21 de novembro de 2009

RAIMUNDO FAGNER ESPECIAL


Arrisco afirmar que pelo menos uma canção de Fagner (cantada por ele) está impregnada na memória de cada brasileiro, principalmente nordestino, na faixa dos trinta em diante. Isso sem querer isolar outras pessoas em idade inferior.

Quem não estava lá precisava ver a reação de um grupo de uns vinte jovens, entre rapazes e moças na faixa dos 17 a 20 e poucos anos, no Picanha 200 na última quinta-feira, dia 19 de novembro, quando começei a entoar, depois daquele tradicional solo de contrabaixo: "O aço dos meus olhos / E o fel das minhas palavras / Acalmaram meu silêncio / Mas deixaram suas marcas (...) Ai, coração Alado..." (Gracco & Caio Silva). É impressionante!

Em primeiro lugar a longevidade de Fagner como intérprete, com uma voz bem mais apurada que nos primeiros anos de carreira e, da mesma forma, um compositor que não parou de produzir belas canções, sempre em parceria com contemporâneos e novos compositores. E ainda um sujeito que, sem ser caracterizado como um "artista regional", nunca deixou de cantar suas raízes musicais.

Pois bem! Recebi um desafio de fazer um especial com canções de Fagner (que ficaram marcadas em sua interpretação) no Restaurante Picanha 200 e comecei com um exercício de memória com um caderno aberto. Qual não foi minha surpresa quando a lista chegou a 32 músicas, sendo que destas apenas duas eu não tinha a letra e acompanhamento completamente memorizados. Resultado: entre o dia que comecei a lista e o último ensaio já havia chegado (à memória) mais cinco canções.

Tive que "sacrificar" algumas, pois não cabiam todas na proposta de show.

Pra mim foi uma noite memorável. Muito amigos, casa quase lotada em plena quinta feira, apresentação iniciada quase pontualmente na hora prevista, um acompanhamento muito bacana de Alexandre Couto (violão aço, gaita e vocais), Waldenor Fonseca (contrabaixo e violão) e Sandro Dupan (percussão e efeitos). Ainda a participação especial de Dimas Xavier (triângulo/block) na hora do baião.

Recepção maravilhosa, uma viagem fantástica pelo cancioneiro de Raimundo Fagner, uma mexida no baú da memória e dos sentimentos de muita gente (inclusive do cantor), muitos cantando e acompanhando quase todas as músicas... foi tudo de bom.

Lembrei de uma fita cassete que gravei e dei como presente, lá atrás, em 1980 quando eu contava apenas quatro anos que aprendia a tocar e cantar. Estava lá: "Eu sei qu existe por aí / Uma andorinha solta / Procurando um verão / Que se perdeu no tempo (...) É que meu coração de homem / Voa alto como um pássaro" (Ave Coração - Clodo & Zeca Bahia).

Velhos tempos... belos dias que se renovam sempre que pego o violão e começo a entoar uma canção...

O bom do show é que foi pura diversão pra mim, pura viagem divertida e prazerosa, como em homenagem a um cara que musicalmente fez a cabeça de uma geração e continua por aí "dando suas cacetadas", com CD novo e novas canções, novos parceiros, novas idéias...

Viva, Raimundo Fagner!

2 comentários:

Socorro disse...

Que legal,
Também adoro Fagner. Tua apresentação deve ter sido td de bom.

"Tenho um coração
Dividido entre a esperança
E a razão
Tenho um coração
Bem melhor que não tivera..."

Ele canta muuuiiita poesia!

Abçs.

Débhora Melo disse...

Oi Rangel,

Ou meu amigo, prepare-se para os "carões".
Pq vc não publicou aqui o seu show?
Teria ido se soubesse.

Concordo com Socorro,são verdadeiras poesias as músicas interpretada por Fagner.
Gosto por demais.
Fica aqui, umas das mais belas e que me faz viajar em tempos, tempos e tempos... passados.

RETROVISOR

Onde a máquina me leva
Não há nada
Horizontes e fronteiras
São iguais
Se agora tudo
Que eu mais quero
Já ficou prá trás...

Qualquer um que leva a vida
Nessa estrada
Só precisa de uma sombra
Prá chegar
A saudade vai batendo
E o coração dispara...

Mas de repente
A velocidade chora
Não vejo a hora
De voltar prá casa
A luz do teu olhar
No fim do túnel
E no espelho
A minha solidão...

O céu da ilusão
Que não se acaba
A música do vento
Que não pára
Será que a luz do meu destino
Vai te encontrar...

Vejo a manhã de sol
Entrando em casa
Iluminando os gritos
Das crianças
Os momentos mais bonitos
Na lembrança
Não vão se apagar...

Ai quem me dera encontrar
Contigo agora
E esquecer as curvas
Dessa estrada
Eu prefiro sonhar com os rios
E lavar minh'alma...

Alguém sentando
À beira do caminho
Jamais entenderá
O que é que eu sinto agora
Sou levado pelo movimento
Que tua falta faz...

Havia tanta paz no teu carinho
Na despedida fez um dia lindo
Quem sabe tudo estará sorrindo
Quando eu voltar...

Ai quem me dera encontrar
Contigo agora
E esquecer as curvas
Dessa estrada
Eu prefiro sonhar com os rios
E lavar minh'alma...

Alguém sentando
À beira do caminho
Jamais entenderá
O que é que eu sinto agora
Sou levado pelo movimento
Que tua falta faz...

Havia tanta paz no teu carinho
Na despedida fez um dia lindo
Quem sabe tudo estará sorrindo
Quando eu voltar...

Um abraço,

Débhora Melo.