6 de junho de 2012

DO DIREITO DE FURAR FILAS

Impressionado com uma cena da qual fui protagonista hoje. Registro o ocorrido enquanto descanso o juízo das leituras obrigatórias.
Precisando realizar um pagamento aproveitei pra fazê-lo numa lotérica e, de quebra, arriscar uma chance de acrescentar uns seis zeros à direta no saldo bancário.
Doze pessoas na fila, dentre elas uma senhora septuagenária e um senhor de aparência idem. Em posições diferentes. Duas garotinhas de aproximadamente 12 e 10 anos respectivamente. Os outros todos eram homens. Julgo entre 25 e 50, meu caso.
Eu, o último da fila. Uma senhora aparentando idade próxima da minha chegou depois reclamando da fila grande e vai em direção ao caixa. Pede ao segundo da fila para pagar sua conta dizendo estar com pressa. O cidadão imediatamente diz: “pode entrar aqui na minha frente”.
Indignado, dirigi-me calmamente ao senhor e disse-lhe que ele precisaria consultar a todos da fila se aceitariam que aquela senhora “furasse a fila”, pois todos e cada um tinham suas razões para querer sair dali o mais rapidamente possível. Pois não é que o rapaz se zangou? Respondeu-me, já alterando o tom, que botaria na frente dele quem ele quisesse. Até mesmo eu, se me achasse merecedor. "Estou no meu direito", sapecou a sentença!
Respondi que não. Esclareci que não queria passar adiante e que apenas defendia o meu direito e de todos em esperar cada um a sua vez. Como vi que ia esquentando o debate e ninguém reagia positivamente à minha intervenção, voltei pro meu lugar quase humilhado. De quebra perguntei àquela senhora mais idosa: “qual sua idade?” Ela: “setenta e quatro, moço, mas eu não vou pra frente porque às vezes ficam me xingando".
Num impulso peguei a senhorinha pelo braço e a levei à “boca do caixa”. Exigi que ela fosse atendida e voltei pro meu lugar. O sujeito do início da história ficou me insultando e defendendo o “seu direito” até o final, no que foi apoiado por mais dois da fila.
Eu hein? Não entendi foi nada! Recolhi-me à minha insignificância, pois não sou homem de bater boca em fila de nada. Quer dizer, enquanto ninguém passa à minha frente.
Só sei que a velhinha (isso mesmo!) passou por mim, tocou meu braço e disse baixinho: “brigado, moço! Ô, povo mal educado!”
Fiquei ali em silêncio, com aquele sorriso maroto de canto de boca. Quer dizer, eu e meus botões. Vôti!

Um comentário:

Anônimo disse...

Cada uma que acontece... ontem mesmo uma mulherzinha furou a fila no supermercado - entrou de mansinho olhando pra minha cara.. como eu achava que ela estava com a guria da minha frente, eu não falei nada mas quando percebi , disse que ela era uma cara de pau - ela começpu a berrar dizendo que nmão era do feitio dela fazer uma coisa dessas - logo vi que era uma barraqueira que queria causar.
Triste esse povinho