1 de outubro de 2008

ABRINDO O BAÚ E CONTANDO HISTÓRIAS - PARTE II

Outro dia publiquei uma pequena narrativa acerca dos meus primeiros passos na música. Tentarei emendar o fio... da história!
Depois que fabriquei meu primeiro instrumento e descobri que poderia tirar sons dali, algo parecido com música, aquilo me fascinou de tal modo que segui em frente.
Esta foto deve ter sido feita por volta de 1977 ou 1978. Não sei ao certo, mas creio que deveria contar com 15 ou 16 anos.
A igreja era um dos fortes pontos de contato de nossa turma, pois pratica\mente todos eram católicos. O grupo de jovens Decolores, comandado por Titia Beatriz, coadjuvada por Rosinha Zelo e Dona Madalena. O cerco formado ao redor da sarafina (harmônio ou órgão, como queira chamar) era a grande escola de canto. Ensaiávamos as missas e boa parte delas era ensaiada uma hora antes do início, principalmente quando havia novos cânticos que deveriam ser cantados por todos.
Era assim: alguém recebia o compacto ou LP com a nova "trilha sonora" e as letras, treinava, titia ensaiava com a sarafina e lá íamos nós a cantar numa espécie de prévias do que seria a missa depois. A essa altura (por volta de 1974) au ainda não havia começado a estudar violão, apenas cantava.
Antes disso havíamos formado ainda um conjunto musical (do qual não lembro o nome) no Colégio Municipal e participávamos da banda marcial, comandada por Joseval Coelho (se não me engano era esse seu sobrenome) que era de Campina e, além de nosso professor de Educação Física, era o regente da banda.
Comecei no surdo e revezava na caixa repique, aquela que fazia apenas uma batida chata e repetitiva, mais ou menos assim: tá tá, tá tá tá tá tá..., o que não exigia muita perícia. Todos queriam ser promovidos e sonhavam com isso ano a ano. Quem era da caixa queria passar pro tarol que era o mais nobre. Quem era do curso queria ser promovido ao bumbo e assim por diante. O pratos geralmente eram reservados às mulheres, não sei se por alguma relação com o machismo paraibano interiorano e a cozinha. Pode ser!
Só sei que lá por volta de 1977 ou 78, já com meus 15 ou 16 fui promovido e passei a ser um dos "fuzileiros", que era como chamávamos os que tocavam bumbo, à frente da banda, fazendo piruetas com as baquetas e evoluções.
Antes disso, ainda na 8ª série do antigo 1º grau, havia sido suspenso ao menos duas vezes, juntamente com Nenen de Jaime, Gilberto (meu irmão) e Burra Preta (era assim mesmo que chamávamos Wilson Belarmino, por uma razão aparentemente banal: sempre que faltava um professor e que havia aula vaga nós quatro formávamos um 'conjunto musical' de batucada e nos púnhamos a tocar e cantar em sala. Sambas, forrós, etc.
Os instrumentos: reco-reco, feito no espiral de arame do caderno; o tampo da carteira escola dupla (que fazia o bumbo e a marcação - graves); a parte inferior, de compensado e onde se guardavam os cadernos, que servia de caixa (médios e agudos) e um canudo de caneta bic batendo diretamente no tampo da carteira, alternadamente, marcando um timbre também entre médio e agudo.
Essa era a formação de nossa batucada improvisada e que nos rendeu boas advertências e (não lembro bem se na 7ª ou 8ª série) duas suspensões. Ano seguinte fomos separados, eu e Gilberto para uma turma, Nenen e Wilson para outra.

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