29 de outubro de 2011

...E FORAM FELIZES PARA SEMPRE!


Aviso imprescindível aos navegantes: não sou crítico de arte. De teatro entendo muito pouco. Sou um espectador sensível e que vive aberto a novas experiências de sensibilização pela arte.

Assisti, ontem à noite, a estréia da nova montagem de Aluizio Guimarães: "...e foram felizes para sempre!" e registro aqui algumas impressões de espectador curioso que se deixou tocar pela experiência artística.

A encenação acontece num locus diferente do habitual (que não vou detalhar pra não estragar a surpresa...), o que, por si, já provoca o espectador a uma quebra de rotina.

A iluminação de Gutemberg é tão primorosa que beira a perfeição. Sem exageros! O clima criado pela marcação precisa da luz na movimentação dos atores leva o espectador a embarcar junto com estes, de modo que a luz entra em cena como se seu papel fosse para iluminar o texto e nao só os atores em cena.

Falando em cenografia, do piso aos adereços e todos os elementos cênicos estão muito bem combinados e equilibrados, em posicionamento e cores, permitindo aos atores interagir com o público como se este espiasse por detrás de um vidro espelhado...

A música mereceria um capítulo à parte. O repertório encaixado nas cenas, a suavidade da interpretação ao vivo da  banda A Valsa de Molly é algo excepcional, como se você, ao escutar a música, tivesse que ficar procurando de onde ela está vindo.

No geral, acredito que o autor e diretor Aluízio Guimarães conseguiu algo extremamente complicado: tratar um tema tão batido como o casamento, as crises numa relação a dois sem abusar dos clichês. Claro que sem alguns deles não teria graça nenhuma, em minha humilde opinião.

...e foram felizes para sempre! faz rir sem forçar a barra (aliás, Aluízio encontrou várias novas piadas...rsrsrs), provoca reflexão sem objetivo doutrinário, sensibiliza sem ser piegas. Chico Oliveira e Alana Fernandes, cá pra nós, chegam a parecer um casal casado...rsrs

Não sei se vi todas as criações do autor, mas pelo que conheço de suas incursões em teatro e cinema, trata-se do seu trabalho mais próximo do que chamam de "popular", entre aspas mesmo.

Por fim, não poderia deixar de falar da solução encontrada para que o "...e foram felizes para sempre!" provoque no espectador a sensação de continuidade da história. Não posso desmanchar também a surpresa, mas garanto que quem assistir terá uma grata surpresa neste aspecto.

Vale a apena ir ao Teatro Municipal Severino Cabral e assistir ...e foram felizes para sempre!

Um comentário:

Chico Oliveira disse...

Valeu Rangel! Obrigado pelas observações e também por sua presença na nossa estreia. O teatro campinense está em festa, este mês, com várias estreias. Em dezembro voltaremos com ÚLTIMA ESTAÇÃO, texto de Álvaro Fernandes sob minha direção. Apareça! Será um prazer recebê-lo!Abraço. Chico Oliveira.