAR. Tente o imponderável. Busque o aparentemente impossível. Tente, escrupulosamente, transformar seus sonhos em coisa real. Um Ano Novo bem novinho pra você e os seus. É o que desejo de coração. P.S. Por uns dias estou totalmente off-line. Opção consciente. Retorno no dia 07 de janeiro de 2009.

21 de dezembro de 2008

EU TE AMO! SUSSURADO É MAIS GOSTOSO!

Caminhada domingueira, 7,5 km, em horário mais tardio. Carro devidamente lavado e retorno ao lar. Encontro meu quarto ainda com penumbra de janelas fechadas e um molequinho deitado vendo seu preferido da atualidade: Batman antigo (daqueles dos anos 60-70 em que o som das pancadas era traduzido na tela em onomatopéias estrondosas), que Vinícius chama de "Batman de verdade". O bom-dia matinal vigoroso, beijos distribuídos com cuidado de quem não quer molhar o outro de suor e quando vou saindo do quarto, um chamado: - Papai, papai, venha cá! E eu pergunto: - o quê? Ele responde textualmente: - Venha aqui mais perto! Me aproximo e ele me puxa pra junto de si e sussurra ao meu ouvido, como se fosse a coisa mais natural do mundo: EU TE AMO! Não há dinheiro que pague. O sorrisão se espalha pelo corpo inteiro e meu domingo fica mais feliz. Mais uma música nasceu hoje!

19 de dezembro de 2008

ELEIÇÃO

Encontrei esta na internet. Como considerei uma 'pérola' decidi organizar, lapidar um pouco e socializar o conhecimento. ficou assim! Veja a síntese. "Eleição é um processo público, democrático e participativo de escolha do governante em que o candidato pede dinheiro aos ricos para comprar o voto dos pobres e promete a ambos que vai proteger um do outro".

18 de dezembro de 2008

FARINHA NO PIRÃO

Há aproximadamente um mês e meio eu escrevia aqui no blog que era cedo para antecipar quaisquer decisões da corte superior eleitoral do Brasil em relação ao julgamento do governador da Paraíba. Naquele momento eu aconselhava a suspender a compra de fogos e chope de um lado e a compra de lexotan e lenços descartáveis de outro lado. Dizia que era melhor esperar os fatos se manifestarem. Ontem à noite, dia 17 de dezembro de 2008, alguns ministros do TSE puseram mais farinha no pirão e a coisa encaroçou de vez. Encaroçou pricipalmente pros apressados que já estavam de colher na mão prontos pra comer o pirão ainda quentinho, saído da panela. Ou, de outra forma, terno novo engomado e vestidos e cabelos já arrumados pras solenidades. Continuo com a mesma opinião. Ainda há um certo volume d'água pra passar debaixo dessa pinguela.

16 de dezembro de 2008

UMA ESTACA, UMA FORQUILHA E UMA RODA

Se você imaginar estes três símbolos representados no papel verá claramente três letras que comporão o nome IVO. Foi dessa forma que, inteligentemente, Antonio Ivo fez sua primeira campanha para deputado estadual na Paraíba, ensinando analfabetos, ou semi, a votar. Mais precisamene entre o Vale do Sabugi e o cariri paraibano. Sou dsse tempo, em que ainda se votava escrevendo o nome ou o número do candidato no papel. Era ainda adolescente quando via os comícios aquele médico simpático e bem apessoado (porque naquela época, um homem que se prezasse não deveria dizer que outro homem era bonitão, mas bem-apessoado, no máximo), que causava certo frisson no mulherio, que tinha um discurso envolvente e um jeito muito bacana de se relacionar com as pessoas. Lembro de Antonio Ivo em Juazeirinho, numa cozinha qualquer tomando café, recostado num balcão e batendo um papo alegre com algumas 'comadres'. Não sei se a cozinha era da casa de Chico de Arlindo, se era de Aluízio, se era na casa de minha mãe... mas lembro desse detalhe. Era médico no hospital municipal e foi o mais votado na cidade numa eleição de não sei que ano. Tudo bem que foi com o apoio dos 'marinheiros', mas foi talvez o candidato 'mais leve' que eles apresentaram à cidade em todos os tempos. Tive contato pessoal com ele uma meia duzia de vezes depois disso. Creio que uma vez em sua casa em Santa Luzia, com Marlene, pra defender pleitos da UEPB; uma vez em sua casa em João Pessoa, se não me falha a memória, em Manaíra; umas vezes na Assembléia Legislativa; uma ou outra vez em algum evento. O mesmo sujeito, mais velho e de fala mais mansa, mas o mesmo sujeito: simpático sempre, de um papo alegre e um sorriso sempre pronto, uma 'tirada' espirituosa, um cigarro aceso... quase sempre. Pois então! Antonio Ivo encerra sua carreira política junto com sua vida, numa tarde ensolarada da capital da Paraíba, numa sala de um gabinete qualquer, abruptamente... como a maioria dos suiidas, aparentemente sem explicações plausíveis. É sempre assim! Pelo que sei e conheci, era um bom homem! Uma lástima! Pra mim, continua viva a imagem do candidato de um tempo em que o marketing eleitoral ainda era decidido (e decidia eleições) de outra forma. Era uma político de outro tempo. Velhos tempos! Viva, IVO! Uma 'estaca', uma 'forquilha' e uma 'roda'.

14 de dezembro de 2008

TREZE DE DEZEMBRO

É o título de uma bela música, um chorinho de autoria de Luiz Gonzaga e Zedantas. Posteriormente Elba Ramalho gravou uma versão com letra de Gilberto Gil. Uma referência direta, honrosa e lindíssima, ao dia em que veio ao mundo Luiz Gonzaga do Nascimento. Se escrever "13 de dezembro" aparecem 26.400.000 entradas no google. Isto porque 13 de dezembro (inclusive ontem completaram-se 40 anos) é aniversário do fatídico AI-5, de triste memória para o povo brasileiro. Além de outras razões, óbvio. Por isso, somente na quinta página é que aparece uma referência a Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Na 12ª página aparece uma referência ao Dia Nacional do Forró, Lei promulgada pelo Presidente Luiz Inácio, proposta por Luiz Erundina. Tinha que partir daí: uma paraibana e um pernambucano. Bom demais! Depois grafei "treze de dezembro" e aí deu tudo certinho. No youtube é direto, com várias notas sobre Gilberto Gil e uma interpretação sanfonada de Rodof Forte, grande cearense, e Marcos Farias (filho de Marinês e Abdias). Ontem à noite, mais uma vez comemoramos o aniversário do Rei no pátio do Museu Fonográfico Luiz Gonzaga. Grandes apresentações de Sandra Belê, do Forrozão do Gonzagão, um grupo fantástico de meninos coordenado por um sanfoneiro que agora o nome não me ocorre e de Cicinho, o Vaqueiro do Forró. Ainda uma 'canjinha' de dois poemas declamados pelo poeta Flávio Petrônio. Tudo isso depois da já tradicional missa celebrada pelo Padre Assis e seus seminaristas. Nem precisa dizer o quanto Zenobre (presidente do Museu) estava ancho, os "dentes no quarador", como diz o povo, feliz da vida pelo evento, a participação do público e a festa em si, que foi uma beleza. Ainda tivemos tempo prum bom papo com José Lira (grande comunicador do rádio campinense), Flávio Petrônio (jornalista, poeta e declamador. Proseador dos bons) e Arão de Azevedo (jornalista, professor e designer. Também muito bom de prosa e verso). Ainda tivemos tempo, como diz Zenobre de degustar uma 'truaca' que ao ser aberta sumiu 'que nem manteiga em venta de gato'. Fico devendo o registro nosso junto à estátua do Rei. Maravilha! Quem perdeu, perdeu! Ano que vem, Domingo, 13 de dezembro 'lá taremos' novamente!

11 de dezembro de 2008

HUMANOS DIREITOS

A palavra direito toma, às vezes, o sentido de certo, justo. Ontem, 10 de dezembro, aniversariou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela ONU em 1948. Reflexo de uma tentativa de nova ordem mundial em relação aos horrores da II Grande Guerra. Em Abril de 1964, em Santiago do Chile, poucos dias após o Golpe de 64, Thiago de Mello escrevia Os Estatutos do Homem. Bem que poderia substituir àquela. "Artigo I Fica decretado que agora vale a verdade. Agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira. (...) Artigo Final. Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem." QUE TAL ESTA OUTRA COM DOIS ARTIGOS APENAS? 1º - A partir de hoje, todos têm direito à vida. E vida em plenitude, em abundância. Todos têm direito a três refeições por dia (no mínimo), a uma habitação digna, à educação, saúde e à alegria. 2º - A partir de hoje nenhum ser humano terá mais direitos que outro. Resolveria tudo, mas ainda fico com o poeta.

10 de dezembro de 2008

PALHAÇO

Precisaria de muita coragem!
Precisaria também de tempo!
Precisaria de disposição para ir ao centro da cidade, talvez a uma lojinha de produtos para festas infantis...
Precisaria de muito mais coisas: talento, abnegação, boa voz, espírito altruísta, simplicidade e, mesmo não tendo uma alegria interior que pudesse ser explosão, buscar no fundo do peito uma força motriz que desse esse ar de coisa superlativa, se bondade ingênua, de esperteza inocente, de tolice sagaz...
Precisaria de muita coisa mesmo se quisesse, ao menos por hoje, ser palhaço. Um dia como palhaço!
Um dia inteiro para fazer a alegria de Vinícius! Chamar Taiguara e pedir-lhe que aceite ser criança novamente, apenas por um dia. Vê-los gargalhar gostosamente, espalharem-se pelo chão, bolarem de rir, pedirem pra parar... em transe.
Precisaria de muito mais que tudo isso pra realizar façanha tão extravagante. Precisaria do espírito de palhaço, que não tenho.
Isso não quer dizer que não tenha, vez por outra, bancado o palhaço. Aliás, com certo ímpeto, em meio a coisas muito sérias me pego fazendo o palhaço. Assim num lampejo, de chofre, e volto a ser de novo o sujeito sério (ou quase) que devo ser naquilo que esteja fazendo. Numa aula, numa palestra, numa reunião. É sempre assim!
O palhaço sempre tem um coadjuvante, um "escada", que prepara as cenas e os desfechos para que o palhaço se dê bem no final. Apesar de nem sempre isto acontecer, pois o próprio palhaço, às vezes, precisa passar por ridículo e isto também faz a alegria das pessoas. Eu não tenho coadjuvantes, neste caso, nem os quero.
Quantos não foram os espetáculos em pequenos circos "tomara-que-não-chova", ainda lá em Juazeirinho e mesmo depois dos 18 aqui em Campina Grande?
Quantas não foram as alegrias e gargalhadas de doer no "pé-da-barriga", proporcionadas por figuras quase mitológicas que escolheram como profissão levar alegria, mesmo que fugaz, a tantos corações desconhecidos? Quantas carreiras, gritando e respondendo, atrás de um palhaço de perna-de-pau? De quantas sovas escapei?
Já fiz o palhaço, sim! Fiz o palhaço pros filhos, namoradas, amigos... pra minha mãe doente (sempre o sou!). Como dizia a letra de Luísa (de Chico Buarque e Francis Hime), "por ela é que eu faço bonito / por ela é que eu faço o palhaço".
É bem verdade que a tensão do cotidiano e algumas desalegrias andaram me tirando um pouco da disposição de ser palhaço mais tempo, mas ainda "dou minhas cacetadas".
Não quero entrar no mérito da política ou de quando alguém tenta "nos fazer de palhaço". Esse é o lado pejorativo da expressão "ser palhaço" e que, não cabe em todos os lugares.
Aproveito o ensejo pra homenagear o Major Palito (da foto lá em cima), palhaço de Campina Grande que, do alto dos seus quase 80 anos ainda faz o palhaço permanentemente para a alegria e esperança de todos nós.
Hoje é Dia do Palhaço!

8 de dezembro de 2008

ÁRVORES DE NATAL

A lógica é a escadinha, que representa a idade e temos da esquerda para a direita Zé Neto, Gilberto, eu e Marcos. O ano? Provavelmente 1967 ou 1968. Cabeleiras cuidadosamente raspadas por "seo" Pretinho, que caprichava no talco Cinta Azul e na maquineta movida à mão e que, quando estava meio cega, dava um monte de beliscões nos nossos cabelos.
Mas este post não é pra falar dos retratados e sim da árvore de Natal.
Lá por volta do dia 15 a 20 de novembro, Papai fazia uma busca em alguns dos sítios das redondezas de Juazeirinho e escolhia uma catingueira que estivesse no ponto, já em forma de arbusto, mas sem ser muito grande. Depois de devidamente podada em seus galhos mais tenros secava por uns dias e Titia (Beatriz) dava o trato final com esmalte sintético prateado. A árvore estava pronta para ser montada e devidamente 'enterrada' numa lata de querosene Jacaré cheia de areia e revestida com papel de presente.
Era uma festa. À noite, as caixas de bolas e apetrechos apropriados era retirada de cima do guarda-roupas e entrávamos na disputa pra ver quem teria o direito de ajudar, pois nenhuma bola poderia ser quebrada. Na verdade, vez por outra aparecia uma delas danificada, provavelmente por conta mesmo do tempo, pois todos os anos o ritual se repetia. Naquela época, ao menos na nossa árvore, quase tudo eram bolas, pequenas médias e grandes que se iam combinando na distribuição para dar um certo equilíbrio. Depois que saímos da casa de Vovô para uma casa alugada, de 69 pra 70 foram-se ainda alguns anos sem árvore, pois era um investimento para o qual não estávamos preparados.
Era do final de novembro para o início de dezembro. A árvore montada era um orgulho para todos e depois de pronta ainda tinha as duas frases, em uma espécie de cartão fino, letra por letra juntadas umas às outras por uma espécie de ilhoses, formando um móbile que seria fixado na parede com um prego em cada uma das pontas.
BOAS FESTAS! FELIZ ANO NOVO!
Às vezes fico pensando em como aquelas coisinhas simples faziam nossas cabeças de meninos, pois tudo era uma grande viagem. Somente no Dia de Reis, já no ano seguinte a árvore seria desmontada e todas as bolsas voltavam às suas caixas pra esperar o natal seguinte.
Minha casa, agora, tem árvore de natal todos os anos e neste ano tem também o meu Mandacaru enfeitado como "árvore de natal". Certamente ele ficará mais bonito e crescido para os próximos anos. A árvore, mesmo simbolizando uma 'importação' tão abrupta na nossa cultura, pelos seus modelos (que em alguns shopping centers fica mais europeizada ainda, até mesmo rodeada de 'neve'), traz um simbolismo interessante, ao menos se servir de momento de festa para sua montagem e desmontagem.
Os presentes talvez não cheguem para todos os lares, mas o colorido que ela incorpora às casas dá uma idéia de alegria, de clima de festa, de confraternização... ainda que enorme parcela da população o faça sem a menor preocupação com a idéia original e os conselhos do aniversariante, que foi um sujeito de grandes idéias.
Êpa! Ainda preciso fazer a minha lista de presentes (a receber) para 2009 e o balanço de 2008. O ano está por um fio e é de praxe realizar o balancete, perdas e danos na busca de compreender do lugar onde estamos como as coisas estão.
Pra começo de conversa, ainda acho que estou no lucro, mesmo 2008 não tendo sido um ano especial. Eu diria até que gostaria de ter hibernado em início de janeiro e estar acordando agora, mas ele estará entranhado em minhas veias até o dia em que o 'motor' desligue em definitivo.
C'est la vie! Saravá!

PISCA-PISCA

Vinícius aprendeu, há uns três dias, a pronúncia correta da palavra pisca-pisca. Era uma gracinha a expressão sem o uso da lestra S. As crianças são assim, vão crescendo e agindo às vezes como um adulto em miniatura. Sua memória prodigiosa, por exemplo, vez por outra tem dado um nó em nosso juízo.

A alegria dele no acompanhamento da montagem da árvore de natal, quase todas as noites em ligar o pisca-pisca do Mandacaru, que é o meu Pinheiro, como diz a bela canção de Eliezer Setton, Natal Nordestino.

"Eu pensei que todo mundo Sem primeiro nem segundo Fosse filho de Papai-do-Céu

Eu pensei de brincadeira Numa vida de primeira Onde eu tenha o que eu queira De verdade em vez de no papel

Eu pensei e ainda penso Que o amor e o bom senso Vão reinar pra gente ser feliz Eu pensei bem do meu jeito Que eu também tenho direito Ao Natal do meu país

Meu pinheiro é meu mandacaru Com enfeites de algodão Alpercata no terreiro Os Reis Magos três vaqueiros Aboiando no Sertão

Meu pinheiro é meu mandacaru Cada um é nosso irmão E o Natal, se verdadeiro, Há de ter o ano inteiro Paz na Terra aos bons de coração."

Em tempos de jingle bell nada mais perfeito para embalar as festas de final de ano. Infelizmente não localizei o audio na internet, nem mesmo no youtube para que você pudesse ouvi-la. Creio que vou fazer eu mesmo.

Com um pouco de tempo, mais tarde devo postar uma foto histórica do natal lá em Juazeirinho, ali, por volta de 1968. Com direito a comentário, claro!

6 de dezembro de 2008

E A GRANDE IMPRENSA, SIFU?

PENSEI EM ESCREVER UM TEXTO COM O SEGUINTE TÍTULO: "A FALA CHULA DE LULA", aí me deparei com este artigo publicado originalmente na AgênciA Cartamaior e republicado no portal VERMELHO. Por enquanto diz tudo. Depois, talvez ainda comente. SEGUE: "A pesquisa Datafolha, publicada hoje, 5 de dezembro, foi um balde de água fria em uma festinha que prometia agitar os melhores salões do Rio e São Paulo. Mostrando que a avaliação positiva do presidente voltou a bater novo recorde, com 70% da população considerando seu governo ótimo ou bom, melhor índice obtido por um governante desde a redemocratização, arrefeceu a ofensiva que viria da fala presidencial para produtores culturais e artistas, em cerimônia destinada a tratar do Fundo Setorial do Audiovisual". Por Gilson Caroni Filho, na Carta Maior Usando uma analogia para explicar sua postura diante da crise econômica, Lula, de improviso, disse: "Se um de vocês fossem médicos e atendesse a um paciente doente, o que vocês falariam para ele? Olha, companheiro, o senhor tem um problema, mas a medicina já avançou demais, a ciência avançou, nós vamos dar tal remédio e você vai se recuperar. Ou vocês diriam: ‘meu, sifu’?. Vocês falariam isso para um paciente de vocês? Vocês não falariam". O Jornal Nacional deu destaque com os expedientes de sempre. Na chamada, William Bonner, o apresentador que representa o que lê, franziu a sobrancelha e anunciou com entonação grave que o presidente teria empregado uma expressão “extravagante”. O jornal O Globo, na dobra superior da primeira página, não deixa por menos e dá como manchete: "Planalto censura fala chula de Lula". Em matéria assinada por Maiá Menezes, lemos que "a palavra de baixo calão usada pelo presidente acabou sendo suprimida no site da presidência.” É interessante ver um veículo que publica artigos de Arnaldo Jabor se chocar com a corruptela empregada pelo presidente. Haverá quem diga, até com certa propriedade, que o termo usado de improviso não é compatível com o cargo que ele ocupa. Não deve constar em discursos públicos de uma autoridade publica, principalmente de um presidente. Mas o arrazoado tem um viés por demais conhecido. Se olharmos atentamente para o padrão classista da grande imprensa, a fenomenologia da chegada de Lula à Presidência já é apresentada como uma incompatibilidade imperdoável. O terno que substituiu o torno é a conciliação de uma antinomia por demais sedimentada para ser aceita pelas velhas elites. Como é que aquele metalúrgico chegou ali? Como, tendo chegado, não só cumpriu o mandato como se reelegeu para outro? Por que é tão bem avaliado internacionalmente? Como ousa comparar os defensores do livre-mercado a um adolescente com desarranjo intestinal ao dizer que "filho quando tem crise, quando tem uma dor de barriga, volta para casa. Nesse caso, aliás, foi uma diarréia braba. E quem eles chamaram? O Estado que eles negaram por anos”. Mas há na pesquisa, realizada entre os dias 25 e 28 de novembro, mais dados que incomodam o jornalismo dos oligarcas. Segundo a Folha de S.Paulo, “agora Lula teve reforçado o apoio sobretudo entre os mais jovens (mais nove pontos), os mais escolarizados (mais nove) e no Sudeste (também mais nove pontos).” Ou seja, os supostos leitores, aqueles a quem são dedicados editoriais e colunas se deixaram hipnotizar pela esfinge. Para quem escreveram então? Vamos esperar para ver as teses estapafúrdias, usadas pelos “cientistas políticos,” em plantão permanente, para explicar os índices de aprovação do presidente Lula. Reconhecer que em algumas áreas este governo acertou e que o Brasil está melhor, está descartado de antemão. É preciso esconjurar o demônio barbudo. O momento parece indicar que o melhor é manter as táticas do passado. As mesmas que levaram um presidente ao suicídio e, depois, o país a décadas de ditadura militar. A estratégia udenista da oposição cheira a guardado, a fundo de armário, a século 20. Não perceberam, embora se auto-intitulem bem-informados, que os anos 90 foram o canto do cisne da sociedade de privilégios. E, ao se descolarem de uma realidade que lhes é incômoda, o diagnóstico está na corruptela presidencial: Sifu. É o que parece dizer a pesquisa Datafolha.

4 de dezembro de 2008

SINAL DOS TEMPOS

Ontem assisti na TV o Secretário da Administração da Paraíba, o Administrador e Psicólogo Gustavo Nogueira (de quem tive a honra de ser professor), explicando como e o porquê do Estado ter condições de pagar antecipado aos servidores, como também as condições para honrar os compromissos com os PCCRs aprovados desde os últimos 4 ou 5 anos. Há algo errado, realmente, na província da Parahyba. Antigamente, quando eu fui presidente do sindicato dos professores da UEPB (e depois vice-reitor até Março de 2000), a gente fazia greves intermináveis reivindicando reajuste de salários, reposição de perdas e até mesmo o sagrado direito de receber ao menos o mês já trabalhado e uma tabela de pagamentos... O que ouvíamos era uma verdadeira ladainha (quando conseguíamos uma audiência), e uma romaria de secretários de estado na imprensa tentando provar o tempo todo (o improvável) que não tinham o dinheiro pra pagar. Vale salientar que há 5 anos recebo meus salários em dia e isso mudou um pouco minha vida e minha relação com meus credores. Sinal dos tempos...

3 de dezembro de 2008

MACONHA É O PRINCIPAL PRODUTO AGRÍCOLA DOS EUA

Claro que nem a tudo que a Globo publica pode ser dado crédito de verdade, mas pela riqueza de informações resolvi correr o risco de republicar aqui no blog.
Será por isso que eles brigam tanto pra proibir por aqui? Com direito a foto original.
VEJA A MATÉRIA INTEIRA E, SE QUISER, CONFIRA NO ENDEREÇO A SEGUIR:
"Segundo a agência católica Fides e o professor Jon Gettman da George Mason University, na Virgínia do Norte, a maconha se tornou o principal produto agrícola dos EUA, um negócio que rende cerca de US$ 35,8 bilhões por ano. O país tem 56,4 milhões de plantas de maconha cultivadas ao aberto, com uma renda de US$ 31,7 bilhões, e outras 11,7 milhões de plantas cultivadas em estufas e espaços fechados, que constituem uma renda de US$ 4,1 bilhões. A maconha, segundo os dados da Fides, é o principal produto agrícola em termos de rentabilidade em 12 estados, está entre os primeiros três em 30 estados e entre os primeiros cinco em 39 estados. A plantação de maconha é mais extensa do que a de algodão no Alabama, do que as de uva, hortaliças e feno juntas na Califórnia, do que a de amendoim na Geórgia, e do que a de tabaco na Carolina do Sul e na Carolina do Norte. A Califórnia é o principal produtor e exportador dentro dos EUA, ao ponto que no momento teria substituído seu destaque na produção de vinhos com o destaque em produção de cannabis".
COMENTÁRIO INFAME:
Aqui na Terra de Pindorama vamos nos garantindo com a soja e outros grãos que não permitem que a turma "se desvie do rumo" e invente de transformar em fininhos cigarros.

2 de dezembro de 2008

ESSAS MULHERES...

...e suas eternas incisões em nossa pele. Algumas são apenas pequenos riscos epidérmicos. Já outras vão mais profundamente e, como se diz popularmente, chegam a cortar na carne. Bem que me avisaram que era preciso ter cuidado com elas. E eu que nunca dei muita atenção pra esses modos de cuidados excessivos com o que elas são capazes de fazer. Agora que me habituei a expor alguns avessos de mim aqui neste blog, vez por outra me deparo com quatro leitoras atentas e de uma sagacidade especial que, se não comentam direto no blog sobre minhas peripécias confessionais, o fazem depois a mim nos bastidores. Refiro-me especialmente a Socorro Dantas, Ana Santos, Débhora Melo e Divanira Arcoverde. Ah, tem ainda Ângela Lopes. Pois não é que descobri leitoras assíduas (provavelmente dentre outras (os) que não se comunicam diretamente) e isso me dá uma alegria danada. Uma responsabilidade... Ultimamente tenho pensado até em adotá-las como colaboradoras do blog, de tanta coisa bonita que têm escrito. Leituras do mundo, leituras, da vida, leituras de mim e de si mesmas. Ora, pois quando opinamos estamos também a nos mostrar pros outros, a nos desnudar, por que não? Desde cinco dias atrás envolvido demais com trabalho extra e alguns compromissos sociais inadiáveis, fiquei devendo. A partir de amanhã retomo com tranquilidade minhas postagens e já tenho coisas a dizer. Se as tenho, por que ficar calado? Agradeço emocionado a colaboração e intromissão, devidamente autorizada, de todas. Ainda bem que não sou muito de tomar conselhos ao pé da letra.

28 de novembro de 2008

PORQUE AMANHÃ É SABADO

Conta a lenda (e é bom acreditar pra não levar castigo!) que vim do barro. Aliás, do pó. Há quarenta e seis anos eu era pó. Pra ser mais exato grãos, um micro e outro maiorzinho. Um espermatozóide de um lado, um óvulo do outro. Esses eram os pós de minha anterior composição. Som e silêncio. Sombra e luz. Juntaram-se para formar esta 'obra'. Quiçá eu volte ao pó daqui mais quarenta e seis. Desta vez para ser pó de verdade, matéria transformada, energia dissipada e convertida. Noventa e dois sem Alzheimer nem Parkinson, andando sozinho e comendo com as próprias mãos. Ah, e tomando banho e fazendo outras coisas mais íntimas sozinho. Eis um grande prêmio. Maior que qualquer fórmula um. Desde uns quinze pra dezesseis eu desencaramujei. Resolvi me dar ao mundo e desde então tenho sido um poço de aperreios. Resolvi trocar um açude de águas mansas e uma leve ondazinha que batia no paredão para ser mar revolto. A vida me tem dado mais alegrias que dissabores. E pra ser sincero, vez por outra acho que sou merecedor. Noutras já penso que tenho mais do que preciso. Cresci assim, sem grandes ambições a não ser ganhar o mundo. E venho fazendo um pouco isso mesmo. Descubro sempre que edifiquei amizades sólidas como uma obra de Niemeyer. Eternas... enquanto duremos. Resolvi, assim, ser uma espécie de danação louca, mas sempre aparentemente contida. Não que tente disfarçar minha potencialidade bélica. Não sei não, viu! Nunca fui explosão de sentimentos expostos, cacos pra todos os lados, mas, por dentro, confesso, eterno vulcão. Se me fosse conduzir pelas paixões já estaria pra lá de não sei onde, pois apesar dessa atitude antiútero, anticaramujo, sou tomado por alguém muito contido. Dizem que até frio. Logo eu! Não sei porque cargas d'água resolvi escrever isto. Talvez porque amanhã é sábado.

27 de novembro de 2008

A JUSTIÇA, O DIREITO, A LEI E EU

Colhi algumas frases-citações do blog do amigo-camarada Flávio Renato, estudante de direito. Tal publicação suscitou alguns comentários analíticos de minhas leitoras e agora faço (faria, não fosse a perda) uma espécie de réplica elucidativa.

Preparei longo texto sobre o assunto esclarecendo os reais porquês de não expor com clareza minhas opiniões pessoais, que são muitas, sobre o assunto.

Por uma perda de conexão descobri agora que perdi 90% do que escrevi e precisarei de muito tempo, do que não disponho agora, para reconstruí-lo. Transcrevo um pensamento atribuído a Reveillère, publicado por M. C. Acquaviva (em seu livro O Advogado Perfeito, 2002. p. 465):

"Aquilo que consideramos justiça é, frequentemente, uma injustiça praticada em nosso favor".

Em resumo: por questões de foro íntimo e visando resguardar certas questões que também ficarei privado de expor, fico por aqui. Adianto apenas que entre o direito e a política fico com a segunda, que é onde tudo se decide. Sobre o tema em epígrafe e a conjuntura paraibana há que se fiar mais fino. Os fatos ainda precisam falar por si. Quem sabe mais tarde...

24 de novembro de 2008

SOBRE O DIREITO, A LEI E A JUSTIÇA

Direto do blog de Flávio Renato Caetano, por oportuno. "O Direito é a arte de enganar os outros e que, às vezes, por coincidência até pode praticar a justiça." (Carlos Galves) "A lei é como uma prostituta, sempre sorri para aquele que tem a carteira mais cheia." (Cevola, citado por Taylor Caldwell) "Alguns juízes são absolutamente incorruptíveis, impossível induzi-los a fazerem a justiça." (Bertold Brecht)

20 de novembro de 2008

MEMÓRIA OLFATIVA

Você conhece a Algaroba? E essas outras tantas obras da natureza? Minha infância em Juazeirinho foi povoada por algarobas, juremas, catingueiras, marmeleiros, goiabeiras, umbuzeiros, melões-são-caetano, melancias, melões, cocos catolés, frutas-de-palma, gogóias...
A imagem e o cheiro dessas árvores, plantinhas, frutas e algumas vagens estão gravadas, e bem gravadas em minha memória. Às vezes chego a salivar - qual o famoso cão de Pavlov - quando lembro de algumas delas.
Foi o que me aconteceu hoje pela manhã. Desperto às 4:50h pra ler textos, termino e resolvo fazer metade do percursos da caminhada. Pois não é que passando num trecho em que passo todos os dias sem me dar conta, o cheiro forte da Algaroba me subiu pelas ventas? O cheiro das raízes úmidas, vagens, folhas, tronco, o cheiro da minha meninice inteira, do parquinho da praça em frente à casa onde morávamos, repleto de algarobas, escorregos, gangorras, balanços, carrossel e os outros apetrechos costumeiros de um parque.
Neste mesmo parque fui vítima de um acidente marcante. Costumávamos caminhar por cima da mureta do parque, que era todo cercado de uma parede de cobogóis e uma chapa cimentada na parte superior, boleada, exatamente pra evitar que andassem sobr ela. Nós, é claro, desafiávamos tudo, num exercício de equilíbrio circense e, vez por outra, éramos 'pegos' de surpresa por um fiscal da prefeitura que botava todo mundo pra correr. Um deles, considerado dos mais rigorosos (pra ser eufêmico), era 'seo' Tonito, meu pai.
Pra tentar evitar os passeios dos equilibristas, colocaram uma pequnina cerca de arame farpado por sobre a parede da mureta. E nós? Continuamos desafiando a tudo e a todos, com a exigência natural de mais perícia, pois agora andávamos com a cerquinha de arame entre uma perna e outra. Numa dessas 'viagens', assustado, saltei e caí muito próximo da parede e, na tentativa de me equilibrar no solo, fiquei com o dedo mindinho espetado num 'espinho' do arame farpado. Ganhei uma surra, um susto, uma dor enorme, uma pereba no dedinho, uma pequena cicatriz e hoje, a maravilhosa lembrança daqueles dias fantásticos.
Pois assim me sucedeu nesta manhã ensolarada de 20 de novembro de 2008. Viajei!

19 de novembro de 2008

QUARTO TURNO

Chega a ser uma mistura de tantos sentimento que caberia, de fato, a expressão tragicomédia. Refiro-me ao clima eleitoral trazido novamente à tona em Campina Grande (mais quente umpouco, claro) e na Paraíba inteira em razão do julgamento do recurso (ou dos recursos) pelo TSE, contra a cassação do Governador Cássio Cunha Lima, feita ano passado pelo TRE da Paraíba. Já ouvi muita piada desde os últimos três anos fazendo trocadilho com a sigla e o som T.R.E., dando conta de que haveria um 'Z' oculto antes do 'E'. Tudo fofoca... O clima de fofoca e de 'já ganhou' é tão engraçado que você chega a ouvir opiniões as mais estapafúrdias possíveis e aceitáveis de ambas as partes. Liga-se o rádio é a mesma cantilena. As entrevistas, as opiniões dos jornalistas, comentaristas (salvo honrosas e raríssimas exceções) e pessoas em geral está mais pra torcida de time de futebol do que pra analistas políticos. Do ponto de vista das opiniões, palpites, prognósticos e o que mais o valha seria a mesma coisa que eu dizer a um torcedor do Atlético de Goiás que o Campinense vai ganhar de 3 X 0 do time deles, lá, na casa deles, que aliás, não é bem assim. A bem da verdade, é isso que eu torço pra que aconteça e, de certo modo, acredito que é bem capaz de suceder. Da mesma forma, não duvido nada que o Atlético imponha uma sonora goleada (existe goleada "sonora"? É o que mais escuto dizerem nos rádios) à minha gloriosa raposa. Da mesma forma, é bem possível que, mesmo assim, meu time do coração vá para a série B do Brasileirão, pois outros times deverão tropeçar em seus objetivos, para nossa alegria e glória. Ainda seguindo a mesma lógica é bem possível (no que eu não acredito nem muito menos desejo) que o Campinense perca por 1 X 0, nos acréscimos do 2º tempo e dê tudo errado com os resultados dos outros e, enfim, minha Raposa da Serra retorne à toca com o rabo entre as pernas sem subir para a série B, para alegria e gozo dos trezeanos, que nem sabem se chegarão à Série D em 2009. Ainda assim terão um prazerzinho,com dor de cotovelo e tudo, como que diz: Ei, nem subiram! É mais ou menos esse o quadro político da Paraíba, às vésperas do tal julgamentono TSE! 1. Quem comprar a cachaça da comemoração (para assumir o governo) pode ter que deixá-la envelhecendo indefinidamente em barris de desengano. 2. Quem comprar lenços descartáveis e caixas e mais caixas de Lexotan, com receita médica, é claro (pela perda do governo) pode vê-los chegar ao prazo de validade, vencidos, sem ter que usá-los! Cabe esperar! Entretanto, que torce prum time ou pro outro, sem poder ajudar a decidir nada, cabe também acender velas, rezar, fazer catimbó, despacho, quizila, macumba, figa, simpatia, urucubaca... mas o jogo vai ser decidido lá no tribunal. Como todo jogo no mundo de hoje, os bastidores muitas vezes decidem tudo. Quem fica na torcida faz apenas papel de palhaço! Uma pena que a política paraibana tenha chegado a este ponto!

18 de novembro de 2008

TUDO AO MESMO TEMPO AGORA

É ASSIM QUE ANDO ME SENTINDO. I Passo dias no velho e saudável "feijão-com-arroz" do cotidiano. De repente, numa mesma semana aparecem:aulas do doutorado todos os dias pela manhã (com textos e mais textos pra ler), mais trabalhos normais do gabinete, reunião do FIC em João Pessoa (que não posso pôr em risco meu projeto de CD e DVD inéditos), mais aula normal no departamento de psicologia, mais show em Catolé do Rocha (ali, pertinho, uns 300 e poucos quilômetros), estes três últimos na mesma quinta-feira, tudo coincidindo... retorno na madrugada, mais aula pela manhã na sexta... uma beleza! Vou esticar a corda com cuidado pra ver se ela se não quebra... como dizia Dona Neide, que já está dando pinote pra sair do Hospital. Maravilha! II Saudades dos amigos e amigas que quase não os vejo, a não ser os do trabalho. O bicho tá pegando, como se diz por aí! III Comentei outro dia que comprei um Cd com 23 'músicas' da campanha para prefeito de Campina Grande. Qualquer hora dessas publico um ensaio por aqui. Como não sou antropólogo, musicólogo nem trabalho com análise de discurso, vou falar por mim mesmo, como ouvinte curioso. Aguarde!

15 de novembro de 2008

DO LUGAR ONDE ESTOU

I
Do lugar onde estou vejo o mundo e se o não vejo imagino-o. Acho que roubei esta frase de alguém. Crio um mundo e o trago pra junto de mim. Olho para as mãos e vejo todo um passado entranhado em meus genes. Os olhos que herdei de 'seo' Tonito e pequenas manchas nos braços que indicam perda de melanina.
II
O tempo de viver já é agora. E é pra já que me dirijo quando acelero meu fusca e o vento que entra pelo quebra-vento (que a bem da verdade não quebra, mas canaliza o vento) me diz que meus cabelos ficarão assanhados e que já não são tantos como há vinte anos.
III
A coluna vertebral já me presenteou uma hérnia discal e eu insisto em brincar que, se é de disco, é CD. Caminho pela mesma calçada quase todos os dias e vejo quase as mesmas pessoas e elas usam quase as mesmas roupas todos os dias e caminham pela mesma calçada, que nem eu. Somos seres de repetição!
IV
Vejo-me no espelho e concluo que os sulcos em meu rosto são troféus que conquistei. Tantas batalhas venci que me acho merecedor de mais rugas. Prefiro chamá-las pregas, que era assim lá em Juazeirinho. Quem não as tem... não tem. Minha fotofobia ajudou a formatá-las.
V
Fazendo as contas descubro que o tempo tem sido generoso comigo. Vou e volto sempre numa atitude de reverência a ele, senhor de tudo. Acho que exagero, às vezes, quando debocho de sua ação deletéria sobre o organismo. Ora, o tempo não é culpado de nada. Como dizia o compositor, ele sabe passar, nós não! O tempo, minha amiga, Freud explica? Acho que ajuda a entender.
VI
Depois de uma semana Dona Neide saiu da UTI e esse foi meu melhor presente. Mesmo porque o segundo melhor seria a vitória da raposa, que não veio. C'est la vie! Abomino a hiposcrisia e sempre descubro que tenho amigos de verdade. Irmãos que fui agregando nestes 46 anos bem vividos. A amizade é a forma de amor mais próxima da perfeição. Ajuda muito o fato de não envolver sexo. VII Viver é perigoso, mas a vida é um prêmio, nunca um castigo. Como dizia o poeta Chico Passeata, "se a vida é uma só, por pior que seja é a melhor".

A ÚLTIMA DE VINÍCIUS

Pode parecer chatice de pai curuja, mas veja esta de ontem. Tarefa escolar pedindo pra dizer o que quer ser quando crescer. O rapazinho responde: - Quero crescer pra tocar num violão bem grandão! Taí! ***********************

VINÍCIUS DE MORAES

Por pouco o meu guri não ficou registrado como o poetinha. A iniciativa tinha sentido, pois do lado do meu pai todos são registrados como Guedes de Morais e apenas ele como Guedes Rangel e, desta forma, herdei por inteiro o seu sobrenome. Também sou o único dos seus filhos que não é Freire Rangel. Se quisesse, eu poderia 'resgatar' o sobrenome da família e colocar lá o 'de Morais'. Seria uma grande homenagem ao poetinha e um belo nome pro Vini. Pois não é que o cidadão virou fã de toquinho, por meio de um dos cds de músicas infantis do grande parceiro do Vinícius. Ele já reconhece a voz de Toquinho em qualquer canção e há três dias saiu com esta pérola: Perguntaram-lhe seu nome e ele respondeu: " Vinícius de Morais" e então a mãe o interrogou: - Quem lhe disse isso, menino? - Foi Toquinho, mamãe! Na televisão! Matou a charada?

14 de novembro de 2008

MAIS UMA (S) DE VINÍCIUS

Há um molequinho danadinho em minha vida. Há fases nas crianças que são fantásticas, mas nada como esta, quando estão aprendendo a falar das coisas, a ter idéias próprias, a descobrir códigos... Eis algumas mais do meu gurizinho. PRIMEIRA
Noite já alta, quase hora de dormir e ele pede ao pai pra fazer um 'gagau'. O pai - abestado - pergunta:
- Filho, tem certeza que quer comer a essa hora? Quer mesmo comer gagau?
O cabrinha sapeca, na bucha, com um sorriso maroto e depois quase em gargalhada:
- Comer gagau? Gagau é de tomar! Mamãe! Papai falou 'comer' gagau! Comer gagau! kkkkkkkkkkkkkkkkkk
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SEGUNDA
Há poucos dias o pai - mais uma vez abestado - o levou pra escola exatamente no dia dos professores. Chegando lá, a escola fechada, a funcionária lembra que não haveria aula, pois era "Dia dos Professores".
Uns 15 dias depois, o 'espertinho' com preguiça de ir pra escola (coisa rara) chega pra mãe e diz:
- Mamãe! Não tem escolinha hoje não porque é "Dia dos Professores"! Não teve jeito. Apesar das boas risadas que provocou foi 'convencido' a ir pra escolinha. Sem traumas!

13 de novembro de 2008

AUGUSTO

Ontem, 12 de novembro, foi aniversário da morte do poeta. Meu primeiro contato com Augusto dos Anjos foi através do Círculo do Livro, pois apesar de ter lido "versos íntimos" num livro de literatura (desses didáticos) do qual não lembro agora, vim conhecer de perto quando adquiri o livrinho, capa preta, dura, e o recebi pelos correios. Sempre tive uma certa fascinação por receber coisas pelos correios. Fui um sujeito de muitas cartas. Recebidas e enviadas. Cartas longas. Ainda menino fiz amizade com um outro garoto da cidade de Itapira, interior de São Paulo, juntamente com uma prima sua. Eu e Gilberto, meu irmão, fizemos amizade com os dois a partir de um quadro de correspondência dum 'gibi', acho que da disney. Resultado é que nos correspondemos durante alguns anos, trocamos fotos das cidades e depois sumimos no ôco do mundo. Naquele tempo, isto era tão ousado quanto o orkut hoje. Menos inocente e potencialmente menos invasivo também. Voltando a Augusto. Passei o dia ansioso pra chegar a noite e começar a leitura. Lembro como se fosse hoje, num apartamento de aproximadamente 20 metros quadrados onde morávamos eu, Gilberto e Ze Neto, na Rua João da Silva Pimentel, vizinho à Dão Silveira. Queria ficar lendo até tarde e eles precisavam dormir. Fui ler o livro no apartamento de José Inaldo, numa rede armada no meio da kitinete e quando cansava colocava-o sobre uma pilha de caixas vazias de canjiquinha que, por ironia, fazíamos uma espécie de 'coleção'. Fiquei tão impressionado com a leitura de 'EU' que ainda hoje lembros desses detalhes. Só dormi quando acabei de ler o livro e aquilo marcou definitivamente o meu entendimento sobre a poesia e a literatura. Era um período de muita 'fossa' e eu literalmente viajei nas esquisitices de Augusto dos Anjos. Fiquei atordoado com sua morbidez clássica, com aquele palavreado estranho e nunca mais o larguei. Tenho vários livros sobre sua obra e até hoje conservo o seu livrinho que, estranhamente, trazia o título de "Eu & Outra Poesia". Assim mesmo, no singular. Aqui a prova! Não me impressionei tanto com "versos íntimos", que já conhecia, Solilóquio de um visionário, Monólogo de uma sombra... belíssimos. Três versos especialmente deste soneto "Budismo moderno" me prenderam a atenção - pelas imagens que consegue criar - e estão destacados abaixo. "Tome, Dr., esta tesoura, e... corte Minha singularíssima pessoa. Que importa a mim que a bicharia roa Todo o meu coração, depois da morte? !Ah! Um urubu pousou na minha sorte! Também, das diatomáceas da lagoa A criptógama cápsula se esbroa Ao contato de bronca destra forte! Dissolva-se, portanto, minha vida Igualmente a uma célula caída Na aberração de um óvulo infecundo; Mas o agregado abstrato das saudades Fique batendo nas perpétuas grades Do último verso que eu fizer no mundo!" Quando lia sobre astrologia descobri que meu signo, ou algo parecido que não recordo agora, era regido por Plutão, algo a ver com a morte. Sempre tive enorme curiosidade sobre o assunto e nos estudos de psicologia foi um dos temas que mais me atraíram. Plutão foi 'rebaixado' da condição de planeta e eu nem sei se ainda continua com o mesmo poder. Augusto dos Anjos, entretanto, com sua poesia funesta continua fazendo minha cabeça. Seu cientificismo, em minha humilde opinião, não o diminui em nada como poeta grande que é, nem pelo fato de ter escrito um livro só. É um clássico! O tempo prova isto.

11 de novembro de 2008

POR QUE MATAM CRIANÇAS? - Parte II

Não resisti em continuar refletindo sobre o assunto. Fico me perguntando sobre as possíveis soluções para os casos existentes e consumados. Como tratar o indivíduo praticante de crimes sexuais e ainda quando há o agravante de ser contra crianças? Quais as garantias, após o cumprimento de pena, de que aquele indivíduo não voltará a praticar o mesmo tipo de crime? Como aceitar - e muitos até acham justo - o 'código de honra' dos presídios onde os apenados seviciam os presos por crimes desta natureza? Seria possível discutir na sociedade um tipo de garantia de acompanhamento, ou mesmo privação da liberdade, em locais especialmente preparados, para aqueles considerados como ameaças no sentido de potenciais reincidentes? É difícil acreditar - e sempre discuto este tema com pessoas quando eclode algum tipo de matéria sensacionalista sobre este tipo de delito - que um indivíduo que atenta contra uma criança, que violenta sexualmente e chegar até mesmo a tirar-lhe a vida seja movido apenas por uma suposta perda de referenciais morais. É verdade que há sujeitos amorais, para os quais as regras da convivência em sociedade não passam de meros badulaques, adornos sociais criados para alguns. Entretanto, é necessário refletir também se tal conduta não é resultado de um desequilíbrio de outra ordem, da organização da personalidade, da psiqué ou mesmo algo de maior profundidade como verdadeira enfermidade e que, como tal, precisa de tratamento, 'cuidados' permanentes, sem os quais, movido por forças que fogem ao seu controle, invariavelmente, poderá voltar a buscar as mesmas 'emoções' de antes. O assunto não é tão simples e os 'Datenas' e assemelhados da vida não revelam muita preocupação em ir até o âmago das questões, quando abusam dos espaços televisivos para repisar quinhentas vezes os mesmos bordões sobre as mesmas imagens. O fundamental, o bom mesmo - para eles é prender o telespectador diante da maldita tela da TV, segurá-lo ali, hipnotizá-lo com sua indignação de araque para que em poucos minutos o ibope aponte um aumento dos índices de audiência e isso se transforme em mais anunciantes e patrocinadores para os seus programas medíocres. Claro, tendo como consequência direta o aumento também dos numerários em suas contas bancárias. Sinto muito, mas até que gostaria de contar aqui hoje uma historiazinha leve e boa pra passar o tempo, mas pecisava falar disto pra não continuar com este engasgo terrível que por vezes me assusta. Temos muitas coisas importantes a fazer, não é mesmo? A vida nos chama! Falar nisso, vou fazer uns dengos ali no meu bruguelim, que anda tenso, se queixando porque tem brincado pouco, somente da hora que acorda até a hora de dormir. Há poucos minutos ele saiu do 'repouso' - uma denominação moderna e bem eufêmica para substituir 'castigo' - porque havia passado dos limites em certa circunstância. Assim, dando muito carinho, atenção, amor paternal e muitos 'nãos' quando necessários, tento mostrar pra ele que 'o mundo nunca estará aos seus pés' sempre que um seu desejo se manifestar. Afinal, se educar é acima de tudo um ato de positividade, de afirmação de valores, não há dúvids que é também de muita negação daquilo que pode fazer o contraponto entre o bem e o mal, ou o meio do caminho. Ô, vida!

10 de novembro de 2008

POR QUE MATAM CRIANÇAS?

Dentre os muitos absurdos do mundo terreno, para muitos inexplicáveis, creio que o assassinato de crianças deveria estar no topo da lista. Como imaginar que alguém, em sã consciência, pode fazer qualquer mal a uma pequena e indefesa vítima? Isto se irmos além do imaginário popular, uma espécie de envoltório que protege as crianças em torno da idéia de pureza, inocência, proteção divina e outras tantas. Chego a pensar que pode haver, de fato, algum componente moral nessa história toda, algo ligado às grandes mudanças do mundo moderno, uma espécie de (in)consciência de indica pro sujeito que 'tudo pode', tudo lhe é permitido. A noção de propriedade, posse, poder sobre as coisas e sobre as pessoas, a noção de que 'se o outro pode eu também posso', ou, por que não tomar de outrem o que quero? Quer dizer, se alguém tem tudo, por que eu também não posso? Este seria um dos princípios que fundamentam o roubo? A perda de referenciais éticos, de códigos que se apresentem aos sujeitos como verdades, para além dos "dez mandamentos"...? Onde tem falhado a humanidade em seu projeto civilizatório, especialmente em nosso país - que é de onde falo - que não assegura a todos um mínimo de garantias que envolvam a vida em primeiro lugar, depois a segurança alimentar, a moradia, o trabalho, a educação, a saúde, a diginidade, a alegria... Ouço perguntas e afirmações como: onde vamos parar? qual o limite? chega de violência! cansei disto ou daquilo! Pode parecer hipocrisia e também exercício de tautologia. Todas as questões nos levam ao mesmo lugar: onde estamos errando em nosso projeto civilizatório? Explodem por todos os lados no país denúncias de maus tratos, de violência sexual, violência física, psicológica, simbólica, real... contra crianças e continuamos indignados, massacrados pelos programas sensacionalistas das TVs, pelo repisado insistente de alguns jornalistas e sempre me ocorre uma dúvida. Será que o problema é novo ou é nova a forma de divulgar? É novo o acesso à informação e a forma como ela tem sido 'trabalhada'? Vivemos numa sociedade construída sobre valores profundamente ligados ao individualismo, ao 'tudo posso' se eu assim o desejar, o 'mundo deve estar aos seus pés', tudo que você quer pode ser seu, exija (veja-se a tal lei da atração que vem fazendo sucesso que é um horror). Sobre quais bases de valores morais, estéticos, filosóficos, culturais estamos edificando esta sociedade que é nossa? O que você ensina aos seus filhos, irmãos, pais, alunos, parentes, pessoas em geral? O que você ensina como exemplo? Listo alguns quesitos: solidariedade? fraternidade? amor incondicional? justiça? igualdade? perdão? lealdade? sinceridade? delicadeza? gentileza? respeito? Não há limites para os que desenvolveram e trazem dentro de si o germe da maldade, da injustiça da ganância, do lucro fácil, da vantagem fácil, da opressão e submissão dos outros aos seus interesses. Vão continuar abusando de nossas crianças, machucando, matando, assaltando... e vão fazer tudo isso conosco também. Tudo é uma questão de sorte, ou azar. É aquela história de você não estar "na hora errada no lugar errado"! Que vida! Eis o nosso desafio de cada dia e de todos os dias. Mãos à obra!

9 de novembro de 2008

DOMINGÃO

Dizia pela manhã que estava mais feliz e renovo agora à noite o comentário. Isto se deu após uma vitória convicente da minha Raposa da Serra contra o Confiança de Sergipe, passo decisivo para o Campinense ascender à série-B do Brasileirão. Jogo de muitas famílias, crianças, casais e uma maioria de marmanjos, como é de praxe. Aninha com João Arthur e nós (eu e Camilla) com Vinícius. A vibração com os gols da raposa, a tensão, a alegria, a explosão... tudo numa partida de futebol é teste pra cardíaco. Assistir a um jogo de futebol para analisá-lo deve ser uma chatice. Assistir pra torcer, gritar, tentar empurrar o time na força da torcida, nos gritos de guerra, nas músicas, nas palavras de ordem... é uma diversão só. No final das contas o Campinense sai com o passaporte carimbado, faltando somente a assinatura pra passagem à série B. A roederia é grande por parte das outras torcidas, mas conheço alguns trezeanos que estão torcendo de forma sincera pra que a raposa suba, o que deverá forçar a diretoria do galo a trabalhar mais pra organizar uma equipe competitiva pro ano de 2009, já que 2008 é o ano da raposa. Deveria ter Raposa no horóscopo chinês. Tem galo! Que ironia! Este ano deveria ser o ano da raposa e não do rato. Por via das dúvidas, vou matando um rato aqui, acolá... um galo aqui, outro acolá... Qualquer dia desses divulgo minha receita de "Galo na Cerveja", com acompanhamento de fava (ou feijão) verde, cuscuz e uma salada especial... huuuuummmmmmmmmmmmmmm!!! Qualquer dia eu conto... por enquanto vou curtir a vitória da raposa.

NOITE DE REENCONTROS

Quem perdeu, perdeu! Neste último sábado, 21h, no Teatro do SESC, Campina Grande, Beto Mi, compositor e cantor paulista (e agora secretário municipal de cultura em Guaratinguetá-SP) fez uma incursão memorável pelo universo do seu cancioneiro e pelo popular interiorano nordestino e sudestino. Suas canções inspiradíssimas, a voz que continua perfeitamente afinada em seus agudos e trinados, as tiradas saudosistas dos anos 80 quando cantou e tocou muito por aqui e chegou até a morar no Recife, as lembranças das lutas estudantis pela estadualização da UEPB, as pessoas, episódios marcantes, músicas... O repertório: sua belíssima Espelhos, parceria com o paraense Nilson Chaves; Pra dizer que não falei do verso, grande sucesso dos anos 80; Espanhola, que o Brasil conheceu e cantou primeiro pela sua voz; sua mixagem interessantíssima com as músicas Asa Branca e Tristeza do Jeca e uma surpresa, uma linda música de Capilé e Nino, Lua Cheia, remanescente dos festivais do início da década de 80. O lançamento do livro de Waldir Porfírio, contando a (s) história (s) dos "anos de luta" pelo ensino público e gratuito em Campina Grande e o público - pequeno, mas extremamente envolvido com o encanto dos reencontros - fizeram da noite algo memorável. A felicidade estampada no rosto, do próprio Beto Mi em poder estar de volta e de tantos outros, era indescritível. Uma grande noite para marcar os 21 anos da estadualização da UEPB. DAqui a alguns anos eu posso dizer: eu estava lá! Hoje é domingo e eu sou um sujeito um pouquinho mais feliz que ontem.

7 de novembro de 2008

PORQUE AMANHÃ É SÁBADO...

... e de sexta-feira a alegria é feita e de sol e lua (e luta) a vida é eleita por mais que se saiba - a morte espreita cada vez que, juntos, comemos o pão (mesmo que seja o "que o diabo amassou"). a vida sempre vale a pena. UM POEMA DE CARLOS NEJAR que conheci ainda nos tempos do 'círculo do livro' em Juazeirinho e ainda guardo um seu livrinho capa dura com poemas escolhidos. Cantata em rodas plumas O amor armou a clava da tarde e seu alarme. Quer, albatroz, levar-me onde alcançam suas asas. Vem, ditoso, acordar-me. Quer nos levar nas rodas das plumas e avalanches. Nós chegaremos antes com jubilosas almas, que se absorvem, alvas e salvas, nos redutos. De céu a céu, conceitos são cinzas e ferrugem. E os que se amam, pungem de amar, e mais amando em gozo, em gozo, em bombo ou nos vestígios, nuvens; nos elos desta lava. Em mais amor solvemos o que se faz pequeno. E humano: abismo, abismo.

5 de novembro de 2008

VALE DO PIANCÓ

Meu amigo Orlando Ângelo, professor da UEPB, jornalista e cronista nas horas vagas, é o único piancoense que eu conheço. Aliás, conhecia apenas ele, até ontem. Designado pela magnífica reitora para ir até a cidade de Piancó para representá-la num debate sobre expansão da UEPB para aquela cidade, lá estive ontem para dar conta da tarefa. E conheci muita gente. Viagem no final da madrugada, paisagens caririzeiras e sertanejas enchendo os olhos, motoristas imprevisíveis fazendo das suas, parada básica n entrada de São Mamede pra recarregar as baterias (o melhor restaurante de beira de estrada que já vi até hoje) e chego à cidade bem antes do horário previsto pra o início. Chego ao local antes de todos. Uma hora de atraso, ansidade, palesta e debate de duas horas e meia e uma certeza: como o povo paraibano acordou para o fato da importância de uma instituição de ensino superior. Não há cidadezinha de porte razoável (quer seja cosiderada pólo ou não) que não reivindique hoje um campus da UEPB para si. As pessoas, e os tradicionais políticos, identificam hoje na universidade um fator importante para o desenvolvimento local, para além do status de ter uma base de ensino superior em sua cidade. Se a UEPB, UFPB e UFCG fossem se instalar em todos os lugares onde reivindicam, sobraria até pra Algodão de Jandaíra... e, claro, pra Juazeirinho. O certo é que a UEPB, com sua autonomia financeira, uma gestão eficiente e zelosa com o dinheiro público, buscando rigorosamente cumprir os princíoios constitucionais no tocante à Administração pública (a história do L.I.M.P.E.), tem obtido um êxito incomparável e tem se tornado aspiração de todo o estado ter um pólo, um campus, uma faculdade, o nome que seja, da Universidade do Estado da Paraíba vinculado à sua história. Novos tempos, novos desafios, novas pessoas, novos projetos, novas soluções... o dever nos chama e a criatividade é um fator indispensável aliada à capacidade política em oferecer respostas exeqüíveis e sintonizadas com um presente de muitas mudanças e um futuro abarrotado de esperanças. De minha parte, confesso a enorme alegria de ser contemporâneo deste movimento e contribuir para impulsioná-lo. Trabalhar já é bom quando se é bem remunerado e quando ainda possibilita a obtenção de prazer... aí o bicho pega! Gosto disso!

4 de novembro de 2008

SEM-FIM

Desde menino escuto falar de uma tal rosca sem-fim, que seria uma peça - e eu entendia assim àquela época - petencente às engrenagens de caminhões, não sei se na parte da direção ou do câmbio. Tempos depois descobri que ela é parte de muitas engrenagens de máquinas, inclusive utilizada também na robótica. Seria uma espécie de parafuso que, apesar de chegar ao fim - ao contrário do que sugere o nome - fica girando em torno de si para lados opostos, permitindo um movimento contínuo de outras engrenagens, neste caso, indo e voltando. Nossa! Que explicação esquisita. Enfim, a rosca sem-fim faz com que algo gire, gire, gire... e não saia do lugar. Essa imagem me acudiu para entender o que anda acontecendo na política de Campina, com reverberação pro estado da Paraíba. Tivemos dois turnos eleitorais, vencedor proclamado, diplomado e ainda escuto, quase dez dias depois, carros de som passando em minha porta, inclusive no domingo, entoando - como um mantra - aqueles jingles da camapanha vitoriosa do prefeito Veneziano Vital do Rego Segundo Neto, incluindo alguns que considero de conteúdo impublicável aqui no blog. De tanto escutar isso, também nos carrinhos de som especializados em vender discos pirateados, resolvi ontem procurar pra comprar um desses CDs com as "músicas" de campanha. Ainda tive oportunidade de travar um bom diálogo com a vendedora sobre a poítica local. Ela se revelou apaixonadíssima, arreada os quatro pneus e o semi-eixo "por Campina" e pelo"Cabeludo'. São assim as denominações por aqui. Escolherei uma hora apropriada para escutá-lo com cuidado, pois merece um estudo. Ando torcendo para que a eleição termine aqui pela Serra da Borborema e a vida volte ao corriqueiro de antes, a cidade volte a viver normalmente, o palanque seja desmontado e eu possa vestir, sem constrangimentos, minhas camisas da cor que me apetecer, sem ouvir comentários insinuativos de ambos os lados. Afinal, todas foram pagas com o meu próprio dinheiro. Quero vestir minhas camisas, vermelhas ou amarelas, pra gozar meu expediente de trabalho ou pra ir sofrer no Bar de Almeida (ou do Brito), desfrutar uma lingüiça de bode, um arrumadinho, degustar uma dose de Triunfo... curtir um violão... Vôte! Ô, rosca sem-fim!

2 de novembro de 2008

FINADOS

Não vejo graça alguma em escolher um dia por ano para visitar cemitérios. A algazarra dos visitantes mal-educados e o choro falso dos que esqueceram seus mortos por 364 dias...
Temos hábitos exóticos. Já fiz até serenata em cemitério, véspera de finados, mas numa Juazeirinho sem maiores dramas e numa idade sem maiores malícias, e ainda num passado que vai ficando cada dia mais distante.
Opto por visitar minhas reminiscências, meus mortos, fantasminhas camaradas, a partir da rede armada em meu terraço, frente pro nascente, vento suave, céu claro, festa de bem-te-vis, folhas de craibeira levadas ao vento... madorna digestiva, o mundo se apagando aos poucos... domingo!

A MEMÓRIA E AS COISAS

Houve tempo em que gravava tudo. Por puro prazer! De números de telefones a cenas de filmes bobos, datas, nomes de ruas, o nome das coisas, das pessoas. A memória era meu arrimo e o prodígio me engrandecia só de pensar que era superdotado. Agora acho que cansei. Um espectro anda rodando minha vida e me descobri mudando. Ultimamente dei de guardar coisas estranhas e pouco usuais. Ando querendo guardar sorrisos, palavras, sons, melodias quase imperceptíveis a ouvidos desatentos; ando memorizando beijos e seu sabor de saliva alheia; ando registrando toques sutis de pele, pontas de dedos; ando redescobrindo aromas de pós-infância, mormaço caririzeiro, orvalho, chuva noturna... Ando assim...

31 de outubro de 2008

PORQUE AMANHÃ É SABADO...

"acho que a vida anda passando a mão em mim. a vida anda passando a mão em mim. acho que a vida anda passando. a vida anda passando. acho que a vida anda. a vida anda em mim. acho que há vida em mim. a vida em mim anda passando. acho que a vida anda passando a mão em mim" UM POEMA DE VIVIANE MOSÉ.

CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA - 20 ANOS

Em bom momento o prof. Germano Ramalho lembrou e liderou um grupo de professores, funcionários e estudantes da UEPB em João Pessoa para comemorar e, principalmente, refletir sobre os 20 anos da nossa Carta Maior. Presentes e ausentes à parte, uma lembrança dos grande debates sobre a Assembléia nacional Constituinte, a luta pela Constituinte, a luta pela anistia, a luta pelas diretas,, tudo parte de meus primeiros passos mais decisivos neste universo apaixonante da política. Dentre os Constituintes lembrados, todos agraciados com placa (inclusive os já mortos), um registro da grande cotribuição do Deputado Aluízio Campos e seu apoio à luta pela transformação da URNE em universidade pública. Não seu Federal, mas deu Estadual. Ou seja, deu certo! A história registra, a UEPB rememora, os outrora constituintes se emocionam. Valeu a pena o verdadeiro exemplo de civismo e compromisso com a memória e a história, que devem andar sempre juntas.

30 de outubro de 2008

NUVENS TEIMOSAS

Cinco horas da manhã e as teclas deste computador me atraem há quase uma hora. De um lado por obrigação, pois tenho um trabalho a fazer. De outro, porque hoje é dia de trabalho... e, confesso, gosto disso! Galinhas alimentadas e revistadas, pois há um gato (gatuno) que tenta destruir minha criação de filhotes de galináceos. Primeiro lanche matinal resolvido, muita água, Marilena Chauí, Hélgio Trindade, Luiz Antonio Cunha... me acompanham e eu lhes peço arrego e arrimo. Peço-lhes que salvem minha urgência em compreender melhor certas coisas da universidade brasileira para que eu possa dar conta de uma boa provocação amanhã. Daqui a pouco tem expediente regular. Mais tarde tenho aulas e preciso dar conta de um bom trabalho. Um nevoeiro teimoso, em pleno final de outubro, ainda teima em pairar sobre os céus da Rainha da Borborema... e parte dele se espatifa no chão do meu quintal em forma de chuva fina, neblina, chuvisco, sereno... e eu bem que poderia voltar pra cama...

29 de outubro de 2008

DEUS OPEROU, COMANDOU, DECIDIU E ADMINISTRARÁ

A professora Lúcia Couto escreveu o texto seguinte e eu o publico sem sua autorização. Corro o risco de ter que pagar direitos autorais, mas tudo bem. Florbela já me deu alguns trocados e eu darei conta. Eis o texto: "Temos assistido a cenas e escutado discursos que nos levam a duvidar se vivemos realidade ou ficção. No ano Santo de 2008 do presente e, não menos Santo, século, exatamente no momento de eleger um novo dirigente para conduzir o destino quadrienal da cidade, Campina Grande viu surgir o Messias. O filho de Deus todo poderoso...ou não será o próprio Deus se fazendo passar pelo filho? Tenho dúvidas... E... pasmem os incrédulos... Deus foi eleito Prefeito! A cidade cindida entre o Bem e o Mal, entre Cristãos vermelhos e Pagãos Amarelos. O Bem é vermelho! O Mal amarelo! Como num filme de ficção americano o Bem vermelho ganhou do Mal amarelo. O Mal pagão. E essa foi uma Vitória de Deus e da família! Seria a Santíssima Trindade? Ora... por que não? Tamanha Santidade, o Prefeito eleito só poderia ter surgido de uma família Santa onde Pai, Filho e Espírito Santo (leia-se Vital velho, Vital do meio e Vital novo) se fundem num só. Jamais se viu tamanha união, comunhão santa pelo-bem-da-metade-boa-do-povo-de-uma-cidade. E a festa religiosa da vitória (ou da vitória religiosa? é difícil discernir...) prosseguiu noite a dentro e dia a fora, e ainda uma noite se seguiu, assim meio como o fazem os mulçumanos no fim do Hamadan guardando diferenças significativas como músicas de mau-gosto, desrespeito humano, infração das regras do trânsito, infração da Lei Seca, atentados aos tímpanos, ao pudor e à integridade da alma dos cidadãos. Tudo pelo Bem vermelho!" E arremata com um poema. "Vermelho! Cor do sangue e do manto de Cristo... é bem verdade! Mas também Cor da vergonha estampada na cara de quem a tem. Vermelho! Reverência política estampada na estrela da boina do Che Símbolo inconfundível do que um dia foi o PT! Vermelho! Cor de bandeiras proscritas nos tempos idos dos partidos comunistas. Vermelho! Cor corrompida na força e na medida de tantas gerações perdidas. Vermelho! Cor que no passado emocionou utopistas de todas as nações e hoje... da extrema direita tinge os cordões!" Lúcia Couto EM TEMPO: 1. O Prefeito eleito de Campina Grande, Bacharel Veneziano Vital do Rego Segundo Neto, ao ser perguntado a quem ele dedicava a vitória nas eleições, anunciou (e eu ouvi) em entrevista que "A vitória foi uma vitória de deus", "este era o projeto de deus", que foi "misericordioso e o colocou naquele lugar". 2. O pai do prefeito, considerado um Jurista, ex-professor de direito da UEPB, anunciou em entrevista a uma emissora de radio que a vitória de seu filho foi resultado d'O DESÍGNIO DE DEUS CONTRA O PODER PAGÃO".

27 de outubro de 2008

ELEIÇÕES E DEMOCRACIA

QUEM DISSER QUE AS ELEIÇÕES TERMINARAM ONTEM CORRE O RISCO DE COMETER UM GIGANTESCO EQUÍVOCO. SE PARA ALGUNS ESSE FOI O SEGUNDO TURNO, PARA OUTROS FOI O PRIMEIRO DE TRÊS QUE SÓ TERMINARÃO EM 2010. Na verdade, vivemos a plenitude do chamado 'processo democrático' representativo. Eleições regulares, pleitos cada dia mais regulados pela lei, mídia eletrônica cada dia mais 'contribuindo com o debate', apuração limpa e rápida com o processo mais moderno do mundo... é um problema pros que manipulavam apurações antigamente e tiveram que mudar seus métodos, passando a manipular essencialmente o voto antes de ser decidido. As eleições terminaram? Não! Elas estão apenas começando, aliás, estão sempre começando e recomeçando. E ainda há quem diga que vivemos uma democracia por essa razão: por sermos chamados de dois em dois aos a dar um pitaco sobre quem deverá cuidar de nosso dinheiro, gerenciar nossa cidade. É pena que o debate sobre democracia de fato está cada dia mais canhestro. É pena que a democracia como possibilidade social está cada dia mais incorporada ao imaginário popular como mera possibilidade de votar e 'escolher' representantes de dois em dois anos. É pena que o processo eleitoral em nosso país não tenha nada de efetiamente democrático, salvo honrosas e cada vez mais raras exceções. Quando o poder do dinheiro é o fato definidor dos rumos eleitorais, ou seja, das escolhas dos supostos donos do poder 'por um dia', por um momento fugaz diante da telinha da urna eletrônica, é possível imaginar pra onde caminhamos. Talvez tenha mais que passado da hora de se redescobrir o vermelho, a bandeira histórica da luta, a cor das batalhas pela transformação, a cor 'maldita', mas sempre bem utilizada por marqueteiros de todos os matizes, inclusive da igreja de Roma. Talvez tenha mais que passado do ponto do momento em que os lutadores do povo refaçam e renovem seus compromissos de transformação pela luta, de organização da consciência popular, de construção efetiva de uma sociedade democrática e que esta democracia seja prenhe de conteúdo fático, não apenas palavra vazia na boca de qualquer demagogo. O povo! É preciso refeletir sobre o que é mesmo isso. O povo! O que é e o que quer? Ainda há muito a ser feito ou viraremos algo muito parecido com os estados unidos da américa, sonho de consumo de nossos liberais. Ou nos transformaremos num país de dois partidos: o do governo e o da oposição, como dizia um velho anarquista brasileiro. Ou como diria o velho filósofo Miguelim, 'os que estão mamando e os que estão querendo mamar'. Caso contrário valerá a máxima popular que afirma que de tempos em tempos mudam as moscas.

24 de outubro de 2008

MAIS SOBRE WALDIR

Após receber inúmeras manifestações de solidariedade em relação ao companheiro Waldir Porfírio, dentre elas algumas cobranças de coisas que esqueci, resolvi ampliar um pouco e encerrar o assunto. Se não, daqui a pouco vão criar fã clube de Waldir e aí já rola aquela ciumeira. Afinal, humano que sou, né? Waldir foi um dos mais destacados protagonistas na luta pela democratização da URNe, no início dos anos 80. Junto com Pádua Pombro, Cássio, Piauí, Harrison Targino, Pombal, Washington Pessoa, Hiram de Jesus e tantos outros companheiros que a memória me trai e terei que ser injusto agora com eles. Sobre este assunto teremos o lançamento do livro "ANOS DE LUTA", que trata da luta estudantil que vai "da intervenção no DCE - feita pelo então Reitor Antonio Vital do Rego- à Estadualização". O lançamento acontecerá no dia 08 de Novembro de 2008, às 20h, no Teatro do SESC - CENTRO, com um memorável show de BETO MI, cantor e compositor que marcou época nos movimentos daquele período, inclusive com forte apoio à luta pela estadualização. O livro é de autoria de Waldir. Quase expus o currículo do sujeito aqui e deixei certas lacunas. Ele foi dirigente do DCE em algumas gestões, presidente do CA de Psicologia e depois Presidente do DCE. Era o presidente no momento mais intenso da luta que culminou com a estadualização da URNe, com a criação da Universidade Estadual da Paraíba. Participamos juntos em muitas lutas, mobilizações e eventos locais, regionais e nacionais da UNE - União Nacional dos Estudantes. Ao lado dessas qualidades, o companheiro tinha a virtude de ser um 'bom copo'. Usei o verbo no pretérito sim. Tinha, pois já há algum tempo é abstêmio, mas faz questão de acompanhar nossos encontros anuais, formanndo um quarteto de amigos inseparáveis, completado por Roberto Severino (de Civil) e Eduardo Barbosa (de Biologia). Se antes eram regados a muito chope e muito papo, hoje são recheados de muito papo, muitas memórias e muito menos chope. É esse o cara! Ficou todo 'encabulecido' pelas coisas que postei aqui, me ligou emocionado (como sempre!) e, pra não deixar de graça e encerrar o assunto, resolvi fechar com estes adendos. Em breve tudo passará. Aliás, inclusive nós. Só não passarão as atitudes que tomarmos como exemplo de altivez, de hombridade, de defesa daquilo que pode ser um dos maiores patrimônios que um ser humano pode construir, mesmo a despeito de toda hegemonia capitalista-liberal - A HONRA! Tenho dito e não digo mais!

22 de outubro de 2008

NÃO TROCO UM WALDIR POR 10 PREFEITOS - Parte II

Carta aberta ao amigo-irmão Waldir Porfírio e aos meus poucos - mas importantíssimos - leitores. Meu irmão de luta, sonhos e dores e tantas alegrias. Permita-me discordar do tema inscrito por você em sua mensagem. Você não deve explicação nenhuma aos seus amigos. Seus amigos, os que dividem comigo a sua permanente solidariedade fraterna, são todos trabalhadores honestos e o conhecem suficientemente para não precisarem de explicações suas. DEDICO A VOCÊ ESTE SONETO. Há pessoas em si tão insinceras Que na vida de modo insistente Agem qual canibais – amoralmente – São, de fato, aprendizes de megeras. Queimam sempre em fogo mui ardente Esses seres horríveis – meio feras – Têm nas garras sonsice de panteras, Predadores… destroem toda a gente. Revelando vileza contumaz Não escolhem vítimas – tanto faz – Em ações inumanas, condenáveis. Neste gozo abominável – de vergonha – Destilando o seu ódio e peçonha. Serão sempre reles miseráveis. Considero importante que dirigentes estaduais do PCdoB - Agamenon Sarinho, Washington Feitosa e Simão Almeida - tenham prestado solidariedade ao nobre camarada, lutador de mais de 25 anos sob a bandeira vermelha do Partido. Waldir veio de Guarabira e foi comerciário em Campina. Militante de primeira hora sempre, possui um aguçadíssimo senso de preservação da memória e vela diligentemente pela sua história e currículo. Waldir é um dos mais solidários companheiros que conheci em meus 20 anos de Partido Comunista do Brasil, além de mais 6 anos pretéritos. Intelectual de porte, foi meu colega de curso em Psicologia e depois tive a honra de tê-lo como aluno da disciplina Ética Profissional. Ele foi o responsável pela minha inserção efetiva no Movimento Estudantil, sendo seu substituto na presidência do Centro Acadêmico, depois de alguns anos de presença nas lutas estudantis entre os anos de 82 e 85. Waldir, ainda em processo de conclusão do curso, foi escolhido pelo PCdoB para assessorar o então vereador Ivam Freire, na câmara Municipal de Campina Grande. Com a eleição do Deputado Simão Almeida, imediatamente foi convocado para servir em seu gabinete na AL. Exclusivamente por seu talento, seriedade, competência e capacidade de articulação e negociação, além de grande perspicácia política, Waldir foi sucessivamente convidado a assessorar deputados, chefiando gabinetes e indo além em atividades de colaboração em jornais como articulista, o que lhe rendeu a amizade e o respeito de icontáveis jornalistas na capital do Estado. Nos últimos anos, a despeito de enormes dificuldades que vem enfrentando, o camarada Waldir Porfírio resolveu estudar as Ciências Jurídicas e, certamente, será destacado operador do direito em breve. O amigo Waldir é um pai dedicadíssimo em todas as horas, capaz de doar-se em todos os sentidos no cumprimento de seu papel social de pai exemplar e amoroso. Homem de posições fortes, de grandes enfrentamentos ideológicos, sempre teve firme posicionamento na luta interna do Partido, nunca deixando de primar pela crítica fraterna, aberta, franca, dialética, revolucionária. Correto ou não em suas opiniões, sempre foi capaz de auto-crítica e superação em todos os momentos de dificuldades. Apenas pelas tarefas que desempenha afastou-se nos últimos anos da luta aberta, na rua, no combate destemido contra a exploração de classe. Porém, sua essência de militante forjado na luta continua firme e sua verve cada dia mais acesa e contundente. O camarada Waldir Porfírio da Silva merece bem mais que a solidariedade de aguns dirigentes do PCdoB e de amigos jornalistas. A atitude dos que o detrataram, esculacharam publicamente tentando enodoar seu nome, pode ser considerada apenas um erro (espero que tenha sido apenas isto). Cometido por um aliado do seu Partido é indesculpável, essencialmente se continuar sob o manto do faz-de-conta-que-não-foi-com-ele, do deixa pra lá, já que não é alguém famoso... há interesses maiores envolvidos no jogo. Pior ainda, se ninguém quiser fazer nada porque poderia causar algum constrangimento aos seus caluniadores, atrapalhando o resultado eleitoral, caso fosse preciso alguém apenas fazer uma correção, uma notinha, uma frase sequer, reconhecendo que foi cometido um excesso, um equívoco. Waldir merece mais que isso pela pessoa que é, pelo militante comunista que é. Logo o PCdoB que em tantos anos de verdadeira dissecação política e pública do governo Lula não teve nenhum de seus quadros (que são muitos) envolvidos ou comprometidos com nenhum tipo de delito ou denúncia e/ou quando teve provou ter agido dentro da legalidade. Waldir merece! Ou eu não me sinto no dever de respeitar quem o desrespeita. Muito menos no dever partidário e político de apoiar, de votar em quem age assim! Isso porque não quero me referir a como eu mesmo fui desrespeitado nestes 4 anos. É pedagógico! De minha parte, camarada Waldir, está desagravado!

NÃO TROCO UM WALDIR POR 10 PREFEITOS - Parte I

Há precisos 4 dias recebi de Waldir Porfírio, pessoa a quem devoto grande amizade, antiga e sempre fraterna, solidária e renovada, uma mensagem que trazia em seu títuo de assunto a frase: "Devo explicação aos meus amigos". A PARTIR DE AGORA REPRODUZO NA ÍNTEGRA A MENSAGEM DE TEXTO. O secretário da Mesa da Assembléia Legislativa, Waldir Porfírio, afirmou que está indignado com a publicação do seu nome na pseudo denúncia feita pela coordenação do candidato Veneziano Vital do Rego, em que lhe acusa de ter sido nomeado por Rômulo para ocupar um "cargo no alto escalão da Assembléia" e também de ser beneficiado com três cheques da saúde, totalizando mais de R$ 5 mil. "Nunca fiz nada de ilegal ou amoral. Não existem manchas em minha vida pessoal ou profissional. Sou comunista há 25 anos e fiquei feliz por receber a solidariedade do presidente do PCdoB na Paraíba, Agamenon Sarinho, do ex-deputado comunista Simão Almeida, e do dirigente da agremiação Washington Feitosa. O PCdoB apóia Veneziano e os dirigentes do meu partido não concordam com o que a coordenação da sua campanha fez comigo", declarou Waldir Porfírio. "Nunca ocupei nenhum cargo de alto escalão durante a gestão do ex-presidente Rômulo Gouveia. Nos primeiros dois anos da Mesa daquela gestão, eu era chefe de gabinete do deputado Zenóbio Toscano, cargo que ocupei durante 10 anos. Deixei a Assembléia Legislativa em 2005 para assumir a chefia de gabinete da Secretaria de Governo e Articulação Política da prefeitura de João Pessoa, voltando ao poder legislativo estadual em fevereiro de 2007, a convite do presidente Arthur Cunha Lima, para ocupar o cargo de secretário da Mesa", disse Waldir. Quanto aos recursos que Waldir Porfírio recebeu da Assembléia Legislativa, ele esclarece que não foi auxílio financeiro para tratamento de saúde, e sim para publicação do livro "História e debate na Assembléia da Paraíba", que fez parte da coleção Perfis Parlamentares, durante as gestões dos ex-presidentes Gervásio Maia, em 2002 (segundo volume), e Rômulo Gouveia, em 2006 (terceiro volume). "Escrevi para o segundo volume do Perfis Parlamentares a convite do historiador José Octávio de Arruda Melo, e a convite do presidente Gervásio Maia. A minha pesquisa foi sobre o deputado estadual Argemiro de Figueiredo em 1930. No ano de 2006, o presidente Rômulo Gouveia não preteriu meu nome, apesar de estar trabalhando para o prefeito Ricardo Coutinho na prefeitura. Escrevi sobre Anacleto Vitorino, o primeiro deputado negro da Assembléia da Paraíba", afirmou Porfírio. Sobre esse livro, consta do Sistema Sagres, do Tribunal de Contas do Estado, o empenho destinado a "serviços de elaboração do terceiro Tomo da Coleção Perfis Parlamentares". O número do empenho é 01030, de 10 de maio de 2006. O valor, por sinal, não foi de R$ 5 mil, mas sim de R$ 10 mil 500, divididos entre os outros colaboradores do trabalho - os jornalistas e historiadores Hélio Zenaide, Agnaldo Almeida, Biu Ramos, Gonzaga Rodrigues, José Octávio de Arruda Melo, José Romildo de Sousa, José Luciano de Queiroz Aires, Faustino Teatino Cavalcante Neto, Irene Rodrigues Fernandes e Laura Helena Baracuhy Amorim. Outra pesquisa que recebeu da mesa diretora da Assembléia Legislativa, na gestão de Rômulo Gouveia, foi para o projeto "Memória Viva", em conjunto com o jornalista Fernando Moura da TextoArte, que resultou na elaboração do livro de discurso do ex-deputado estadual Ronaldo Cunha Lima. Por fim, ele vendeu 200 exemplares à Assembléia Legislativa, em 2005, da Constituição Estadual da Paraíba a Assembléia Legislativa, um trabalho de sua autoria que também foi vendido ao Tribunal de Justiça, ao Tribunal de Contas, à Procuradoria Geral do Estado e à Prefeitura Municipal de João Pessoa. ESTE FOI O TEXTO QUE RECEBI DE WALDIR, RESULTADO DE MATÉRIA PUBLICADA EM JORNAL DA CAPITAL.

A REPÚBLICA DOS XELELÉUS

Quando ainda era criança pequenininha lá em Juazeirinho, ouvia no rádio da marcenaria de Seu Zé Braz (que tocava em alto volume por cota do barulho do trabalho) uma das músicas cantadas pelo Coronel Ludugéro. Não sei o título da canção forrozeira, mas dizia assim: "Xeleléu, ô, Xeleléu, o seu lugar tá garantido lá no céu..." XELELÉU é uma denominação popular para BAJULADOR. Voltemos ao Aurélio. "Bajulador(ô) [Do lat. bajulatore.] Adjetivo. 1.Que bajula; adulador, adulão, aduloso, babão, cafofa, chaleira, chaleirista, incensador, lambedor, lambeta, lambeteiro, louvaminheiro, puxa-saco ou puxa-sacos, sabujo, xereta. Substantivo masculino. 2.Aquele que bajula; adulador, adulão, aduloso, babão, baba-ovo, banhista, cafofa, chaleira, chaleirista, cheira-cheira, chupa-caldo, corta-jaca, engrossador, enxuga-gelo, escova-botas, incensador, lambedor, lambe-botas, lambe-cu, lambe-esporas, lambeta, lambeteiro, louvaminheiro, puxa-saco ou puxa-sacos, sabujo, xeleléu, xereta". Os apelidos assemelhados são inúmeros, mas retratam a mesma coisa, aquele personagem caricaturado n'O Bem-amado", de Dias Gomes, com o nome de Dirceu Borboleta, o grande secretário-babão do prefeito Odorico Paraguassú. A cada dia me convenço, pelos fatos, que estamos mais pra Sucupira do que pra Nova Iorque, como queria Gilberto Gil. Os fatos condenáveis protagonizados por correligionários (ou seriam torcedores?) das duas candidaturas em disputa na Rainha da Borborema, ontem, em plena via pública, é a prova mais contundente de que os líderes tem que ter controle sobre os xeleléus e não o contrário. Melancólica reta final de eleição em 2º turno de Campina Grande, "a cidade que mais cresce no interior nordestino", a "Capital do Trabalho"... a "Rainha da Borborema". Nós bem que merecíamos algo melhor e mais civilizado. Nunca poderá ser bom uma cidade dividida entre duas 'torcidas' de candidatos, como se fossem times de futebol (não comparo com Campinense e 13, porque não merecem) e algumas dezenas de energúmenos ensandecidos querendo se matar. Provavelmente a troco de 'aparecer' aos olhos do chefe como 'defensor' de seu projeto. Defensor?

19 de outubro de 2008

DÚVIDA ATROZ QUE ME DEVORA

A julgar pelo nível (quase subterrâneo) que prevalece no debate eleitoral do segundo turno em Campina Grande, manifestei e discuti com meus aunos na última aula uma preocupação enorme que me assalta diuturnamente. Uma verdadeira ópera-bufa* que é encenada hoje nas ruas e que, espero, não deva continuar em cartaz no 'palácio do bispo', depois de 1º de janeiro de 2009. Afinal de contas, nós os contribuintes, os candidatos a cidadãos em pleno exercício dos seus direitos, temos o sagrado direito a preservarmos nossos ouvidos, transformados em verdadeiros 'pinicos' neste período. RESUMO DA ÓPERA BUFA: 1. Um acusa o outro das coisas mais cabeludas e apresenta indícios e documentos com forte veemência de provas incontestáveis. É só saber e querer ler; 2. O outro acusa um das mesmas coisas (literalmente dizendo: ele tenta ser pintado como santo, mas não é. Vejam! É igual a mim!), mas, ao menos aos olhos da justiça, não apresenta provas; RESULTADO: Nós, reles mortais, que não estamos em cena, na condição exata de protagonistas, ficamos torcendo para que um dos dois não tenha razão. P.S. - Para facilitar a vida de quem quiser saber mais sobre o assunto, copio e colo aqui o que diz o professor "Aurélio': * ÓPERA-BUFA [Do it. opera buffa.] Substantivo feminino. 1.Teatr. Mús. Ópera (1) de assunto jocoso, que surgiu na Itália (fim do séc. XVII) como desenvolvimento dos intermédios dos melodramas, e que se distingue da ópera-cômica pela introdução em cena de personagens burlescas, de tipos facetos ou patuscos, e por uma música mais ligeira, ou exageradamente cômica.

16 de outubro de 2008

UM SHOW PARA A HISTÓRIA

Maíra, Ceceu, Eu e Antonio Barros. Somente por esta foto já teria valido a pena ter ido ao Teatro Severino Cabral na noite de sexta-feira, dia 10 de outubro de 2008. A tietagem rolou solta e eu quase ficava bem à vontade. Já havia dividido espaço de trio elétrico com Maíra, há alguns anos numa Micarande, participado de reunião com Ceceu em João Pessoa, encontrado Antonio Barros na rua, mas no Teatro, num dia de show, eles todos muito à vontade... não deu outra. Sou assumidamente influenciado por Antonio Barros e já tive oportunidade de assumir isso em entrevistas. Um dia me perguntaram sobre a influência de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro na minha música e eu respondi numa boa: "influência mesmo eu acho que recebi de Antonio Barros", pra mim um dos maiores compositores da música brasileira de inspiração nordestina, ombreado por Onildo Almeida, João Silva, Humberto Teixeira, Zedantas e mais alguns poucos deste naipe. Agora, tietagem mesmo foi ir ao camarim da estrela da noite e tirar fotos, pedir autógrafo e lhe oferecer um CD com minhas canções. Sempre fui extremamente encabulado pra isso, mas o deslumbramento com o show me deu coragem. Não resisti e esperei o necessário pra ir até lá e obter o troféu. Elba, depois de 2 horas e 20 minutos de show, ainda teve paciência pra tomar uma ducha, trocar de roupa e receber um a um os apaixonados que queriam um autógrafo, uma foto, um gostinho de fciar perto daquela que é herda com grande tranquilidade o legado musical de Marinês. Sem exageros, foi essa a impressão que tive ao sair do Teatro Municipal Severino Cabral, da Rainha da Borborema, naquela noite. Uma cantora que pode ser considerada já veterana (mais de meio século de idade e uns 30 de carreira), uma maturidade musical e pessoal de fazer repercutir pelo mundo afora como um exemplo de vida. Elba trouxe uma banda 'enxuta' e competente e estava realmente em noite inspiradíssima. Falou de sua trajetória em Campina, naquele palco onde tudo começou, das pessoas, contou lorotas, sorriu à vontade, interrompeu o show várias vezes pra contar causos e lembrar episódios pitorescos da sua vida na cidade. Voltou para um bis de uns 15 minutos e deixou claro pro teatro superlotado o prazer que sentia em estar ali. Quem está acostumado a ver show de Elba em palco de rua, milhares de pessoas bebendo e conversando, circulando, cenas comuns nestas ocasiões, deve ter se deslumbrado com a performance da paraibana de Conceição.

Elba já é uma verdadeira legenda. É uma cantora que atravessa gerações, atemporal e eu diria sem tietagem alguma, já está eternizada na história da música brasileira.

Já fui a vários show de Elba, inclusive o último que ela havia feito no TMSC, voz & violão, em comemoração aos 40 anos do teatro. Este superou todos os outros. Foi algo próximo da apoteose. Os fãs se deleitaram e a emoção tomou conta da platéia. Eu, que sou reconhecidamente contido nestes assuntos, entrei na onda e me deixei levar pela magia da música, da voz, da ginga, da luz, da verdadeira interpretação que vai além do simples cantar. Elba é grande e engrandece a Paraíba e Campina, sempre.

11 de outubro de 2008

SEM TÍTULO, SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO...

Não tenho nenhuma foto, mas as retinas cheias de belas cenas, intrigantes lances, emoções pra lá de explosivas, gritos, aplausos... a emoção da torcida raposeira no Amigão há pouco mais de duas horas na vitória da raposa, por 3 x 0, diante do Rio Branco do Acre. Vaõ dizer os que estão com dor-de-cotovelo que os pobrezinhos viajaram metade do planeta para estarem aqui... vão dizer que essa foi a última, vão dizer que foi bom enquanto durou, vão dizer que a próxima é o fim... vão dizer horrores... A verdade é que (como diz Chico Alemão) a'esquadra' raposeira fez o verdadeiro 'dever-de-casa' e o que se viu no estádio foi um verdadeiro delírio da torcida imensa que compareceu. Mudei planos de final de semana, invertemos calendários e programas e os amigos, Hipólito, Railson, Duda, 'Seo' Antonio, Cacau, Yankel, Rafael, Raniel... um mói de gente que estava lá verdadeiramente gozou apaixonadamente e raposeiramente. Como dizia noutro dia, essa é uma paixão diferente e que não tem fim. Inda bem que tá dando certo... Buarqueando nas palavras, eu diria que 'amanhã vai ser outro dia...' é bem verdade, mas um dia bem melhor que hoje. Um grande domingo pra você!

9 de outubro de 2008

VIVA A LÍNGUA BRASILEIRA

Enquanto as Academias de Letras, os governos e uns tantos outros estudiosos e autoridades do mundo todo tentam mexer com o padrão da língua de Camões, aqui, pelas beiras da Serra da Borborema vamos inventando novidades.
A última que acabo de ouvir num carro de som que passou em frente à minha casa (claro que com o volume no nível um pouco acima do suportável). Dizia a mús... (ôps!) o jingle (que é mais apropriado) "Eu quero ver de novo Vené lá"...
Daqui a pouco estarão tentando conjugar o verbo venelar...
Perigo é aparecer Cebolinha (sim, ele mesmo, aquele da turma da Mônica) e aí o verbo fica duvidoso...
Eleição é terreno fértil pra tudo... por isso tantas reticências...

7 de outubro de 2008

LEGENDA DA FOTO

Cometi uma falha ao publicar um foto histórica e não colocar a devida legenda para que todos soubessem dos personagens e atores.
Da esquerda para a direita estão: Galego de Zé Trajano, Cícero de Dona Socorro, Naldo de Joaquim Gouveia, Eu, Sônia de Pedro de Arlindo, Neto de Tonito, Titia Beatriz (apenas o perfil, de óculos),Um ator que não consigo identificar (provavelmente Nenen de Jaime, Miro de Antõe Mangaieiro ou Wilson de Maria Preta), Lamartine de Raimundo, outro de turbante de quem não lembro e, por fim, Vavá de Paulo Marinheiro. Na extrema esquerda e ao centro na frente de todos, dois garotinhos que não consigo identificar. A foto foi de Lindomar de Manu.
Os nomes são todos assim porque lá em Juazeirinho, naqueles tempos, todos éramos fulano de sicrano.
A foto foi feita na igreja matriz e havíamos terminado de encenar uma espécie de Auto de Natal. Não sei se é possível perceber com clareza, mas na foto estou com um cajado na mão, usando uma pele de ovelha e com um borrego nas costas.
Assim foi durante alguns anos em nossa adolescência como militantes ativos do Grupo de Jovens Decolores. O borreguinho inocente fez 'bolinhas pretas' na igreja durante a apresentação e foi um 'deus-nos-acuda'.
Falar em vexame, tem um que não posso descrever, mas dá pra imaginar que num dos anos seguintes nós resolvemos encenar o auto de natal na praça, com direito a manjedoura, jumento, carneirinhos, reis magos e tudo o mais. Imaginem o estado de aumento do volume físico em que o tal mamífero asinino, "da ordem dos perissodáctilos, da família dos eqüídeos" (como diz o Aurélio) resolveu ficar no meio da apresentação, em plena praça pública, numa encenação teatral religiosa.
O pobrezinho não teve culpa de nada... foi a 'natureza'!

QUEM ERROU?

Muito engraçada a reação pós-eleitoral em Campina Grande. A depender do lado, a interpretação é apenas o contrário exato da outra.
Para uns, os institutos de pesquisa (IBOPE e outros de menor fama) erraram com as pesquisas de opinião, prejudicando o processo eleitoral;
Para outros, a realidade que errou ao não acompanhar os institutos de pesquisa, também pejudicando o processo eleitoral.
Dizem que, a depender do grau de intensidade da ação, do problema, a coisa pode servir ao mesmo tempo pra rir e pra chorar.
Eu apenas pergunto qual é o caso aqui...

3 de outubro de 2008

OS POLÍTICOS E AS FRALDAS

A leitora Débhora Melo, que muito me honra com sua visita, lembra e comenta meu post sobre política, destacando uma frase atribuída a Eça de Queiroz. “Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente, e pela mesma razão.” Concordo parcialmente, pois se pensarmos bem, o que existe mesmo é um diferença brutal entre os políticos e as fraldas. A maioria dos políticos está mais que habituada a fazer (em abundância! Sem trocadilho infame com a possível cacofonia gerada pelo termo) o que as fraldas sustentam e dão motivos para que sejam trocadas. VAMOS VER EM CAMPINA!

1 de outubro de 2008

ABRINDO O BAÚ E CONTANDO HISTÓRIAS - PARTE II

Outro dia publiquei uma pequena narrativa acerca dos meus primeiros passos na música. Tentarei emendar o fio... da história!
Depois que fabriquei meu primeiro instrumento e descobri que poderia tirar sons dali, algo parecido com música, aquilo me fascinou de tal modo que segui em frente.
Esta foto deve ter sido feita por volta de 1977 ou 1978. Não sei ao certo, mas creio que deveria contar com 15 ou 16 anos.
A igreja era um dos fortes pontos de contato de nossa turma, pois pratica\mente todos eram católicos. O grupo de jovens Decolores, comandado por Titia Beatriz, coadjuvada por Rosinha Zelo e Dona Madalena. O cerco formado ao redor da sarafina (harmônio ou órgão, como queira chamar) era a grande escola de canto. Ensaiávamos as missas e boa parte delas era ensaiada uma hora antes do início, principalmente quando havia novos cânticos que deveriam ser cantados por todos.
Era assim: alguém recebia o compacto ou LP com a nova "trilha sonora" e as letras, treinava, titia ensaiava com a sarafina e lá íamos nós a cantar numa espécie de prévias do que seria a missa depois. A essa altura (por volta de 1974) au ainda não havia começado a estudar violão, apenas cantava.
Antes disso havíamos formado ainda um conjunto musical (do qual não lembro o nome) no Colégio Municipal e participávamos da banda marcial, comandada por Joseval Coelho (se não me engano era esse seu sobrenome) que era de Campina e, além de nosso professor de Educação Física, era o regente da banda.
Comecei no surdo e revezava na caixa repique, aquela que fazia apenas uma batida chata e repetitiva, mais ou menos assim: tá tá, tá tá tá tá tá..., o que não exigia muita perícia. Todos queriam ser promovidos e sonhavam com isso ano a ano. Quem era da caixa queria passar pro tarol que era o mais nobre. Quem era do curso queria ser promovido ao bumbo e assim por diante. O pratos geralmente eram reservados às mulheres, não sei se por alguma relação com o machismo paraibano interiorano e a cozinha. Pode ser!
Só sei que lá por volta de 1977 ou 78, já com meus 15 ou 16 fui promovido e passei a ser um dos "fuzileiros", que era como chamávamos os que tocavam bumbo, à frente da banda, fazendo piruetas com as baquetas e evoluções.
Antes disso, ainda na 8ª série do antigo 1º grau, havia sido suspenso ao menos duas vezes, juntamente com Nenen de Jaime, Gilberto (meu irmão) e Burra Preta (era assim mesmo que chamávamos Wilson Belarmino, por uma razão aparentemente banal: sempre que faltava um professor e que havia aula vaga nós quatro formávamos um 'conjunto musical' de batucada e nos púnhamos a tocar e cantar em sala. Sambas, forrós, etc.
Os instrumentos: reco-reco, feito no espiral de arame do caderno; o tampo da carteira escola dupla (que fazia o bumbo e a marcação - graves); a parte inferior, de compensado e onde se guardavam os cadernos, que servia de caixa (médios e agudos) e um canudo de caneta bic batendo diretamente no tampo da carteira, alternadamente, marcando um timbre também entre médio e agudo.
Essa era a formação de nossa batucada improvisada e que nos rendeu boas advertências e (não lembro bem se na 7ª ou 8ª série) duas suspensões. Ano seguinte fomos separados, eu e Gilberto para uma turma, Nenen e Wilson para outra.