Eu sou traça que come seus papéis
Apagando seus traços de memória
Sou alzheimer que apaga sua história
Sua perda dos dedos e anéis
Seus poetas, cantores, menestréis
Ou mentira que fez virar verdade
Eu resisto ao vigor da tempestade
Ou ao teste da força do dinheiro
Sou o tempo feroz e traiçoeiro
Dizimando o vigor da mocidade
Sou a vista, que cansada pede lente
Sou as juntas doloridas, reumatismo
Horizonte desenhado como abismo
Os teus dias a menos pela frente
Sou a corda do sino renitente
Que te põe cara a cara com a verdade
A calvície que indica a tua idade
A coluna que dói o tempo inteiro
Sou o tempo feroz e traiçoeiro
Dizimando o vigor da mocidade
Rangel Junior
Mote: Zé Bezerra
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