29 de março de 2009

ROTEIRO DE UM SÁBADO PERFEITO

07:15h - Caminhada no calçadão de Copacabana, do Posto 2 ao Forte, à Pedra do Leme e a volta pros alongamentos finais; 08:30h - Banho e café-da-manhã (com café de verdade - um dos meus prazeres -, pois comprei nova cafeteira pequenininha pra um), feito por mim mesmo, o que renova a sensação de segurança e o prazer de fazer a própria comida; 09:10h - Retomada dos estudos e, entre pequenos intervalos pra relaxar a coluna lá se vão mais de 04 horas. Prum sábado tá bom; 14:17h - Massa (parafuso) ao alho e olho, acompanhado de atum ao molho de tomate... (puxa, parece luxo!) e uma dose de Claudionor, uma grande cachaça mineira, no padrão da nossa Serra Limpa, levemente adormecida (não envelhecida) em barril de Umburana... e suco de uva pra acompanhar o grande final; 15:30h - Leituras na internet, umas canções ao violão (sozinho, mas não solitário!), breve leitura de texto, uma Heineken super gelada e estou a caminho de encerrar com as coisas mais 'sérias' do dia; 18:00h - Devidamente paramentado com o Manto Tricolor, radinho no bolso, pego o metrô pro Maracanã, cedo pra comprar ingresso de estudante e não pegar fila. OBS: Descubro que é igualzinho ao Amigão em clássico dos maiorais... todo mundo deixa pra última hora. Portanto, assisto à preliminar quase inteira: Fluminense 1 X 0 Botafogo. Bons presságios (?); 20:30h em diante... Não poderia ser melhor o meu sábado de saúde, trabalho, exercícios de sobrevivência com autonomia, festa e poesia... tensão, sofrimento e EXPLOSÃO: Fluminense 2 X 1, de virada, aos 45minutos do segundo tempo, com um jogador a menos... e em menos de 15 minutos. Tente explicar! 00:04h - Ligação pra 'casa' avisando que está tudo bem! 00:15h - Retorno, aceitando provocação... (cearenses, mineiros, potiguares...) pruma canja musical no boteco em frente ao AP onde estou acampado... três forrós e dois sambas de minha autoria... é mole????????? Parece até que o pessoal gostou! Dormi o sono dos justos e felizes... apaixonado pela vida é assim!!!!!!!!!!! P.S. Que me perdoem os amigos Brito, Paulo Andrade, Jeremias e Aldo... fazer o quê?

27 de março de 2009

O QUE ANDEI "BEBENDO"

ALGUMAS 'PÉROLAS' DAS MINHAS LEITURAS. POR AGORA, ELAS FALAM POR MIM.
"O poeta deve compreender que a sua poesia tem culpa pela prosa trivial da vida e é bom que o homem da vida saiba que a sua falta de exigência e a falta de seriedade das suas questões vitais respondem pela esterilidade da arte". (Mikhail Bakhtin)
"Nosso discurso, isto é, todos os nossos enunciados (inclusive as obras criadas) é pleno de palavras dos outros, de um grau vário de alteridade ou de assimilabilidade, de um grau vário de aperceptibilidade e de relevância. Essas palavras dos outros trazem consigo a sua expressão, o seu tom valorativo que assimilamos, reelaboramos, e reacentuamos". (Idem)
"(...) a possibilidade de que algo nos aconteça ou nos toque, requer um gesto de interrupção, um gesto que é quase impossível nos tempos que correm: requer parar para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, olhar mais devagar, e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, suspender o juízo, suspender a vontade, suspender o automatismo da ação, cultivar a atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão, escutar aos outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter paciência e dar-se tempo e espaço. (Jorge Larossa).

26 de março de 2009

O POETA E O MATUTO

De costas pro mar, o poeta observa o vei-e-vem dos transeuntes. Taciturno, cansado de carregar nos ombos o Sentimento do Mundo, apenas contempla o movimento, sem se dar conta que depois dele ficou mais fácil pros que ficaram carregar nos ombros o tal 'sentimento'. Aqui acolá um ou outro para prum registro, um caminhante, um turista acidental, um que quem sabe quem ele é, outro que gostaria de consertar seus óculos de lentes imaginárias, que algum vândalo achou por bem de quebrar. É assim que as coisas são... Quem sabe não dá pra aprender algo mais com o itabirano que falava com a mesma simplicidade do erotismo amoroso e do sofrimento de José, que não sabia 'para onde (?)'... É assim que as coisas são! A vida é! O tempo é quando!

25 de março de 2009

COPACABANA TEM DE TUDO

Dizem que o mar devolve tudo que lhe é dado sem que ele queira. Tem até um ditado antigo que diz: 'água me deu, agua levou'. Pois bem! Inaugurei a areia da praia de Copacabana substituindo a caminhada na calçada pelos pés na areia macia e qual surpresa não tenho? Um menino (assim que nem Vinícius) caminha com o pai brincando e lhe dou de presente uma bolinha de tênis (isso mesmo!) que havia recebido há pouco de presente. Depois de uns vinte minutos de 'toque de bola solitário, apenas chuto em sua direção e não preciso dizer nada. Está presumido (minhas lições de Bakhtin...) que é um presente e ele já sai brincando. Bate uma saudade... Maré subindo, às 7 da manhã, tem de tudo na praia: tem tampas de garrafas pet aos montes, tem canudo, tem bituca de cigarro, tem boneco de pano, tem peixe morto, tem garrafa de água mineral, uma com xixi outra vazia, tem pedaços de madeira, tem camisinha na embalagem com prazo de validade vencido, tem pedaços de brinquedos, tem estrangeiro aos montes, tem água gelada que engelha os pés, tem isqueiro quebrado, tem copo descartável, tem pequenas plantas da flora marinha, tem gente caminhando, tem padaços de pano, tem pescadores, tem gente armando barraca, tem banhista espichado ao sol feito lagartixa em lagedo, tem matuto da Paraíba, tem rolha de vinho (resquício de comemorações!), tem um sol escondido... tem até sonhos perdidos pela areia, que algum distraído deixou cair. Hora de trabalhar... Vida que segue...

23 de março de 2009

ARCO-ÍRIS DE PRESENTE

O amigo, poeta, artista plástico e blogueiro Alfrânio Brito, que trabalha em um local privilegiado pela paisagem, no terceiro andar do edifício central da Administração da UEPB, capturou um arco-íris em dose dupla. De vários ângulos enviados escolhi este aqui. O interessante é saber se o pote de ouro está no bairro da prata, no edifício em frente à UFCG ou dentro do açude. Por via das dúvidas deixo postadas aqui duas fotos que selcionei dentre várias. Você que tem câmera fotográfica e gosta de sentir o clic da abertura e fechamento do obturador... que tal começarmos a caçar arco-íris por aí? Quem sabe vira uma diversão interessante?

22 de março de 2009

PALAVRAS AO VENTO

Tomo as palavras de empréstimo ao dicionário. Palavras cubos de gelo.Vou juntando-as lado a lado. Encontro um ponto de fusão e elas viram frases. Blocos de gelo. Com o fogo da imaginação ou da minha boca elas derretem, tomam outra forma. Dou-lhes vida e vão ganhando tons, entonação... agora são enunciados, pois o outro já existe e dialoga. Então eu pego 'triste' e a liberto com uma gargalhada. Minto! Pego 'goool' e expulso da boca com desdém. Perdi o jogo. Escolho agora chuva e ela se chama saudade. Empresto ao sertanejo e em sua boca ela virou esperança. São assim as palavras, a gente brinca com elas e elas ganham vida. No dicionário, mais que cubinhos de gelo elas são letras que se juntaram para criar possibilidades. É em mim que elas germinam. Em mim e em você. Você (o outro) me escuta (me lê!) e descobre que minto ao pronunciar 'estou bem'. Você sorri e o mundo muda em derredor. Você responde e começamos uma viagem. Contingências e possibilidades. Afinal, não é assim que fazemos história?
Um poeminha escrito (há uns quinze anos) para "Os Sapatos Apaixonados". Lavras palavras. Palavras, as inventamos, as vestimos para o sonho,
a matéria. Toda matéria, o movimento o nada, palavra... O sim, o não, não, sim, bem, mal, noite dia, dialética. PALAVRAS! O sexo, o som do sexo, e ao redor palavras, sons ininteligíveis, grunhidos, onomatopéias do sexo linguagem dos sentidos encaixando dentro como luva, a língua a palavra, à parte, a mágoa, a morte à míngua...

20 de março de 2009

A VOLTA DO CAÇADOR DE ARCO-ÍRIS

Houve tempo em que caçava nambus, rolinhas, juritis, preás e qualquer bicho indefeso que surgisse à minha frente. Bom de tiro, ainda assim, desisti de estampidos e cheiros de pólvora. Agora inventei de caçar arco-íris e tenho me dado melhor na função. Gente é cheia de invenções, assim que nem menino besta de interior que pega osso de coxa de galinha e diz que é vaca, pega sabugo de milho e diz que é cavalo, pega castanha e diz que é bode... nem sabe o que é brinquedo da estrela, lego ou soldadinhos de plástico, imagine de chumbo... Tenho vagado à caça de arco-íris e nunca os encontro. Espreito chuvas que não vêm, trovões que não assustam, relâmpagos que nem alumiam nada. Venho buscando formas de desinventar manias antigas e me refazer no caminho, ainda caçador. Dei de colecionar cantares de pássaros, sempre soltos, pelos fios de eletricidade ou mesmo em raras árvores que teimam nas cidades. Até fiz uma canção prum Bem-te-vi que teimava em tagarelar em minha janela e nem me arrependo de estar de coração mais mole. Tenho saudades mais dos beijos que nunca dei do que de outros que teimam em criar um vinco em minhas reminiscências, coisas de carnaval, água disputando e recriando sabores. Um dia 'inda viro caçador de botijas. Um dia 'inda me viro do avesso e verei se na verdade 'inda sou o mesmo menino. Mas parei de mentir! Agora só invento coisas e espero que as pessoas acreditem. É engraçada a vida de quem fica imaginando demais da conta. Vôti! P.S. Esse arco-íris eu cacei em frente à casa de minha mãe no dia em que vim embora e vi seus olhinhos marejados, como se eu fosse pra tão longe... Mas será que existe esse lugar, Dona Neide?

PERDIDO NA NOITE

Muitos amigos nem sabem que estou aqui. Mas aqui onde? Não vou dizer. Fosse um bar e algum já haveria me encontrado. Mas em plena quinta-feira? E daí? Desde quando barriga tem calendário? Essa foi uma resposta que usei em situações muito especiais, quando flagrado tomando alguma em dia menos costumeiro. Isso já faz tempo, pois ando mais disciplinado que mulher de pastor de igreja pentecostal. Será? Não sei porque escutei essa piadinha infame, sem graça, preconceituosa e esteriotipada e ainda, achando pouco, publiquei aqui. Aliás, piada sem preconceito nunca tem graça.
Já se vão quase duas horas da sexta-feira e eu por aqui feito traça. Aliás, o que será das traças se essa história de livro virtual pegar mesmo pra valer, hein? Você já pensaram nisso? Será preciso fazer um movimento das traças sem-livros? Noutro dia abri um livro muito bacana e que há muito não lia, pois não é que um bichinho desses resolveu fazer a festa? E ainda escolheu um movimento em diagonal pra fazer sua refeição de celulose de tal sorte que não se completava frase alguma e o livro ficou imprestável. Ao menos pra leitura.
No caso de livros imprestáveis, especialmente na área do direito onde tudo muda a todo momento (mais ou menos como o humor de certas pessoas em certo período do mês), é engraçado ver os livros ficando velhos todo ano sem terem às vezes sequer sido abertos.
Já sugeri que fossem reaproveitados com algumas alternativas interessantes: 1) arremesso de livro, que seria um esporte novo (apenas para almofadinhas), bem mais humanizado, civilizado e menos bizarro do que o arremesso de anões, por exemplo, inventado entre os EUA e a Austrália e que já foi proibido em vários lugares do mundo; 2)escora para portas, pois aqueles livrinhos de mais de um quilo, páginas devidamente coladas e uma borrachinha antiderrapante seria o máximo para segurar portas. Sem falar no charme de intelectualidade que daria à residência que usasse-o; 3) a pura e simples reciclagem, que consistiria na destruição do livro para reaproveitamento do papel, que também dá um charme interessante de politicamente correto e ainda economiza algumas árvores nalguns lugares; 4) se o sujeito que fazer uma criação de traças... aí já não é mais problema pr'eu gastar meus neurônios.
Acho que vou postar uma enquete aqui no blogue.
Melhor ir pra horizontal que tá ficando muito tarde. Ou seria muito cedo?
A vantagem de estar longe é que você vai descobrindo se as pessoas notam ou não que você não está!

18 de março de 2009

CANÇÕES COM HISTÓRIA

Na canção Mar de Copacabana, Gilberto Gil cantava, provavelmente para uma criança: "Já mandei lhe entregar o mar / Que você viu, que você pediu pr'eu dar / Outro dia em Copacabana / Talvez leve uma semana pra chegar", umas das grandes e belas letras e músicas do ex-ministro, um samba, um pouco fora do contexto da maioria dos temas de suas canções. "Vago nas ruas desertas da Pedra do Arpoador..." dizia Cazuza registrando sua solidão em Faz parte do Meu Show. Fui lá conferir a pé, esticando um pouco a caminhada matinal. Muitos idosos passeando, cachorrinhos de binquedo guiados por senhoras de terceira idade ou empregadas domésticas. Muita gente de bicicleta (soube que o rio é a cidade brasileira com a melhor malha de ciclovias), surfistas planando sobre as ondas, uns outros fumando maconha às 7 da manhã por sobre as pedras, como tetéus a olhar o mar, outros ainda fazendo o mesmo na beira da praia... e um matuto de Juazeirinho a caminhar agilmente, como se fosse meio desavisado, mas com todos radares acionados, se fazendo 'de casa' (ou seria de doido?) pra não ser notado. Depois de três dias de leituras e debates intensivos, a mais de 8 horas por dia... um passeio com os arquitetos (artistas) Cydno Silveira (o autor da obra de arte que é o prédio da FIEP em Campina) e Luiz Marçal (aquele mesmo da canção 'o meu amor chororu') pelo Museu de Niterói, uma das mais belas obras de Niemeyer, da qual, como sempre, eles participaram. É um luxo gozar do convívio e da amizade destes caras. Senhores de terceira idade com o espírito de jovens esperançosos e antenados com o mundo, a exemplo do seu mestre Oscar. Vamos lá! Vou ver o Rio por outro ângulo! "O Rio de Janeiro, Fevereiro e Março... alô, alô, seu Chacrinha! Aquele Abraço!"

17 de março de 2009

CAIS, MAR E MARUJO.

"Sonho escrevo em letras grandes / de novo...", salve, salve, Belchior, que segue Taiguara me lembrando que é preciso "...que as crianças cantem livres sobre os muros / e ensinem sonho ao que não soube amar sem dor. / E que o passado abra os presentes pro futuro / que não dormiu e preparou o amanhecer".
A esta altura sou mais embarcação lançada ao Mar, não mais aquele barquinho de papel deslizando sobre a água de chuva no meio-fio de uma ruazinha qualquer de Juazeirinho.
Desconheço agora o Cais e adiante vejo apenas o Mar aberto, que devo singrar tendo à mão apenas mapas e um Sextante. É preciso entender um bocado de Mar, ou aprender. Do Forte de Copacabana ao Maracanã há muito chão, mas Maracanã também começa com Mar.
Caminho por ruas novas, mas elas são novas apenas aos meus olhos. Milhares de bêbados já cruzaram essas veredas. Milhões de sonhos já flutuaram por sobre essas calçadas.
Quer saber? Sou cais, mar e marujo... num oceano de palavras, livros, textos digitais... Sorte é saber onde quero chegar!

16 de março de 2009

NO APARTAMENTO, OITAVO ANDAR...

... abro a vidraça / e grito quando o carro passa / teu infinito sou eu..." Pois num é que Jailton queria ser borboleta, passarinho ou coisa parecida? Me pareceu a canção do grande Belchior. Interrompo o estudo com uma algazarra do tamanho da rua inteira e, cedendo à tentação, vou ver o ocorrido. No décimo andar, olho um pouco pra baixo na diagonal e tá lá, aquele corpo em movimento pendular na janela do apartamento. E haja o povo a gritar: "moço, jesus te ama"... "faça isso não, moço"... "Ei, ei, rapaz! Pense em deus... eu te amo"... "sai daí, maluco!!!"... ouvi de tudo em menos de um minuto, naquela profusão de 'boas intenções'. Num impulso me visto adequadamente e calculo o numero do apartamento, desço as escadas e chego à porta do 806 quado o porteiro se aproxima e eu pergunto: ele tem algum problema (?) pra ver se o cidadão passava por algum transtorno de ordem psíquica, fazendo o gesto habitual com o dedo... Bem feito, que não soube perguntar. O porteiro responde: "tem, moço, ele tá devendo o aluguel", mas também anda bebendo muito. E o nome dele?, indago de outro modo e o porteiro diz que não sabe. Nisso chegam mais um casal e um gringo que assomam a janela e a cena dantesca foi se tornando cômica, pois o gringo dizia em um português pra lá de esquisito: "eu te amo!", "eu te amo!" ... "venha cá!"... era o máximo que ele podia fazer. Alcanço a janela do corredor com ajuda de mais um e ao falar da janela o rapaz toma um susto e escorrega... buuuummmmmmm!!! O impacto no chão, ainda bem, foi pequeno e pra dentro do apartamento. Espero alguns segundos e ele ainda tenta se erguer, mas não consegue. Um outro chega e já vai metendo o pé na porta. - Calma, moço! Ele pode radicalizar!!!!!! Espero mais alguns segundos e como o homem não se move, resolvemos arrombrar a porta... No mais é o de praxe: curiosos, polícia, bombeiros, SAMU... O mau cheiro de quem bebeu demais da conta, as malas como se estivessem sendo arrumadas, livrinhos e jornal da Universal do Reino de Deus, do Bispo Macedo... e outras coisas comuns. A dona do apartamento chega, uma senhora aparentando bem mais de 70, treme que só para-choque de Jipe, não sabe ao certo o nome do inquilino, apenas que hoje venceu o aluguel e ele estava arrumando as coisas pra entregar a chave. Procuro seus documentos e descubro que se chama Jailton, tem 43 anos, está desempregado (segundo o porteiro), em sua CNH consta apenas nome da mãe. Ninguém sabia a quem avisar, pra onde ligar... o policial diz que os médicos decidirão o que fazer. Outro, mais radical arremata: ele vai responder processo, pois tentativa de suicídio é crime. Tá vendo? Ainda bem que ele caiu pra dentro! Vida que segue...

15 de março de 2009

DESVENDANDO A VIDA NOVA

Não é nada moleza ser estudante numa cidade em cem por cento preparada para receber turista. 'Inda bem que até o momento não vi nenhuma bala zunindo, nem uma sequer perdida pelo espaço à procura de uma cabeça em que poudesse se alojar. Vôti! Mas vou por aqui tentando ser dotô e tem alguns rituais dos quais não se pode fugir. Já escapei de um antes, agora é pa valer, nem que chova canivete. e por falar em chuva, fiquei ilhado num boteco muito bacana em frente à UERJ (creio que é Companhia do Chope), pois a chuva não me deixou ir antes do que eu poderia pensar ou querer. Depois de uma defesa de tese (fomos assistir pra ir sentindo o clima que nos espera...) o grupo foi pra lá e eu não podia refugar, pois não? De cara fiquei de camaradagem com o professor Paulo Sgarbi, que havia conhecido Campina Grande, pela UEPB, e se apaixonado pela Serra (Limpa), pela Rainha (não a da Borborema, mas a de Bananeiras)... e outras coisas mais lá de nós... aí não deu outra. Ele quis me apresentar umas coisas fluminenses, como uma tal de Petisco da Vila... e tive que me render à gentileza e degustar umas enquanto a chuva não se aquietava. Roteiro de final de semana: 1. Me oferecem o destino "cantagalo". E eu lá sou doido de ir prum lugar desses, onde canta galo? Fosse cantarraposa... (acho que é assim pela regra nova... sei lá!). Depois Botafogo (vixe!)... depois Flamengo (ai, meu Padim!)... depois Presidente Vargas... (parece coisa do galinheiro...); 2. Escolho ficar no maracanã, que além de ser palco do xou do fluminense ainda é o lugar onde desço a rampa pra assistir aulas. A rampa desde dentro da UERJ. 3. Ansiedade, sofrimento, retomada, volta por cima, empate, virada, mais um gol. O Tricolor bate bonito contra o Macaé 3 X 1, com dois de Fred e um de Tiago neves, todos belos gols. Valeu o ingresso, a chuva, a quase solidão no meio da multidão... saudades do amigão, da raposa querida... 4. De ontem pra hoje ainda consegui cantar via internet (maravilhas da tecnologia) junto com meu bruguelim "era uma casa muito engraçada / não tinha teto...". e ele insiste em querer me assustar com o famoso "BUUUUUUUUUUUUU!!!!!!" e eu faço o palhaço pra ele, faço o vigia, faço o tolo, o pai distante e perto. É assim que é! C'est la vie!

3 de março de 2009

POR FALAR EM CARNAVAL IV

O leitor e amigo velho de guerras, Alfrânio Gomes de Brito, me envia um comentário que, como sempre, termina por provocar com um mote. Lá vai o tal aqui levemente arrumado. Com uma rima trocando Ç por SS, mas ainda acho que é um recurso mais aceitável que um 'pé quebrado'. A vida é muito sem graça Se tudo for sempre sério. No final o cemitério É o sinal que tudo passa. Quem não festeja ou abraça Eu acho muito anormal Vade retro, baixo astral! Sou escravo da alegria VIVAM OS LOUCOS QUE UM DIA INVENTARAM O CARNAVAL. E apois!?

POR FALAR EM CARNAVAL III

Um carnaval de não sei em que ano (1979 ou 1980), estávamos todos (falo da minha turma) muito empolgados. Eu parecia pinto no lixo de tão contente, pois estávamos todos muito envolvidos com a festa, com os grupos de amigos, com os sonhos de adolescente... Por arte do capirôto, do 'coisa ruim', acharam de matar Biu Crente, que morava a duas ruas paralelas à frente do Clube. Aí, naqueles tempos, em Juazeirinho, era uma afronta muito grande, um desrespeito com o morto e sua família fazer uma festa de carnaval quase em frente à sua casa, enquanto a família velava o pobre defunto. Nesse tempos não havia essa coisa asséptica que é a tal Central de velório, local planejado para despedida dos mortos. Creio ate que fica melhor, pois as pessoas ficavam depois com aquela imagem do defunto na sala de casa, daquele chororô todo de quase 24 horas, daquele amontoado de gente curiosa entrando e síndo, invandindo a privacidade e a dor dos familiares. Meus pêsames pra cá, meus pêsames pra lá, meus sentimentos... olhe que esse negócio é um saco! Mas voltando ao carnaval. Pois, com a morte de Biu Crente (que foi uma vindita contra a morte de um outro cidadão, que o primeira havia mandado pro além há alguns anos), acabou o baile de carnaval de Juazeirinho em plena terça-feira gorda. Logo no último dia? Acabou nosso carnaval... Por sorte, od deuses todos estavam do nosso lado. Ao menos do meu eu posso garantir! Alguns amigos se juntaram e em um chevette preto, muito do incrementado, de Robério, conseguimos 'armar' uma viagem pra Taperoá. Sete apertadinhos num chevette. Se não me falha a memória fomos eu, Zé de Cazuza, Nena, Leonilde, Sheila, Kôka e Robério Dantas! Foi uma noite de chuva, maravilhosa, por sinal! Dançamos a noite interia no CRETA (Clube Recreativo e Esportivo Taperoaense), tomamos banho de chuva, nos conhecemos mais, nos esbaldamos de verdade naquela que terminou sendo a noite de carnaval mais marcante de toda miha vida. Por conta de todos os contratempos, de ser uma terça-feira, de estarmos todos em tão boa companhia, numa festa saudável, agitadíssima e memorável. Tanto que estou aqui, uns 30 anos depois, lembrando de tudo. Tudo mesmo! Os detalhes? Ah! Se eu for contar tudo deixaria de ser um post prum blog e entraria noutro estilo, mais literário, próximo do conto, da novela... quem sabe até do romance...

POR FALAR EM CARNAVAL II

Alguns carnavais da minha adolescência deixaram marcas profundas em mim. Dois deles eu posso destacar, sem muita riqueza de detalhes, claro. Primeiro um carnaval em que toquei e cantei numa "orquestra" montada por Ademar, do antigo Apollo 2001, conjunto de baile em que tocava, aos 17 anos. Comecei lá 'peruando', fui substituindo Zominho (meu professor de violão, nos intervalos para que ele pudesse dar uma paqueradazinha) e depois assumindo de fato o lugar do baixista que viajou de repente. Nem cheguei a aprender o contrabaixo, mas fazia aquele 'feijãozinho com arroz' bem básico e cantava, o que dava pra passar. Afinal o conjunto não era lá um "Ogírio Cavalcante", um Tuaregs, nem mesmo um Vikings... Pois bem! Foram três noites de carnaval no Clube Municipal de Juazeirinho e cantei pra me esgoelar de tão empolgado. Toquei bumbo, caixa, maraca, guitarra... e lembro-me bem do último dia, terça-feira de carnaval e eu lá, bandana branca na cabeça... cantando feito doido, marchinhas antigas, sucessos do momento (creio que isso foi em 1980 ou 1981). Aquilo era festa até umas horas... o clube lotado, a alegria sem par tomando conta de tudo e a preparação para a vida voltar ao seu normal na quarta-feira de cinzas! Antes era assim!

POR FALAR EM CARNAVAL

1. O de Campina Grande e de boa parte das cidades do interior conseguiram quase destruir, mas nem tanto. Ainda há resistência. Com um apoio mínimo do poder público e da iniciativa privada seria uma outra história. O apoio mesmo vaei pra essa insanidade religiosa em que se tornou o período momesco em Campina. Consciência! Você sabe exatamente o que é isto? Quem já viu ou leu algo sobre uma forma de consciência chamada de consciência cristã? Eu ja li algo sobre consiência alienada e a reigião é uma forma de consciência alienada da realidade. Faz bem? Aí já e uma outra história. Pra quem não quer largar a chupeta é um bom 'suporte', pra usar um termo mais técnico. Uns dizem que 'conforta', acalma, tranquiliza, dá paz 'de espírito'. A bem da verdade, quase todo ser humano, quando exposto a sofrimento psíquico pensa em se agarrar a qualquer coisa que o possa ajudar a amenizar tais dores. Nada melhor que a religião. Resolve o problema? Não! É melhor ir às raízes do sofrimento! A "consciência cristã" em Campina Grande parece piada. Se subdivide em várias correntes, tendências... alguns verdadeiros guetos, mas arrasta gente. Assim como os blocos de carnaval, assim como os trios elétricos, assim como as 'bandas"... todos arrastam gente pra junto de si. Nem por isso estes últimos vão pra algo que pode ser chamado de 'consciência'. Se for, sem dúvida, será também consciência alienada da realidade. O antigo "Encontro para a Nova Consciência" virou algo nonsense. Meia dúzia de surdos falando para algumas outras dúzias de surdos sobre algo que quase todos acreditam que faz sentido, mas vão pra lá porque acham bacana, interessante, clean, meio hippie, meio yuppie de acordo com o interesse. Ainda sou mais o carnaval, que apesar de ser uma festa vinculada à 'consciência' cristã original, ou ao calendário cristão original, faz mais sentido que neste período se faça, de fato, o carnaval e não um arremedo de grande congraçamento entre as religiões, o sonho do ecumenismo religioso, o que não passa de um quase delírio e, no nosso caso, uma enorme farsa. Só não vê quem não quer!