A incúria minando a minha crença
Impõe pausa, me oprime, põe preguiça
Sem remédio, tal tédio me enfeitiça
Não retarda o progresso da doença
Sinto o bafo da morte que atiça
A nação mergulhada em malquerença
Suo as mãos aguardando essa sentença
Mas não vejo a balança da justiça
Se o ódio campeia e ganha espaço
A ganância, ansiosa, joga o laço
O amor perde a chance e não avança
Mesmo que eu, por dentro, me contorça
Só me resta lutar, arranjar força
E plantar mais sementes de esperança.
Rangel Junior
27/09/2017
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