Palavras e imagens. Impressões e olhares sobre o mundo e as relações. Um pouco de cada coisa: educação, universidade, cultura, arte, política, gente...até poesia e outras formas de escrita.
8 de novembro de 2006
DESPERTO NO FIM DA MADRUGADA
Desperto no fim da madrugada
E procuro divisar o firmamento
Por uma greta na janela
Como um nostálgico contador de estrelas.
O lusco-fusco anuncia a aurora
E não há tempo para brincar de poesia.
O cheiro do café que vem de outra casa
E alguns motores que rugem
Avisam-me que a vida urge
E não há tempo pra sonhar de novo.
Tento emendar o sono
E colar pedaços do mesmo sonho,
Como se um ‘durex’ imaginário pudesse
Fazer continuar a fantasia trincada.
Agora a água fria sobre a cabeça
Informa que a roda-viva engrenou
Como num moto-contínuo
E este aprendiz da vida é apenas um dos dentes.
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