23 de março de 2010

BBB - BIG BESTEIROL BRASIL - II

No dia 10 de fevereiro postei um comentário sobre este assunto. Apesar de estar livre de assistir (viva o controle remoto!) ninguém está imune aos pop ups, às inserções surpresa na TV, às "matérias" de capa...

O portal vermelho publicou artigo (que eu considero) arrasador do Sr. Washington Araújo analisando o BBB da (ainda) poderosíssima Globo.

Segue o trecho final. Se quiser ler o artigo inteiro, visite o portal vermelho na internet.

"O Big Brother Brasil é autoexplicativo. Mesmo quem diz que nunca assistiu consegue rapidamente formular opinião sobre o programa. Até porque é de longe fonte primária para o jornalismo de frivolidades — também conhecido como de entretenimento —, crítica de televisão e, na verdade, reedita o velho colunismo social dos jornais impressos. Só que bem mais ao gosto dos dias atravessados que vivemos, com direito a pergunta em rede nacional em horário nobre tão instrutiva e recatada quanto: "Você é ativo, passivo ou ambos?" E a resposta de supetão: "Nessa idade, eu sou tudo".

À sua maneira, os participantes se põem a conversar sobre tudo e todos, sobre tudo e nada. É uma pena que não consigam elaborar em 90 dias perguntas que façam a vida valer a pena. Penso em busca de respostas para questões essenciais: todo mundo é corrupto ou depende das circunstâncias? Você toparia tudo — mas tudo mesmo! — por dinheiro? Todo mundo mente, faz intriga, é fofoqueiro, traíra ou X9? Existe algum ser humano que seja confiável quando há muito dinheiro em jogo? Por que tenho medo de lhe dizer o que eu sou?



É que ainda não entendemos que a pior tragédia na vida de um homem é aquilo que morre dentro dele enquanto ele ainda está vivo. (grifo meu) Não preciso escrever mais nada, né?"


* Washington Araújo é mestre em Comunicação pela UnB e escritor

21 de março de 2010

ESCOLA PÚBLICA E BARBARIDADE!

Minha chinela amarela




"Olá, eu sou o Charles.
Eis a minha chinela.
Minha chinela é amarela.
Eu chamo minha chinela de Chaninha!

Chaninha vive no armário
De manhã, Chaninha sai do armário e vem para mim.
E Chaninha vem me ver, cheia de charme!

Eu saio ao sol, eu e a minha chinela...
Eu saio na rua...
Eu e a minha chinela.

Eu e a minha Chaninha! Lá vamos nós!

Às vezes, eu suo muito.
Eu suo na Chaninha.
Aí, ela cheira mal!
Uuuuu! Ela cheira a chulé!

Se dá chulé na Chaninha, mamãe leva e lava.
Mamãe lavou, lavou e a Chaninha furou.

Hum, a chinela é cheirosa afinal!
Chaninha é velha.
Mesmo assim ela é maravilhosa!"

CALMAAAAAAAAA!
Recebi esta 'coisa' que não sei se é 'música' de alguma dessas bandas 'modernas'... Safadões do Forró, Lapada na Rachada, Moleca Safada, Garota Sem Vergonha...coisas do gênero. PASMEM! É um texto de uma cartilha de alfabetização publicada pela Secretaria de Educação do Município do Rio de Janeiro.

Isso mesmo! Imagine!
Até agora ainda não saiu na mídia nacional... por que será? Daria um belo escândalo! No mínimo é porque o prefeito de lá não é de esquerda... Cadê as Globos, SBTs, Records, Bands????????????????

15 de março de 2010

MAIS CAÇADORES DE ARCO-ÍRIS

Com a aproximação das chuvas por aqui já fica a minha expectativa de que possamos caçar belos arco-íris nos próximos meses.
Meu irmão Zeneto já me asseverou que, com sua nova e possante câmera, deverá fazer belas capturas muito em breve.
Eu mesmo andei tentando por estes dias, mas aqui em Campina Grande eles nunca mais deram o ar (ou a luz) de sua graça.
Ontem, domingo, os primeiros pingos de chuva do ano ensaiaram uma farra que se anuncia bastante promissora. Afinal, dia de São José vem aí.
Por enquanto, fica este aqui embaixo, colhido por JHCordeiro, da capital federal e enviado a mim por Ana Santos, do blog Paraíba Vermelha.
Um arco-íris completinho e bem vistoso.
Com meu abraço!

14 de março de 2010

POEMA PARA UM DOMINGO MEIO BLASÉ

Num domingo amanhecido cedo, entre papéis, letras, teorias e tentativa de concentração no estudo... uma pausa, um breve passeio pelas cordas do violão e este poema no juízo.
Oswaldo Montenegro - Metade.
Divido com você.

13 de março de 2010

AQUECIMENTO GLOBAL

Dia desses uma estudante se aproximou após uma discussão e me perguntou reservadamente: "professor, o senhor acredita mesmo nessa história de aquecimento global?"
Fiquei meio sem jeito pra responder com medo que meu posicionamento pudesse influenciá-la sem que eu tivesse tal intenção. Respondi apenas que pra mim não era uma questão de acreditar ou não. Isso não é assunto de crença, fé, coisas do gênero. Pode ser verdadeiro, pode ser que não. Uma coisa é certa: eu tenho sentido um "calor dos infernos" nos últimos meses. Em Campina, em João Pessoa, em Fortaleza, em Patos, em Monteiro...
Se quiserem chamar de 'aquecimento global' aí não é comigo, mas que eu estou vendo a hora minhas pobres galinhas botarem ovo pré-cozido isso é bem verdade...
Eita! Vou logo aumentar a velocidade do meu ventilador que no 01 não está dando conta...

POSTAGEM COMEMORATIVA

Esta postagem tem o objetivo quase único de comemorar a volta do sinal da internet (velox) à minha residência.
Há mais de quinze dias com problemas na internet caseira, tive que me virar várias vezes para resolver problemas com a correspondência pelo celular. Apesar da visão em ordem, ninguém merece navegar numa tela de 2,5 polegadas, com letrinhas menores que um milímetro, salvo em casos de urgência.
Depois de exatos cinquenta minutos de prosa com computadores e atendentes da oi/velox aconteceu um milagre. Aliás, dois. Sou capaz até mesmo de explicá-los e registrar a suspeita de que não houve milagre algum.
Primeiro porque o amigo Dailton Lucas me ensinou que todas as vezes que ligar para os serviços de atendimento das empresas telefônicas ou congêneres, uma vez que a ligação é gravada, o cliente tem o direito, pelas regras, de pedir para ser enviado pelos correios um CD com a gravação de toda a conversa. Segundo porque agi diferentemente: logo no início do atendimento registrei que queria receber a gravação. Creio que isso mudou substancialmente a forma de atendimento.
Por fim, para minha surpresa, em pleno sábado à tarde, quatro horas e meia depois da reclamação, eis que chega à minha casa um técnico muito solícito para resolver o meu problema.
A decepção (ou quase): chego em casa quase às três da tarde, cansado e com fome e resolvo ligar o computador pra ver se o sinal havia voltado, como sempre havia feito nas últimas duas semanas. Enquanto o PC inicializa vou à cozinha beber água e escuto um chamado pela campanhinha. Quem? O técnico da oi/velox. Recebo o cidadão, entro com ele em casa e nos dirigimos para o computador. O que acontece? Está lá o sinal da internet 100% e feitos todos os testes o rapaz me diz que não pode fazer nada porque simplesmente não tem o que fazer.
Vai entender...

9 de março de 2010

O DIA SEGUINTE

Hoje, feliz da vida, um almoço especial, muita salada e, claro, o Gerimum de que falei. Incluindo à mesa a minha irmã mais querida... e única! Mas, por que estou falando assim se isso não é uma diário íntimo? Será que não? Por que estou expondo assim minhas intimidades?

Talvez felicidade pelas interlocuções todas e pra confessar que é bom tocar no sentimento alheio, essa busca universal a que se demandam os poetas. Não que eu tenha querido sê-lo, mas tão somente espalhar aos quatro cantos um sentimento entalado de saudade que, mais adiante, o tempo se encarregará de transformar em saudade boa, até quem sabe, sorridente, alegre.

Por enquanto, deixo-vos com a primeira Pitanga colhida por Vinícius do meu pequeno pomar e saboreada a três.


8 de março de 2010

AH, ESSAS MULHERES... OU, SOBRE COMO UM SIMPLES GERIMUM FAZ LEMBRAR UMA GRANDE MULHER

O gerimum é também chamado de abóbora em alguns lugares, assim como a macaxeira é chamada de mandioca, de aipim. Nem sei se é assim mesmo...

A verdade é que eu queria falar do gerimum que comprei na feira central de Campina Grande, no último sábado. Olhos marejados e aquela sensação de que ela estava por perto. Sou freguês de Seo Chico há uns 6 anos, desde que voltei de Fortaleza. Dona Neide me indicou o lugar exato onde eu poderia encontrar um gerimum caboclo toda semana, sequinho, daqueles que ao serem cozinhados ficam com a consistência de um bom inhame... sem derreter. É como se comprasse uma coca-cola. Explico: você sabe que encontrará tal sabor sempre... onde estiver.

Pois bem! Desde dezembro que eu me boicotava todos os sábados evitando inconscientemente a ida à feira central.  Esta rotina semanal me traz recordações ainda muito caras e, de certo modo, lacrimejantes. Camilla desvendou o mistério quando cheguei com a xepa e não deu outra, me derramei em saudades assumidamente dolorosas de minha mãe.

Tudo por causa do gerimum. Olhei praquele balaio de sempre, bonito... e a moça ainda perguntou: vai levar gerimum hoje, professor? Não resisti! Inevitável a lembrança de Dona Neide, o seu alimento mais sólido na refeição do meio dia pelos últimos anos, vez que quase nada estava liberado por conta de suas dificuldades de saúde.

Revejo suas imagens, algumas no hospital, outras em nossas sempre animadas festas, outras simplesmente no cotidiano caseiro... em tudo me faz lembrar uma grande mulher. Em tudo Dona Neide me faz acreditar na força e na coragem das mulheres quando têm um sonho, um projeto de vida, um algo por que lutar. E ela só tinha um projeto de vida: os filhos! Pode parecer pouco para alguns, mas era tudo pra ela. O orgulho de criar, educar, transformar em gente de bem aqueles molequinhos danados dos remotos tempos de Juazeirinho.

Hoje, Dia Internacional da Mulher, eu bem que poderia fazer algum proselitismo aqui e listar um bocado de mulheres inteligentes, bacanas, guerreiras que conheço, mas não. Resolvi concentrar tudo numa imagem só de mulher, miúda, frágil no andar dos últimos anos, frágil na emotividade em que se derretia vez em quando nos últimos tempos e tão forte em sua simplicidade, em seu projeto de vida singelo e arrebatador.

É pra ela que rendo todas as minhas homenagens hoje. E o gerimum está lá, à espera que eu crie coragem de pô-lo ao fogo pra acompanhar  e degustar o primeiro pedaço com um pouco de azeite, orégano, algumas gotas de shoyo e uma boa dose de cachaça. Hummmmmm!

Salve, salve! Essas mulheres...

3 de março de 2010

NOSSA LÍNGUA BRASILEIRA II

Creio que vou abrir uma série aqui no blogue com este título. Há tanta coisa interessante por aí que certamente merecerá sempre um pequeno comentário, um registro. Ainda resultante da viagem que fiz, no período de carnaval, recolhi mais duas imagens que considerei interessantes tratando da nossa amada língua, tão bela e ultrajada, como diria o poeta.

A primeira pela forma inusitada de acesso. Os amigos Paulo César e Leila falaram que precisávamos conhecer um Bar chamado Suvaco de Cobra, no bairro do Montese, onde eu havia morado por alguns anos.  Na preparação do convite a informação que lá havia bons petiscos e um certo exotismo. E bota exótico nisso.

Primeiro que o bar tem uma espécie de barraca na entrada que se dá por um beco estreito com mesinhas de uns 30cm coladas na parede até chegar a uma espécie de pátio interno após a cozinha. Muitas cores berrantes misturadas, uma decolração pra lá de psicoldélica que vai de antiguidades a peças de artesanato, figuras e imagens do folclore nordestino, imagens de santo e de homens e mulheres com pouquíssima roupa, inversamente, nos sanitários masculino e feminino.

Realmente o tira-gosto é bom, a cerveja é mais ou menos gelada, o atendimento é sofrível, a música é bacana e a placa em azul no fundo amarelo é show de bola. Ainda estou tentando entender o "familiar" entre aspas. Deixa pra lá...
Pra encerrar e, como contumamos dizer, fechar com chave de ouro, essa imagem instigante de uma lanchonete ambulante (mais ou menos fixa, pois tem até antena parabólica), na cidade de Jucurutu, entre a Churrascaria do Zorro e o Posto de Combustíveis e em frente ao Restaurante São Sebastião, onde comemos um excelente carneiro assado, mesmo às 14:30h de um domingo.

A minha grande dúvida é sobre qual foi mesmo a intenção dos proprietários em relação ao nome que desejaram colocar no seu trailler/lanchonete. De qualquer forma, pra mim foi uma grande novidade, pois não encontrei nos dicionários de várias línguas em que pesquisei. Uma aproximação possível que arrisquei fazer é que a tentativa era de escrever algo em Português, inspirado em alguma expressão de origem religiosa.

Em minhas pesquisas descobri que há uma expressão parecida, El shadai, ou shaday, que é bíblica e que quer dizer "todo poderoso" ou "deus todo poderoso". Encontrei ainda uma web rádio em Portugal com o nome elchaday e foi o mais próximo do que vi em Jucurutu.

Aproveite e tire suas conclusões. Boa sorte...


Se for do inglês o bicho pega porque, segundo o Michaelis, HELL é "inferno" (também no sentido figurado) ou "lugar de grande sofrimento e destruição." CHADY não existe, mas SHADY é "na sombra, sombreado, sombroso, sombrio..."

Será que teriam ido tão longe? Que tal tomar uma sopa na "sombra do inferno?" Ou no "inferno sombrio..."

2 de março de 2010

CANÇÃO DO MEU EXÍLIO

    Viajando a Maranguape para uma visita ao Museu da Cachaça, eis que encontro no topo de um poste um vistoso Gavião-Peneira. Clic com a máquina emprestada de Paulo César Cariri.
    Aproveitei pra postar aqui, junto a uma versão (paródia? paráfrase?) que fiz há algum tempo para a Canção do Exílio.
    Não tenho Juritis ou Sabiás para ilustrar e resolvi registrar meu clic que, cá pra nós, ficou muito bacaninha.
    Segue a Minha Canção do Exílio, escrita há algum tempo no Rio de Janeiro.


















Minha terra tem juremas,
Onde canta a Juriti;
As aves que lá gorjeiam
Não gorjeiam como aqui;
Tem mais terra do que água
E é chamada cariri.

Nosso céu não tem fumaça
A não ser de uma coivara,
Ou de cigarro de palha
Que a nada se compara;
Poluição por ali
Se existe é coisa rara.

Desconfiado — de noite —
Deito na rede serena
No alpendre da casinha
Que é pobrezinha e pequena.
Curtindo a brisa da noite
Junto da minha morena.

Minha terra tem sabores
Que neste lugar não há;
Deitado — à boca da noite —
Gozo assim não tenho cá;
Minha terra tem juremas,
Juriti e Sabiá.

Deus me livre de morrer
E aqui ser enterrado,
Sem que desfrute os primores
Do meu torrão encantado,
Sem qu'inda aviste as juremas
E Juritis no roçado.

A Canção do meu Exílio
Tem Cururu, tem Preá,
Tem Calango e Papa-vento
Balançando no Jucá;
Tem saudade enfileirada,
Cana com Piaba assada
E o canto do Sabiá.