Tenho a idade das árvores.
Tenho a idade das pedras.
Tenho a idade dos sonhos.
Às vezes sou velho tronco
carregado pela correnteza.
Às vezes pedra
no fundo do leito do rio.
Sinto o tempo e as águas,
passando e passadas,
carregando-me - velho tronco - ou
polindo-me - pedra - em
sua interminável obra.
Por ora, apenas sonho,
velho tronco,
pedra polida.