1 de novembro de 2006

PERMITO-ME AO MUNDO

Permito-me ao mundo

E nele toco.

Virtudes e vícios.

Menino, quero dele apropriar-me

Pelos sentidos

E nessa aventura

Já tive dedos queimados,

Pequenos choques elétricos,

Provei do gosto amargo,

De coisas que não queria

E sabores inesquecíveis.

Toquei em flores, espinhos,

Rostos de crianças, pele macia.

Escutei a maravilhosa música do mundo.

E o mundo sorri pra mim.

Às vezes escancara numa gargalhada...

Afinal, ao me permitir pra ele

Recebo de volta generosamente

Sua contrapartida.

Em parceria com ele

Sigo arriscando.

Vivo o mundo como se fosse meu,

Penetro cada brecha aberta

E quando ela não existe eu a faço.

Melhor que falar mal do mundo

É tocar nele

Como gente,

Como parte dele,

Como menino

Brincando de gente grande.

Nenhum comentário: