31 de dezembro de 2011

ANTES QUE O ANO ACABE...


É preciso dizer, antes de mais nada, que tudo valeu à pena. Isto é quase uma oração, quase um Ato de Contrição.

É preciso se reconciliar com os sonhos e planos, mesmo os que não deram certo.

É urgente e necessário fazer algo para que o Ano Novo comece bem.

É imprescindível proteger o fígado de tanta comida gostosa e que, mesmo não sendo “ilegal nem imoral...” engorda! E engorda pra caramba!

É emergencialmente importante dar aquela paradinha pra refazer alguns planos pro ano que virá.

É muito bom chegar perto de quem você ama e, não custa nada, dizer dos seus sentimentos numa boa, sem censuras ou encabulecimentos.

É sensato lembrar se faltou alguma conta pra pagar e, mesmo justificando com o fechamento dos bancos na sexta-feira, honrar os compromissos no primeiro dia útil do ano.

É mais que tudo indispensável olhar pra trás e tentar lembrar o que deixamos de fazer...

…aquele abraço que ficou no meio do caminho,
…aquele papo franco que foi adiado,
…aquele telefonema pro/a amigo/a que há tanto tempo não vê,
…aquele pedido tão urgente e que você não deu a merecida atenção,
…aqueles livros que você jurou ler e que ficarão pro ano seguinte,
…aquela consulta médica que pode identificar que você precisa se cuidar mais,
…aquela visita a um/a parente que mesmo perto parece estar do outro lado do mundo...

No meu caso, aproveito pra pedir perdão a quem neguei qualquer uma das ações que listei acima.

Pedir perdão é algo doloroso, mas o faço genericamente e, mesmo que você nem imagine a quem estou pedindo, sei exatamente do que falo. Peço perdão principalmente pelo que deixei de fazer, mesmo a quem eu não pude perdoar.


Dito isto me despeço de 2011.


Espero e me esforçarei para me tornar uma pessoa melhor daqui por diante.


Afinal, em 2012 terei 366 dias para tentar. Conto com você fazendo parte deste projeto.

27 de dezembro de 2011

NOSSOS ERROS SÃO NOSSOS


 (...) Mas não sou mais

Tão criança a ponto de saber tudo.
R.Russo


É mais fácil e cômodo buscar nos outros ou alhures a responsabilidade por nossos insucessos. Sabe aquela história do jogador que falhou numa bola e o time adversário fez o gol da vitória? Ao final do jogo, responsabilizado pela derrota, ele arguiu o repórter: e por que nem um dos nossos atacantes fez um gol no adversário?

É assim no mais das vezes. Se bem que é verdadeira a tese de que raramente alguém erra sozinho ou deve arcar com o peso de toda responsabilidade quando a obra em questão é coletiva. Portanto, responsabilidades divididas solidariamente.

Acompanho dia-a-dia situações limite em que nossas tentativas de acerto nem sempre são bem sucedidas. Muitas vezes, conseguimos aquele gol salvador na prorrogação, assim como nem sempre o autor do gol é o responsável maior pela vitória. O conjunto da obra, o conjunto de atores (ou jogadores) é que construiu o resultado final.

Numa situação de concurso público, por exemplo, é muito comum o sujeito lutar por uma vaga e no final se dar conta de que se tivesse estudado mais um pouco aquele tema, poderia ter saído vitorioso no final. Uma questão de prova, um ponto de diferença...

Vejo pessoas se preparando para disputar certames públicos que viraram verdadeiras maratonas. Criou-se no país uma categoria nova chamada “concurseiro”, o sujeito que vive a vida estudando, treinando, se preparando para passar num concurso público. Passa em um, continua estudando para galgar outro emprego melhor até conseguir aquele que considera ser seu emprego público de fim de linha.

Por outro lado, num concurso como o de docentes na UEPB para o preenchimento de mais de duas centenas de vagas, outro tipo de reação sempre aparece. A pessoa concorre, disputa vaga com mais algumas, mas não consegue passar numa das etapas. Culpa a banca examinadora, culpa a instituição, alega tratamento diferenciado, perseguição, incompreensão, incompetência para julgar, sorteio de tema ruim... Porém, falta olhar para si mesmo e se auto-avaliar.

Independente da carga de subjetividade relativa existente em uma situação como essa, a pessoa precisa olhar para os próprios erros e buscar corrigi-los, sob risco de continuar negando a si mesma ou se enganando, como na fábula da raposa e as uvas. A banca foi ruim! Esta instituição não me merece! Eu sou mais importante e conseguirei algo melhor! Na psicologia, esta é uma das lições elementares sobre os mecanismos de defesa do ego. Há que se respeitar também a capacidade dos concorrentes que lograram êxito.

Aproveitando o momento de final de ano, passado o Natal e as famosas trocas de presentes, que tanto inundam nossa cultura, nada melhor que por a cabeça no travesseiro ou, como dizia minha mãe, pôr a mão na consciência, avaliar e aprender com os próprios erros.

O mais importante é parar um pouco e buscar racionalmente uma tomada de consciência sobre as próprias capacidades, potencialidades e oportunidades em um mundo de disputas cada dia mais acirradas e nem sempre tão equânimes.

Como terei pouco mais de 30 dias pra resolver uma pendência que mereceria bem mais tempo para tal, minha concentração é sobre este debruçar, este refletir e encarar o desafio como se fosse o último, porém, com uma certeza: neste caso, luto agora apenas contra mim mesmo...ah, e contra o relógio!