No número 85 da Revista RADIS, publicação da Fundação Oswaldo Cruz, foi publicada na coluna "súmula" a notícia que segue. Aproveitei pra levar de imediato à discussão com os (as) prezados (as) estudantes do primeiro ano do curso de psicologia da UEPB com que tenho tido o prazer de interagir neste período letivo.
Veja a íntegra e tire suas próprias conclusões.
Conselho Federal de Psicologia decidiu (Agência Brasil, 31/7) aplicar censura pública à psicóloga carioca Rozangela Alves Justino, que oferece “cura” a homossexuais, por infração da resolução de 22 de março de 1999, que estabelece: homossexualidade “não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”.
A punição confirmava decisão anterior do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro. O presidente do CFP, Humberto Verona, disse que a entidade não poderia agravar a punição, com suspensão ou cassação do registro, porque a própria psicóloga recorrera ao conselho. Rozangela afirmou que manteria sua atividade normalmente. “As pessoas têm direito de procurar esse apoio”, disse ela, de peruca, óculos escuros e máscara para não ser “atingida pela ira” dos ativistas gays. “Não sinto vergonha e nunca sentirei de acolher os que querem deixar voluntariamente o estado de homossexualidade”.
Segundo ela, as pessoas que estão “em sofrimento psíquico e desejam deixar a homossexualidade” devem procurar profi ssionais nas suas cidades. A psicóloga citou a OMS sobre transtorno de identidade sexual. “A homossexualidade pode ser primária ou secundária a outros transtornos”, afirmouRozângela. A motivação da psicóloga, entretanto, não parece ter base em evidências científicas, mas na religião: em texto no qual compara ativistas gays a nazistas, que o site monergismo.com publicou, ela se identifica como “psicóloga, especialista em psicologia clínica e educacional, uma das fundadoras do Exodus Brasil e membro do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos”. Segundo o site, “o monergismo (regeneração monergística) é uma benção redentora adquirida por Cristo para aqueles que o Pai lhe deu (1Pe 1.3; Jo 6.37-39). Ela comunica aquele poder na alma caída pela qual a pessoa que deve ser salva é efi cazmente capacitada a responder ao
chamado do evangelho (Jo 1.13)”.
O New York Times (6/8) publicou resolução da American Psychological Association, segundo a qual profissionais de saúde mental não devem dizer a pacientes gays que podem se tornar heterossexuais com terapia ou tratamento. Foi o repúdio mais direto da entidade americana à chamada “terapia reparadora”, conceito abraçado por “pequeno mas persistente grupo de terapeutas, frequentementeligados a religiões conservadoras, que sustenta que homossexuais podem mudar”, diz a matéria. Uma das maiores organizações desse tipo é a Exodus International, rede que oferece “libertação da homossexualidade pelo poder de Jesus Cristo”.
“Não há evidência sólida de que essa mudança seja provável”, diz a resolução, aprovada no conselho da entidade por 125 votos a 4. Pelo contrário, continua o texto, “alguns estudos sugerem que esforços para produzir mudanças podem ser nocivos, induzindo tendências à depressão e ao suicídio”. A associação já criticou essa “terapia” no passado, mas a decisão foi fortalecida pelas conclusões de seis especialistas que em 2007 examinaram 83 estudos sobre mudança de orientação sexual desde 1960.
Um comentário:
Só para constar: Aninha Santos, presente!
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