7 de setembro de 2009

TATUAGEM

Passado um final de semana relativamente prolongado e vendo tanta gente com pouca roupa, percebi um detalhe que já me havia dado conta antes com alguns, hippies (eles ainda existem?),artistas e jogadores de futebol: a pessoas estão,a cada dia que passa, aderindo mais à tatuagem. Tenho amigas e amigos que fizeram suas tatuagens com símbolos, marcas, flores, borboletas, bruxas e nenhum que conheço ainda me mostrou frases ou fotos de filhos. Por estes dias vi tantas imagens de crianças tatuadas em braços, costas, pernas... que me veio uma idéia e uma pergunta: o que faz alguém querer tatuar a imagem de um filho no próprio corpo? Comigo aqui fico imaginando o quão redundante seria tatuar Taiguara e Vinícius em meus dois braços, por exemplo. Afinal, se eles são em parte a extensão do meu dna eu estou neles. Se eles são em parte a continuidade do que sou eu estou neles. Se eles absorveram um bocado do meu jeito de ser e fazer eu estou neles. No caminho contrário, deles não herdei nada, mas estão de tal modo tatuados em mim que estão em toda parte. Eles estão em todos os meus poros, estão em meus pensamentos e como eu poderia tatuá-los e meu cérebro? Eles estão dentro de mim e pela extensão de toda minha pele, portanto, não sobraria espaço se fosse tatuar em mim o que tenho em meu corpo de cada um deles e dos dois. Quero dizer com isso que acho um costume estranho tatuar imagens do filhos no próprio corpo. Respeito o gosto por fazê-lo, mas que acho estranho, isso eu acho e não posso deixar de dizê-lo. Os filhos não precisam de tatuagens para que demonstremos nosso amor por eles, não precisam de gravações em nosso corpo porque, de algum modo, estão lá gravados. Os filhos são um pouco do que somos, do que fomos e do que estamos ainda por ser. E nós? Afinal, não somos também o que eles são e o que eles fizeram de nós ao se tornarem filhos? Quanta maravilha reunida em tão pouca coisa. Se tiver de fazer uma tatuagem um dia, que seja de um símbolo qualquer que me interesse, menos de meus filhos quando meninos. Afinal, eles já estão aqui, tatuados em mim, em meu ser por inteiro.

4 comentários:

Zades Lira - O Lado Z da vida disse...

Quando fazemos uma tatuagem ou tatoo, como falam os adeptos, é para mostrar aos outros algo que reverenciamos, amamos, ou apenas respeitamos.

Mas não se faz necessário tatuar o que todos já sabem que amamos, respeitamos e praticamente vivemos em prol, que como você disse, são os filhos.

Imagino que só saiba ser pai ou mãe quem o é, pois enquanto filhos fazemos várias queixas de "cuidar demais", "olha o exagero" e outras, mas quando nos tornamos pais, vamos fazer exatamente tudo o que tanto criticávamos,e vamos entender o porque que tudo foi feito, é feito e será feito, e vamos apenas continuamos o ciclo.

Parabéns pelo texto e abraço.

Taiguara Rangel disse...

Bom saber que alguma parte de mim esta ai dentro! kkkkkkk

Brincadeira, velhinho.
Saudades.

ALFRAPOEMAS disse...

Taiguara não se assanhe
Não bote as unhas de fora
Eu sei que esse impulso aflora,
É poético, mas se acanhe!
Por outro lado, se banhe
Por Júnior não responder
Possa ser por não querer
Pois um jogador de pulha
Que enfrenta outros de tulha
Pro filho não vai perder.

KKKKKKKKK....

Com a palavra, quem...?

Abraços.
kkkkkkkk....

KÁTIA LIMA disse...

BACANA O TEXTO.

ADORO TATUAGENS, MAS TBÉM NÃO OUSARIA COLOCAR NOMES, ROSTOS...
ARRISCARIA EM SIMBOLOS SIGNIFICATIVOS.


BESOS, BESOS..