16 de dezembro de 2008

UMA ESTACA, UMA FORQUILHA E UMA RODA

Se você imaginar estes três símbolos representados no papel verá claramente três letras que comporão o nome IVO. Foi dessa forma que, inteligentemente, Antonio Ivo fez sua primeira campanha para deputado estadual na Paraíba, ensinando analfabetos, ou semi, a votar. Mais precisamene entre o Vale do Sabugi e o cariri paraibano. Sou dsse tempo, em que ainda se votava escrevendo o nome ou o número do candidato no papel. Era ainda adolescente quando via os comícios aquele médico simpático e bem apessoado (porque naquela época, um homem que se prezasse não deveria dizer que outro homem era bonitão, mas bem-apessoado, no máximo), que causava certo frisson no mulherio, que tinha um discurso envolvente e um jeito muito bacana de se relacionar com as pessoas. Lembro de Antonio Ivo em Juazeirinho, numa cozinha qualquer tomando café, recostado num balcão e batendo um papo alegre com algumas 'comadres'. Não sei se a cozinha era da casa de Chico de Arlindo, se era de Aluízio, se era na casa de minha mãe... mas lembro desse detalhe. Era médico no hospital municipal e foi o mais votado na cidade numa eleição de não sei que ano. Tudo bem que foi com o apoio dos 'marinheiros', mas foi talvez o candidato 'mais leve' que eles apresentaram à cidade em todos os tempos. Tive contato pessoal com ele uma meia duzia de vezes depois disso. Creio que uma vez em sua casa em Santa Luzia, com Marlene, pra defender pleitos da UEPB; uma vez em sua casa em João Pessoa, se não me falha a memória, em Manaíra; umas vezes na Assembléia Legislativa; uma ou outra vez em algum evento. O mesmo sujeito, mais velho e de fala mais mansa, mas o mesmo sujeito: simpático sempre, de um papo alegre e um sorriso sempre pronto, uma 'tirada' espirituosa, um cigarro aceso... quase sempre. Pois então! Antonio Ivo encerra sua carreira política junto com sua vida, numa tarde ensolarada da capital da Paraíba, numa sala de um gabinete qualquer, abruptamente... como a maioria dos suiidas, aparentemente sem explicações plausíveis. É sempre assim! Pelo que sei e conheci, era um bom homem! Uma lástima! Pra mim, continua viva a imagem do candidato de um tempo em que o marketing eleitoral ainda era decidido (e decidia eleições) de outra forma. Era uma político de outro tempo. Velhos tempos! Viva, IVO! Uma 'estaca', uma 'forquilha' e uma 'roda'.

2 comentários:

Kátia Câmara disse...

É mesmo lamentável a morte de Antônio Ivo, eu o achava o máximo...
"Biscoitão" como era conhecido pelo eleitorado feminino estava sempre tão disponível a ouvir e atender sobre a saúde, lembro de vê-lo honrar o juramento médico. Era um grande homem !!!

RANGEL JUNIOR disse...

Pois é, Kátia! Independente de questões ideológicas é preciso sempre reconhecer os grandes homens e eu, cá comigo e meus botões, engrosso o côro: Antonio Ivo era um grande sujeito.
O mundo fica mais pobre sem ele!
Abraço grande.