28 de abril de 2021

MINHA IDADE


Tenho a idade das árvores.

Tenho a idade das pedras.

Tenho a idade dos sonhos.


Às vezes sou velho tronco

carregado pela correnteza.

Às vezes pedra

no fundo do leito do rio.


Sinto o tempo e as águas,

passando e passadas,

carregando-me - velho tronco - ou

polindo-me - pedra - em

sua interminável obra.


Por ora, apenas sonho,

velho tronco,

pedra polida.