21 de agosto de 2012

MEU DICIONÁRIO BREVE

PRA BONS/BOAS ENTENDEDORES/AS...

recesso
 |é| 

(latim recessus, -us, recuo, afastamento, lugar retirado) 
s. m.
1. Lugar recôndito.
2. Lugar íntimo ou escondido. = ESCONDERIJO, ESCONSO, RECANTO, RETIRO
3. O que é mais íntimo. = ÂMAGO, IMO
4. [Direito]  Acto de uma das partes se retirar de acordo, convenção, contrato, etc.
5. Suspensão ou interrupção de actividades ou de trabalhos.
adj.
6. Que é íntimo ou está escondido.

quarentena |ê|
s. f.
1. Número de quarenta.
2. Oração pública ou festividade que se repete durante quarenta dias.
3. Demora que devem ter num lugar isolado as pessoas e mercadorias, provenientes de país atacado de epidemia.
de quarentenaaté ulterior exame, em observação, de reserva.
laudémio de quarentenao que vale a quadragésima parte do foro.


clausura
s. f.
1. Vida de claustro.
2. Estado de quem não sai de casa, e vive nela com retraimento.
3. [Figurado]  Claustro, convento.
http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=clausura )


Recomendo fortemente a quem gosta (ou precisa) de escrever sempre o uso do PRIBERAM e do ORTOGRAFA


13 de agosto de 2012

FILHOS E MOÍDO

Do amigo poeta Damião Lima

"Não pensei que um simples ato
Bulisse com a identidade
Ainda mais quando a gente
Já tem uma certa idade
Mas muda toda a sua vida
Bagunça sua dormida
E aumenta sua vaidade

Só que essa nova vaidade
É externa a sua existência
Você não sabe de onde
Lhe vem tanta paciência
Basta um simples sorriso
E nada mais é preciso
Pra curar qualquer carência

Projetamos para outros
Tudo o que não conseguimos
Damos o que não tivemos
Enchemos eles de mimos
E se algo der errado
Ficamos desesperados
Sofremos nos compungimos

Toda essa metamorfose
Que acabei de descrever
É um caminho sem volta
Não dá pra retroceder
Pode parecer estranho
Que algo desse tamanho
Seja bom de se viver

Mas a vida tem sua mágica
E ela é simples demais
Basta seguir o seu ciclo
Como os outros animais
Nossos filhos vão crescer
E um dia vão entender
O moído dos seus pais."

11 de agosto de 2012

O PAI QUE EU QUERO SER


Quisera sem um pai melhor pros meus filhos. Sempre penso nisso, mas me conformo em saber que sou o pai possível. Sou o que posso ser.

Sujeito cheio de defeitos, sempre me esforcei pra superá-los. Levo uma vantagem enorme em relação aos que me conhecem, pois sei dos meus defeitos mais que eles.

Quando fui pai pela primeira vez já havia ensaiado muito com sobrinhos, com filhos de amigos, mas nada se compara à paternidade. Não àquela relação genética, mas à paternidade relação, paternidade troca, paternidade conflito, paternidade amor, paternidade entrega.

Se pudesse escolher algo pra este Dia dos Pais, em vez de receber eu daria um presente a cada um dos meus filhos. Não um presente material. Uma canção pra cada um, quem sabe um poema. Algo que marcasse indistintamente a cada um deles pelas individualidades que são, pelo que fizeram e fazem com a minha vida. Devo ainda uma canção pro Vinícius (incompleta) e uma pro Guilherme. Taiguara já recebeu a sua.

Os filhos são presentes da vida pra nós. Cá pra nós, mas acho meio mesquinho esperar presentes dos filhos. Eles nos presenteiam a cada dia com suas vidas pulsantes, com suas personalidades únicas, com suas buscas e realizações humanas.

Não tendo um pai para estar comigo fisicamente, fico comigo mesmo e os que me fazem ser e me sentir pai. Até nisso reafirmo o que comecei dizer: sou um pai possível.

Devo uma conta impagável aos meus filhos. Eles me realizam e isso não tem preço. Não há melhor presente.

Por hora, deixo que Vinícius e Toquinho falem por mim, através de Paulinho da Viola. Quer ver? 

9 de agosto de 2012

SONETO INCOMPLETO


Para Astier Basílio
Tivesse eu a inspiração dos vates
Pr’alumiar a triste noite escura

E brotasse desta mente, assaz impura

Quiçá uns dois quartetos escarlates.
 

Coração que se preza não conjura
Se a paixão é loucura? Não empates!

Deixa ao cérebro a química dos debates
E os vieses sutis da conjuntura.


E o do contra vem de lá todo contente:

– Faltará além deste outro terceto?

– Se falhar eu arrisco novamente!
 

– Fincarei no juízo um grande espeto
Para que nunca mais, nem morto eu tente

Inventar de compor mais um soneto.