30 de abril de 2009

QUERIDO DIÁRIO...

rsrsrsrsrss ... o título é uma brincadeira. Fico devendo uma postagem sobre uns assuntos bacanas pra amanhã, feriado. Já hoje... Dia de estudo e solução de problemas técnicos pra fazer certos exames médicos que prcisam de autorização no intercâmbio do plano de saúde. Aproveito pra conhecer um pouco mais do centro do Rio. Metrô e "expresso canelinha", ja que por baixo do chão nem tatu o sujeito acha por aqui. Ando muito a pé, apesar da caminhada matinal. Boa parte do Rio antigo, edificações que em tudo lembram o Recife Antigo e uma doce lembrança de minha visita a Havana Velha, onde tudo se parece com estes lugares. Menos o agito comercial e mais preservação arquitetônica com ocupação humana mais natural e cotidiana. Boa caminhada e barca pra Niterói onde, na UFF, assisto a uma defesa de tese de doutorado, parte da rotina de estudante em tempo integral. Quase 21h, já em 'casa' e, como não sou de ferro, um banho e, mesmo frustrado com a visita cancelada do meu irmão Gilberto, vou ao show de Simone Guimarães em Botafogo. Convite de Isaac Cândido, de quem falei outro dia rapidamente aqui. Ele e Cainã Cavalcante participarão do show tocando e Isaac canta, pois Simone Guimarães canta algumas de suas canções. Cainã eu conheci moleque, 12 anos, tocando violão feito gente grande em Fortaleza. Vou aproveitar, pois tenho alguns textos e uma tese completa (a que fui assistir a defesa) pra ler até o domingo. Corre, caba véi, senão perde!...

NOVIDADES NO BLOG

Tenho quase certeza que dificilmente alguém lá das bandas do estrangeiro há de notar este blog e tentar ler algo. Tenho leitores do outro lado do mundo também, mas os que conheço têm no português a sua língua pátria. Pra fazer um teste inseri um tradutor automático e, mesmo com a tradução tosca da máquina, é possível compreender o que escrevi até mesmo em árabe. Novidades também na programação visual (uns preferem layout) ,, que deverá mudar com frequência, com boas imagens, e estou estudando mais umas coisinhas como música e outros detalhes que, oportunamente, mostrarei. No caso, recebo colaborações com prazer. Espero retorno. Se ficar 'pesado' pra abrir, acessar, navegar, etc., serão bem vindas as sugestões e posso melhorar até mesmo voltando ao modelo mais simples, já que o mais importante aqui é o dito. Abraço! rjr

29 de abril de 2009

"OS PORCOS ANDAM DE TERNO"

Vez por outra costumo tirar um onda com assuntos seriíssimos. Este é um deles. Pra não ficar somente da conversa meio loroteada publico aqui na íntegra uma matéria do jornal britânico The Guardian, republicada em jornais de vários países e aqui no Brasil, com tradução de Catarina Peixoto, na Carta Maior e no Portal Vermelho. Vale a pena conferir uma análise que mostra que a gripe suína tem raízes políticas. Como? É só ler o artigo inteiro.A seguir: As hordas de turistas americanos regressaram de Cancún este ano com um souvenir invisível mas sinistro. A gripe suína mexicana, uma quimera genética provavelmente concebida na lama fecal de um criadouro industrial, ameaça subitamente o mundo inteiro com uma febre. Os brotos na América do Norte revelam uma infecção que está viajando já em maior velocidade do que aquela que viajou a última cepa pandêmica oficial, a gripe de Hong Kong, em 1968.

Por Mike Davis, no The Guardian*

Granja nos EUA: esterco e calor em escala industrial

Roubando o protagonismo de nosso último assassino oficial, o vírus H5N1, este vírus suíno representa uma ameaça de magnitude desconhecida. Parece menos letal que a Sars (Síndrome Respiratória Aguda, na sigla em inglês) em 2003, mas como gripe, poderia resultar mais duradour que a Sars. Dado que as domesticadas gripes estacionais de tipo “A” matam nada menos do que um milhão de pessoas ao ano, mesmo um modesto incremento de virulência poderia produzir uma carnificina equivalente a uma guerra importante.

Micróbios que voam pelo mundo

Uma de suas primeiras vítimas foi a fé consoladora, predicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na possibilidade de conter as pandemias com respostas imediatas das burocracias sanitárias e independentemente da qualidade da saúde pública local. Desde as primeiras mortes causadas pelo H5N1 em 1997, em Hong Kong, a OMS, com o apoio da maioria das administrações nacionais de saúde, promoveu uma estratégia centrada na identificação e isolamento de uma cepa pandêmica em seu raio local de eclosão, seguida de uma massiva administração de antivirais e, se disponíveis, vacinas para a população.

Uma legião de céticos criticou esse enfoque de contrainsurgência viral, assinalando que os micróbios podem agora voar ao redor do mundo – quase literalmente no caso da gripe aviária – muito mais rapidamente do que a OMS ou os funcionários locais podem reagir ao foco inicial. Esses especialistas observaram também o caráter primitivo, e às vezes inexistente, da vigilância da interface entre as enfermidades humanas e as animais.

Mas o mito de uma intervenção audaciosa, preventiva (e barata) contra a gripe aviária resultou valiosíssimo para a causa dos países ricos que, como os Estados Unidos e a Inglaterra, preferem investir em suas próprias linhas Maginot biológicas, ao invés de incrementar drasticamente a ajuda às frentes epidêmicas avançadas de ultra mar. Tampouco teve preço esse mito para as grandes transnacionais farmacêuticas, envolvidas em uma guerra sem quartel com as exigências dos países em desenvolvimento empenhados em exigir a produção pública de antivirais genéricos fundamentais como o Tamiflu, patenteado pela Roche.

A situação do México e a dos EUA

A versão da OMS e dos centros de controle de enfermidades, que já trabalha com a hipótese de uma pandemia, sem maior necessidade novos investimentos massivos em vigilância sanitária, infraestrutura científica e reguladora, saúde pública básica e acesso global a medicamentos vitais, será agora decisivamente posta a prova pela gripe suída e talvez averigüemos que pertence à mesma categoria de gestão de risco que os títulos e obrigações de Madoff. Não é tão difícil que fracasse o sistema de alertas levando em conta que ele simplesmente não existe. Nem sequer na América do Norte e na União Européia.

Não chega a ser surpreendente que o México careça tanto de capacidade como de vontade política para administrar enfermidades avícolas ou pecuárias, pois a situação só é um pouco melhor ao norte da fronteira, onde a vigilância se desfaz em um infeliz mosaico de jurisdições estatais e as grandes empresas pecuárias enfrentam as regras sanitárias com o mesmo desprezo com que tratam aos trabalhadores e aos animais. Analogamente, uma década inteira de advertências dos cientistas fracassou em garantir transferências de sofisticadas tecnologias virais experimentais aos países situados nas rotas pandêmicas mais prováveis. O México conta com especialistas sanitários de reputação mundial, mas tem que enviar as amostras a um laboratório de Winnipeg para decifrar o genoma do vírus. Assim se perdeu toda uma semana.

Mas ninguém ficou menos alerta que as autoridades de controle de enfermidades em Atlanta. Segundo o Washington Post, o CDC (Centro de Controle de Doenças) só percebeu o problema seis dias depois de o México ter começado a impor medidas de urgência. Não há desculpas para justificar esse atraso. O paradoxal desta gripe suína é que, mesmo que totalmente inesperada, tenha sido prognosticada com grande precisão. Há seis anos, a revista Science publicou um artigo importante mostrando que “após anos de estabilidade, o vírus da gripe suína da América do Norte tinha dado um salto evolutivo vertiginoso”.

Mutações mais virulentas a cada ano

Desde sua identificação durante a Grande Depressão, o vírus H1N1 da gripe suína só havia experimentado uma ligeira mudança de seu genoma original. Em 1998, uma variedade muito patógena começou a dizimar porcas em uma granja da Carolina do Norte, e começaram a surgir novas e mais virulentas versões ano após ano, incluindo uma variante do H1N1 que continha os genes do H3N2 (causador da outra gripe de tipo A com capacidade de contágio entre humanos).

Os cientistas entrevistados pela Science mostravam-se preocupados com a possibilidade de que um desses híbridos pudesse se transformar em um vírus de gripe humana – acredita-se que as pandemias de 1957 e de 1968 foram causadas por uma mistura de genes aviários e humanos forjada no interior de organismos de porcos – e defendiam a criação urgente de um sistema oficial de vigilância para a gripe suína: advertência, cabe dizer, que encontrou ouvidos surdos em Washington, que achava mais importante então despejar bilhões de dólares no sumidouro das fantasias bioterroristas.

Gigantescos infernos fecais

O que provocou tal aceleração na evolução da gripe suína: Há muito que os estudiosos dos vírus estão convencidos que o sistema de agricultura intensiva da China meridional é o principal vetor da mutação gripal: tanto da “deriva” estacional como do episódico intercâmbio genômico. Mas a industrialização empresarial da produção pecuária rompeu o monopólio natural da China na evolução da gripe. O setor pecuário transformou-se nas últimas décadas em algo que se parece mais com a indústria petroquímica do que com a feliz granja familiar pintada nos livros escolares.

Em 1965, por exemplo, havia nos Estados Unidos 53 milhões de porcos espalhados entre mais de um milhão de granjas. Hoje, 65 milhões de porcos concentram-se em 65 mil instalações. Isso significou passar das antiquadas pocilgas a gigantescos infernos fecais nos quais, entre esterco e sob um calor sufocante, prontos a intercambiar agentes patógenos à velocidade de um raio, amontoam-se dezenas de milhares de animais com sistemas imunológicos muito debilitados.

No ano passado, uma comissão convocada pelo Pew Research Center publicou um informe sobre a “produção animal em granjas industriais”, onde se destacava o agudo perigo de que “a contínua circulação de vírus (...) característica de enormes aviários ou rebanhos aumentasse as oportunidades de aparição de novos vírus mais eficientes na transmissão entre humanos”. A comissão alertou também que o uso promíscuo de antibióticos nas criações de suínos – mais barato que em ambientes humanos – estava propiciando o surgimento de infecções de estafilococos resistentes, enquanto que os resíduos dessas criações geravam cepas de escherichia coli e de pfiesteria (o protozoário que matou um bilhão de peixes nos estuários da Carolina do Norte e contagiou dezenas de pescadores).

O monstruoso poder dos monopólios

Qualquer melhora na ecologia deste novo agente patógeno teria que enfrentar-se com o monstruoso poder dos grandes conglomerados empresariais avícolas e pecuários, como Smithfield Farms (suíno e gado) e Tyson (frangos). A comissão falou de uma obstrução sistemática de suas investigações por parte das grandes empresas, incluídas algumas nada recatadas ameaças de suprimir o financiamento de pesquisadores que cooperaram com a investigação.

Trata-se de uma indústria muito globalizada e com influências políticas. Assim como a gigante avícola Charoen Pokphand, sediada em Bangkok, foi capaz de desbaratar as investigações sobre seu papel na propagação da gripe aviária no Sudeste Asiático, o mais provável é que a epidemiologia forense do vírus da gripe suína bata de frente contra a pétrea muralha da indústria do porco.

Isso não quer dizer que nunca será encontrada uma acusadora pistola fumegante: já corre o rumor na imprensa mexicana de um epicentro da gripe situado em torno de uma gigantesca filial da Smithfield no estado de Vera Cruz. Mas o mais importante – sobretudo pela persistente ameaça do vírus H5N1 – é a floresta, não as árvores: a fracassada estratégia antipandêmica da OMS, a progressiva deterioração da saúde pública mundial, a mordaça aplicada pelas grandes transnacionais farmacêuticas a medicamentos vitais e a catástrofe planetária que é uma produção pecuária industrializada e ecologicamente bagunçada.

* Mike Davis é professor no departamento de História da Universidade da Califórnia (UCI), em Irvine; artigo publicado originalmente no britânico The Guardian, reproduzido no La Vanguardia (México), Sin Permiso (Espanha) e Carta Maior (Brasil); intertítulos do Vermelho

POESIA NO AR

Elas pairam no ar aos montes, no que parecem participar de um concurso de pipas empinadas sob a fina chuva que desce do céu de Copacabana. São gaivotas, mas parecem planadores. São pássaros, mas parecem sonhadores com asas. São aves, não são poetas, mas fazem poesia no ar. Bailam como se contemplassem de longe o corre-corre das pessoas em quase desespero com medo da chuva. Não fizeram academia de dança, mas sua coreografia invejável bem que mereceria ser copiada e encenada nos palcos. Resta saber até quando ficará por aqui esse coração indeciso se quer ser mar ou gaivota.

28 de abril de 2009

VISTO ASSIM DE LONGE

Já dizia Caetano, parafraseando o filósofo, que 'de perto ninguém é normal'. Tanto é que, "Visto assim de longe", a baixaria, o barraco, a roda-baiana, a chutada-de-balde, o quiprocó, o cu-de-boi protagonizado pelos ministros Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes até que dá pra ser transformada em conto surreal, em ficção. Ou seria fricção, como diria um pensador amigo meu? Pois bem! O mineiro Paulo Andrade*, designer dos bons (que fez a capa do meu disquinho da coletânea pé-de-serra, com Florbela), deitou e rolou na ficção mais debochada para refletir de forma séria e contundente sobre o episódio recente protagonizado pelos personagens antes citados em sessão do Supremo Tribunal Federal. Nunca é demais lembrar que o STF é o mais alto fórum da justiça do país, ou seja, é a chamada Suprema Corte. E apôis! Baixaria na Suprema Corte só pode ser Suprema Baixaria. E foi exatamente assim que Paulo Andrade denominou o evento. Não quero tirar o gostinho de quem quiser ver o texto inteiro postando-o aqui, mas sugiro uma visita ao site VIA POLÍTICA, que é superinteressante pra quem quer se informar e não se 'enformar' pela visão dos mass media. Um trechinho do artigo: "Visto assim de longe, a imprensa no país perdeu a credibilidade há muito tempo, desde que a sonegação de informações ficou pior que a sonegação de impostos. Como cego em tiroteio, a classe dominante procura, mais uma vez, salvar as chamadas “instituições democráticas”, pois, como se sabe, e quando bem usada, a Lei pode ser a última defesa contra a Justiça. Mais uma vez a ignorância dos riscos na relação entre tombo e altura. Como bom mineiro, acredito no lema de minha bandeira..." leia mais clicando aqui... Você ainda aprecia, de quebra, uma arte do Paulo Andrade intitulada "Photoshop de quintal". Vale a pena conferir! * Paulo Andrade trabalhou na UEPB, viveu em João Pessoa entre 2006 e 2007 e atualmente mora em Madison, Winsconsin, EUA.

27 de abril de 2009

DIFRUÇO DO PORCO

Nem tão antigamente assim ouvia o povo dizer em Juazeirinho que o sujeito com espirradeira e 'corrimento nasal' estava com 'difruço'. Na verdade, a expressão já seria uma corruptela de defluxo, até que muito próxima do original. O nome mais popular mesmo sempre foi a velha e famosa gripe. Mas nesse tempo, gripe era gripe e pronto. Uma espécie de versão mais leve, passageira era (e ainda é) o resfriado – aquela coriza, com um pouco de dor de cabeça às vezes, que passa em dois ou três dias com chá de alho e limão, com reza, com qualquer um destes comprimidos que a gente vê na propaganda. Depois eu descobri que gripe e resfriado são duas coisas distintas.

Depois surgiram vários tipos de gripe, até que há algum tempo nos ameaçou assustadoramente uma tal gripe asiática, a 'gripe do frango'... Pois bem! O pobre matuto vendo aquilo na televisão devia ficar encucado. “Mas como é que a gente vai pegar gôgo?” Isso, mesmo porque gripe de frango sempre foi gôgo e era tratada com limão espremido na água e tinha um tipo mais complicado, que enchia a cabeça dos galináceos de caroços e era tratado com óleo queimado de motor de carro. Imagine uma epidemia e um troço desses como remédio popular. E haja propaganda recomendando: troque o óleo do motor do seu carro e ganhe bônus no IPTU, desconto no caviar, no Imposto de Renda... o desmantelo estaria por conta.

Parece piada, mas não é! Fico com medo do que cheira (mal) a piada de mau gosto vendo que a gente escapou da gripe do frango e agora vem por aí uma tal 'gripe do porco'. Fico imaginando se o primeiro a pegar esse vírus o fez num momento de muita proximidade com um pobre porquinho dodói. As TVs e jornais do mundo inteiro mostraram à exaustão durante a última semana as imagens das pessoas nos EUA, no México e em alguns lugares do velho mundo, do povo andando na rua com máscaras de proteção assustadas com a tal gripe suína.

Não duvido que a dita cuja chegue por aqui e aí é que a 'porca torce o rabo'. Imagine se a gente escapa dessa e lá vem de novo o 'mal da vaca louca', doença da 'pomba tonta' (ou seria pomba-lesa?), tosse do cachorro, coceira do gato...

Salve-se quem puder! Como diria Jessier Quirino, “vou-me embora pro passado! Lá tem muito mais futuro!”

Crédito: a imagem é do www. globo.com

REFORMA ORTOGRÁFICA - UTILIDADE PÚBLICA

Pra este humilde candidato a escrevinhador de coisas, fatos e sentimentos, sonhos, delírios, fantasias e quase-ficções, a grande obra da reforma ortográfica, ao menos de efeito imediato, foi o banimento do trema de cima do U, até porque quase ninguém usava mesmo. Minha amiga Professora Raïssa Melo nem vai reclamar, pois, no caso, seu trema continua e é muito do chique. Talvez tenha que continuar se explicando pras pessoas sobre as razões do seu trema no I. Polêmicas à parte, e elas são muitas no mundo real e estão espalhadas na rede, precisamos entender que a reforma não é a primeira nem sreá a última. Entretanto, acredito que ela traz uma enorme novidade que é a unificação (ao menos a tentativa) da forma escrita da Língua Portuguesa entre todos os países que fizeram dela sua língua oficial. A língua viva, aquela que nós brasileiros, os angolanos, muitos chineses de Macau, os portugueses, caboverdianos, moçambicanos e tantos outros falamos no cotidiano continuará viva, maleável, flexível por natureza, pois são assim as línguas. Não sou do ramo nem me compete teorizar sobre o assunto. É uma questão de tempo e nos habituaremos, assim penso. As novas gerações que irão se alfabetizando não terão esse problema. Lembro-me bem de quando ainda era criança pequenininha lá em Juazeirinho e aconteceu uma mudança dessas, não tão abrangente, mas tivemos que reaprender a usar muitas palavras de forma diferente e ninguém morreu ou ficou traumatizado por isso. Deixemos o tempo operar. Enquanto isso, se você costuma escrever conectado (a) não deixe de salvar em seus favoritos o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, que presta um serviço gratuito fantástico. Você sentirá falta de muita coisa do 'português brasileiro', aquela parte mais viva e plástica da língua, mas é de grande valia na hora da necessidade. Outro endereço que recomendo é o site Educação, do UOL, que traz até um minivocabulário - (sem hífen) nem tão mini assim - com as formas atualizadas de uso conforme a nova regra. Mais um interessante é o Reforma Ortográfica que traz quase tudo de forma mais organizada e é, assumidamente, uma espécie de pesquisa nos sites Globo e UOL "de onde as informações [lá] disponibilizadas foram adaptadas a partir de vários artigos publicados sobre o assunto". Por fim, não menos importante e mais bacana de utilizar é o site ORTOGRAFA, que tem conteúdo dinâmico e você pode até mesmo escrever frases inteiras que o danado já lhe oferece a alternativa de acordo com a Reforma. É muito legal, bacana mesmo! Aliás, no Priberam bacana não é o que a gente considera de forma tão ampla e legal tem apenas o sentido de conformidade com a lei. Fazer o quê? Isso é a língua! Ainda voltarei ao assunto qualquer dia.

25 de abril de 2009

SEND IN THE CLOWNS

Para um sábado à noite, um domingo cedinho, um espaço para e um tempo de viajar. Renato Russo gravou, tudo bem! Mas a interpretação de Sarah Vaughan é simplesmente fantástica. Música para ouvir de olhos fechados! Pra preencher a solidão do blogueiro e de quem mais quiser. Ou simplesmente pra 'viajar'. A letra é linda e vai aqui uma 'colher de chá'. Com meu abraço carinhoso! SEND IN THE CLOWNS Judy Collins Isn't it rich? Are we a pair? Me here at last on the ground, You in mid-air. Send in the clowns. Isn't it bliss? Don't you approve? One who keeps tearing around, One who can't move. Where are the clowns? Send in the clowns. Just when I'd stopped opening doors, Finally knowing the one that I wanted was yours, Making my entrance again with my usual flair, Sure of my lines, No one is there. Don't you love farce? My fault I fear. I thought that you'd want what I want. Sorry, my dear. But where are the clowns? Quick, send in the clowns. Don't bother, they're here. Isn't it rich? Isn't it queer, Losing my timing this late In my career? And where are the clowns? There ought to be clowns. Well, maybe next year. Mandem os Palhaços – Judy Collins Não é delicioso? Nós somos um casal? Eu aqui, finalmente no chão, Você em pleno ar. Onde estão os palhaços? Não é o êxtase? Você não aprova? Um que continua correndo por aí, Um que não consegue se mover. Onde estão os palhaços? Mandem os palhaços! Exatamente quando eu parei de abrir portas, Finalmente entendendo que aquela que eu desejava era você, Fazendo minha entrada novamente com meu talento habitual, Seguro da minha fala [na peça], Ninguém está lá. Você não adora farsa? O meu erro eu temo. Eu pensei que você queria o que eu quero, Desculpe minha querida. Mas onde estão os palhaços? Mandem os palhaços. Não se preocupe, eles estão aqui... Não é delicioso? Não é esquisito? Perder minha hora tão tarde Em minha carreira. Mas onde estão os palhaços? Deveria haver palhaços. Bem, talvez no próximo ano...

ROBERTO CARLOS NO BAR DO BRITO

O Bar do Brito nunca foi frequentado por Roberto Carlos. Inclusive sua música não é corriqueira por lá, vez que a maioria dos cantores que fazem ponto por ali fazem da chamada MPB a base do seu repertório. Mas qualquer um que tenha passado dos 45 e negue a passagem de Roberto Carlos em sua vida, ou não viveu tudo que a adolescência lhe ofereceu ou, de fato, simplesmente não gostava e pronto. Por estes dias o Brasil inteiro, isso mesmo, comemorou o aniversário de Roberto Carlos e seus 50 anos de carreira musical. Para além de Cachoeiro de Itapemirim, onde meu irmão Gilberto está morando, por toda parte fizeram festa pra comemorar o aniversário do "Rei da Juventude". Mas qual juventude? Valho-me de um trecho de bela prosa do Pensador Daniel Duarte falando sobre Sumé, um certo Vênus Bar e Roberto Carlos. "Diuturnamente o disco era tocado em volume que abrangesse parte da rua. Todos que viviam ou passavam próximos ao bar aprendiam assim as canções. Começavam então as associações que “fulano não podia escutar tal música que ‘roía’ por fulana”. Ocorriam então as farras homéricas cujo epicentro se dava por ocasião da festa padroeira, que se comemora a oito de dezembro em devoção a N. Sª da Conceição. Roberto chegava assim em Sumé por intermédio do Vênus Bar que antecedia a todos e, dizem alguns, até mesmo a Campina Grande. Talvez por existir uma reserva de mercado junto aos motoristas e cobradores. Roberto, natural de Cachoeiro de Itapemirim, chegava pela Viação Itapemirim. Sem muita pompa, mas com o seu lugar reservado na radiola e nas mentes e corações de muitos sumeenses que nutriram amores e desenganos embalados nas suas canções. Hoje Roberto chega de outra forma. Chega pelas rádios e pela televisão. Menos ouvido, menos amado, talvez até esquecido. Exceto por aqueles que, independente da idade, tiveram o filme da existência com a trilha sonora das canções que ele fez para todos. Não existe mais o Vênus Bar, a Itapemirim não passa mais por Sumé com os seus ônibus Ciferal. Hoje é a Viação Penha que transporta sonhadores e desiludidos em modernos e confortáveis veículos. O passado já não merece a lembrança de muitos, mas para mim estas recordações me matam". Pois foi exatamente este final que me transportou para uma das memoráveis noitadas no Bar do Brito. Num tempo em que o dono, revelando enorme disposição, abria o portão - sim, em vez de porta o Bar do Brito tem portão de grade de ferro - ao público nas terças-feiras, mas quem aparecia por lá mesmo era meia dúzia ou mais de amigos mais próximos e invariavelmente ele entrava na conversa e na farra, a depender da inspiração. Este aprendiz de senhador, à época, morava na mesma rua, umas oito casas descendo a ladeira da Rua Dorinha Vasconcelos. Na esquina acima a casa da minha Mãe e vizinho à esquina abaixo a minha casa e o Bar do Brito bem no meio. Dá pra imaginar o caminho e a frequência... Numa dessas terças-feiras - por volta de 1998 - eu aportei por lá e depois das 9 da noite apenas eu, Brito, Sônia, Cristina, Aparecida e João... o violão chega às minhas mãos e o sarau vai se desenhando no nosso horizonte. Pelas tantas o assunto musical é Roberto Carlos e eu puxo uma prosa com o 'Rei' cantando um de seus sucessos das antigas. Não deu outra e daí por diante foi um verdadeiro 'especial' somente de canções que nos remetiam inevitavelmente a um passado relativamente recente, mas cheio de grandes e doces lembranças, reminiscências de um tempo em que nossos compromissos com a alegria e o sonho eram embalados em larguíssima medida pela música de Roberto. A esta altura da curtição - essa palavra já significou muito - Sônia bebericava seu Campari, Brito embalava na cerveja e a música nos inebriava a todos quando em dado momento, já pela madrugada, dedilho a introdução de 'O Divã'. Uma canção extremamente autoral e autobiográfica que ainda hoje emociona muitos corações. "Relembro a casa com varanda / Muitas flores na janela / Minha mãe lá dentro dela / Me dizia num sorriso / Mas na lágrima um aviso / Pra que eu tivesse cuidado / Na partida do futuro / Eu ainda era puro..." A música vai rolando e quando chega o refrão acontece o quase inesperado, mas perfeitamente normal pra quem entende do assunto. "Essas recordações me matam / Essas recordações me matam / Por isso eu venho aqui..." A voz começou a embargar, segurei a onda pra continuar, as lágrimas foram brotando e a música teve que ser interrompida porque o Bar virou um pranto só e paramos todos pra chorar. Desse jeito! Depois do choro coletivo um riso solto de quem acaba de fazer uma catarse coletiva e tentei retomar a música do seu início... não de outra! Na hora do refrão, o cantor, já deveras influenciado pelas circunstâncias e uns tantos líquidos ingeridos, engasgou novamente e a música ficou pra depois. Poucos minutos depois resolvemos encerrar a noitada e recolhermo-nos ao aconchego dos nossos lares, felizes, leves, viajando naquela onda, na curtição daquele momento único, singular, irrepetível como tantos outros que agora me rodeiam e me inundam de saudade.

24 de abril de 2009

POUCAS (E SÁBIAS) PALAVRAS

Lendo outro dia o blog de Taiguara, achei interessante crônica sobre o xopincenter e a vida lá dentro. Parece que ele tinha lido Saramago. Na verdade era uma espécie de desabafo de um jovem que talvez não tenha sido (des)educado como manda o figurino da geração xopincenter.

Achei no Blog de José Saramago esta pérola. Quem sabe muito fala pouco. E precisa mais?

Outra leitura para a crise

"A mentalidade antiga formou-se numa grande superfície que se chamava catedral; agora forma-se noutra grande superfície que se chama centro comercial. O centro comercial não é apenas a nova igreja, a nova catedral, é também a nova universidade. O centro comercial ocupa um espaço importante na formação da mentalidade humana. Acabou-se a praça, o jardim ou a rua como espaço público e de intercâmbio. O centro comercial é o único espaço seguro e o que cria a nova mentalidade. Uma nova mentalidade temerosa de ser excluída, temerosa da expulsão do paraíso do consumo e por extensão da catedral das compras. E agora, que temos? A crise. Será que vamos voltar à praça ou à universidade? À filosofia?"

Ave, Saramago!

SORRIR SEMPRE, MESMO NA M...

"Quem não sabe sorrir não deve abrir uma loja" Provérbio Chinês
O provérbio em epígrafe só é contrariado por Seu Lunga, aquele senhor comerciante de Juazeiro do Norte que ficou famoso no Brasil inteiro. A repórter pergunta: - Seu Lunga, esse ventilador está funcionando? E ele responde: - Não! A senhora num tá vendo que ele tá parado? A moça insiste: - Ô, Seu Lunga, eu perguntei se ele estava quebrado! E ele muito sereno: - Então faça a pergunta do jeito certo! Mas a idéia inicial era falar sobre sorrir sempre. Pois não é que na caminhada matinal eu pisei num belo 'montinho' produzido por um cachorro no calçadão de copacabana. A primeira expressão não poderia ser outra: MERDA!!! Aí eu pensei: LITERALMENTE!!! E caí na risada enquanto limpava o tênis! Já que essa palavrinha mágica se presta a mil utilidades em nossa maravilhosa língua, a depender da entonação, o fato não alterou minha vida a não ser um minutinho parado e a necessidade de lavar o 'solado' do tênis depois! As pessoas em geral são muito educadas por aqui quando saem com seus cachorros, grandes e pequenos. A maioria delas sai com um saquinho plástico ou com toalhinhas de papel, ou mesmo uma folha de jornal. Nada mais simples, o Zero Cinco faz cocô na calçada e seu dono se responsabiliza pela limpeza e a colocação do material orgânico reciclado em seu devido lugar, no lixo. Como nem todo mundo atingiu esse nível de compreensão, de civilidade, é necessário passar por esses 'apertos'. Lembrei que em frente à minha casa (minha casa mesmo em Campina Grande) quase todos os dias passa um cidadão (ôps! não merece esse título) com um gigante cão Rottweiler e parece que ele fareja algo e faz sempre o 'serviço' na calçada ao lado. Noutro dia fez exatamente na minha calçada, onde passa a roda do carro quando sai da garagem. Lá vou eu limpar merda dos outros. Confesso que não é nada agradável. Da mesma forma que aquelas pessoas que passam por um trauma grande, um drama familiar e coisas assim e depois despertam pra certo voluntariado, campanhas, ONGs, para lutar pela mudança daquilo que provocou o trauma, estou pensando seriamente em iniciar uma campanha solitária: faço um cartaz, imprimo (em ofício mesmo) e sempre que encontrar um 'montinho' ponho o cartaz embaixo com o seguinte: CUIDADO! UM CÃO CAGÃO E SEU DONO MAL EDUCADO PASSARAM POR AQUI! Detalhe: vi que algumas pessoas sorriram de leve ao me verem rindo da minha pisada na m... Estragar meu dia só por isso? Vida que segue...

23 de abril de 2009

DESPERTADOR E SUPERSTIÇÃO

Se o despertador não tem tocado logo creio que o Fluminense já estaria com uns 6 x 0 contra o Águia Marabá a esta altura do campeonato. E olhe lá! Explico: assisti ao jogo no Maracanã, bem de pertinho, nas cadeiras azuis - antiga geral) e de tão alterado com a tensão do jogo, primeiro tempo sem gols, time jogando mal, essas coisas... fui dormir muito tarde e coloquei o despertador pras 8 da manhã (já que hoje é feriado no Rio). Pois bem! Achando pouco os 3 x 0 do jogo, foi como se o movimento continuasse nas minhas produções oníricas. (Ih, minha amiga Psicóloga vai gostar dessa!) e quando o despertador tocou o Fluzão já havia feito mais dois, um de Fred e outro de Maurício. Detalhe: como o sonho não tem necessariamente um compromisso com a realidade, o jogador Maurício havia sido substituído no jogo de verdade, mas no meu sonho ele continuou até fazer o quinto gol. Falar nisso, o goleiro do Águia reclamou até de mim! Pode? Outro detalhe importante: a esta altura do jogo eu não estava mais na arquibancada e sim dentro do campo, não sei se jogando, se apenas pairando sobre o gramado ou era de fato uma força invisível ajudando o tricolor. Nunca acreditei nessas coisas de catimbó, macumba, amuletos, mau olhado e tal e coisa. Como havia comprado um "sabonete do descarrego" (isso mesmo... a baiana da barraca me convenceu... rsrsrsrsrsrsrs... arruda com sal grosso!) numa feirinha em Ipanema no domingo, resolvi tomar banho com ele antes de ir pro jogo. Ah, como gosto muito do cheiro de incenso acendi também uns palitinhos dentro do AP com o único objetivo de perfumá-lo. Incenso de quê? Arruda! Nunca acreditei mesmo nisso, mas por via das dúvidas, plantamos na entrada de casa um belo pé de Comigo-ninguém-pode e uma verdadeira "jardineira do descarrego" com Espada de São Jorge (hoje é o dia dele), Pimenteira, Arruda... Ih, ia esquecendo o Pinhão-rôxo que trouxe de Fazenda Nova - PE e que está muito bem no terreno lateral. Não ganhei na Mega-Sena, mas vai que funciona...

22 de abril de 2009

A OBSCURA HISTÓRIA DA REDE GLOBO

Talvez você já tenha visto, mas pra reativar a memória, quando tiver tempo, prepare uma pipoca, venha aqui, manda mostrar em tela cheia e aumente seu conhecimento da História do Brasil. O filme é relativamente antigo e de lá pra cá a história já mudou, mas o conteúdo do documentário é extremamente atual. Não estou inaugurando uma cruzada contra a Glogo. Nãnãninãnã! Este site também não é novo. Porém, se você tiver interesse, visite: FAZENDO MEDIA. Pra mim foi uma grande descoberta de detalhes sórdidos e muito importantes contidos na 'caixa preta' da vida política brasileira atual! Abraços!

21 de abril de 2009

21 DE ABRIL

Conheci um sujeito que faria hoje 82 anos se vivo fosse. Teimoso, não mudava, por mais que os médicos dissessem pra ele se conter, evitar o cigarro, os esforços físicos desnecessários, fazer dieta, coisas do gênero. Nada o convencia da necessidade de mudar de vida pra viver mais. Resultado: morreu aos 50. Muitas vezes penso que se a medicina tivesse avançado mais uns 20 anos antes, se as condições materiais de vida fossem mais favoráveis, se ele tivesse segurado a onda, se não fosse tão teimoso... quiçá fosse hoje um velhinho bem abusadinho ou nem tanto e a gente apenas curtisse sua enorme habilidade de contar histórias. Como a história não se conta começando com um se... Tinha mesmo uma verve fantástica e conseguia prender a atenção de qualquer ouvinte com sua dramaticidade e detalhismo realista em cada simples relato que fazia. O finado Humberto contava - e isso virou coisa meio folclórica - que certo dia ele pegou um ônibus da antiga Viação Boa Esperança em Campina Grande com destino a Juazeirinho, no começo da noite. Sentou-se ao lado de um outro passageiro e aí entabularam uma conversa e esqueceram do tempo... Conversa vai, conversa vem, o resultado é que quando ele se deu conta o dia estava amanhecendo e estavam entrando na cidade de Fortaleza. Você pode até pensar: risível! Que absurdo! Mas é só uma lorota que tentava enfeitar um pouco a trajetória e o perfil do personagem. Conta Dona Neide que perdeu a conta das vezes que ele vinha do trabalho à noite, em Patos (isso no finalzinho dos anos 50 e início dos 60) com um amigo conversando e paravam na porta de casa. Hora de jantar passava e lá pras tantas ela ia vê-lo pelo buraco da fechadura e lá estavam conversando. - Tonito, vem pra dentro, home, vem dormir! E nada! Era assim! Era essa uma das facetas do velho Tonito, meu pai! Nem tive tempo de conviver muito com ele, mas talvez de todos eu tenha sido o filho que mais perto dele esteve, por conta de sua relativa preferência por mim, como auxiliar nas caçadas e pescarias intermináveis. Em casa éramos todos muito iguais para ele e suas formas mais que tradicionais de tratamento. Não lembro de um carinho seu, salvo uma ou outra palavra de elogio. Foi assim. Mas dificilmente não haja um momento como esse em que eu não pense "puxa, velho, poderia ter vivido um pouquinho mais, não?" Ao menos pra ver um pouco o conjunto da 'obra'. Faz falta e, vez por outra, uma ausência dorida. Creio que os pais são todos assim. Quando eles não estão mais por perto a gente tem a exata dimensão de sua importância em nossas vidas! Cuide do seu! Ame-o até o último minuto de presença e reserve um cantinho bem especial na memória onde guarde as suas melhores e mais doces lembranças para lhe seguirem pelo resto de sua vida! Um dia ele será apenas isto!

20 de abril de 2009

EU E ELA - POR QUÊ?

Parece que eu previa na sexta-feira um final de semana super musical. Gravações, violão, papos musicais, samba de raiz (muito samba) e, como acordei com essa canção no juízo, resolvi dividi-la! Já comentei com alguns amigos que Vander Lee é, pra mim, a maior novidade na música popular de Pindorama desde Zeca Baleiro, Chico César, Seu Jorge e Ana Carolina. O sujeito escreve verdadeiros poemas musicais, tem molho, tem brasilidade de sobra, tem mineirice de sobra, toca bem, canta muito bem, tem uma voz afinadíssima e, pra quem não viu ou não sabe ainda, o cara tem estrada de muitos anos. Meu amigo Isaac Cândido (grande compositor e cantor cearense) já falava há uns 4 a 5 anos da amizade, dos sons e da promessa que era Vander Lee. Nos últimos dois ou três anos ele vem aparecendo e daqui uns dias estará na crista da onda. Sua nova música, que aqui no Rio tem tocado bastante (nas rádios especiais, né!) é promessa de virar hit daqui a uns tempos na boca e na memória de muita gente, mesmo com uma letra pra lá de diferente daquilo que a gente tem visto na média. Confira no link do youtube no outro post e tire suas dúvidas. A letra está aqui abaixo: "Gotas de amor, girassol Mares de sal, beijo floral Pra falar nesse tempo, qual? Do ventre exposto ao sol Das flores postas no postal Quantas caras nesse jornal Foi quando a sede chamou Pra acordar nosso amor Fiz um tema na mão dela Já fez calor, temporal Você sem mim, tudo tão igual Tudo bem, mas estou bem mal Na TV não tem canal Seu brilho tão sem meu cristal Só tem música em meu dial Mas o poema acenou Pra acordar nosso amor Quando a noite me revela Sou eu e ela, eu e ela, eu e ela, eu e ela, eu e ela, eu e ela. Já fez calor, temporal Você sem mim, tudo tão igual Tudo bem, vou ficar legal Se a TV não tem canal Seu brilho não tem meu cristal Só tem música em meu dial Mas o poema acenou Pra inventar outro amor Quando a noite me revela Sou eu e ela, eu e ela, eu e ela, eu e ela, eu e ela, eu e ela...

EU E ELA - Vander Lee

17 de abril de 2009

CAMINHOS DO CORAÇÃO

Hoje eu fico com Gonzaguinha. Depois de vários dias com essa canção na cabeça... sabe aquela coisa aparentemente inexplicável de ficar cantrolando o tempo todo? Por hoje (Gonzaguinha é 10) ele fala por mim. Talvez pelo fato de ser sexta-feira, 23h, dia internacional da boemia e eu estou trancado, uns 30m² de espaço pra circular, o barulho da boemia de copacabana lá embaixo, uma expectativa de gravar umas canções amanhã com Luiz Marçal (grande compositor) e dar boas risadas com sua turma. A vida é bela! Ah, e porque amanhã é sábado! "Há muito tempo que eu saí de casa Há muito tempo que eu caí na estrada Há muito tempo que eu estou na vida Foi assim que eu quis, e assim eu sou feliz Principalmente por poder voltar A todos os lugares onde já cheguei Pois lá deixei um prato de comida Um abraço amigo, um canto prá dormir e sonhar E aprendi que se depende sempre De tanta, muita, diferente gente Toda pessoa sempre é as marcas Das lições diárias de outras tantas pessoas E é tão bonito quando a gente entende Que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá E é tão bonito quando a gente sente Que nunca está sozinho por mais que pense estar É tão bonito quando a gente pisa firme Nessas linhas que estão nas palmas de nossas mãos É tão bonito quando a gente vai à vida Nos caminhos onde bate, bem mais forte o coração".

16 de abril de 2009

UMA BATATA, UM CARRINHO, UM CARINHO

Não me acostumo num mundo sem verde, sem plantas naturais. Chegando aqui providenciei uma garrafa pet de Guaraná que encontrei no AP e arrumei para seu reaproveitamento agora como vaso. Inclusive o verde fica bem. Uma plantinha que achei quebrada na rua e tentei fazer renascer não deu certo, aí a idéia muito bacana do amigo Cydno Silveira: uma batata doce! Simples assim, dentro d'água.
Eis agora um quadro mais humanizado na minha 'sala', composto pela plantinha de folhas arroxeadas da batata doce e o carrinho de Vinícius. Agora tenho a planta, o carrinho e o carinho do meu bruguelo por perto.

15 de abril de 2009

VIDA QUE SEGUE... NA BOA!

Viajei de Campina Grande-PB, onde resido e trabalho. (Descobri há poucos dias, com minha sócia-assessora jurídica-parceira-namorada, que resido lá e moro no Rio de Janeiro, isso do ponto de vista legal). Na verdade sou um morador das estrelas, das noites frias e chuvosas, dos papéis amarrotados pelo tempo, dos sonhos e sons de um plangente violão. Das praias todas que conheci e por onde andei, somente algumas poucas me atraíram de verdade para um banho (mais que a maioria) pois destas (a maioria nas cidades) ainda prefiro as barracas e com gente por perto ao redor de uma mesinha. Sou assim mesmo, um sujeito que ainda se emociona com cheiro de terra molhada, com passarinho cantando, com um carrinho de brinquedo que um moleque chamado Vinícius (de 3 anos e meio) ia escondendo em minha mala e quando a Mãe dando flagrante perguntou em que ele estava mexendo falou com a 'mais maior das inocências' do mundo: - É pra Papai brincar lá no Rio! Como não chorar? Se fosse sair todas as noites aqui em Copacabana pra fazer uma das coisas de que mais gosto seria obrigado a largar o doutorado em educação que faço na UERJ, na porta do Maracanã, onde já experimentei a explosão de alegria e saída sorumbática em jogos do meu Fluminense. Fosse pelas pessoas legais (gente fina de verdade) que já conheci aqui em um mês eu teria que me dividir pro resto da vida entre Campina e Rio. Vim pra ser estudante em tempo integral e vou cumprir meu desiderato. Desde que vim de Fortaleza em finais de 2003 (após dois anos de estudos abandonados) e me entranhei na política da UEPB, assumindo minhas funções docentes e outras administrativas, sentia que tinha esta dívida comigo mesmo e com a instituição que faz parte da minha vida desde o ano de 1981, quando lá entrei pra estudar Psicologia (vindo de Juazeirinho, minha terra querida e da qual tanto falo) e depois de 1988 na condição de professor. Desde que inventei de fabricar um instrumento musical lá pelos 9 anos de idade que descobri que a música seria parte definitiva na minha vida. Uma notícia em primeira mão: CAPILÉ vai gravar um xote de minha autoria nos próximos dias. Outra notícia: dia 12 de maio faço show (seria um pocket show, como dizem) no Picanha 200, que será gravado e depois exibido pela TV Itararé, parte do Projeto AUTORAL, com mais uma dezena de compositores da região. De tanto esperar a liberação dos recursos do Projeto do FIC Estadual, aprovado em 2008, talvez este termine sendo "meu primeiro DVD". Não é piada! Planejo gravar um DVD ao vivo e um CD com 12 faixas, sendo 10 inéditas. Se a vida deixar, ainda em 2009. Veremos! Já levei tantos baques e me ergui depois de todos eles, mesmo ficando tantas cicatrizes. Elas não incomodam, mas estão aqui pra lembrar de continuar tentando, errando, caindo, levantando, acertando, sorrindo, chorando, sendo feliz por uns bons momentos, menos feliz em outros. Essa profissão de sonhador só combina mesmo com a de caçador de arco-íris. Vida que segue!

14 de abril de 2009

TEIMOSIA INTIMISTA E INTERACIONISTA

(OU UMA QUASE POSTAGEM PARA MINHA PREZADA LEITORA KÁTIA LIMA e muito mais gente) Com este título não poderia ser outra coisa. Tenho percebido que pessoas de vários lugares, muitas até que nem conheço (o que é muito bom) de alguma forma chegaram até este Blog e tornaram-se visitantes frequentes, umas mais assíduas, outras menos. Confesso que vivo um dilema entre escrever apenas textos mais reflexivos, de opinião sobre fatos, sobre política, música, cinema, cultura artística em geral, educação... aqui ou acolá um poema, coisas assim. Por outro lado a possibilidade de utilizá-lo também pra pequenas narrativas do cotidiano que me tocaram e, sensibilizado, fico querendo dividir com quem me lê. Lá se vão quase três anos desde a primeira postagem em julho de 2006, ano em que publiquei 60 textos. Em 2007 uma queda enorme e um certo desleixo: 21 postagens; depois em 2008 foram 95 e nestes três meses e meio de 2009 já chegam a 85, com esta. A se manter a média fecharei o ano com mais de 250. Não sei bem ao certo se pretendia formar opinião ou influenciar pessoas, mas é certo que quando alguém se dispõe a publicar suas idéias é porque busca interlocução, busca se ver no outro. Aliás, a gente só se vê a si mesmo no espelho, pois não?, (acho que roubei de Nietzsche essa tese, as outras são de Bakhtin). Escrevo, assim como componho canções, assim como me disponho a conversar por horas às vezes, somente pelo prazer de verbalizar, enunciar coisas, trocar idéias que foram gestadas na experiência do contato com o mundo e essencialmente com o outro. Quando componho uma canção e gravo, mostro pras pessoas é porque quero que elas se emocionem com ela, que 'viajem' com ela, que se deixem tocar por ela. Quando escrevo alguma coisa (talvez seja muita pretensão) a idéia é sempre mexer com o outro, seja no sentido de fazê-lo gostar e entrar no jogo ou apenas como mera provocação de seus sentidos. Portanto, creio que às vezes exagero no gosto pessoal pelas vivências tão prazerosas que tenho experimentado e extrapolo transformando-as em fala escrita, em letras que, mesmo totalmente minhas e de alguns outros, sempre vislumbro a possibilidade de alguém achar interessante essas quase confissões, quase memórias, quase fantasias que exponho vez por outra. Talvez seja por isso que algumas pessoas, que considero muito inteligentes, gostam e voltam aqui pra uma conferência mais ou menos assim: será que tem algo novo ou interessante ali pr'eu ler e pensar um pouco? É essa interlocução que busco e é ela o sentido pra que eu - em meio a tantas atribulações da vida - dedique algum tempo do meu dia pra falar por aqui. Fico feliz e honrado por ter pessoas como você que me leem e, provocadas, respondem, às vezes aqui mesmo com um comentário. Noutras talvez o texto (as idéias) continue vivo nalgum lugar da memória, trabalhando, atuando, provocando novas produções de sentido. Isto é o mais bacana da história toda. Vamos em frente! Aceito (e gosto de) críticas e sugestões. Podem ser públicas ou no meu email pessoal. P.S. Gostei das complementações de leitoras preciosas sobre músicas que falam de chuva. Adoro chuva... pra tudo, até pra tomar banho nela. E se for num carnaval... vixe!!!!!

13 de abril de 2009

TEMPO BOM

Ontem, como destaquei aqui, fez tempo bom o dia todo. Melhor ainda: fez tempo bom em Juazeirinho. Chuva fina e às vezes nem tanto, mas chuva o dia inteiro, com direito a Dimas e Alexandre Couto, violões vozes e gaita, sítio de Agenor, Nego Toca, Bola 7, meninada solta do terreiro pro oitão, maxixada e outras dezenas de iguarias caririzeiras, com direito a siriguela e umbu do melhor e ainda picada de maribondo exatamete na ponta do indicador esquerdo, o dedo da pestana no violão. Ai! No final do dia ainda deu tempo pra sofrer com o meu tricolor! Menos mal pra Raposinha da Serra. Tempo bom! Espero que faça "tempo limpo" pras bandas de Salvador e Rio, eu possa chegar de asa dura sem problemas e ainda ir direto do aeroporto pra UERJ. Corre, menino! Avia ligeiro! Ó o siviço!

12 de abril de 2009

ELA CHEGOU,FINALMENTE!

A espera foi grande e eu diria ate meio impaciente. Estávamos todos com uma sensação esquisita sobre o que poderia ter dado errado ou todos os porquês sobre sua demora, pois que ela viria um dia, disso todos tínhamos certeza. Até a televisão já havia anunciado que ela estaria num pé e noutro, a caminho e que a qualquer hora poderia dar o ar de sua graça. Pois não é que depois de um dia superquente, ventilação próxima de zero, umidade do ar lá nas alturas, a sensação térmica bem acima da temperatura real e lá vem ela. Final de tarde de sábado, terraço lotado de amigos, uma gigantesca costela de Porco ao forno (à minha moda, claro!), um Guiné ao molho (também à moda do dono da casa), muitos e muitos goles especiais de líquidos refinadíssimos (alguns ofertados pelo laboratório de Sabino Rolim, que esteve presente), música suave e agradabilíssima de Dimas Xavier, causos e poemas matutos declamados por Zé Martins, bom papo, gargalhadas (muitas) e ao fundo o acompanhamento vigoroso, meio barulhento, em ritmo próprio, mas com muita vontade e determinação, idas e vindas, silêncios e sons turbulentos... da chuva. Se veio pra ficar e se instalar de vez pelos próximos meses na Serra da Borborema ainda não da pra saber, mas que fez a festa de muita gente, disso eu tenho certeza. Pela quantidade e intensidade com que veio, espero que não tenha causado estragos logo aos menos favorecidos pela sorte capitalista. Logo agora que já estou arrumando as malas... que assim seja! Hoje tem Juazeirinho, Sítio de Agenor, cheiro de mato e terra molhada, diversão garantida e despedida para mais uma temporada de estudo concentrado. C'est la vie!

10 de abril de 2009

CINEMA BRASILEIRO

Assisti há alguns dias ao filme indiano ganhador do Oscar, QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO, e saí do cinema com uma sensação muito boa, muito bacana, eu diria, até meio esquisita. Era como se tivesse acabado de assistir a um filme brasileiro na 'nova' safra dos últimos 10, 15 anos. O filme em tudo se parece com a estética das produções nacionais. Quem já assistiu pode pensar por este lado e ver se eu estou completamente enganado. Quem não viu ainda e puder assisti-lo preste bem a atenção neste aspecto. Movimentação das câmeras, tempo do filme, cortes e transição de cenas, roteiro, atores com jeito de gente comum, as locações, a fotografia, a linguagem direta, cortante, conteúdo mesmo... tudo (abstraindo a questão da língua) me deu a sensação de que assistia a um filme nacional. O filme é um barato e apesar de alguns clichês (qual forma de arte na modernidade consegue se esquivar completamente deles?) tem de tudo em termos de ingredientes para um grande filme. Creio até que com a mesma disposição de espírito dos julgadores, algum dos brasileiros que disputaram a estatueta nos últimos anos teria levado a melhor. Afinal, a Índia tem mais poder e dinheiro que o Brasil, pois não? Sei lá, mas acho que isso pesa. Vale a pena ver!

8 de abril de 2009

DE VOLTA PRA SERRA

Finalmente uma chuva fininha começou a dar o ar de sua graça hoje nos céus da Serra da Borborema. Estou por essas bandas desde o dia 03 (curtíssima temporada de férias com tudo menos descanso) e somente de ontem pra hoje caíram alguns pinguinhos, ainda tímidos, mas prenúncio de tempo bom pelos próximos dias. O calor estava insuportável. Tempo bom pra mim é quando chove. É assim que gosto e pronto. Imagine passar quase todo o inverno sem a Rainha (da Borborema...) e só voltar pra pegar a rabeirazinha do frio lá pela metade de julho. Menos mal. Melhor que nada! Lá fora está chovendo / mas assim mesmo eu vou correndo... (Jorge Ben e Toquinho); Chove lá fora e há chuva / dentro do meu coração... (Gilson) Olho para a chuva que não quer cessar / nela vejo o meu amor... (Demétrius) Chove lá fora e aqui / faz tanto frio / me dá vontade de... DEIXA PRA LÁ!!!!!!!

O OVO REDIMIDO

Algumas notícias me causam estranheza, às vezes por certo ar de coisa 'requentada', outras apenas pelo fato de causar. Dentre estas últimas tem algo que sempre me surpreende que é uma matéria condenando este ou aquele alimento e, por tabela, condenando à morte todo ser humano que faz uso frequente do dito cujo. Dentre esses tantos eu lembro agora da carne vermelha, do açúcar, das massas, dos doces todos, do leite, do chocolate... e uma lista enorme que não vou fazer esforço algum pra lembrar. Só por desinteresse mesmo. Mas o foco do meu interesse aqui você já viu no título deste post: o ovo! Ele mesmo! Em seu livro (o único que conheço) Duda Mendonça afirma que o ovo da galinha fez mais sucesso que o da pata (que a sabedoria popular diz ser melhor e mais forte [?]) e ganhou fama porque a galinha faz propaganda tão logo termina de botar o seu ovo. Ouvi, vi e li durante alguns anos uma enorme quantidade de matérias jornalísticas (científicas ou não) desancando o pobre ovo. Fiquei tão influenciado que, apesar de gostar de ovo frito, com cuscuz, com pão, com arroz, com farinha e tudo o mais. E a velha e saudosa cabeça-de-galo? E aquele ovinho de codorna cozido acompanhado de algum precioso líquido que os que gorjeiam não bebem? Há alguns dias pipocaram manchetes em todos os lugares e eu li, ouvi e vi nas TVs que o ovo estava sendo absolvido, ou melhor, estavam retirando as acusações por infartos, aterosclerose e outros danos cardiovasculares. Descobriram que um ovo por dia não faz mal algum e que a quantidade de colesterol nele contida é insignificante para o alarde que faziam e as acusações que lhe imputavam. Resumo da ópera: com uma criação de galinhas que entre adultas, filhotes pequeninos e médios já passa dos 25 habitantes, dá um gostinho legal recolher ovos sempre e comê-los sem culpa. Eu diria que nem como ovos de galinha de capoeira, mas literalmente 'do quintal'. Já sou quase um granjeiro. Ovo é o que não falta. E agora depois de sua redenção nem se fala. Tem mais comida nessa lista e depois comento.

1 de abril de 2009

MENTIRAS SINCERAS ME INTERESSAM

Pra quem está "perdido, sem pai nem mãe" até "mentiras sinceras" podem interessar, como cantava desesperadamente Cazuza, ainda nos tempos do Barão Vermelho. Tem até produção roliudiana que traz a expressão no título, na tradução brasileira. A bem da verdade, o mundo humano é repleto de pequenas e grandes verdades e mentiras, às vezes nem tão sinceras, de um lado ou do outro. Um pouco de cultura (nem tão inútil) sobre o assunto com a colaboração da wikipédia. "Há muitas explicações para o 1 de abril ter se transformado no Dia das Mentiras ou Dia dos Bobos. Uma delas diz que a brincadeira surgiu na França. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado no dia 25 de Março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1 de abril.

Em 1564, depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX de França determinou que o ano novo seria comemorado no dia 1 de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano iniciaria em 1 de abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries.

Em países de língua inglesa o dia da mentira costuma ser conhecido como April Fool's Day ou Dia dos Tolos, na Itália e na França ele é chamado respectivamente pesce d'aprile e poisson d'avril, o que significa literalmente "peixe de abril".

No Brasil, o 1º de abril começou a ser difundido em Minas Gerais, onde circulou "A Mentira", um periódico de vida efêmera, lançado em 1º de abril de 1848, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. "A Mentira" saiu pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente".

Hoje, uma fantástica figura humana que conheci desde tenra idade completaria 46 anos. Isso se a Dona Morte não a tivesse levado lá pelos idos de 1982. Provavelmente, a única pessoa que conheci aniversariando na data. Chamava-se Carmen Verônica de Araújo Barbosa, por quem nutri fervoroso afeto, sentimento imortal e atemporal.

Mas a data remete às brincadeiras de sempre, como a bandalheira do PSDB no Congresso Nacional, senhores circunspectos e de moralidade duvidosa, instalaram uma coisa chamada "mentirômetro", em alusão ao governo do Presidente Lula.

Fizemos muita onda com essa história de Primeiro de Abril e ainda hoje, vez por outra me deparo com amigos e amigas tirando sarro da cara de alguém pego em flagrande chacota com algo estapafúrdio em que se tenta fazer acreditar para depois confessar: Primeiro de Abril. Por isso, antes que alguém imagine que é "coisa de brasileiro", registrei a informação.

O que mais me chamou a atenção nos últimos dias foi uma belíssima peça de propaganda da SKY no rádio, minha mídia preferida. O "causo" é mais ou menos assim:

Um casal entra no motel e ela vai dizendo: "Alfredinho, você me trouxe num motel, seu safado! Devagar! É a minha primeira vez"!

Ele, empolgado (coisa de machos), como se não houvesse escutado nada, aciona o controle remoto da TV e exclama bem alto: "Olha aó! A TV tem Sky!" Tem isso, tem aquilo, tem "até tabela do brasileirão!".

A moça contesta automaticamente: "Ah, Alfredinho! Você quer que eu acredite que você nunca viu uma TV com Sky antes?"

Daí, ele, todo indignado, responde com deboche: "Ué? Você quer que eu acredite que é a sua primeira vez...!" E aí entra o locutor falando das vantagens de assinar a sky e coisa e tal.

São assim essas pequenas mentiras sinceras que dão uma espécie de colorido especial a todas as formas de relacionamento. E quando se trata deste tipo, os "atores sociais" esbanjam firulas e cascatas na tentativa de fazer crer ao outro que se é algo diferente do que se é! Melhor!

Sei não, mas ainda acho que o mundo da verdade e da sinceridade plenas (num sentido mais radical da expressão, como aquele sujeito do programa da Globo...) é "conversa pra boi dormir", se é que boi dorme assim!

Como o Brasil já está vencendo o Peru por 3 X 0, tornou-se melhor ocupar o tempo "refletindo" sobre essas abobrinhas.

Quem quiser que arrisque "atirar a primeira pedra"! Eu, hein!