Quisera sem um pai melhor pros meus filhos. Sempre penso
nisso, mas me conformo em saber que sou o pai possível. Sou o que posso ser.
Sujeito cheio de defeitos, sempre me esforcei pra
superá-los. Levo uma vantagem enorme em relação aos que me conhecem, pois sei
dos meus defeitos mais que eles.
Quando fui pai pela primeira vez já havia ensaiado muito com
sobrinhos, com filhos de amigos, mas nada se compara à paternidade. Não àquela
relação genética, mas à paternidade relação, paternidade troca, paternidade
conflito, paternidade amor, paternidade entrega.
Se pudesse escolher algo pra este Dia dos Pais, em vez de
receber eu daria um presente a cada um dos meus filhos. Não um presente
material. Uma canção pra cada um, quem sabe um poema. Algo que marcasse
indistintamente a cada um deles pelas individualidades que são, pelo que
fizeram e fazem com a minha vida. Devo ainda uma canção pro Vinícius
(incompleta) e uma pro Guilherme. Taiguara já recebeu a sua.
Os filhos são presentes da vida pra nós. Cá pra nós, mas
acho meio mesquinho esperar presentes dos filhos. Eles nos presenteiam a cada
dia com suas vidas pulsantes, com suas personalidades únicas, com suas buscas e
realizações humanas.
Não tendo um pai para estar comigo fisicamente, fico comigo
mesmo e os que me fazem ser e me sentir pai. Até nisso reafirmo o que comecei
dizer: sou um pai possível.
Devo uma conta impagável aos meus filhos. Eles me realizam e
isso não tem preço. Não há melhor presente.
Por hora, deixo que Vinícius e Toquinho falem por mim,
através de Paulinho da Viola. Quer ver?
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