29 de março de 2014

Jovens formandos da UEPB.

Minhas senhoras!
Meus senhores!

Se algo pode ser dito sobe a vida e estabelecermos apenas uma verdade absoluta sobre ela é que está sempre em movimento.

Tal movimento não é linear nem incessante, porém, é certo que acontece também de modo a permitir que tudo tenha suas fases, seus ciclos. Altos e baixos.

Assim como no planeta e na natureza temos verões e invernos, outonos e primaveras, na vida temos as mais variadas formas de manifestação das estações.

Humanos que somos, experimentamos momentos os mais diversos e mesmo díspares quando se trata do longo caminho da aventura humana entre o nascer e o morrer.

Vivemos momentos bons e momentos ruins. Outros nem tanto nem tão pouco.
Precisamos aprender sempre a reconhecer sua existência, suas formas de apresentação e aprendermos, portanto, a conviver com eles.

Se nos momentos de incerteza nos sentimos fragilizados, inseguros, duvidosos de que as coisas boas ainda acontecerão, de que somos vítimas infelizes do acaso ou da própria vida, certamente o aprendizado e a experiência nos darão mais adiante a clareza de que tudo passa, tudo muda, tudo se transforma, tudo se desmancha, renasce e volta de outra maneira para nos ensinar a viver a vida e sintonizar com o seu movimento.

Precisamos, isto sim, humildemente aprender duas lições fundamentais: em primeiro lugar aprender a não sermos derrotistas nos momentos de baixa, de negatividade de um ciclo; em segundo lugar aprender a não sermos auto-suficientes ou arrogantes nos momentos de alta, de positividade de um ciclo.

É nos momentos de alta que precisamos nos prevenir, guardar nossas reservas energéticas e morais para enfrentarmos os momentos de crise.

É nos momentos de baixa que devemos olhar para o horizonte, elegermos prioridades, operarmos com os elementos da coesão e da consciência e trabalharmos com mais afinco para que novo ciclo de bonança possa dali ser fecundado e elevar a todos a novo patamar... e assim por diante.

Saber lidar com ambos é essencial para o equilíbrio e a estabilidade de nossas vidas e, por extensão, de nossas famílias, dos grupos onde atuamos, das instituições que edificamos.

Aprenderemos então que nenhuma felicidade é eterna nem qualquer tempestade durará para sempre. Eu, por exemplo, se é que não fica piegas ou até mesmo arrogante se auto-exemplificar, venho me tornando mestre em aperreio, PHD em desatar nós e pós-doutor em sofrimento. E isto é só o começo! E ainda consigo sorrir em quase todos os momentos ou ao menos depois de passada cada tormenta.

Estamos aqui hoje diante de um enorme contingente de jovens que celebram o fechamento de um ciclo. No caso, talvez o mais importante e mais destacado de suas vidas até este momento.

Meus caros formandos e formandas.

Peço-lhes um minuto de sua atenção e sugiro que façam um pequeno exercício: caso estejam ao lado do pai ou da mãe olhem para ele, para ela. Toquem o seu braço, a sua mão...observem a sua expressão de regozijo, de orgulho, de silenciosa felicidade.

Se sua mãe ou seu pai não estiverem por perto ou nem mesmo mais em nosso meio, por favor, façam um esforço para imaginar o brilho do seu olhar, a expressão de orgulho e contentamento por você estar aqui hoje, neste exato momento, dizendo: agora eu sou graduado! Agora eu sou formado pela UEPB! Ou como diziam os antigos, enchendo o peito: "MEU FILHO AGORA É DOUTOR! MINHA FILHA AGORA É DOUTORA!"

Carreguem este momento em suas memórias! Não esqueçam de que muito mais que uma realização pessoal, este momento é uma realização daqueles que cuidaram de vocês cada segundo para que estivéssemos aqui hoje. Mães e pais.

Como vocês disseram no juramento que acabaram de fazer, honrem o nome a instituição que vos formou. Honrem o nome, a história e a memória dos seus país e mães.

E se eu perguntasse três coisas? Pra chegar até aqui...
PRIMEIRO: foi fácil? Certamente vocês responderão com um sonoro NÃO,
SEGUNDO: foi ruim? Seguramente vocês responderão com um sonoro NÃO,
TERCEIRO: VALEU A PENA? A resposta é com vocês!

E sobre os obstáculos que aparecerem no caminho, não se esqueçam, olhem pra eles frente a frente, nos olhos, cara-a-cara e com inteligência, paciência, persistência, enfrentem a todos. Superem todas as barreiras!

Lutem por seus sonhos e nunca desistam deles! A prova de que dá certo está aqui, nas mãos de vocês, no coração de vocês, na vida de vocês. E nós todos somos testemunhas disso.

Agradeço e parabenizo a todos vocês em nome do corpo docente e técnico-administrativo da UEPB por terem acreditado nesta instituição que completou 48 anos ainda nesta semana que se encerra.

A partir de agora vocês não estarão mais na UEPB, mas ela seguirá com vocês até o fim de vossos dias. Vocês levarão a UEPB aonde forem e a levarão em lugar seguro, nas mentes e nos corações de todos e de cada um.

Será assim por todos os dias bons e difíceis que tiverem de enfrentar. Levem a memória deste tempo que atravessaram com tão rica experiência. Levem na memória as lutas que travaram, os conflitos que viveram, as festas que fizeram, as noites que perderam...e se perderam foi pra ganhar o que agora estão recebendo.

Foi uma boa troca! Foi por uma boa causa! Nenhuma noite foi perdida! Nem as dos incansáveis estudos, ou das orações nem as da festas. Todas compuseram a obra inconclusa que segue a partir daqui por novos e ainda desconhecidos caminhos.

Desejo muitos êxitos pela vida que segue e que vocês nunca se afastem do caminho do bem, da justiça, da ética, da solidariedade, da fraternidade, do bom senso, do caminho dos justos. Mesmo diante das mais difíceis tempestades.

TENHAM MUITO ZELO. PRESTEM MUITA
ATENÇÃO COM O QUE FARÃO COM A VIDA DE VOCÊS DAQUI EM DIANTE. Com o legado que receberam desta bela e comovente história.

Tenham uma boa noite e um bom retorno para o coração e o aconchego dos seus lares.
Muito obrigado.

Prof. Rangel Junior
Via iPad