10 de maio de 2009

MÃES E FILHOS

Em matéria de movimentação de mercado o Dia das Mães só perde pro Natal. Também seria covardia ganhar logo pro "filho do Homem". Mas o que é interessante mesmo nessa história toda é que as mães vão ficando mais velhas e é como se um filme passasse diante dos seus olhos sempre que chega a data. Filhos ficando mais velhos, saindo de casa, constituindo suas famílias (às vezes no plural mesmo), às vezes perto, noutras tão longe que não dá pra juntar todos sempre no dia D. Vejo os sonhos ainda cintilarem nos olhos de uma mãe de 71 anos de idade, completados na véspera do Dia das Mães e é como se, pra ela, o Dia das Mães fosse duplo. Vez por outra coincide com a mesma data o dia 09 de maio. Sinto que em suas lágrimas brotam um pouco de tudo: de tristeza por não poder ver sua 'ninhada' toda unida, de alegria por poder juntar os possíveis e, em sua quase inocente fé, acreditar (ou de querer) que estando juntos, todos estão em paz e harmonia. Vejo que o Dia das Mães é mais o dia dos filhos. Ao menos daqueles que sabem que pela sua mãe são capazes de fazer algum sacrifício. Cá comigo e meus botões, pela minha parte eu sei que tudo que fizer será sempre pouco se comparado ao que ela ainda faz por mim, mas somente eu e meu coraçãozinho aqui sabem das dores que trago, dos silêncios, dos não ditos em seu nome, quase em seu louvor. Sei que vale a pena e isso me faz maior aos meus próprios olhos; maior do que os outros possam me ver em minha intransponível couraça. São assim os caminhos, com as escolhas que cada um faz ao seu arbítrio. Minha mãe merece mais e é sempre bom que ela chore ao menos hoje, na presença de todos. Bom seria que isso servisse pra que em suas horas de solitude nunca mais precisasse derramar uma lágrima e que o último por-de-sol de sua vida, como ela mesma gosta de dizer, fosse bonito como o de um passarinho. Hoje é meu dia também. De alguma forma é assim que sinto! Estou junto de quem me criou e dos que ajudei a criar e ainda dos que ajudei a trazer a lume. Feliz por isso!

4 comentários:

Débhora Melo disse...

Rangel,

Nessa andança pela vida, desde que vim a luz, nos meus tropeços, nos meus acertos, ela é a fortaleza e refúgio.
Corrigindo, abrandando os ânimos, aguilhoando-me para sentir que a dor moral também é necessária para resgatar meus brios, contando velhas histórias, exemplares, mas sempre novas, jamais negando o ombro amigo.

Todos nós, filhos, demos trabalhos:
As doenças que afligiam, as desobediências, a antagonia das idéias, tantas, tantas pequenas-grandes coisas... Contudo, o seu amor pelos filhos é profundo e imutável.

Hoje, eu calo-me para ouvi-la e abro alas para os seus passos, pois reconheço sua sabedoria.

Feliz aqui estou por minha mãe, por tua mãe, por todas as mães e também por ser MÃE.

Um abraço fraterno e carinhoso,

Débhora Melo.

KÁTIA LIMA disse...

QUE LINDO, RANGEL.
QUE LINDO DÉBHORA.
TER UMA MÃE E SER MÃE É DÁDIVA DIVINA, POIS HOJE NESSE MUNDO INCONSEQUENTE, SEM DESTINO, ELA É A NOSSA MAIOR GUIA, A NOSSA SEGURANÇA, É O AMOR QUE MAIS TEMOS DE VERDADEIRO.


BESOS, BESOS E UMA ÓTIMAAAA SEMANA.


KÁTIA LIMA.

Aninha Santos disse...

Dia das mães é mesmo dia dos filhos. Ontem foi um dia particularmente de saudade. É estranho ser mãe e sentir-se apenas filha.

Belo texto. beijos.

RANGEL JUNIOR disse...

Beijão pra todas. Obrigado pelas visitas. Ainda estou no desfrute e no deleite de estar perto dos meus. É como se fosse um pouco ao mesmo tempo dia do pai e do filho... uma beleza. Ainda cantarei na terça-feira à noite, no Picanha 200, antes de viajar na quarta pro meu "retiro intelectual-acadêmico".
Vida que segue!
Abração!