Palavras e imagens. Impressões e olhares sobre o mundo e as relações. Um pouco de cada coisa: educação, universidade, cultura, arte, política, gente...até poesia e outras formas de escrita.
27 de outubro de 2006
PREJUÍZO INCOLOSSAL
Resisti muito em comentar aqui no blog algo sobre as eleições estaduais. Acabou!
Assisti mais uma vez ao debate entre os candidatos ao governo da Paraíba. Insosso! Fraco que só sopa de bila.
Não sei porquê insistem nesses debates às vésperas das eleições. Deveriam fazer debates de dois em dois meses, o ano todo, todo o tempo. Com os partidos e não com os candidatos somente, como se fosse um duelo. Tem até preparação, treinamento... vôti! O que menos se tem são esclarecimentos, propostas... que possam levar o eleitor que não se envolve diretamente com as questões partidárias a decidir votar neste ou noutro por achá-lo melhor em suas propostas e convicções. Cada dia me convenço mais que o eleitor decide seu voto pelas vísceras: estômago, intestinos, fígado, rins, bofe (É o novo!) e coração.
Contam-se nos dedos os eleitores que votam pelo partido, pela consciência, pela racional escolha e esperança que, assim fazendo, melhores dias virão pro conjunto da sociedade e não tão somente pra ele e seus parentes, agregados e aderentes. Quando afirmo isto, não me excluo por completo, nem aos que de mim estão mais próximos.
Em se tratando de eleição, a paixão determina quase que completamente e sempre mais que a razão. E quando assim acontece, como ademais em quase tudo na vida, os resultados não são os melhores. Estamos falando de política, portanto, o que guia o mundo nas relações humanas coletivas.
Acredito que as elites de Pindorama não criam uma legislação partidária e eleitoral melhor porque é exatamente assim que querem deva permanecer. Cláusula de barreira é mais importante que fidelidade partidária. Voto distrital é mais importante que financiamento público de campanhas.
Eu, hein! "Me engana, que eu gosto!"
Tenho minha decisão tomada e não vou publicá-la. Atende a um conjunto de critérios combinados dentre os que citei antes, um deles e o mais importante, a consciência.
Não resisti, entretanto, em fazer um comentário sobre fatos de um passado recente:
Fui vítima da "arrogância, prepotência e autoritarismo" de um destes dos dois candidatos há alguns anos. Estava indicado por um coletivo político e acadêmico como pré-candidato à reitoria da Universidade Estadual da Paraíba. Diziam alguns colegas que ele, por conta do perfil acima descrito, "... jamais aceitaria um comunista (o que sou, com muita honra!) na condição de reitor da UEPB". Diziam ainda mais: que "... se fosse candidato não seria eleito (pois seus seguidores golpistas tramavam autoritariamente contra nós) e se eleito não seria nomeado...”
Pronto! É o rei!
A dois meses da eleição a autoridade fez publicar um DECRETO mudando as regras do jogo, uma verdadeira intervenção na instituição e um golpe na sua incipiente tradição democrática. O processo foi todo modificado e foram instituídas novas regras, verdadeiramente draconianas, para o deleite dos seguidores daquela autoridade.
Resultado: a candidatura foi derrotada. Natimorta! Abortada!
Seis anos depois eu continuo aqui, entrincheirado, combatendo o bom combate, fiel às minhas escolhas ideológicas, tentando fazer o bem que me cabe e a minha consciência determina. Muitos (a grande maioria) companheiros daquela batalha continuam com a mesma opinião acerca daquela autoridade. Ela não mudou!
Mas voltemos ao debate. Assisti ao debate e se não fizer meus comentários aqui, ao menos aqui que é meu espaço privado-público, vou estourar feito cururu (êita! Essa é de Juazeirinho!) com sal no espinhaço.
Mesmo com toda a falta de sal e tempero do debate, algumas coisas não escaparam aos ouvidos mais atentos. Além da grande dúvida que paira: se os dois dizem e provam que o outro é mentiroso, quase dá pra interpretar que o melhor pra Paraíba é que um dos dois esteja errado.
Muitos colegas, dentro e fora da universidade, tiram o maior sarro da cara de um dos contendores pela sua notória dificuldade com o vernáculo.
Digo quase sempre: não sejamos cruéis nem preconceituosos com o 'pobrezinho', pois na maioria nas vezes isso é apenas recurso lingüístico e deve ser aceitável, respeitado. É parte da riqueza imensurável da brasilidade. Alguns deslizes, com um pouco de humildade e fonoaudiologia, seriam perfeitamente corrigidos.
Entretanto, pra não “passar em branco”, deixo algumas observações. Neste sentido, confesso de me diverti com o debate.
Acho que o bom mesmo da "contribuição" de um dos candidatos para a língua portuguesa, em minha humilde opinião, se deu em dois momentos:
1. Quando afirmou peremptoriamente, com pompa e circunstância, que determinada ação do adversário havia "(...) causado um prejuízo incolossal à Paraíba (...)".
ESSA FOI BOA! QUER DIZER, BOAZINHA! O MELHOR AINDA ESTARIA POR VIR!
2. Quando se referiu ao episódio conhecido como "apagar o último candeeiro" afirmando que aquilo era uma espécie de consigna, de chamamento, uma proposta, uma meta... portanto, e por essa razão, "...o verbo estava no infinito...
ESSA FOI DEMAIS!
Grande contribuição para uma compreensão mais dinâmica, flexível e vivificada da língua portuguesa. O VERBO QUE NÃO ACABA! Parece a coisa do 'gênese' invertida no livro do apocalipse. “No final (princípio) será (era) o verbo...”
Pobre Machado de Assis! E pobre de mim que deverei em breve ser chamado a algum “Tribunal da San...” cala-te boca!
Meu silêncio quase episcopal tem sido acompanhado por poucos. Testemunhas amigas de um sofrimento psicológico de não poder (ou seria dever) dizer o que manda o desejo e a consciência.
Que eu mesmo me apiede de minha alma! Deus deve estar muito ocupado cuidando das eleições. Afinal, os dois candidatos agem em nome dele e se acham escolhidos por ele. Assim mesmo, sem maiúscula. Ai! Vou ser castigado!
26 de outubro de 2006
SOU UM POÇO DE SAUDADE
"Sou um poço de saudade - sou a vida -
Tão cuidadosamente represada
Em parede circular - bem rejuntada -
E a saudade lá no fundo, ali... contida.
Meio dia - sol a pino - iluminada,
Evapora-se a saudade ante a lida.
Faz de conta que se foi - é tão fingida
Que retorna quando é alta madrugada.
Feito orvalho, ela volta, se condensa.
Mas engana-se quem vendo-a, 'inda pensa
Que ela em mim é passado - coisa rara.
Sou o único quem sabe - quem assume -
Que ela aumenta e abaixa o seu volume,
Pois no fundo há uma fonte que não pára."
D'Os Sapatos Apaixonados'
22 de outubro de 2006
A MORTE BATE À NOSSA PORTA
Amigo e amiga que me lê: você já pensou em quando poderá ser o dia de sua morte?
Já pensou que poderá ser exatamente agora, no momento exato em que você lê este pequeno e despretensioso escrito?
Não se assuste, por favor! Não pretendo causar pavor, apenas provocar.
Imagino o que pode pensar da morte um garoto de 14 anos.
Eu, quando tinha essa idade, tinha três registros marcantes sobre a cuja.
Minha avó Paulina na cama, um ronco esquisito, o movimento angustiado de pessoas entrando e saindo, os netos retirados do quarto às pressas, Seu Zé Braz `voando` pra Soledade no Opala de Dona Alzira em busca do Dr. Teodomiro, o retorno, o inevitável e definitivo diagnóstico.
Josebel era um garoto loirinho, meio tímido e sentava ao meu lado no colégio, naquelas carteira duplas, boas pra fazer amizade ou rixa. A correria na hora da entrada do colégio, o burburinho, a notícia da fatalidade: ia pro colégio e deu uma fugidinha pra tomar um banho na ponte, uma mergulho, a cabeça numa pedra, uma vida verdinha ainda indo embora, o vazio na minha carteira escolar, o assombro por muitos dias, o costume da ausência.
Aos 14 anos, eu ajudava nas tarefas domésticas e Dona Neide estava em Campina acompanhando Seu Tonito, meu pai, que estava internado na Casa de Saúde Dr. Brasileiro, vítima de infarto. Dona Maria de Jaime bate à porta, estou varrendo a sala, ela me diz que não traz boas notícias. Um calafrio, uma `marretada no juízo`, uma voz dentro de mim ecoando... papai morreu! Tive que arrumar a casa toda pra receber as `visitas` fúnebres.
Hoje, estou pra completar 44 e já vi muito desmantelo. Como dizia meu mapa astral, eu deveria ser marcado por Plutão, o planeta da morte, o `deus do inferno`. Não sei agora, que baixaram a patente do meu astro, se ainda está valendo. Continuo o processo de me avezar com a morte, mas sempre me deparo com um choque entre a aceitação e o estranhamento, a relativa naturalidade e o processamento do luto.
A professora Eliane Pinto, fisioterapeuta, trazia sempre no rosto um largo e permanente sorriso. Tinha um jeito peculiar de sorrir, claro, sempre que abordada. Um sorriso de aparência tímida, mas sempre sorriso, sempre anunciando alegria, abertura pro mundo. Não fui seu aluno, convivi pouco com ela, mas tenho dela essa afável relembrança.
Pois a professora foi visitar a mãe e, ao sair da casa materna, foi abordada por um garoto de 14 anos que, em vez de pedir-lhe ajuda, de revólver em punho, disparou-lhe um tiro que entrou-lhe pelo nariz quase sem deixar marca. O marido estava sendo assaltado e ela, ao que parece, não entendeu. Não havia reagido senão com o habitual espanto de quem se vê numa situação estranha. Morreu rapidamente, pois o projétil atravessou-lhe o cérebro.
O garoto, sabe-se agora, já tinha outros feitos dessa ordem em seu currículo, ou pelo menos participou de outros.
Fico imaginando o que poderia se passar na cabeça de um garoto de 14 anos acerca da morte, do que seria a morte. O que seria pra ele morrer ou matar?
Eu, um incorrigível defensor da vida, fico me perguntando: o que poderia se passar na cabeça de um garoto de 14 anos ao ter em suas mãos a possibilidade de tirar uma vida?
Talvez se tivesse a possibilidade de dar vida a alguém não fizesse diferença.
Um pensamento incômodo me assalta cotidianamente. Questiono sempre onde vamos parar com essa história de tão pouco valor dado à vida humana. Mata-se gente na rua como antigamente a gente matava passarinho no mato, às vezes pra testar a pontaria, pra ver a queda.
Já escapei de dois assaltos e me sinto mais ou menos treinado para reagir (ou melhor, não reagir) com certa e dosada tranqüilidade numa situação dessas pra que o indivíduo nem tenha medo de mim, nem me ache seguro demais e pense que vou reagir, leve tudo e me deixe a vida, a única que tenho.
Em meu primeiro assalto (não sei se é assim que devo dizer!) o sujeito me deixou deitado no chão, submetido como a mais vil criatura, um clic seco de um revólver sendo engatilhado, o frio do metal encostado em meu pescoço, próximo à nuca, um pedido desesperado de calma de “não faça isso”! Pelo atrevimento tomei um chute nas costelas que deixou o solado do tênis desenhado em minha camiseta branca, Dona Neide levou aquele tradicional insulto e eu carreguei no corpo alguns dias de dor. O primeiro a gente não esquece.
Na segunda vez em que fui assaltado, no interior de um ônibus de viagem, em plena madrugada, acordei sobressaltado com o carro dentro do mato e o burburinho dos passageiros: calma, não reaja, é um assalto! Meia dúzia de sujeitos mascarados nos ameaçando a todos com seus revólveres e um deles, se engraçou de mim e resolveu encostar o 38 em meu estômago. Como não conseguia abrir minha mochila foi ficando irritado (não sei se devo dizer assim!) e ante minha tranqüila oferta para ajudá-lo, deu-me uma pancada na chamada “boca do estômago” que não contive o grito de dor e pavor. Ele me levou um velho celular, algum dinheiro, documentos e quase tudo que eu tinha. Fiquei feliz, pois o tal me deixou o principal, a vida.
Chego em casa um pouco assustado pra abrir o portão à noite.
Saio do banco tenso com medo de um sujeito pensar que vim de lá com grana.
Paro numa barreira policial desconfiado pensando que podem ser bandidos disfarçados.
Não ando mais à noite, pois o sossego foi embora e não é mais possível como antigamente que você poderia voltar da casa da namorada feliz, relaxado e a pé. E ainda caminhando com um sapato cavalo de aço.
A vida está valendo bem pouquinho mesmo. Por isso, me parece, ela deve ser mais valorizada ainda. Ah, se aquele garoto tivesse a chance de aprender. Será?
Saudades de Cazuza. “Ah, que tempo mais vagabundo é esse que escolheram pra gente viver?"Como dizia o poeta Chico Passeata, “se a vida / é uma só / por pior que seja / é a melhor.” Viva, meu amigo! Viva intensamente! Viva e sorva com calma, saboreando, cada gole de vida de que disponha. Amanhã ainda não é
17 de outubro de 2006
O MUNDO RUGE
Digo adeus!
Digo-te adeus como se a sombra das palavras
Permanecesse em mim.
Não era eu que clamava por um sonho?
Não eras tu que navegavas em mar tranquilo?
De onde esse vulcão ensandecido?
Não há mais anatomia desesperada
Não há mais fremir de corpos.
Nada mais há ou tudo ficou pra depois.
O tempo em mim é medo. É dentro!
O tempo em ti é sossego.
O tempo em nós é ficção.
O tempo! O tempo!
Agora, até as palavras perderam a força.
Hoje não há mais palavras
Há vocábulos imaterializados.
A vida é dentro!
Fora, o mundo ruge
Como leão faminto.
AUTO-RETRATO
"Vivo brincando.
Às vezes com sons
Às vezes com palavras
Às vezes com fogo...
Ando ardendo em chamas!
Bem feito!
Madeira de lei queima devagar."
13 de outubro de 2006
OS SAPATOS ANDARILHOS
ESSES MEUS SAPATOS INCORRIGÍVEIS
INCANSÁVEIS ANDARILHOS
SÃO SAPATOS GASTOS, É BEM VERDADE,
MAS ME LEVAM... ME LEVAM...
AO QUE NÃO TEM NOME
AO QUE NÃO TEM LUGAR
AO QUE NÃO TEM JUÍZO.
ME LEVAM... ME LEVAM...
ESSES MEUS SAPATOS APAIXONADOS!
UM DIA RESOLVO SER ANDARILHO DESCALÇO.
PEREGRINO!
ACHO QUE ELES NÃO DEIXARIAM.
ESSES MEUS SAPATOS APAIXONADOS...
6 de outubro de 2006
É PRECISO NAMORAR MAIS
É preciso namorar mais
para que a escuridão não seja sombra
e o amor navegue sem desassossego.
Para que, afinal, praças, bancos de praças,
árvores, poeira de chuva
e uma primavera anunciada?
Sem os beijos dos enamorados
a primavera estará perdida,
irremediavelmente fria, vazia de sentido.
2 de outubro de 2006
BILHETINHO PRO LULA
Caríssimo Presidente!
Perdõe-me pela intimidade e exagero.
Quando eu chamá-lo de Lula será porque ainda me sinto companheiro. Deveria dirigir-me sempre a Vossa Excelência. Afinal, o cargo exige.
A eleição presidencial não se decidiu no primeiro turno. Todos já sabem, para o deleite da turma da Globo e da grande mídia em geral.
A grande imprensa (as 5 ou 6 grandes empresas de comunicação do Brasil) age com uma cara-de-pau que precisaria um caminhão-tanque inteiro de "óleo de peroba" pra lustrar as faces dos sujeitos que aparecem na TV com o discurso do fortalecimento da "democracia", porque vai ter 2º turno. Provaram que poderiam provocar o 2º turno. O sorriso deles se multiplicou. Vinham carrancudos ultimamente. Preocupados com o "fortalecimento da democracia", agora conseguiram. Fortaleceram a "sua" democracia.
Eles não engolem você, Lula. Definitivamente. Até acham que o governo Lula foi bonzinho pra eles, mas não engolem. Lula, para eles da grande e poderosa mídia sudestina você ainda cheira a nordestino. Cheira a povo, ainda! Aquele seu dedo cortado numa máquina de fábrica, aquele seu sotaque meio carregado, não totalmente paulistano ou carioca. Seus "escorregões" no vernáculo. Eles já estavam acostumados aos oito anos do "poliglota" que não sabia falar a nossa língua, a do povo.
Lula! Você pensa que é gente! Pra nós, você é um grande brasileiro. Não um cara que "venceu na vida" como gostam de falar os ricos, mas uma pessoa que por circunstâncias da vida e capacidade própria chegou à presidência da república brasileira. Infelizmente, para a grande mídia não é assim. Você deveria, assim como todos os que levou para Brasília, voltar pra senzala. É mais ou menos isso que eles pensam: - "Já fizeram a farra de vocês na casa-grande durante quatro anos, agora é hora de dar meia-volta-volver!" Voltem pra senzala que a casa-grande é lugar de nobres.
Pô, Lula! Bem que você poderia ter feito mais pelo povo. Bem que poderia ter apertado os banqueiros, tentado taxar o grande capital, impor o imposto progressivo para as grandes fortunas... ter feito auditorias nas privatizações das teles e da Vale do Rio Doce... tá vendo?
Não fez nada disso e agora eles acham que você já se divertiu demais. Você e sua "turminha" de pobres. É assim que eles pensam!
Não bastam os programas sociais de distribuição de renda? Essa história de criar muitas vagas para universidades públicas? Mais filhos de trabalhadores nas universidades? Quéquéisso, companheiro? Universidade pública de boa qualidade deve ser espaço privilegiado dos filhos das elites, que se prepararam durante tantos anos nas melhores escolas (privadas) para conquistar as melhores vagas, terem a melhor preparação e perpetuarem sua situação de dirigentes do país. Ali é o lugar "deles".
Basta! É isso que eles pensam. Lembra do que disse o Bonhausen? (Num sei nem escrever o nome do hômi!) Aquela história de "varrer" sua "laia" de Brasília por uns 30 anos?
Além do mais, nem competência pra falcatruas sua "turma" tem. Seria preciso um estágio de muitos anos junto ao grupo de ACM para entender de dossiês.
Um curso especial com FHC e Alckmin para aprender a barrar CPIs, mandar dinheiro pro exterior sem deixar rastros, comprar deputados e controlar as grandes redes de comunicação.
Alguns de seus aliados precisariam de um treinamento básico com o Serra pra aprender a como articular propinas e favorecimentos às máfias das ambulâncias sem se comprometer nem comprometer seus currículos.
Se quiser, depois de recolocado em seu devido lugar, defenestrado do cargo, bem que você poderia ser eleito vereador por São Paulo pra representar os "interesses dos migrantes nordestinos". Essa sua "raça", juntamente com a "outra raça" que você incorporou que é a dos petistas. E olhe que eu nunca fui nem sou petista, Lula.
Cá pra nós, Lula, mas muitos de seus companheiros têm uma capacidade de fazer besteiras que dá dó.
Peço-lhe novamente desculpas pela intimidade, mas gostaria de deixar um recadinho final:
Não "baixe a crista" não, caba véi!
Tomo a liberdade ainda de dar-lhe alguns conselhos, apesar de saber que você é, como dizia o homem d'Os Sertões, antes de tudo um forte e um sujeito muito sabido. Se não fosse não teria chegado onde está.
Não siga "seus" instintos. Ouça os camaradas de outras correntes. Dê mais ouvidos a Dona Marise. Não assista aos telejornais das grandes redes. Leia "O Príncipe" de novo (digo de novo, pois acho que você já o leu!). Leia Sun Tzu. Leia o Cardeal Manzarin. Assista e ouça Chico Buarque nos seus 12 DVDs. Leia a poesia simples de José Martí. Leia um pouco de Vinícius de Moraes, pra relaxar! Você tem direito. Tome umas "branquinhas" pra lembrar os velhos tempos.
Ah! Vou votar em você novamente. Com muito gosto! Vou pedir votos, vou pras ruas, mas... por favor, companheiro: vê se mexe um pouquinho, de fato, com essa burguesia brasileira. Se não, ela vem e te destrói! Se é que não vão conseguir logo agora. Vê se não dá muito mais corda pros grandes capitalistas. Eles não te querem. Você não serve mais pra eles.
Aprendi um ditado lá em Juazeirinho: "Não dê asas à cobra senão ela voa e lhe morde". É isso!
Vamos juntos!
A VIDA É! O AMOR É QUANDO!
Um escrevinhador de sonhos,
um caminhador às vezes solitário,
noutras acompanhado demais...
mas sempre caminhando.
Feliz com as coisas que tenho e os sonhos que carrego.
Amo de longe e de perto com o mesmo coração.
Amar não é estar vivo?
Vivo comigo mesmo e meus sapatos apaixonados,
que me levam e constroem comigo meus caminhos.
Sou um incorrigível fazedor de caminhos...
às vezes descaminhos.
Dizer isso é como se escrevesse cartas
a um amigo distante: um papel almaço,
uma caneta BIC - escrita fina -, um envelope branco
com as bordas listradas de azul e amarelo.
Num canto lê-se a expressão "par avion".
Trago uma saudade infinita
de coisas que nunca vivi.
Pessoa me ensina a ver o mundo
com olhos de criança.
"sentir é estar distraído (...)"
A VIDA É! O AMOR É QUANDO!
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