24 de setembro de 2009

JÁ NÃO SEI SE TE ESCUTO OU APENAS

Três poemas de Eugénio de Andrade, português, de peso poético que o ombreia com Pessoa em minha opinião sentimental. Do livro "O peso da sombra". "Já não sei se te escuto ou apenas a monotonia dos ralos entra pela casa. Um dia serei eu esse cantar, o corpo desatado e semelhante à música que das cordas se desprende. O ar é o meu elemento, o ar." "Sei de uma pedra onde me sentar à sombra de setembro e vou falar dos girassóis onde ombro a ombro com o sol a flor é quase areia e do peso da sua solidão fazem o ardor e a glória dos grandes dias de verão." "Oiço-te como se ouvisse chegar o verão, seus inumeráveis dedos correr pelos dias ou pelas noites com as águas dentro, oiço essas vozes, esse rumor de luzes subir no escuro, tropeçar nos vidros, com a manhã alta cair nas areias, morder os muros, arder endoidecido."

4 comentários:

Débhora Melo disse...

Olá Rangel...

Eugênio de Andrade, coisa rara!
Deixo minha participação a meu ver,com um dos poemas mais belos dele.




URGENTEMENTE

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.


(Eugénio de Andrade)



Um abraço,

Débhora Melo.

RANGEL JUNIOR disse...

Lindo! Lindo!Não o conhecia... e meu tecado t´om probems. É só escrver umpoco mis rapio e o desmantlo esta feito.

KÁTIA LIMA disse...

KKKK... VCS DOIS SÃO UMAS FIGURAS...KKKK.
PURAMENTE, MERAMENTE, ROMÃNTICOS... LINDOS MEUS AMIGOS!
ADOROOOO...

BESOS, BESOS...

RANGEL JUNIOR disse...

POIS É, kÁTIA! PROCÊ VER COMO SÃO AS COISAS. NO FINAL, TODOS SOMOS, POIS NÃO? COM COISAS TÃO BELAS ASSIM... AÍ NEM SE FALA! VALEU!