23 de fevereiro de 2009

O CARNAVAL E O ARCO IRIS

O teclado que estou usando nao permite inserir sinais de pontuacao e acentuacao. Percebeu?
Em Juazeirinho Ze de Autora era a cara do carnaval. Um sapateiro, senhor respeitavel, que nos dias de carnaval se travestia e madame muito exagerada e desfilava pela cidade em sua famosa bicicleta toda enfeitada, inclusive com varias fotos de mulheres nuas. Era o maior barato e nos divertiamos muito com aquele aquela que seria uma drag fantastica, caso o fato se desse nos dias atuais. Isso era nos idos dos anos 70, ao menos do que me lembro.
"Maria Sapatao, sapatao, sapatao / De dia eh maria / de noite eh Joao/...
Agora, somente agora, uma semana depois é que concluo este post. Já em casa e no meu pc... com as teclas funcionando normalmente, apesar de um travamento sucessivo que dá nos nervos...
Apenas no carnaval era possível aos homens (machos ou nem tanto) tais arroubos. Claro que alguns, como Braulino, por exemplo assumiam claramente sua orientação diferente noc ampo da sexualidade. Nos meus tempos de menino, Braulino era o único, lá em Juazeirinho que era assumidamente 'macho & fêmea". O sujeito vinha pra feira todas as terça e ficávamos a olhar com um misto de curiosidade e galhofa aquela figura exótica vestida de mulher, toda maquiada e transitando com toda desenvoltura pela cidade. Detalhe: Braulino era agricultor lá pras bandas da Ilha ou Antonio Ferreira, na zona rural e Juazeirinho.
Agora, para além do carnaval, homens e mulheres vêm conquistando o direito de se assumirem como queiram, no que toca à orientação sexual e ao jeito de ser.
Mas no carnaval ainda é o ponto forte da 'assumirança', como diria meu amigo e guru psicólogo Israel do Nascimento.
Pra vc ter uma idéia: meu PC "deu pau" também. Parece macumba... agora já estou em outro computador. três dias depois. Vou postar isto aqui como está e um dia qualquer eu decido terminar o assunto. O que eu queria dizer mesmo era que a vida ficou melhor pros que não são assim tão definidos como homem-macho e mulher-fêmea, quando se trata de orientação sexual. para além do carnaval. rsrsrs No carnaval, agora como mero espectador, tudo é diferente. Até eu no carnaval já não sou mais o mesmo. como o tempo passa! Ir pro carnaval de Recife e Olinda somente pra assistir... era inimaginável há vinte e poucos anos. Que o diga meu cumpade Pedro joventino, companheiro velho de velhos e loucos carnavais de Olinda ainda nos inícios dos oitentinha. Não sinto saudades, mas o frevo mexe com as entranhas. Ainda vou cantar e frevar. Aliás, já compus alguns frevos- canção e frevos de bloco, que mais se parecem com a velha marcha-rancho. Ah, e frevo daqueles quentes também, que chamam simplesmente frevo e nada mais.

22 de fevereiro de 2009

CARNAVALIA

O desmantelo nao tem par... Olinda, Recife, gente, misturas... frevo... ainda bem que andei me preparando fisicamente...

21 de fevereiro de 2009

FREVO E FOLIA

Minha relação histórica com o carnaval tem relação direta e determinante com o frevo. Era assim lá em Juazeirinho quando eu era criança pequenininha. Quer dizer, daí em diante, porque quando fui crescendo e adolescendo o frevo foi se tornando a música do carnaval. Nossa influência direta era da cultura pernambucana, bem antes dessa enxurrada de axés, besteiróis e outras tantas baboseiras que tomaram conta não só do carnaval, mas de tudo em todo o tempo. Nem mesmo os sambas de enredo das escolas do Rio de Janeiro, que chegavam na mesma intensidade, mexiam com nossa cabeça, a não ser nas batucadas montadas com os grupos de amigos para a folia diurna. À noite, era no clube que a gente extravasava a energia contida durante o ano e se esbaldava na folia de uma forma tão saudável que ao lembrar, inevitavelmente, vem uma pontinha de nostalgia. Reestreando em carnaval, depois de uns 20 anos, vou daqui a pouco ver o Galo da Madrugada, que já é da manhã. Aliás, ver não, vou participar, porque ver vai que estiver diante da televisão, pois e impossível estar ali por perto e não se contaminar com o ritmo do frevo, a alegria dos foliões, a descontração da meninada, a forma bonita e sincera com os pernambucanos cultuam o frevo e preservam a sua tradição. Sinceramente, dá uma pontinha de inveja, na condição de paraíba, a forma sincera e vibrante com que os pernambucanos preservam e cultuam suas tradições. Mas tudo bem. Escrevi isto pela manhã e não consigo publicar. E agora? Já voltei do Galo e de Olinda. Depois falo sobre carnavais que vivi na antiguidade, que considero clássica. rsrsrsrsrs

18 de fevereiro de 2009

THE END

Os filmes de antigamente, e nem sei se antigamente é tão longe assim, traziam após a cena final um letreiro simples que esmaecia de cima pra baixo, de baixo pra cima, ou simplesmente aparecia do meio e ia crescendo até tomar certo espaço da tela grande com a expressão "the end". Nos filmes nacionais, naturalmente, FIM. Agora, não sei se vocês já notaram, essa cultura passou pras novelas. Nos filmes não se vê mais a expressão decretando o final da história e a certeza de que, dali por diante, os personagens não mais iriam interagir ou interpretar os mesmos papéis. Na política, 'the end' não existe, a não ser quando o sujeito literalmente 'pendura as chuteiras' e vai cuidar da vida privada. Um caso paraibano de fraca lembrança é do ex-deputado João da Mata. Os filmes de hoje deixam sempre no ar a sensação de que a história pode continuar num outro filme, numa série, quem sabe (?), num filme diferente, mas que aproveita algus personagens do primeiro. Alguns diretores de cinema são mestres nessa arte. Na política paraibana, um dos filmes que terminou ontem à noite dá essa exata impressão: o filme acabou, todo mundo vai pra casa, a vida continua e dá aquela sensação de que lá dentro da tela grande os personagens continuarão o enredo, em novas circunstâncias, sem que a gente - figurantes (?) - saiba o roteiro do próximo episódio. De minha parte, considero que o rio que passava por baixo da tal ponte já esgotou todas as suas águas. Há quem diga que ainda há uma 'rapinha', um fiozinho d'água que ainda desce o rio em busca do mar, ou de outro rio, e que ainda passará sob a mesma ponte. Entretanto, por ser água pouca não teria o poder de mover mais areia ao ponto de interferir no leito e no curso do rio, nem mesmo de arrastar muitos gravetos adiante. Você acredita em papai noel? Em duendes (aqueles 'seres' da floresta)? Em mula-sem-cabeça? A Paraíba viverá um tempo novo? O próprio tempo dirá!

15 de fevereiro de 2009

DOMINGÃO

Ainda cedo e já me preparando - se é que precisa disto - prum domingão típico. Ir à feira da prata comprar algumas coisas (o que é novidade), dar um tempo com Dona Neide no hospital (de novo) organizar coisas, cuidar de coisas, cuidar de pessoas por aqui ao meu redor e nalguns lugares outros, pensar nos planos, nos projetos, ir preparando as coisas pra viajar, fazer uma varredura e organização no computador, um almocinho básico, sem maiores farras gastronômicas, quem sabe um peixinho na brasa (?), acompanhar o jogão da minha raposa, mexer com o programa de audio, gravar uma nova canção, ver um filme, ler um pouco de poesia... ufa! Lá se foi meu domingão! E por falar em poesia, este blog anda meio seco. Assim como seu autor, desinspirado (creio que essa palavra não está referendada pelos dicionários, mas vai assim mesmo). Nada demais, como uma menopausa (ou andropausa... rsrsrs) poética. Depois volta! Pra não tentar antropofagiar ninguém, tomo de empréstimo um texto muito bacana que tenho guardado em meus alfarrábios digitais. AMAR BONITO Artur da Távola Amar... Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar... Aprenda a fazer bonito o seu amor. Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender. Tenho visto muito amor por aí. Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva, mas esbarram na dificuldade de se tornar bonito. Apenas isso: Bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras. Aí esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais de repente se percebem ameaçados apenas e tão somente porque não sabem ser bonitos. Cobram; exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender; necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razões. Sim, de razões! Ter razão é o maior perigo no amor. Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Nem queira... Ter razão é um perigo! Em geral enfeia o amor, pois é invocado com justiça mas na hora errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão. Ponha a mão na consciência. Você tem certeza que está fazendo o seu amor bonito? De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro, a maior beleza possível? Talvez não... Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer. Quem espera mais do que isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual criança. E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito. Não tema o romantismo! Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama, saia cantando e olhe alegre. Recomendam-se: Encabulamentos; ser pego em flagrante gostando; não se cansar de olhar, e olhar; não atrapalhar a convivência com teorizações; adiar sempre, se possível com beijos, "aquela conversa importante que precisamos ter", arquivar se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida. Para quem ama toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda atenção possível. Quem ama bonito não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter. Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine, cheia de brinquedos dos nossos sonhos). Não teorize sobre o amor, ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora. Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: A sinceridade; não dar certo; depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito); abrir o coração; contar a verdade do tamanho do amor que sente. Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser sabido). Seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs. Falando besteiras, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração bater como no tempo do Natal infantil. Revivendo os carinhos que instruiu em criança. Sem medo de dizer, eu quero, eu gosto, eu estou com vontade. Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor, ou bonitar fazendo seu amor, ou amar fazendo o seu amor bonito (a ordem das frases não altera o produto), sempre que ele seja a mais verdadeira expressão de tudo o que você é e nunca, deixaram, conseguiu, soube, pôde, foi possível, ser. Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições. Cuide agora da forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide do carinho. Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz.

6 de fevereiro de 2009

MORRER, VIVER, NASCER...

Se a famosa historiazinha da ordem dos fatores não alterasse o produto, seria interessante, de fato, que a vida fosse como na fábula moderna contada n'O Curioso Caso de Benjamin Button'. Quem quiser se aventurar por mais de duas horas e meia no cinema, vale a pena 'se envolver' com o drama do sujeito. Dirigido por David Fincher, baseado num conto de F. Scott Fitzgerald escrito nos anos de 1920, que "conta a história de Benjamin Button, um homem que nasce um bebê velho - na New Orleans de 1918, quando a Primeira Guerra está chegando ao fim - e misteriosamente começa a rejuvenescer, passando a sofrer as bizarras consequências do fenômeno". É interessante viajar pelas possibilidades fantásticas que nos seriam oferecidas e o verdadeiro drama vivenciado pelas marcas deixadas nas pessoas - e em si mesmo, claro - por conta da inversão da ação do tempo sobre o indivíduo. Parece a princípio um filme nos moldes de algumas novidades da área da 'auto-ajuda'. Aquelas mensagens meio bobas, meio lugares-comuns, que lhe dão a sensação de já ter escutado de alguém em algum momento de dificuldade ou lido num livro de Paulo Coelho ou Norman Vicent Peale, ou quem sabe Rajneesh - o chamado 15º Dalai Lama, que li avidamente nos anos 80 - ou ainda Krishnamurti. Posso afirmar, como opinião pessoal, que tem isto lá sim. Entretanto, pra quem quer se eixar levar por uma história bem contada, sensações interessantes de estar se vendo na tela, de ter vivenciado situações parecidas, de querer estar lá pra ajudar o sujeito, de aconselhá-lo, de pensar baixinho assim: eu bem que poderia ter feito assim. Pra mim foi inevitável uma viagem pela minha própria história e se o objetivo dos roteiristas e diretor foi provocar na platéia um sentimento de fragilidade, de pequenez diante das coisas do mundo, ao menos em mim o objetivo foi atingido no sentido de fazer refletir sobre o que se quer, onde se quer chegar, quais os caminhos e por que vale a pena lutar de verdade. Se você for, deixe-se levar. Sorria, pois o filme tem coisas engracadíssimas. Chore, se sentir vontade. Viva a sensação real de ser envolvido (a) pro algo que está dentro de você e você nem sabia ainda. Vale a pena!

5 de fevereiro de 2009

CAMPINA DA GAROA E DAS GOTEIRAS

Quem não conhece Campina Grande entre maio e agosto, às vezes duvida que aqui é a terra da garoa paraibana. Hoje, pela primeira vez em 2009, senti frio na madrugada. Há dias chove quase sempre e as tais pancadas de chuva ocasionais vieram desta vez como 'pancadas' de fato. Quem smpre morou em apartametno não tem muita noção do que é isto, mas quem se ampara debaixo de quatro paredes, com os pés no chão de uma casa de verdade, como antigamente, vive de peitica com os gatos que resolvem fazer seus passeios (e muitos namoros barulhentos) nos telhados alheios. O caso é que cada vez que um gato passeia, toma um susto, briga ou qualquer coisa parecida sobre um telhado tradicional, faz um verdadeiro escarcéu afastando telhas, deixando brechas e criando as famosas goteiras. O resto todo mundo já sabe. Alguem liga pra minha casa à minha procura e recebe a seguinte resposta: "ele está em cima da casa". Há gente que pensa ser piada, mas é a pura verdade. Lá vou eu tentar fechar as pequenas goteiras, que às vezes nem são goteiras na essência da palavra, mas verdadeiras calhas onde se formam verdadeiros riachos por sobre a laje e o prejuízo é certo. Por essas e outras ando às turras com os gatos. Quem manda eles quererem comer meus pintos? E o que dizer de ficarem me provocando no telhado, com seus miados extravagantes de um cio invejável? Vôti!

3 de fevereiro de 2009

NOTÍCIA ALVISSAREIRA

Foi como um raio se espalhando do céu ao chão, mas sem causar estragos. Digno de comemoração. E aí meu amigo-irmão Dimas Xavier vem à miha casa entregar um violão que estava emprestado, o que resultou em parceria comemorativa, regada a Floresta (de Cachoeiro do Itapemirim, envelhecida no carvalho) e Seleta (de Minas, envelhecida em umburana). Saiu o resultado da biopsia de Dona Neide, o que fez dissipar as nuvens mais pesadas sobre nossas cabeças. Um brilho de sol ainda suave fez brilhar uma largueza escancarada de sorrisos, estabelecendo serena calmaria em nossos corações. Uma notícia mais que alvissareira. Deixo aqui o registro como forma de agradecer às manifestações de solidariedade. Feliz por ser assim!

1 de fevereiro de 2009

TÁ VALENDO

Minha mãezinha passa um aperto danado na Santa Clara, depois de umas vinte internações que acompanho. Uma a cada três ou quatro meses. E a gente, de tão acostumado a tanta internação... vai levando. Dona Neide diz pra mim: "É, meu filho! Acho que dessa vez eu arrumei uma 'doençona'! Acho que peguei em peso!" Sei não, mas por via das dúvidas, continuo achando que quem quer sofrer por antecipação deita na linha do trem e espera ele passar. Dona Neide está aposentada por invalidez (de fato e de direito, pra trabalho assalariado) desde os 49 anos de idade. Ou seja, depois de tantas madrugadas que a gente ia pra farra e depois ficava na fila do INPS (principalmente eu e Gilberto), pra pegar uma ficha melhor e coisa e tal... ela aposentou com uma idade invejável! Será que alguém tem inveja disto? Cardiopatia séria! Depois vem o diabetes, que "não mata, mas 'judia' bastante, como diz um amigo diabético". Depois a complicação pulmonar, depois renal... o resto é esperar. E, se quiser, é só fazer um piada, uma gracinha qualquer, pra ver o sorriso se espalhar no rosto de Dona Neide... Depois de oito dias no hospital minha mãe ri até com a própria constipação intestinal. Tá "feito cavalo de cinema, Dona Neide?". Choro com ela e rio com ela! É craque nas artes de bem-viver! Quando crescer... penso em ser assim...