23 de janeiro de 2016

Água de chuva na quartinha



Pra quem não conhece, isto aqui pode ser um cântaro, uma moringa ou uma "quartinha". Objeto que do ponto de vista imagético que remonta a tempos imemoriais, da China milenar, neste caso tratw-se de um presente da amiga Joselia Nacre e que agora se enche d'água doce, água boa, água de chuva aparada na biqueira da minha casa.

Se já vi ou senti melhor não lembro.

Tem o sabor da água de minha infância lá em Juazeirinho, quando escorria no copo a água fria da quartinha que ficava sobre um pequeno armário da cozinha...ou o som do caneco fazendo "tibungo" dentro do pote que ficava num cantinho também da cozinha.

Era no pé deste pote que Seu Tonito deixava encostada uma garrafa de Januária,  presente precioso de Tio Afonso, vindo lá das bandas do Goiás, e que ele degustava em únicas doses dominicais.

Beber água de chuva, para além do sabor, é viajar no tempo, é recolher cacos da memória, reminiscências de coisas, lugares e gestos muito simples, afetos e aprendizados que já ficam longe na estrada do tempo, mas que continuam aqui dentro, lembrando a todo instante quem eu sou, de onde vim e para onde desejo ir, sem abandonar jamais aquela criança que bebia água do pote e da quartinha.

Salve!