Aviso imprescindível aos
navegantes: não sou crítico de arte. De teatro entendo muito pouco. Sou um
espectador sensível e que vive aberto a novas experiências de sensibilização
pela arte.
Assisti, ontem à noite, a estréia
da nova montagem de Aluizio Guimarães: "...e foram felizes para
sempre!" e registro aqui algumas impressões de espectador curioso que se
deixou tocar pela experiência artística.
A encenação acontece num locus
diferente do habitual (que não vou detalhar pra não estragar a surpresa...), o
que, por si, já provoca o espectador a uma quebra de rotina.
A iluminação de Gutemberg é tão
primorosa que beira a perfeição. Sem exageros! O clima criado pela marcação precisa
da luz na movimentação dos atores leva o espectador a embarcar junto com estes,
de modo que a luz entra em cena como se seu papel fosse para iluminar o texto e
nao só os atores em cena.
Falando em cenografia, do piso
aos adereços e todos os elementos cênicos estão muito bem combinados e
equilibrados, em posicionamento e cores, permitindo aos atores interagir com o
público como se este espiasse por detrás de um vidro espelhado...
A música mereceria um capítulo à
parte. O repertório encaixado nas cenas, a suavidade da interpretação ao vivo
da banda A Valsa de Molly é algo
excepcional, como se você, ao escutar a música, tivesse que ficar procurando de
onde ela está vindo.
No geral, acredito que o autor e
diretor Aluízio Guimarães conseguiu algo extremamente complicado: tratar um
tema tão batido como o casamento, as crises numa relação a dois sem abusar dos
clichês. Claro que sem alguns deles não teria graça nenhuma, em minha humilde opinião.
...e foram felizes para sempre!
faz rir sem forçar a barra (aliás, Aluízio encontrou várias novas
piadas...rsrsrs), provoca reflexão sem objetivo doutrinário, sensibiliza sem
ser piegas. Chico Oliveira e Alana Fernandes, cá pra nós, chegam a parecer um
casal casado...rsrs
Não sei se vi todas as criações
do autor, mas pelo que conheço de suas incursões em teatro e cinema, trata-se
do seu trabalho mais próximo do que chamam de "popular", entre aspas
mesmo.
Por fim, não poderia deixar de
falar da solução encontrada para que o "...e foram felizes para
sempre!" provoque no espectador a sensação de continuidade da história. Não
posso desmanchar também a surpresa, mas garanto que quem assistir terá uma grata
surpresa neste aspecto.
Vale a apena ir ao Teatro Municipal
Severino Cabral e assistir ...e foram felizes para sempre!
Um comentário:
Valeu Rangel! Obrigado pelas observações e também por sua presença na nossa estreia. O teatro campinense está em festa, este mês, com várias estreias. Em dezembro voltaremos com ÚLTIMA ESTAÇÃO, texto de Álvaro Fernandes sob minha direção. Apareça! Será um prazer recebê-lo!Abraço. Chico Oliveira.
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