7 de novembro de 2008

PORQUE AMANHÃ É SÁBADO...

... e de sexta-feira a alegria é feita e de sol e lua (e luta) a vida é eleita por mais que se saiba - a morte espreita cada vez que, juntos, comemos o pão (mesmo que seja o "que o diabo amassou"). a vida sempre vale a pena. UM POEMA DE CARLOS NEJAR que conheci ainda nos tempos do 'círculo do livro' em Juazeirinho e ainda guardo um seu livrinho capa dura com poemas escolhidos. Cantata em rodas plumas O amor armou a clava da tarde e seu alarme. Quer, albatroz, levar-me onde alcançam suas asas. Vem, ditoso, acordar-me. Quer nos levar nas rodas das plumas e avalanches. Nós chegaremos antes com jubilosas almas, que se absorvem, alvas e salvas, nos redutos. De céu a céu, conceitos são cinzas e ferrugem. E os que se amam, pungem de amar, e mais amando em gozo, em gozo, em bombo ou nos vestígios, nuvens; nos elos desta lava. Em mais amor solvemos o que se faz pequeno. E humano: abismo, abismo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Carissimo Rangel !

Uma poesia, para alegrar os nossos corações, aliviar nossas tensões, mortificar nossas apreensões, sonhar com nossas ilusões!

Porque, HOJE É SÁBADO !



Penso, às vezes, nos sonhos, nos amores,
Que inflamei à distância pelo espaço;
Penso nas ilusões do meu regaço
Levada pelo vento de alheias dores...

Penso na multidão dos sofredores,
Que uma bênção tiveram do meu braço:
Talvez algum repouso ao seu cansaço,
Talvez ao seu deserto algumas flores...

Penso nas amizades sem raízes,
Nos afetos anônimos, dispersos,
Que tenho sob os céus de outros países...

Penso neste milagre dos meus versos:
Um pouco de modéstia aos mais felizes,
Um pouco de bondade aos mais perversos... ¨

(Olavo Bilac).


UM ABRAÇO,


Débhora Melo.

Anônimo disse...

Maravilha, Débhora!
Olavo Bilac está entre meus primeiros professores, junto com Raimundo Correia, Castro Alves, Álvares de Azevedo - que existia disponível na biblioteca municipal de Juazeirinho - e José de Fontes Rangel (meu avô). Nasci paranasiano e creio que, mesmo não buscando tano a perfeição do verso rimado ainda hoje, vez por outra me pego sonetando naquela linha.
Um abraço fraterno e obrigado pela visita... e pelo soneto.