Palavras e imagens. Impressões e olhares sobre o mundo e as relações. Um pouco de cada coisa: educação, universidade, cultura, arte, política, gente...até poesia e outras formas de escrita.
9 de fevereiro de 2012
5 de fevereiro de 2012
Autonomia da UEPB: Uma Questão Moral Posta ao Sr. Governador
De
Aristóteles (quando sugere que a Autonomia é a condição da felicidade) a Marx
(quando afirma que a autonomia política tem por base a autonomia econômica),
passando por Hegel (e sua dialética do escravo e do senhor), tem razão os
grandes pensadores: somente a Autonomia possibilita a Liberdade, lembrando que
a Liberdade é o primeiro maior bem, depois da Vida.
Assim sendo,
a educação que não objetiva a Autonomia não gera Sujeitos, mas objetos, vez que
ser Sujeito significa ser dono de seus desejos e comandante de suas escolhas na
busca da concretização de seus próprios anseios e ideais. É isso que as
ditaduras não aceitam, seja a ditadura familiar, sejam as ditaduras de Estado,
a primeira destruindo a constituição do sentido do Ser, as segundas ultrajando
o sentido de ser das Constituições, ambas agindo pela força, que é a suprema
negação do poder, como afirma Hannah Arendt.
Dessa forma,
se o pai-ditador passa à História dos homens como castrador, o
governante-ditador passa à História da humanidade como déspota. Entretanto,
mesmo quando movido por mínima liberdade, somos, ainda assim, minimamente
autônomos para escolher. Ao escolhermos, escrevemos nossa história, inscrevendo-nos
nas historicidades alheias. E sábio é aquele que, como preceitua Kant, se
pergunta, antes de escolher: “Quero? Posso? Devo?” Assim, deve todo Pai se perguntar:
“Quero, posso, devo educar em função da autonomia ou da subserviência?” E cabe
a todo Governante perquirir: “Quero, posso, devo governar em função da
subserviência ou da autonomia?” Aqueles que a isso responderem afirmativamente passam
à História como inesquecíveis, porque sábios; aqueles que a isso negativamente
responderem, passam à História como esquecíveis, porque tiranos execráveis. Ser
para sempre relembrado ou esquecido para sempre é esta a questão que a
manutenção ou a quebra da autonomia da Universidade Estadual da Paraíba propõe
ao Sr. Governador Ricardo Coutinho. Será sábio? Será néscio? Lembrando que, ao
escolhermos, nos escolhemos, cabe apenas ao Sr. Governador responder – e em
respondendo a isso, engrandecer-se ou encolher.
Edmundo de Oliveira
Gaudêncio
Professor Titular
Departamento de
Psicologia
Universidade Estadual
da Paraíba
Assinar:
Postagens (Atom)