5 de março de 2017

OMBROS CANSADOS


Sobre mote do poeta repentista Luciano Leonel eu compus duas estrofes.
Compartilho com vocês.

I
Vou dormir pois eu sei que a madrugada
Poder ser o meu bálsamo mais puro
Minha mente cansada eu esconjuro
Pode até conduzir meu peito ao nada
A carcaça sofrida e fatigada
Testemunha o sofrer e eu não nego
Essas marcas no corpo qu'eu entrego
Mostram quão foram duras minhas penas
Pros meus ombros cansados quero apenas
O alívio do peso que carrego.

II
Uma noite de sono já não basta
Por suprir a carência de descanso
Este homem em busca de remanso
Sente mais sua engrenagem gasta
Não que eu seja qualquer iconoclasta
Pois imagens preservo do meu ego
Mas me sinto o tal "vidente cego"
Que não vê nem prevê coisas amenas
Pros meus ombros cansados quero apenas
O alívio do peso que carrego.