No mercadinho, às 7:45h, fazendo uma pequena feira pra me organizar e seguir pro trabalho.
— Mulé, tem dois anos e aquela bixiga não sai, nem marcar o exame, marcaram até hoje — diz a funcionária.
— É sempre assim… — apoia a cliente.
— Olhe, eu só queria que um disgramado desse tivesse passado na minha porta pedindo voto. Mas eles não vão não. Parece que adivinham. Ou eles sabem de tudo, agora com esse tal de "ogaritmo".
A cliente pagou e saiu. Fiquei uns cinco minutos passando os produtos no caixa e segurando o riso.
Solidário, eu disse pra ela:
— Um dia isso muda. Mas tem que ser o povo fazendo.
Ela assentiu com um leve sorriso, eu paguei e segui caminho pensando.
— É… um dia isso muda.
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