20 de março de 2009

A VOLTA DO CAÇADOR DE ARCO-ÍRIS

Houve tempo em que caçava nambus, rolinhas, juritis, preás e qualquer bicho indefeso que surgisse à minha frente. Bom de tiro, ainda assim, desisti de estampidos e cheiros de pólvora. Agora inventei de caçar arco-íris e tenho me dado melhor na função. Gente é cheia de invenções, assim que nem menino besta de interior que pega osso de coxa de galinha e diz que é vaca, pega sabugo de milho e diz que é cavalo, pega castanha e diz que é bode... nem sabe o que é brinquedo da estrela, lego ou soldadinhos de plástico, imagine de chumbo... Tenho vagado à caça de arco-íris e nunca os encontro. Espreito chuvas que não vêm, trovões que não assustam, relâmpagos que nem alumiam nada. Venho buscando formas de desinventar manias antigas e me refazer no caminho, ainda caçador. Dei de colecionar cantares de pássaros, sempre soltos, pelos fios de eletricidade ou mesmo em raras árvores que teimam nas cidades. Até fiz uma canção prum Bem-te-vi que teimava em tagarelar em minha janela e nem me arrependo de estar de coração mais mole. Tenho saudades mais dos beijos que nunca dei do que de outros que teimam em criar um vinco em minhas reminiscências, coisas de carnaval, água disputando e recriando sabores. Um dia 'inda viro caçador de botijas. Um dia 'inda me viro do avesso e verei se na verdade 'inda sou o mesmo menino. Mas parei de mentir! Agora só invento coisas e espero que as pessoas acreditem. É engraçada a vida de quem fica imaginando demais da conta. Vôti! P.S. Esse arco-íris eu cacei em frente à casa de minha mãe no dia em que vim embora e vi seus olhinhos marejados, como se eu fosse pra tão longe... Mas será que existe esse lugar, Dona Neide?

8 comentários:

Anônimo disse...

Eita Rangel,

Sou assim como diz essa tua frase : “Tenho saudades mais dos beijos que nunca dei do que de outros que teimam em criar um vinco em minhas reminiscências..." (que frase linda!).

Sinto saudades de muita coisa, de tempos vividos, de brincadeiras reais e imaginárias, de coisas que sonhei, que construí na minha imaginação e que não foi além disso.
Mas sinto mais ainda do que ainda não vivi,e que anseio em viver!
Por isso, por esse desejo, que arregaço a manga e coloco-me a postos para a “caça do arco-íris” que me aguarda em algum horizonte ainda ser conhecido e explorado, se existe esse lugar ou nao, resta-me descobrir.
Viajei, visse? rsrs.


Fantástico e maravilhoso texto, parabéns !


Um abraço e ótimo fim de semana.

Débhora Melo.

Anônimo disse...

A PROCURA DE UM TRABALHO SOBRE O ARCO- ÍRIS , ME ENCONTRO NESSE BLOG.
CURTI DEMAIS, E LI OUTRAS COISAS.
GOSTEI BASTANTE DE VCS, TANTO DO AUTOR COMO DE COMETÁRIOS.
VIREI DE NOVO POR AQUI.

QUE VCS CONTINUEM CAÇANDO O ARCO-IRIS, LÁ SE ENCONTRA AS CORES DA VIDA.

ABRAÇOS .

Anônimo disse...

QUE CABA BOM , SÓ ESSE MEU AMIGO.
SO TU PRA SER CAÇADOR DE ARCO-IRIS.
E COMO AS AMIGAS AÍ... VAMOS A CAÇA DELE.
SIM, MAS ONDE TU TÁ MERMO? KKKKK

ABARÇO FORTE IRMÃO.


JR.

ALFRAPOEMAS disse...

Cada doido com a sua mania...
Eu sei muito bem o que ta te inspirando... O cão me leve com tripa e tudo, se não for a saudade da "brejeira" com um caldinho de alguma coisa lá no Bar do Brito ou lá no "picado" da Feira Central - lá, vizinho a feira de peixes.
O cabra encheu a boca d'água agora - duvido que não! Êta cabra de peia!

Deus me lvre de caçar arco-iris! Eu tenho uns quatro amarrados aqui que tão dando um trabaio danado. Todo mundo quer uma cria!
Se tu quiser eu te empresto alguns deles, mas tu vai vê uma coisa: ninguém quer ter a doidice de sair caçando os bichim, mas quando a gente caça é o mundo todim querendo ispiá!
Acho que vô te mandá pru esse troço chamado imei. Tumara que eles chegue bem inxutim aí!

Como um matuto, eu diria:
VOU CAÇAR ARCO-CELESTE
NO FUNDO DO MEU QUINTAL.

Como mais matuto ainda, eu digo:
SOU CAÇADOR DE ARCO-ÍRIS,
CACE O QUE VOCÊ QUISER!

Eu heim!

Abraços pra o velho amigo cantador.
Alfrânio - tomando uma brejeirinha mais Zé Laurentino.

RANGEL JUNIOR disse...

Débhora, Kátia, Alfrânio, Jr...
Bom tê-los por perto inter-agindo.
No meu quase exílio em terras fluminenses tenho encontrado amigos-irmãos, tanto por aqui como nessa verdadeira galáxia que é a 'rede'.
Vida que segue! Como diz um visionário amigo meu lá das bandas das areias, temos 'moinhos a vencer'.
Abraços fraternos.

Estações da Vida disse...

Olá!! Gostei dessa conversa de caçar arco-íris. "Tenho saudades mais dos beijos que nunca dei do que de outros que teimam em criar um vinco em minhas reminiscências, coisas de carnaval, água disputando e recriando sabores".Creio que ninguém tem saudade do que não fez, talvez tenha vontade de fazê-lo, ou arrependimento por não tê-lo feito...Enfim, cada um com sua cabeça, não é? Abraço amigo.

Sylvia Narriman Barroso
www.passagensemarcas.blogspot.com
www.sylvianarriman.blogspot.com

RANGEL JUNIOR disse...

Pois então, Sylvia!
"Saudade" está para a poesia, é do seu terreno, enquanto "idoso", como diria Rubem Alves, é da Sociologia, do politicamente correto.
"Velho" é da poesia, talvez como "arrependimento" seja da filosofia, ou da psicologia(?).
Cada 'maluco' com sua viagem, como bem o disse.
Valeu pela interlocução..
Visitei seu blog e conheci um pouco\de suas 'viagens' e também de suas dores. Parabéns!
C'est la vie, amiga!

Anônimo disse...

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