Impressionado com uma cena da qual fui protagonista
hoje. Registro o ocorrido enquanto descanso o juízo das leituras
obrigatórias.
Precisando realizar um pagamento aproveitei pra fazê-lo numa
lotérica e, de quebra, arriscar uma chance de acrescentar uns seis zeros à
direta no saldo bancário.
Doze pessoas na fila, dentre elas uma senhora septuagenária
e um senhor de aparência idem. Em posições diferentes. Duas garotinhas de aproximadamente 12
e 10 anos respectivamente. Os outros todos eram homens. Julgo entre 25 e 50,
meu caso.
Eu, o último da fila. Uma senhora aparentando idade próxima
da minha chegou depois reclamando da fila grande e vai em direção ao caixa. Pede
ao segundo da fila para pagar sua conta dizendo estar com pressa. O cidadão
imediatamente diz: “pode entrar aqui na minha frente”.
Indignado, dirigi-me calmamente ao senhor e disse-lhe que
ele precisaria consultar a todos da fila se aceitariam que aquela senhora “furasse
a fila”, pois todos e cada um tinham suas razões para querer sair dali o mais
rapidamente possível. Pois não é que o rapaz se zangou? Respondeu-me, já
alterando o tom, que botaria na frente dele quem ele quisesse. Até mesmo eu, se
me achasse merecedor. "Estou no meu direito", sapecou a sentença!
Respondi que não. Esclareci que não queria passar adiante e
que apenas defendia o meu direito e de todos em esperar cada um a sua vez. Como
vi que ia esquentando o debate e ninguém reagia positivamente à minha
intervenção, voltei pro meu lugar quase humilhado. De quebra perguntei àquela
senhora mais idosa: “qual sua idade?” Ela: “setenta e quatro, moço, mas eu não
vou pra frente porque às vezes ficam me xingando".
Num impulso peguei a senhorinha pelo braço e a levei à “boca do caixa”. Exigi
que ela fosse atendida e voltei pro meu lugar. O sujeito do início da história
ficou me insultando e defendendo o “seu direito” até o final, no que foi
apoiado por mais dois da fila.
Eu hein? Não entendi foi nada! Recolhi-me à minha insignificância, pois não sou homem de bater boca em fila de nada. Quer dizer, enquanto ninguém passa à minha frente.
Só sei que a velhinha (isso mesmo!) passou por mim, tocou
meu braço e disse baixinho: “brigado, moço! Ô, povo mal educado!”
Fiquei ali em silêncio, com aquele sorriso maroto de canto
de boca. Quer dizer, eu e meus botões. Vôti!
Um comentário:
Cada uma que acontece... ontem mesmo uma mulherzinha furou a fila no supermercado - entrou de mansinho olhando pra minha cara.. como eu achava que ela estava com a guria da minha frente, eu não falei nada mas quando percebi , disse que ela era uma cara de pau - ela começpu a berrar dizendo que nmão era do feitio dela fazer uma coisa dessas - logo vi que era uma barraqueira que queria causar.
Triste esse povinho
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