3 de outubro de 2011

COMPARTILHAR É DEIXAR O OUTRO TAMBÉM SER

Há pessoas que perderam a capacidade de olhar o mundo ao seu redor, ver a injustiça campeando e se indignar. Há pessoas que nunca tiveram essa capacidade, por terem nascido e sido educadas em circunstâncias muito específicas que as levaram a agir assim, ou simplesmente pela perda mesma de valores morais e ideais mais altruístas.

Há no mundo e ao nosso redor muitas pessoas assim. Não são más, é bem verdade! Todavia, infelizmente, acham-se muito espertas ao ponto mesmo de debochar dos sentimentos mais nobres que movem as ações de outros no seu entorno. Pessoas assim criaram uma armadura de insensibilidade social e, muitas vezes, buscam desenvolver um forte sentimento de afetividade que transborda apenas no âmbito da individualidade. Ou seja, são afetos que, de forma quase egoísta, somente se compartilham com os mais próximos. São capazes de ir à missa aos domingos, ao culto semanal, orar por todos, mas não conseguem olhar por todos e para todos que não seja verticalmente, em posição superior.

Desta forma, quaisquer sentimentos mais universais de companheirismo, camaradagem, solidariedade e fraternidade verdadeiras, na prática, são rechaçados na forma do achincalhe, do deboche, da piada, na tentativa de levar a crer que o indivíduo que assim pensa e age, na verdade, é um ingênuo, um "inocente útil" aos planos maquiavélicos de delirantes senhores mundiais candidatos a ditadores e dominadores universais, na linha da ficção dos desenhos animados.

Não tenho vergonha de dizer ao mundo: o que me mobiliza é o sonho, a utopia, o desejo...Porém, tenho a coragem suficiente pra dizer na cara que não tenho a desfaçatez mesquinha de ficar sonhando, professando ideais, sem mover uma palha pra mudar o curso da história e a cada dia seja dado um passo a mais na construção de um mundo sem exploração do homem pelo homem, sem as amarras do lucro que fazem com que o sujeito olhe sempre pro outro analisando a possibilidade do quanto pode tirar daquele para si, quanto pode lhe render a aproximação ou o "negócio" que possam estabelecer dali em diante.

Definitivamente, esse mundo não é o meu!

Deixem-me com meu "anacronismo"! Deixem-me continuar empunhando minha lança quixotescamente, desde que apenas acredite naquilo que vejo e sonho em mudar.

Meu mundo e nada mais é um lugar onde todos possam buscar o sol e o encontrem a cada manhã, sem ter que tirar do outro um pouco de luz que seja. Há luz suficiente para todos no universo e em nosso Planeta tão castigado.

Sejamos os que buscam o sol, mas o sol para todos! Sejamos os que buscam a vida, mas a vida em abundância, como sugeriu um certo profeta, e para todos sobre a terra.
É isso!

Um comentário:

Ítalo Vilarim disse...

Este tipo de pessoas a que você se refere, não produz sua ideologia, 'importa' elementos da ideologia liberal, sem as condições concretas em que aquela foi produzida. O objetivo delas é que o mundo adquira suas feições (delas) .
Você defende sua ideologia, mas fala e prega em nome de todos. Isso é ideologia. Valeu, camarada! Não desista, jamais!