22 de novembro de 2011

QUEM FAZ (TAMBÉM) LEVA

Há um ditado muito comum em meio aos futebolistas que diz: "quem não faz leva". A referência é clara ao fato de que, quem não joga no ataque, quem não faz gols acaba levando gols e recebendo por castigo a derrota.

Uso essa metáfora futebolística para referenciar um evento do qual participei hoje e marcou profundamente minhas imagens e registros da história de minha vida em Campina Grande: a entrega do título de Cidadania Campinense à Professora Marlene Alves, reitora da UEPB, pela Câmara dos Vereadores de Campina Grande

Prefiro entender que todas as vezes que a Câmara votou pela outorga de tal honraria a fez em nome da tradição, do respeito e da verdadeira contribuição da pessoa escolhida à história da cidade.

Pois bem. Sou muito suspeito pra falar positivamente da reitora da UEPB e o título de cidadã campinense que recebeu hoje na cidade. Porém, arrisco a dizer: nada mais merecido.

A professora Marlene, longe de qualquer comparação com jogo retranqueiro, é personalidade forte e que joga sempre o ataque. Se ao longo do tempo ainda não foi possível vislumbrar as suas contribuições à história da política paraibana através de suas atitudes, porém, necessário também se faz reconhecer que ela tem, de fato, personalidade forte e tem brilho próprio, luz...e que isso fará a diferença na hora de definir "quem vai conduzir os destinos dessa cidade pelos próximos quatro anos."

A professora Marlene mostrou até o momento, na prática e pela própria experiência que é possível fazer diferente. E ser diferente diz respeito ao modo de fazer, ao jeito de falar, de tratar as pessoas, de respeitar a coisa pública, ao sotaque paraibano, ao respeito à nossa cultura e todas as formas de manifestação de nossas tradições.

Em relação ao título de cidadania foi como um gol de placa. Ou seja, ela fez por onde e levou. Fez o que se comprometeu em fazer e levou pra casa uma espécie de troféu. Com muita honra e orgulho ela recebeu o título ontem. Vi a felicidade e o brilho nos seus olhos. Não de soberba, daquele orgulho besta, individualista, mas aquela imagem de quem tem a sensação de que está cumprindo com seu dever de CIDADÃ.

Há 7 anos Marlene Alves foi eleita a primeira mulher reitora da UEPB. Seu lema era: Muda, UEPB! A UEPB mudou!

Aguardemos, pois sua trajetória de brilho ainda está só começando!

16 de novembro de 2011

SOU OBRA EM PARCERIA DO ACASO COM A PERSISTÊNCIA

I - Esperança é aquilo que faz você olhar pro horizonte, não visualizar o final da estrada e, ainda assim, cabeça erguida, dá seguidos passos em sua direção.

II - Há exatos 47 anos eu estava no colo de minha mãe no interior de um ônibus, juntamente com dois irmãos mais velhos e um tio, com destino ao Rio de Janeiro, onde encontraria meu pai, Seu Tonito, pela primeira vez. Havíamos saído de Juazeirinho no dia 15 de novembro de 1964 e fiz meu aniversário de 2 anos na estrada.

III - Quando completei oito meses de vida arrumei uma infecção intestinal. Desidratado, minha mãe queria trazer-me para Campina Grande e meu avô, José de Fontes, disse pra ela: Você vai perder seu tempo. Vai levar esse menino pra Campina e vai trazer um anjinho nos braços. Olha a nata nos olhos dele...já é um anjinho! Ela respondeu: eu trago o anjinho numa caixa de sapatos pra enterrar aqui, mas não vou deixar ele morrer sem socorro. Trouxe-me a Campina e o farmacêutico Mamede Moisés Raia me salvou com soro e antibióticos, lá na fronteira entre Monte Cstelo e Nova Brasília. Dpois virou nome de rua,a mas me salvou antes. Ainda bem!

IV - Eu não era nem sou um anjinho. Cá estou, aos 49 anos, 80 kg e ainda sem precisar de óculos. E o que isso tem a ver? Sei não, mas só sei que foi assim e eu lembrei de contar antes que a memória me traia em definitivo. Devo a minha mãe, Dona Neide, a minha vida em dobro.

V - Por essas e outras razões que eu afirmo ser obra em parceria do acaso com a persistência. Aliás, se não estiver errado, a maioria das criações humanas são uma mistura de acaso, rompante, iluminação, insight, inspiração, estalo...como você prefira chamar e da persistência, que é o que dá mesmo o resultado final, a obra laboraria com produto final e tudo o mais.

VI - Tenho aprendido nesses anos que ainda tenho muito a aprender, que não sei de quase nada, mas tenho aperfeiçoado a tolerância, a paciência e a arte de esperar...como quem tocaia passarinhos. Quem sabe, essa parte eu também não tenha aprendido lá, em Juazeirinho? O tempo dirá!

9 de novembro de 2011

EU SOU APENAS O QUE SOU (?)


"Eu sou alguém livre/
Não sou escravo e nunca fui senhor/
Eu simplesmente sou um homem/
Que ainda crê no amor.
(...)
Eu sou um porto amigo sem navios/
Um mar, abrigo a muitos rios/
Eu sou apenas o que sou."

A frase da canção O Moço Velho, de Sílvio César, traduz reminiscências, mas também pode atualizar um presente em construção. Na verdade, somos obras inconclusas. Somos projeto em permanente adaptação e, se possível, aperfeiçoamento.

Quem acredita bastar-se a si mesmo/a nem se deu conta ainda de que precisa do outro para saber que é. Sem o outro não somos! Eis a essência de "ser humano."

Por esses dias andei aprendendo coisas novas, como sempre. Uma delas reforça uma tese antiga que defendo: não temos um controle remoto na mão, apertando botões e guiando o mundo. É preciso sempre permitir que aquele “outro” que nos completa se revele em sua plenitude de sujeito.

Não se trata aqui da ideia de amor romântico onde o outro seria uma espécie de “cara metade” ou a “outra metade da laranja”. Não! Somos cada um inteiro, mas inteiro incompleto, ou inteiro em construção, em movimento, pois além deste movimento existe o movimento “do outro”. É isso que precisa ser compreendido.

As dores de uma espécie de virose ou dengue (não sei ainda o que será!) me puseram em estaleiro noturno e, como não dá pra ficar lendo... bom, como não dá pra assegurar concentração pra leitura mais séria vamos às vivências ou experiências humanas.

Afinal, somos todos passageiros dessa fantástica experiência humana!

Na prática mesmo, ninguém é apenas o que é. Ou, dito de outro modo, não somos apenas o que somos, mas somos, além disso, o que somos para os outros e o que eles são pra nós. Confundiu? Deixa pra lá! É só um exercício...