Nem tão antigamente assim ouvia o povo dizer em Juazeirinho que o sujeito com espirradeira e 'corrimento nasal' estava com 'difruço'. Na verdade, a expressão já seria uma corruptela de defluxo, até que muito próxima do original. O nome mais popular mesmo sempre foi a velha e famosa gripe. Mas nesse tempo, gripe era gripe e pronto. Uma espécie de versão mais leve, passageira era (e ainda é) o resfriado – aquela coriza, com um pouco de dor de cabeça às vezes, que passa em dois ou três dias com chá de alho e limão, com reza, com qualquer um destes comprimidos que a gente vê na propaganda. Depois eu descobri que gripe e resfriado são duas coisas distintas.
Depois surgiram vários tipos de gripe, até que há algum tempo nos ameaçou assustadoramente uma tal gripe asiática, a 'gripe do frango'... Pois bem! O pobre matuto vendo aquilo na televisão devia ficar encucado. “Mas como é que a gente vai pegar gôgo?” Isso, mesmo porque gripe de frango sempre foi gôgo e era tratada com limão espremido na água e tinha um tipo mais complicado, que enchia a cabeça dos galináceos de caroços e era tratado com óleo queimado de motor de carro. Imagine uma epidemia e um troço desses como remédio popular. E haja propaganda recomendando: troque o óleo do motor do seu carro e ganhe bônus no IPTU, desconto no caviar, no Imposto de Renda... o desmantelo estaria por conta.
Parece piada, mas não é! Fico com medo do que cheira (mal) a piada de mau gosto vendo que a gente escapou da gripe do frango e agora vem por aí uma tal 'gripe do porco'. Fico imaginando se o primeiro a pegar esse vírus o fez num momento de muita proximidade com um pobre porquinho dodói. As TVs e jornais do mundo inteiro mostraram à exaustão durante a última semana as imagens das pessoas nos EUA, no México e em alguns lugares do velho mundo, do povo andando na rua com máscaras de proteção assustadas com a tal gripe suína.
Não duvido que a dita cuja chegue por aqui e aí é que a 'porca torce o rabo'. Imagine se a gente escapa dessa e lá vem de novo o 'mal da vaca louca', doença da 'pomba tonta' (ou seria pomba-lesa?), tosse do cachorro, coceira do gato...
Salve-se quem puder! Como diria Jessier Quirino, “vou-me embora pro passado! Lá tem muito mais futuro!”
Crédito: a imagem é do www. globo.com
3 comentários:
Meu poeta tem razão
A sustança aqui ta pouca
Aparece vaca louca,
Gogo matando cristão.
Nunca se viu no sertão
Um porco atacar de fuça.
A situação ta russa
Todo bicho em pé de guerra
Vou-me embora dessa terra
Antes que “a vaca tussa”.
O testo ficou porreta e eu não poderia deixar passar despercebido. Valeu, velho poeta!
Abraços.
Amigo Alfrânio! Deixe de provocação, pois eu não sou um poeta assim desse 'quilate'.
Mas lá vai uma resposta!
Se a tal gripe suína
Chegar no Rio de Janeiro
Aviso pro mundo inteiro
Não será minha ruína
Dou um nó na minha sina
Vou ver o meu pé-de-serra
Pois cabrito bom não berra
E eu que não sou laúça
Antes que a vaca tussa
Vou-me embora dessa terra.
Valeu, velho poeta, sabia que não ia deixar barato. É assim mesmo!
Abraço.
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