31 de dezembro de 2010

MEU JEITO


Não! Não estou me despedindo, nem acho que vou morrer daqui a pouco.  É que ontem, num bate-papo eu comentei que tecnho clareza que já vivi mais de metade do meu tempo. Ou seja, da vida que me resta eu tenho pela frente menos do que já tive até agora. Pode parecer lugar comum, mas sempre achei muito bacana esta canção e resolvi deixar aqui o registro.

E agora o fim está próximo, então eu encaro o desafio final. Meu amigo, eu vou falar claro. Eu irei falar do meu caso, do qual tenho certeza.

Eu vivi uma vida que foi cheia, viajei por cada uma e todas as rodovias e mais, muito mais que isso, eu fiz do meu jeito. Arrependimetos, eu tive alguns, mas então, de novo, são tão poucos que nem vale contar. Eu fiz, o que eu tinha que fazer e vi tudo, sem exceção.

Eu planejei cada caminho do mapa, cada passo, cuidadosamente, no correr do atalho, porém, mais, muito mais que isso, eu fiz do meu jeito. Sim, teve horas, que eu tinha certeza, quando eu mordi mais que eu podia mastigar. Entretanto, quando havia dúvidas eu engolia e cuspia fora. Eu encarei tudo e continuei de pé e fiz do meu jeito.

Eu amei, eu ri e chorei. Tive minhas falhas, minha parte de derrotas, e, agora como as lágrimas descem, eu acho tudo tão divertido. Em pensar que eu fiz tudo, talvez eu diga "não" de uma maneira tímida: Oh não, não, não eu! Eu fiz do meu jeito!

E pra que serve um homem, o que ele tem se não ele mesmo? Então ele não tem nada, além de dizer as coisas que ele sente de verdade e não as palavras de alguém que se ajoelha. Os registros mostram: eu recebi as pancadas e fiz do meu jeito.

(Autoria: Claude François / Jacques Revaux / Paul Ank.a)
Tradução do http://letras.terra.com.br/frank-sinatra/36413/traducao.html, com pequenos (des) ajustes meus.

24 de dezembro de 2010

SE TODO MUNDO FOSSE FILHO DE PAPAI NOEL

Assis Valente compôs a canção, gravada por centenas de artistas, que tem a cara do natal brasileiro.
Eliezer Setton compôs e gravou a canção que mais provoca reflexão sobre "as festas do natal."
Mesmo parecendo repetitivo, publico aqui o link pra quem quiser ver.
Vale a pena!

ESTAS SINISTRAS FESTAS DE NATAL

"Ninguém mais se lembra de Deus no Natal. Há tanto barulho de cornetas e de fogos de artifício, tantas grinaldas de fogos coloridos, tantos inocentes perus degolados e tantas angústias de dinheiro para se ficar bem acima dos recursos reais de que dispomos que a gente se pergunta se sobra algum tempo para alguém se dar conta de que uma bagunça dessas é para celebrar o aniversário de um menino que nasceu há 2 mil anos em uma manjedoura miserável, a pouca distância de onde havia nascido, uns mil anos antes, o rei Davi.

Cerca de 954 milhões de cristãos – quase 1 bilhão deles, portanto – acreditam que esse menino era Deus encarnado, mas muitos o celebram como se na verdade não acreditassem nisso. Celebram, além disso, muitos milhões que nunca acreditaram, mas que gostam de festas e muitos outros que estariam dispostos a virar o mundo de ponta cabeça para que ninguém continuasse acreditando. Seria interessante averiguar quantos deles acreditam também no fundo de sua alma que o Natal de agora é uma festa abominável e não se atrevem a dizê-lo por um preconceito que já não é religioso, mas social.

O mais grave de tudo é o desastre cultural que estas festas de Natal pervertidas estão causando na América Latina. Antes, quando tínhamos apenas costumes herdados da Espanha, os presépios domésticos eram prodígios de imaginação familiar. O menino Jesus era maior que o boi, as casinhas nas colinas eram maiores que a Virgem e ninguém se fixava em anacronismos: a paisagem de Belém era complementada com um trenzinho de arame, com um pato de pelúcia maior que um leão que nadava no espelho da sala ou com um guarda de trânsito que dirigia um rebanho de cordeiros em uma esquina de Jerusalém.

Por cima de tudo, se colocava uma estrela de papel dourado com uma lâmpada no centro e um raio de seda amarela que deveria indicar aos Reis Magos o caminho da salvação. O resultado era na realidade feio, mas se parecia conosco e claro que era melhor que tantos quadros primitivos mal copiados do alfandegário Rousseau.

A mistificação começou com o costume de que os brinquedos não fossem trazidos pelos Reis Magos – como acontece na Espanha, com toda razão –, mas pelo menino Jesus. As crianças dormíamos mais cedo para que os brinquedos nos chegassem logo e éramos felizes ouvindo as mentiras poéticas dos adultos.

No entanto, eu não tinha mais do que cinco anos quando alguém na minha casa decidiu que já era hora de me revelar a verdade. Foi uma desilusão não apenas porque eu acreditava de verdade que era o menino Jesus que trazia os brinquedos, mas também porque teria gostado de continuar acreditando. Além disso, por uma pura lógica de adulto, eu pensei então que os outros mistérios católicos eram inventados pelos pais para entreter aos filhos e fiquei no limbo.

Naquele dia – como diziam os professores jesuítas na escola primária –, eu perdi a inocência, pois descobri que as crianças tampouco eram trazidas pelas cegonhas desde Paris, que é algo que eu ainda gostaria de continuar acreditando para pensar mais no amor e menos na pílula.

Tudo isso mudou nos últimos 30 anos, mediante uma operação comercial de proporções mundiais que é, ao mesmo tempo, uma devastadora agressão cultural. O menino Jesus foi destronado pela Santa Claus dos gringos e dos ingleses, que é o mesmo Papai Noel dos franceses e aos que conhecemos de mais. Chegou-nos com o trenó levado por um alce e o saco carregado de brinquedos sob uma fantástica tempestade de neve.

Na verdade, este usurpador com nariz de cervejeiro é simplesmente o bom São Nicolau, um santo de quem eu gosto muito e porque é do meu avô o coronel, mas que não tem nada a ver com o Natal e menos ainda com a véspera de Natal tropical da América Latina.

Segundo a lenda nórdica, São Nicolau reconstruiu e reviveu a vários estudantes que haviam sido esquartejados por um urso na neve e por isso era proclamado o patrono das crianças. Mas sua festa é celebrada em 6 de dezembro, e não no dia 25. A lenda se tornou institucional nas províncias germânicas do Norte no final do século 18, junto à árvore dos brinquedos e a pouco mais de cem anos chegou à Grã-Bretanha e à França.

Em seguida, chegou aos Estados Unidos, e estes mandaram a lenda para a América Latina, com toda uma cultura de contrabando: a neve artificial, as velas coloridas, o peru recheado e estes quinze dias de consumismo frenético a que muito poucos nos atrevemos a escapar.

No entanto, talvez o mais sinistro destes Natais de consumo seja a estética miserável que trouxeram com elas: esses cartões postais indigentes, essas cordinhas de luzes coloridas, esses sinos de vidro, essas coroas de flores penduradas nas portas, essas músicas de idiotas que são traduções malfeitas do inglês e tantas outras gloriosas asneiras para as quais nem sequer valia a pena ter sido inventada a eletricidade.

Tudo isso em torno da festa mais espantosa do ano. Uma noite infernal em que as crianças não podem dormir com a casa cheia de bêbados que erram de porta buscando onde desaguar ou perseguindo a esposa de outro que acidentalmente teve a sorte de ficar dormido na sala.

Mentira: não é uma noite de paz e amor, mas o contrário. É a ocasião solene das pessoas de quem não gostamos. A oportunidade providencial de sair finalmente dos compromissos adiados porque indesejáveis: o convite ao pobre cego que ninguém convida, à prima Isabel que ficou viúva há 15 anos, à avó paralítica que ninguém se atreve a exibir.

É a alegria por decreto, o carinho por piedade, o momento de dar presente porque nos dão presentes e de chorar em público sem dar explicações. É a hora feliz de que os convidados bebam tudo o que sobrou do Natal anterior: o creme de menta, o licor de chocolate, o vinho passado.

Não é raro, como aconteceu frequentemente, que a festa acabe a tiros. Nem tampouco é raro que as crianças – vendo tantas coisas atrozes – terminem acreditando de verdade que o menino Jesus não nasceu em Belém, mas nos Estados Unidos."

Por Gabriel García Márquez (Obs.: Há 30 anos)

P.S. (do blogueiro): Dá até vontade de me reconverter, voltar ao cristianismo, à Santa Madre Igreja... e tacar o pau, com gosto, num magote de gente que não tá nem aí pra estes assuntos. Ah! E todos cristãos!


P.S. (2): Publicado originalmente no Jornal El País. Agora, no http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=144222&id_secao=1

6 de dezembro de 2010

O FLUMINENSE É CAMPEÃO!

Por hoje eu resolvi nada comentar. Nelson Rodrigues já disse tudo sobre o que eu gostaria de falar. Quem me conhece sabe o porquê.
Escrito há 47 anos, o texto ainda serve...

27 de novembro de 2010

MUDANÇA DOS TEMPOS NO AR

“Os produtos deste menu são sujeitos a disponibilidade. É proibida a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, assim como o consumo de bebidas alcoólicas trazidas a bordo”.

Nada de novo no anúncio não fosse o local onde eu o encontrei. Num cardápio em voo da Gol, que agora é Gol-Varig. Aliás, estou num avião com a saudosa estampa da Varig, mas tudo dentro só lembra a Gol. Principalmente a barrinha de cereal, o refri ou suco, a dupla de rosquinhas num envelope.

Coisas modernas com jeito de coisas antigas. Já vai longe o tempo em que nos voos da Varig eram servidos verdadeiros almoços e jantares, em tavessinhas de porcelana, talheres de inox personalizados e à escolha do freguês, uísque, cerveja, vinho, vodca, campari... e até água! Tinto ou branco, senhor?Lencinhos umedecidos e perfumados para as mãos, balinha de chocolate com menta pra tirar o bafo de onça quando da chegada ao destino... huummm!

Nunca gostei da expressão antiga aeromoça e àquelas moças elegantes e de sorriso colgate, costumava chamar de garçonetes de avião. Afinal, tirando um quebra-galho aqui ou ali, na prática, elas não eram verdadeiras garçonetes que trabalhavam no ar? Depois que os passageiros passaram a ser tratados a pão e água, sua função havia mudado. Agora chamavam-nas comissárias de bordo. Pelo que estou vendo, mais que nunca elas voltaram a ser garçonetes de avião.

Foi um deus-nos-acuda quando anunciaram, depois do lanchinho, que serviriam lanches a la carte, de acordo com o gosto do freguês e a disponibilidade a bordo. Até cerveja e vinho, quem diria? As moças correram tanto neste corredor de avião que cheguei a imaginar que iriam ter um troço. E na hora do troco? Nossa!

Não gostei da observação (entre aspas lá no começo deste texto) no cardápio que, salvo engano, contraria o direito do consumidor. Ora, se eu paguei a passagem e estou sentado em minha poltrona, o que me impede de tomar minha Serra Limpa, já que não sou chegado a cerveja?

Próxima vez arriscarei minha garrafinha de inox, personalizada, já que mesmo levando uma Serra Limpa e uma Rainha a bordo, elas já têm dono certo e ansiosamente esperando para tê-las nas mãos. O medo também seria abrir aqui e com o bouquet enchendo todo o espaço aéreo não sobrasse nenhuma gota pra mim.

Minha vingança será maligna!

7 de novembro de 2010

POESIA TRANSBORDANTE

Há um poeta de quem acompanho a fértil produção há algum tempo. Creio que precisaria estar em livro urgentemente.
Vi há pouco uma publicação sua e desisti de escrever algo hoje, profundamente comovido com o que li! Seu Tonito, meu pai, recebeu meu carinho e minha lágrima incontida por intermédio de seus versos magníficos.
Sugiro que você vá a este endereço indicado abaixo e descubra por conta própria.
Um bom domingo!

http://diarioextrovertido.blogspot.com/2010/10/referenciais.html

5 de novembro de 2010

REINVENTAÇÃO

Fico me reinventando cotidianamente pra não morrer de tédio.
Componho a cada dia uma nova forma não sei de que.
Se os caminhos não existem, e daí? Faço sulcos na estrada com minha velha carroça...
E saio por aí soltando bufa pro cão, como dizia minha mãe.
Se posso ter todos os deuses comigo, por que ficar com um apenas?

4 de novembro de 2010

ATOS FALHOS

Poema de Sérgio de Castro Pinto. Diz muito em tão pouco!


sequer os ensaio.

mas os meus atos
falhos
encenam-se assim:

eles já no palco
e eu ainda
          no camarim.

3 de novembro de 2010

DIA DOS MORTOS

Em vez de pensar sobre o Dia dos Mortos, ontem eu preferi dar uma chance ao que existe de mais próximo da vida em plenitude.

Cedo alimentei as galinhas que fizeram enorme algazarra e vinham algumas mais afoitas, a comer em minha mão o milho que lhes disponibilizava generosamente. Encontrei um ninho com cinco ovos, mas especialmente ontem não quis retirá-los.

As plantas, duas delas principalmente - a pitangueira e a aceroleira -, me remetem diretamente à Dona Neide, que foi embora ano passado. Estão safrejando com alegria e exuberância.

Reguei todas as plantas com mais paciência do que o habitual, água em abundância, mas ao ponto de não abrejar-lhes a vida. Até o pau Brasil, que andava meio desistente da vida, deu sinais de recuperação e mostra três brotinhos saindo do seu tronco.

Leituras diversas, de jornal a psicologia, juventude e cultura, Clarice Lispector e viagens na rede mundial.

Muitas brincadeiras com Vinícius que terminaram por ensinar-lhe à noite a usar o computador pra gravar sua voz, no que ele diz ser uma composição de sua autoria. Além, é claro, da primeira parte do Hino do Fluminense que ele treina no assobio há umas três semanas.

Comida caseira, cafunés caseiros, uma garrafa de vinho branco degustada a longo do dia, a pequenos goles, violão por algumas vezes... eis uma vidinha simplesinha e muito mais do que pra lá de boa. No fim da noite, um filme curioso e instigante: A vida de Eli. Não sou dado a estas temáticas, mas fiquei curioso pra ver, pois gosto mais do cinema em si. Bom!

Abdiquei de visitar meus mortos pra me dedicar aos meus vivos mais próximos. Fiz uma escolha, pois é assim que o mundo é feito. Abracei a vida que me cercava por perto e pensei muito naqueles que já a deixaram.

Afinal, ficar alguns momentos consigo mesmo é algo tão diferente nos dias atuais... Assim, inverti a lógica e dediquei aos vivos o Dia dos Mortos. O carro não saiu da garagem. Ponto.

22 de outubro de 2010

MAIS UM ARCO-ÍRIS PRA COLEÇÃO


Devidamente capturado e registrado pelo camarada Danilo Moreira, (presidente do Conselho Nacional de Juventude e secretário-adjunto de juventude da Presidência da República...), na saída do trabalho, no Setor Policial Sul, em Brasília.

Segundo Ana Santos (Aninha, pra nós!), todo dia "somos presenteados com o pôr do sol mais bonito de Brasília".

Um fim de tarde com um arco-íris deste é, sem dúvidas, um momento muito especial. Salve!

16 de outubro de 2010

COMIENZO Y FINAL DE UNA VERDE MAÑANA

Pablo Milanés. Sem comentários...

Déjame despertarte con un beso
en la verde mañana que te espera
déjame celebrar la primavera
en el hermoso largo de tu cuerpo.

Déjame recorrer ese universo
que conozco sin limites y fronteras
déjame descansar sobre tu pecho
que calienta mi piel como una hoguera.

Déjame repasar tus accidentes
detenerme a palpar cada medida
humedecer tus ojos y tus fuentes
y penetrar al fondo de tu vida.

Déjame demostrar que diez noviembres
purifican el alma y el deseo
que al abrazarte aún mi cuerpo tiemble
y relajado en paz me duerma luego.

Déjame al despertar tener la dicha
de hablar y compartir nuestros anhelos
y en la mañana verde que termina
volver a repetirte que te quiero.


 

7 de outubro de 2010

DIA DO COMPOSITOR

Tudo começou por vota dos 12 anos de idade... como brincadeira e  forma escapista e ingênua de ocupar o juízo enquanto eu ia diariamente, sozinho, buscar leite no sítio Boaventura, de Mário Guedes, em Juazeirinho, para distribuir na cidade. Cantar ocupava o pensamento nos seis quilômetros entre a ida e a volta.

As versões de canções estrangeiras como Loving You, Ben, All by Myself e tantas outras ajudaram nos primeiros passos. Depois de um tempo as paródias colegiais e gozações juvenis foram moldando um jeito de fazer.

Depois de mais um tempo... o violão, os poeminhas, as letras confessionais, os pequenos dramas pessoais e um pouco de trabalho deram o tom para ir arriscando voos mais altos e criando letras e músicas próprias. Até que um dia, no Ceará, Lifanco e Eugênio Leandro começaram a 'dar corda' pra gravar um disco (CD). Peguei a corda e fui em frente.

Luizinho Calixto gravou "Sanfoninha pé-de-bode", "Passarinho sem Remédio" e "Tapinha dói"; Flávio Baião gravou "Menina Bonita"; Ton Oliveira gravou "Madeira de Lei"; Santanna, o Cantador, gravou "Florbela"; Lifanco gravou "Quando começo a Cantar"; Sandra Belê gravou "Do Céu ao Paraíso" e "Só de Escutar a tua Voz"; Capilé gravou "Xote do Novo Amor"...

Depois de vários jingles para candidatos amigos, trilha sonora da peça Charivari (de Lourdes Ramalho, encenada por Hipólito Lucena e Nivaldo Rodrigues),"Hino da Troça do Brito", composição recente para cinema... acho que agora posso dizer que sou compositor! Afinal, estou preparando CD e DVD com mais de 20 canções entre inéditas e antigas. Como é bom poder fazer isso! Salve o compositor popular, diria Chico! Evoé!

2 de outubro de 2010

MEU CORAÇÃO É TRICOLOR


"De vermelho vive o coração..." diz a música do Boi Garantido. Chico da Silva compôs.
"Meu coração é vermelho!" Ora, mas quanta obviedade, alguém pode pensar! O seu também é?
Infelizmente, em nossa pequenina Paraíba (não sei se em outras plagas) as cores agora têm dono. É preciso cuidado com as camisas que você compra. Isso não é de hoje. Mas não posso deixar de registrar minha indignação. Compro e pago as minhas roupas, ora!, com o que ganho honestamente do meu trabalho.
Meu coração é vermelho sim, mas não essa coisa banalizada, monocromática e meio emburrecida. A cada dia que passa me preocupo mais com o conteúdo que com a embalagem. Acho que estou ficando chato.
Como amanhã, domingo, é dia de eleição e quase todo mundo vai às ruas, resolvi que vou com meu Fluminense. "Sou tricolor de coração..."

O branco, o verde e o grená
São linda combinação,
Coisa bem mais que perfeita
Para um time campeão.

6 de setembro de 2010

OLHOS CANSADOS

Passeio os olhos sobre a página digital em branco e me descubro carente de oftalmologista. Prefiro uma cachaça em sua alegre companhia do que meia hora de avaliação sobre acuidades visuais e possíveis degenerações hereditárias e temporais. Apesar de saber-me premiado pela natureza no aspecto visão (fisicamente falando), ando desconfiado que a minha 'garantia estendida' há de esvair até o término deste trabalho. Apesar de não me afinar bem com a quase totalidade esses clipes da internet, queria postar a música com um som legal e esta foi a melhor alternativa.

4 de setembro de 2010

ECOANDO

Não há porquê que justifique a aridez do texto científico, quando se trata de "ciências humanas". Ou então que se retire o segundo nome da expressão. Vivo em guerra permanente ao mau humor e quem me conhece sabe, mas não tenho conseguido evitar em tempo recente o que me parece, agora, uma espécie de roubo de serotonina. [:-(] Isto pelo sentimento cotidiano de incompletude intelectual. Talvez por isso que as teses e os construtores de teses já viraram tema de tese. Pior: irracionalmente, experimento a sensação de relativa inépcia, culpa em parte deste superego com jeitão de general da ditadura, razão de alguns textos meio insossos e essa conduta recente meio blaséBom saber que essas pequenas (in)confidências encontram algum eco nessas paragens imensas, da Serra da Borborema à beira-mar de Tambaú... às montanhas das 'Geraes'. Não estamos sozinhos! Tá valendo saber que tem gente do outro lado, feita de carne, osso, arte e sentimento!
Ainda volto a ser rio caudaloso, barrento... É o tempo! O tempo, amigo/a!

31 de agosto de 2010

CONFESSIONÁRIO - TROCANDO PENAS

Ando trocando penas ultimamente. A coluna vertebral se queixa. O joelho esquerdo reclama. Os olhos lastimam e choram, mesmo sendo a tela de pouca luz. Encurujado, feito passarinho que virou brinquedo de menino, sonho com colo e colchão aquecido em vez de ter que botar a cara todas as horas num papel digital em branco e ter que debulhar ideias, desentortar reminiscências e olhar para manifestações juvenis com olhos de curioso, de estrangeiro, de alienígena. Ando feito água parada, mais para açude sem chuva nova que riacho em movimento, mais para remanso que mar revolto, praia deserta. Há dias que não me faço noite por inteiro e noites que se vão aos meus olhos como orvalho escorrendo por entre os dedos. Poeira no deserto, sol de dezembro no sertão paraibano, secura do ar em Brasília. Não ando fazendo falta a não ser a mim que não consigo saber ao certo onde estou, mesmo tendo a certeza de pra onde quero ir, onde quero chegar e com quem. A vida e seus labirintos, sem minotauros. Estou rodeado de uma multidão mesmo quando estou só. E não são fantasmas sorumbáticos em altas horas. Já passei desta fase. É dia claro! Luz! Luz! Por favor... fechem as cortinas!

13 de agosto de 2010

SEXTA-FEIRA

Foi proposital a omissão quanto ao número, a data de hoje, dizem que dá má sorte. Não falo az... (aquela palavra... você sabe!) porque o recomendável é não usar o nome, entende? Sei não, mas na dúvida é melhor não confiar muito. Se eu sair de roupa branca dizem que que é melhor, que evita atrair energias negativas e protege, por exemplo, de urucubacas, macumbas, catimbós, quizilas más e essas coisas do gênero. Pena que não crio coelhos em vez de galinhas, pois um deles poderia ficar perneta hoje. Uma  atroz inquietação filosófica me assalta: Será que quando empalham o pé-de-coelho para botar em chaveiros estão sendo honestos e botando mesmo "o pé" ou "a mão"? E será que faz o mesmo efeito sendo um ou o outro? Já em relação a ferradura, aqui em Campina Grande, no meio do Serra da Borborema, os cavalos, burros, jericos, jegues e assemelhados não têm esse hábito saudável, pois trotam em seu potoqueado de cascos desprotegidos por sobre o asfalto. Talvez seja exatamente essa a razão de sua pouca sorte. E da minha, quem sabe. Quase todos os dias um deles caga em minha porta. Não entendo como é que um vegetariano típico consegue produzir material reciclado tão mal cheiroso. Por tabela, perfumam minha casa e o universo ao seu redor. Mas sou um cara de sorte: quando não é um burro, uma égua, vem um cachorro desses que andam pelas calçadas puxados por um sujeitão marombado (era assim que chamávamos lá em Juazeirinho nos tempos de antigamente) e elege exatamente a minha calçada. Todavia, tenho mais sorte ainda quando ele não deixa seus rastros fecais exatamente no lugar por onde passam as rodas do carro na saída da garagem. Pobre cão e seu dono finamente educado. Voltando ao tema, acho que sou um cara de sorte, por isso não preciso seguir esses roteiros esotéricos todos para que o dia de hoje não seja nada mais que mais um dia tão normal quanto os demais. Afinal, há um mês eu estava num cruzamento, inocentemente parado, esperando aliviar o movimento dos carros para atravessar na minha vez, uma motorista fez uma lambança, um outro tentou desviar dela, fez uma frenagem radical e lá vem o seu carro pra cima de mim.... CRASH! Fosse uma sexta-feira que nem a de hoje... Quer dizer, ainda não fui à calçada olhar como estão as coisas. Desde cedinho que estudo e escrevo e respondo mensagens eletrônicas e faço alongamentos e bebo água e agora, creio, que minha fome já provoca certos devaneios que me obrigam a correr pra cozinha em busca de algo pra mitigá-la. Fosse sexta-feira 'raposa' até que eu escreveria lá em cima no título, mas com esse número, aqui em Campina, acho melhor eu parar de falar nesse assunto. Bom final de semana, pois tudo de bom ainda pode lhe acontecer. Acredite! Se não ajudar, atrapalhar é que não vai.

11 de agosto de 2010

ESCOVANDO SENTIMENTOS

Ando escovando sentimentos a contrapelo. Cicatrizes haverão de deixar suas protuberâncias, ou mesmo reentrâncias de quando profundo for o corte. Ando arrepiando o sangue vez por outra porque certa neblina ou cerração se atravessa no caminho, mesmo quando refaço outra estrada, sendo esta mais longa. Ando querendo descobrir o que tem por baixo dessa epiderme e, confesso, até já senti os músculos pulsando como se dissecados fossem, pois é disso que sou feito, por enquanto. Por enquanto... Depois virão as cinzas. Mas isto 'inda demora. Sei lá!

8 de agosto de 2010

O ARQUEIRO, O ARCO, A FLECHA E A VIDA

Meu dia dos pais começou cedo. Zero hora de hoje estava com Taiguara, minha primeira razão de ser pai, comemorando e bebemorando no Bar do Brito. Aliás, o grande dia de lançamento do livro de "Histórias vividas e contadas no Bar do Brito", do qual tive a honra de participar.

Na minha adolescência li de tudo. De bolsilivros de faroeste, CIA, FBI e tantos outros de 128 páginas a clássicos da literatura brasileira e do mundo afora, em prosa e poesia. Li também Neimar de Barros, João Mohana, Kalil Gibran, e já na segunda parte pro final da adolescência, Krishnamurti, Herman Hesse, Rajneesh e tantos outros nesta linha, nas minhas buscas de entender certas coisas da subjetividade humana, ao menos da minha.

De Gibran há um passagem n'O Profeta que considero muito interessante e deixo aqui hoje como registro de minhas breves mas intensas "viagens espirituais".


"Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável."

9 de julho de 2010

NECROLÓGIO

Mesmo longe e com encontros sazonais, sempre deixei clara a minha admiração pelo amante da boemia. A última de nossas grandes serestas foi em maio de 2008, nos setenta anos de Dona Neide, com Pedro Mago, Alisson, Givanildo, Almir e Abidoral. A enfermeira fura a ponta do seu dedo de duas em duas horas. Precisa de uma gota de sangue pro teste de glicemia. Depois de uma semana não há dedo que aguente. Afinal são apenas dez. Às oito da noite o eterno boêmio, um dos últimos seresteiros da velha guarda, reclama pra sua amada: "desse jeito não vou conseguir tocar meu violão nem tão cedo". Às cinco da manhã um infarto muda o rumo das coisas e silencia seu pinho e sua bela voz. Fui a Timbaúba (terra de minha mãe) vê-lo e me despedir. Não teve abraço, nem sorrisos, nem seu vozeirão solto no ar. Apenas uma face hirta, quase de cera e a dor da última despedida. Setenta e dois anos de vida e uns cinquenta de poucos de sereno, seresta e paixão pela música e pela vida... ah, e pela cerveja! Uma bela história. Um sorriso solto, largo, farto, que se apaga pra vida real e se eterniza na nossa memória. Evoé, Firmino!

18 de junho de 2010

O POETA E A PALAVRA

O poeta e a palavra são farinha do mesmo saco.
A palavra está para o poeta,
assim como a chuva está para o arco-íris.


A palavra na cabeça do poeta,
A palavra na caneta do poeta,
A palavra tinta no pincel do poeta,
A palavra vida no coração do poeta,
A palavra punhal, palavra-dor,
palavra comida, palavra vinho no bucho do poeta.


A palavra nomeia.
O poeta passeia com a palavra.
O poeta namora a palavra.
O poeta come a palavra,
transa com ela, goza e... morre.


Morre o poeta com a palavra.
O poeta da palavra não morre.
A palavra do poeta não morre.
O poeta não morre,
... vira pura palavra!

15 de junho de 2010

ARCO-ÍRIS COLOSSAL

O Colosso já foi palco de memoráveis confraternizações. Algumas de aniversário de Agenor, seu feliz proprietário. Agenor, pra quem não sabe, é irmão de Nego Toca, de Averaldo e Aurora.

Família de excelentes músicos, herdaram de Seu Bola 7 (até hoje não sei o nome do seu pai. Mas isso não vem ao caso, pois até mesmo ele chama o pai assim) o gosto pelo refinamento musical e o espírito brincalhão e gozador. Agenor, no caso, me parece que pegou a maior fatia da herança. Herdou ainda a verve empresarial no ramo de planos pós-vida.

Pois não é que o sujeito tomou gosto pelo negócio? E, se nos tempos de antigamente lá em Juazeirinho, o carpinteiro fúnebre só construía o ataúde após o sujeito ser passado e diplomado para morar na cidade de pés-juntos, hoje tudo está muito mudado: tem catálogo, tem sala bonita com os "envelopes de madeira" dispostos pro sujeito escolher com que roupa quer ir pra sua morada infinita.

Mas a postagem nem era pra falar deste assunto. É que Agenor, o velho Agenor de Guerra, que traz como única sequela de um AVC o fato de ter ficado mais "carregado" que antes e, além de estar preparando interessante livro sobre a história e personagens da pequenina Juazeirinho, resolveu entrar pro time de caçadores de arco-íris. Capturou este aqui na porta de sua casa, no Sítio Colosso, ex-vizinho do velho Cazuza, pai de Zé do Tango e Adauto "Rampa".

O impressionante na foto é que o arco-íris parece sair do poste, como se uma enorme onda de energia o projetasse pelo céu. Deixo-o pra vocês.

7 de junho de 2010

SÓCRATES NO SHOPPING CENTER


O amigo Eli Brandão me enviou e, mesmo não publicando na íntegra, selecionei em seu final algo que gostaria de ter escrito. Essa é boa inveja...
O texto é de Frei Betto.
" (...) Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um Shopping Center. É curioso: a maioria dos Shoppings Centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles, não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de "missa de domingo". E ali dentro se sente uma sensação paradisíaca: não há mendigos, não há crianças de rua, não se vê sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno: aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se vários nichos: capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Mas, aquele que só pode comprar passando cheque pré-datado, ou a crédito, ou, ainda, entrando no "cheque especial", se sente no purgatório.
E pior: aquele que não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald... Por tudo isto, costumo dizer aos balconistas que me cercam à porta das lojas, que estou, apenas, fazendo um "passeio socrático". E, diante de seus olhares espantados, explico: "Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:
- Estou, apenas, observando quantas coisas existem e das quais não preciso 
para ser feliz!"

27 de maio de 2010

O BRILHO DO SOL COMO UM PRESENTE


Uma canção que marcou o final de minha adolescência, lá pelos idos de 81, me veio à memória hoje, por ser uma data especial.
Segue em minha tradução tosca, com o auxílio luxuoso do google, Sunshine on my shoulders, do John Denver.

"O brilho do sol sobre meus ombros me faz feliz
O brilho do sol nos meus olhos pode me fazer chorar
O brilho do sol na água parece tão adorável
O brilho do sol quase sempre me deixa melhor.

Se eu tivesse um dia que eu pudesse lhe dar
Eu lhe daria um dia exatamente como hoje
Se tivesse uma canção que eu pudesse cantar para você
Eu cantaria uma canção para fazer você se sentir melhor.

Se eu tivesse um conto que eu poderia dizer-lhe
Eu diria um conto com a certeza de fazer você sorrir
Se eu tivesse um desejo que eu pudesse pedir para você
Eu desejaria a luz do sol durante todo o tempo
."

24 de maio de 2010

AMOR, PRUDÊNCIA E FORTALEZA

"Há quem busque o saber para edificar, e isto é amor.
E há quem busque o saber para se edificar, e isto é prudência".
Bernardo de Claraval


Quem dera juntar os dois...
Quem dera encontrar sempre a mansidão,
Quem dera a paciência imensa,
Quem dera a humildade necessária,
Quem dera a sabedoria mínima,
Quem dera a fortaleza que a vida exige,
Quem dera a fragilidade dos mais singelos,
Quem dera a balança ao meio,
Entre a temeridade e a temperança,
Mesmo que em certos dias seja um só lado.


Pra continuar chorando vez em quando,
Ante a desgraceira do mundo e, por que não (?)
Perante minhas belas flores de Mandacaru.


Quem dera a sensibilidade e o riso frouxo,
Ante a vida pulsante e voraz,
Que pede pra ser vivida em plenitude,
Sorvida, minuto a minuto, segundo a segundo...
Como suaves e pequenos goles de uma boa cachaça.

23 de maio de 2010

CECÍLIA MEIRELES

De que são feitos os dias?
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.

Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.

De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias
- do medo que encadeia
todas essas mudanças.

Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças...

14 de maio de 2010

NÃO SOU EU, MAS ESTOU LÁ

Por estes dias que se aproximam do São João as emissoras de rádio resolvem tocar mais o forró que não precisa de adjetivo, de complemento. Apenas isso: forró!

Quando vocês ouvirem pelas ondas do rádio (é o novo!) uma canção nova do Capilé, um xote falando de amor, de separação e de amor novo, mesmo eu não cantando, serei eu que estarei por lá também de alguma forma, pois a canção é de minha autoria.



SE VOCÊ PENSA QUE EU VOU FICAR
MARCANDO PASSO PELA VIDA, AMOR,
TÁ ENGANADA, A VIDA
AGORA É COMO EU SEMPRE QUIS.

SE VOCÊ PENSA QUE EU VOU FICAR
CHORANDO O LEITE DERRAMADO, AMOR
ERROU DE NOVO, AMOR,
AGORA EU CANTO E SOU FELIZ

QUEM VACILOU FUI EU
QUE ACREDITEI EM SEU CARINHO
FUI ENGANADO, SEI,
MAS RESOLVI FICAR SOZINHO.

O MUNDO É GRANDE E DEUS
ESCREVE CERTO EM LINHA TORTA
QUEM SABE ANDANDO POR AÍ
A QUALQUER HORA VEM BATER
UM AMOR NOVO EM MINHA PORTA.

Por falar em forró, no dia 03 de junho estaremos um grupo de 11 artistas campinenses realizando um show de lançamento do Projeto Autoral, mas de forró apenas Capilé e eu. A produção é de Abdon Napy e Alquimides Daera. O evento acontecerá à noite, na praça sob o viaduto Elpídio de Almeida.

Capilé, Fidélia Cassandra, Pepysho Neto, Mano Marquez, Júnior Meneses, Gabriel Caminha, Tina Dias, Júnior Cordeiro, Roberto Araújo, Alquimides Daera e eu. O projeto gráfico é de Shaolin. Vai ser muito legal, pois é a primeira vez que se junta tanta gente em Campina pra gravar um trabalho valorizando os compositores. Todas as canções são de autoria dos intérpretes.

O convite está feito.

11 de maio de 2010

COMPONDO PRA NÃO DECOMPOR

Certa feita, uma jovem jornalista chegou pr'uma entrevista com Dorival Caymmi, já passado  dos 80, e entre tantas perguntas soltou esta:

- Seu Dorival, o que o senhor está compondo agora?
Ele respondeu, na bucha:
- Minha filha! A esta altura da vida eu estou mesmo é decompondo!

É meio trágico, mas é poético! Por que não?

Lembrei desta passagem por conta de uma anotação que fiz noutro dia numa das páginas finais de minha agenda, mania antiga. Não sei se por acaso...

"Um dia desses desaparecerei. E essa é uma das razões por que vivo aparecendo por aí, aqui e alhures.

Às vezes desafio a física e, dentro de mim, quase sempre, estou pelo menos em dois lugares ao mesmo tempo. Ao menos quero.

Sou uma espécie de malassombro de mim."