31 de outubro de 2008

PORQUE AMANHÃ É SABADO...

"acho que a vida anda passando a mão em mim. a vida anda passando a mão em mim. acho que a vida anda passando. a vida anda passando. acho que a vida anda. a vida anda em mim. acho que há vida em mim. a vida em mim anda passando. acho que a vida anda passando a mão em mim" UM POEMA DE VIVIANE MOSÉ.

CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA - 20 ANOS

Em bom momento o prof. Germano Ramalho lembrou e liderou um grupo de professores, funcionários e estudantes da UEPB em João Pessoa para comemorar e, principalmente, refletir sobre os 20 anos da nossa Carta Maior. Presentes e ausentes à parte, uma lembrança dos grande debates sobre a Assembléia nacional Constituinte, a luta pela Constituinte, a luta pela anistia, a luta pelas diretas,, tudo parte de meus primeiros passos mais decisivos neste universo apaixonante da política. Dentre os Constituintes lembrados, todos agraciados com placa (inclusive os já mortos), um registro da grande cotribuição do Deputado Aluízio Campos e seu apoio à luta pela transformação da URNE em universidade pública. Não seu Federal, mas deu Estadual. Ou seja, deu certo! A história registra, a UEPB rememora, os outrora constituintes se emocionam. Valeu a pena o verdadeiro exemplo de civismo e compromisso com a memória e a história, que devem andar sempre juntas.

30 de outubro de 2008

NUVENS TEIMOSAS

Cinco horas da manhã e as teclas deste computador me atraem há quase uma hora. De um lado por obrigação, pois tenho um trabalho a fazer. De outro, porque hoje é dia de trabalho... e, confesso, gosto disso! Galinhas alimentadas e revistadas, pois há um gato (gatuno) que tenta destruir minha criação de filhotes de galináceos. Primeiro lanche matinal resolvido, muita água, Marilena Chauí, Hélgio Trindade, Luiz Antonio Cunha... me acompanham e eu lhes peço arrego e arrimo. Peço-lhes que salvem minha urgência em compreender melhor certas coisas da universidade brasileira para que eu possa dar conta de uma boa provocação amanhã. Daqui a pouco tem expediente regular. Mais tarde tenho aulas e preciso dar conta de um bom trabalho. Um nevoeiro teimoso, em pleno final de outubro, ainda teima em pairar sobre os céus da Rainha da Borborema... e parte dele se espatifa no chão do meu quintal em forma de chuva fina, neblina, chuvisco, sereno... e eu bem que poderia voltar pra cama...

29 de outubro de 2008

DEUS OPEROU, COMANDOU, DECIDIU E ADMINISTRARÁ

A professora Lúcia Couto escreveu o texto seguinte e eu o publico sem sua autorização. Corro o risco de ter que pagar direitos autorais, mas tudo bem. Florbela já me deu alguns trocados e eu darei conta. Eis o texto: "Temos assistido a cenas e escutado discursos que nos levam a duvidar se vivemos realidade ou ficção. No ano Santo de 2008 do presente e, não menos Santo, século, exatamente no momento de eleger um novo dirigente para conduzir o destino quadrienal da cidade, Campina Grande viu surgir o Messias. O filho de Deus todo poderoso...ou não será o próprio Deus se fazendo passar pelo filho? Tenho dúvidas... E... pasmem os incrédulos... Deus foi eleito Prefeito! A cidade cindida entre o Bem e o Mal, entre Cristãos vermelhos e Pagãos Amarelos. O Bem é vermelho! O Mal amarelo! Como num filme de ficção americano o Bem vermelho ganhou do Mal amarelo. O Mal pagão. E essa foi uma Vitória de Deus e da família! Seria a Santíssima Trindade? Ora... por que não? Tamanha Santidade, o Prefeito eleito só poderia ter surgido de uma família Santa onde Pai, Filho e Espírito Santo (leia-se Vital velho, Vital do meio e Vital novo) se fundem num só. Jamais se viu tamanha união, comunhão santa pelo-bem-da-metade-boa-do-povo-de-uma-cidade. E a festa religiosa da vitória (ou da vitória religiosa? é difícil discernir...) prosseguiu noite a dentro e dia a fora, e ainda uma noite se seguiu, assim meio como o fazem os mulçumanos no fim do Hamadan guardando diferenças significativas como músicas de mau-gosto, desrespeito humano, infração das regras do trânsito, infração da Lei Seca, atentados aos tímpanos, ao pudor e à integridade da alma dos cidadãos. Tudo pelo Bem vermelho!" E arremata com um poema. "Vermelho! Cor do sangue e do manto de Cristo... é bem verdade! Mas também Cor da vergonha estampada na cara de quem a tem. Vermelho! Reverência política estampada na estrela da boina do Che Símbolo inconfundível do que um dia foi o PT! Vermelho! Cor de bandeiras proscritas nos tempos idos dos partidos comunistas. Vermelho! Cor corrompida na força e na medida de tantas gerações perdidas. Vermelho! Cor que no passado emocionou utopistas de todas as nações e hoje... da extrema direita tinge os cordões!" Lúcia Couto EM TEMPO: 1. O Prefeito eleito de Campina Grande, Bacharel Veneziano Vital do Rego Segundo Neto, ao ser perguntado a quem ele dedicava a vitória nas eleições, anunciou (e eu ouvi) em entrevista que "A vitória foi uma vitória de deus", "este era o projeto de deus", que foi "misericordioso e o colocou naquele lugar". 2. O pai do prefeito, considerado um Jurista, ex-professor de direito da UEPB, anunciou em entrevista a uma emissora de radio que a vitória de seu filho foi resultado d'O DESÍGNIO DE DEUS CONTRA O PODER PAGÃO".

27 de outubro de 2008

ELEIÇÕES E DEMOCRACIA

QUEM DISSER QUE AS ELEIÇÕES TERMINARAM ONTEM CORRE O RISCO DE COMETER UM GIGANTESCO EQUÍVOCO. SE PARA ALGUNS ESSE FOI O SEGUNDO TURNO, PARA OUTROS FOI O PRIMEIRO DE TRÊS QUE SÓ TERMINARÃO EM 2010. Na verdade, vivemos a plenitude do chamado 'processo democrático' representativo. Eleições regulares, pleitos cada dia mais regulados pela lei, mídia eletrônica cada dia mais 'contribuindo com o debate', apuração limpa e rápida com o processo mais moderno do mundo... é um problema pros que manipulavam apurações antigamente e tiveram que mudar seus métodos, passando a manipular essencialmente o voto antes de ser decidido. As eleições terminaram? Não! Elas estão apenas começando, aliás, estão sempre começando e recomeçando. E ainda há quem diga que vivemos uma democracia por essa razão: por sermos chamados de dois em dois aos a dar um pitaco sobre quem deverá cuidar de nosso dinheiro, gerenciar nossa cidade. É pena que o debate sobre democracia de fato está cada dia mais canhestro. É pena que a democracia como possibilidade social está cada dia mais incorporada ao imaginário popular como mera possibilidade de votar e 'escolher' representantes de dois em dois anos. É pena que o processo eleitoral em nosso país não tenha nada de efetiamente democrático, salvo honrosas e cada vez mais raras exceções. Quando o poder do dinheiro é o fato definidor dos rumos eleitorais, ou seja, das escolhas dos supostos donos do poder 'por um dia', por um momento fugaz diante da telinha da urna eletrônica, é possível imaginar pra onde caminhamos. Talvez tenha mais que passado da hora de se redescobrir o vermelho, a bandeira histórica da luta, a cor das batalhas pela transformação, a cor 'maldita', mas sempre bem utilizada por marqueteiros de todos os matizes, inclusive da igreja de Roma. Talvez tenha mais que passado do ponto do momento em que os lutadores do povo refaçam e renovem seus compromissos de transformação pela luta, de organização da consciência popular, de construção efetiva de uma sociedade democrática e que esta democracia seja prenhe de conteúdo fático, não apenas palavra vazia na boca de qualquer demagogo. O povo! É preciso refeletir sobre o que é mesmo isso. O povo! O que é e o que quer? Ainda há muito a ser feito ou viraremos algo muito parecido com os estados unidos da américa, sonho de consumo de nossos liberais. Ou nos transformaremos num país de dois partidos: o do governo e o da oposição, como dizia um velho anarquista brasileiro. Ou como diria o velho filósofo Miguelim, 'os que estão mamando e os que estão querendo mamar'. Caso contrário valerá a máxima popular que afirma que de tempos em tempos mudam as moscas.

24 de outubro de 2008

MAIS SOBRE WALDIR

Após receber inúmeras manifestações de solidariedade em relação ao companheiro Waldir Porfírio, dentre elas algumas cobranças de coisas que esqueci, resolvi ampliar um pouco e encerrar o assunto. Se não, daqui a pouco vão criar fã clube de Waldir e aí já rola aquela ciumeira. Afinal, humano que sou, né? Waldir foi um dos mais destacados protagonistas na luta pela democratização da URNe, no início dos anos 80. Junto com Pádua Pombro, Cássio, Piauí, Harrison Targino, Pombal, Washington Pessoa, Hiram de Jesus e tantos outros companheiros que a memória me trai e terei que ser injusto agora com eles. Sobre este assunto teremos o lançamento do livro "ANOS DE LUTA", que trata da luta estudantil que vai "da intervenção no DCE - feita pelo então Reitor Antonio Vital do Rego- à Estadualização". O lançamento acontecerá no dia 08 de Novembro de 2008, às 20h, no Teatro do SESC - CENTRO, com um memorável show de BETO MI, cantor e compositor que marcou época nos movimentos daquele período, inclusive com forte apoio à luta pela estadualização. O livro é de autoria de Waldir. Quase expus o currículo do sujeito aqui e deixei certas lacunas. Ele foi dirigente do DCE em algumas gestões, presidente do CA de Psicologia e depois Presidente do DCE. Era o presidente no momento mais intenso da luta que culminou com a estadualização da URNe, com a criação da Universidade Estadual da Paraíba. Participamos juntos em muitas lutas, mobilizações e eventos locais, regionais e nacionais da UNE - União Nacional dos Estudantes. Ao lado dessas qualidades, o companheiro tinha a virtude de ser um 'bom copo'. Usei o verbo no pretérito sim. Tinha, pois já há algum tempo é abstêmio, mas faz questão de acompanhar nossos encontros anuais, formanndo um quarteto de amigos inseparáveis, completado por Roberto Severino (de Civil) e Eduardo Barbosa (de Biologia). Se antes eram regados a muito chope e muito papo, hoje são recheados de muito papo, muitas memórias e muito menos chope. É esse o cara! Ficou todo 'encabulecido' pelas coisas que postei aqui, me ligou emocionado (como sempre!) e, pra não deixar de graça e encerrar o assunto, resolvi fechar com estes adendos. Em breve tudo passará. Aliás, inclusive nós. Só não passarão as atitudes que tomarmos como exemplo de altivez, de hombridade, de defesa daquilo que pode ser um dos maiores patrimônios que um ser humano pode construir, mesmo a despeito de toda hegemonia capitalista-liberal - A HONRA! Tenho dito e não digo mais!

22 de outubro de 2008

NÃO TROCO UM WALDIR POR 10 PREFEITOS - Parte II

Carta aberta ao amigo-irmão Waldir Porfírio e aos meus poucos - mas importantíssimos - leitores. Meu irmão de luta, sonhos e dores e tantas alegrias. Permita-me discordar do tema inscrito por você em sua mensagem. Você não deve explicação nenhuma aos seus amigos. Seus amigos, os que dividem comigo a sua permanente solidariedade fraterna, são todos trabalhadores honestos e o conhecem suficientemente para não precisarem de explicações suas. DEDICO A VOCÊ ESTE SONETO. Há pessoas em si tão insinceras Que na vida de modo insistente Agem qual canibais – amoralmente – São, de fato, aprendizes de megeras. Queimam sempre em fogo mui ardente Esses seres horríveis – meio feras – Têm nas garras sonsice de panteras, Predadores… destroem toda a gente. Revelando vileza contumaz Não escolhem vítimas – tanto faz – Em ações inumanas, condenáveis. Neste gozo abominável – de vergonha – Destilando o seu ódio e peçonha. Serão sempre reles miseráveis. Considero importante que dirigentes estaduais do PCdoB - Agamenon Sarinho, Washington Feitosa e Simão Almeida - tenham prestado solidariedade ao nobre camarada, lutador de mais de 25 anos sob a bandeira vermelha do Partido. Waldir veio de Guarabira e foi comerciário em Campina. Militante de primeira hora sempre, possui um aguçadíssimo senso de preservação da memória e vela diligentemente pela sua história e currículo. Waldir é um dos mais solidários companheiros que conheci em meus 20 anos de Partido Comunista do Brasil, além de mais 6 anos pretéritos. Intelectual de porte, foi meu colega de curso em Psicologia e depois tive a honra de tê-lo como aluno da disciplina Ética Profissional. Ele foi o responsável pela minha inserção efetiva no Movimento Estudantil, sendo seu substituto na presidência do Centro Acadêmico, depois de alguns anos de presença nas lutas estudantis entre os anos de 82 e 85. Waldir, ainda em processo de conclusão do curso, foi escolhido pelo PCdoB para assessorar o então vereador Ivam Freire, na câmara Municipal de Campina Grande. Com a eleição do Deputado Simão Almeida, imediatamente foi convocado para servir em seu gabinete na AL. Exclusivamente por seu talento, seriedade, competência e capacidade de articulação e negociação, além de grande perspicácia política, Waldir foi sucessivamente convidado a assessorar deputados, chefiando gabinetes e indo além em atividades de colaboração em jornais como articulista, o que lhe rendeu a amizade e o respeito de icontáveis jornalistas na capital do Estado. Nos últimos anos, a despeito de enormes dificuldades que vem enfrentando, o camarada Waldir Porfírio resolveu estudar as Ciências Jurídicas e, certamente, será destacado operador do direito em breve. O amigo Waldir é um pai dedicadíssimo em todas as horas, capaz de doar-se em todos os sentidos no cumprimento de seu papel social de pai exemplar e amoroso. Homem de posições fortes, de grandes enfrentamentos ideológicos, sempre teve firme posicionamento na luta interna do Partido, nunca deixando de primar pela crítica fraterna, aberta, franca, dialética, revolucionária. Correto ou não em suas opiniões, sempre foi capaz de auto-crítica e superação em todos os momentos de dificuldades. Apenas pelas tarefas que desempenha afastou-se nos últimos anos da luta aberta, na rua, no combate destemido contra a exploração de classe. Porém, sua essência de militante forjado na luta continua firme e sua verve cada dia mais acesa e contundente. O camarada Waldir Porfírio da Silva merece bem mais que a solidariedade de aguns dirigentes do PCdoB e de amigos jornalistas. A atitude dos que o detrataram, esculacharam publicamente tentando enodoar seu nome, pode ser considerada apenas um erro (espero que tenha sido apenas isto). Cometido por um aliado do seu Partido é indesculpável, essencialmente se continuar sob o manto do faz-de-conta-que-não-foi-com-ele, do deixa pra lá, já que não é alguém famoso... há interesses maiores envolvidos no jogo. Pior ainda, se ninguém quiser fazer nada porque poderia causar algum constrangimento aos seus caluniadores, atrapalhando o resultado eleitoral, caso fosse preciso alguém apenas fazer uma correção, uma notinha, uma frase sequer, reconhecendo que foi cometido um excesso, um equívoco. Waldir merece mais que isso pela pessoa que é, pelo militante comunista que é. Logo o PCdoB que em tantos anos de verdadeira dissecação política e pública do governo Lula não teve nenhum de seus quadros (que são muitos) envolvidos ou comprometidos com nenhum tipo de delito ou denúncia e/ou quando teve provou ter agido dentro da legalidade. Waldir merece! Ou eu não me sinto no dever de respeitar quem o desrespeita. Muito menos no dever partidário e político de apoiar, de votar em quem age assim! Isso porque não quero me referir a como eu mesmo fui desrespeitado nestes 4 anos. É pedagógico! De minha parte, camarada Waldir, está desagravado!

NÃO TROCO UM WALDIR POR 10 PREFEITOS - Parte I

Há precisos 4 dias recebi de Waldir Porfírio, pessoa a quem devoto grande amizade, antiga e sempre fraterna, solidária e renovada, uma mensagem que trazia em seu títuo de assunto a frase: "Devo explicação aos meus amigos". A PARTIR DE AGORA REPRODUZO NA ÍNTEGRA A MENSAGEM DE TEXTO. O secretário da Mesa da Assembléia Legislativa, Waldir Porfírio, afirmou que está indignado com a publicação do seu nome na pseudo denúncia feita pela coordenação do candidato Veneziano Vital do Rego, em que lhe acusa de ter sido nomeado por Rômulo para ocupar um "cargo no alto escalão da Assembléia" e também de ser beneficiado com três cheques da saúde, totalizando mais de R$ 5 mil. "Nunca fiz nada de ilegal ou amoral. Não existem manchas em minha vida pessoal ou profissional. Sou comunista há 25 anos e fiquei feliz por receber a solidariedade do presidente do PCdoB na Paraíba, Agamenon Sarinho, do ex-deputado comunista Simão Almeida, e do dirigente da agremiação Washington Feitosa. O PCdoB apóia Veneziano e os dirigentes do meu partido não concordam com o que a coordenação da sua campanha fez comigo", declarou Waldir Porfírio. "Nunca ocupei nenhum cargo de alto escalão durante a gestão do ex-presidente Rômulo Gouveia. Nos primeiros dois anos da Mesa daquela gestão, eu era chefe de gabinete do deputado Zenóbio Toscano, cargo que ocupei durante 10 anos. Deixei a Assembléia Legislativa em 2005 para assumir a chefia de gabinete da Secretaria de Governo e Articulação Política da prefeitura de João Pessoa, voltando ao poder legislativo estadual em fevereiro de 2007, a convite do presidente Arthur Cunha Lima, para ocupar o cargo de secretário da Mesa", disse Waldir. Quanto aos recursos que Waldir Porfírio recebeu da Assembléia Legislativa, ele esclarece que não foi auxílio financeiro para tratamento de saúde, e sim para publicação do livro "História e debate na Assembléia da Paraíba", que fez parte da coleção Perfis Parlamentares, durante as gestões dos ex-presidentes Gervásio Maia, em 2002 (segundo volume), e Rômulo Gouveia, em 2006 (terceiro volume). "Escrevi para o segundo volume do Perfis Parlamentares a convite do historiador José Octávio de Arruda Melo, e a convite do presidente Gervásio Maia. A minha pesquisa foi sobre o deputado estadual Argemiro de Figueiredo em 1930. No ano de 2006, o presidente Rômulo Gouveia não preteriu meu nome, apesar de estar trabalhando para o prefeito Ricardo Coutinho na prefeitura. Escrevi sobre Anacleto Vitorino, o primeiro deputado negro da Assembléia da Paraíba", afirmou Porfírio. Sobre esse livro, consta do Sistema Sagres, do Tribunal de Contas do Estado, o empenho destinado a "serviços de elaboração do terceiro Tomo da Coleção Perfis Parlamentares". O número do empenho é 01030, de 10 de maio de 2006. O valor, por sinal, não foi de R$ 5 mil, mas sim de R$ 10 mil 500, divididos entre os outros colaboradores do trabalho - os jornalistas e historiadores Hélio Zenaide, Agnaldo Almeida, Biu Ramos, Gonzaga Rodrigues, José Octávio de Arruda Melo, José Romildo de Sousa, José Luciano de Queiroz Aires, Faustino Teatino Cavalcante Neto, Irene Rodrigues Fernandes e Laura Helena Baracuhy Amorim. Outra pesquisa que recebeu da mesa diretora da Assembléia Legislativa, na gestão de Rômulo Gouveia, foi para o projeto "Memória Viva", em conjunto com o jornalista Fernando Moura da TextoArte, que resultou na elaboração do livro de discurso do ex-deputado estadual Ronaldo Cunha Lima. Por fim, ele vendeu 200 exemplares à Assembléia Legislativa, em 2005, da Constituição Estadual da Paraíba a Assembléia Legislativa, um trabalho de sua autoria que também foi vendido ao Tribunal de Justiça, ao Tribunal de Contas, à Procuradoria Geral do Estado e à Prefeitura Municipal de João Pessoa. ESTE FOI O TEXTO QUE RECEBI DE WALDIR, RESULTADO DE MATÉRIA PUBLICADA EM JORNAL DA CAPITAL.

A REPÚBLICA DOS XELELÉUS

Quando ainda era criança pequenininha lá em Juazeirinho, ouvia no rádio da marcenaria de Seu Zé Braz (que tocava em alto volume por cota do barulho do trabalho) uma das músicas cantadas pelo Coronel Ludugéro. Não sei o título da canção forrozeira, mas dizia assim: "Xeleléu, ô, Xeleléu, o seu lugar tá garantido lá no céu..." XELELÉU é uma denominação popular para BAJULADOR. Voltemos ao Aurélio. "Bajulador(ô) [Do lat. bajulatore.] Adjetivo. 1.Que bajula; adulador, adulão, aduloso, babão, cafofa, chaleira, chaleirista, incensador, lambedor, lambeta, lambeteiro, louvaminheiro, puxa-saco ou puxa-sacos, sabujo, xereta. Substantivo masculino. 2.Aquele que bajula; adulador, adulão, aduloso, babão, baba-ovo, banhista, cafofa, chaleira, chaleirista, cheira-cheira, chupa-caldo, corta-jaca, engrossador, enxuga-gelo, escova-botas, incensador, lambedor, lambe-botas, lambe-cu, lambe-esporas, lambeta, lambeteiro, louvaminheiro, puxa-saco ou puxa-sacos, sabujo, xeleléu, xereta". Os apelidos assemelhados são inúmeros, mas retratam a mesma coisa, aquele personagem caricaturado n'O Bem-amado", de Dias Gomes, com o nome de Dirceu Borboleta, o grande secretário-babão do prefeito Odorico Paraguassú. A cada dia me convenço, pelos fatos, que estamos mais pra Sucupira do que pra Nova Iorque, como queria Gilberto Gil. Os fatos condenáveis protagonizados por correligionários (ou seriam torcedores?) das duas candidaturas em disputa na Rainha da Borborema, ontem, em plena via pública, é a prova mais contundente de que os líderes tem que ter controle sobre os xeleléus e não o contrário. Melancólica reta final de eleição em 2º turno de Campina Grande, "a cidade que mais cresce no interior nordestino", a "Capital do Trabalho"... a "Rainha da Borborema". Nós bem que merecíamos algo melhor e mais civilizado. Nunca poderá ser bom uma cidade dividida entre duas 'torcidas' de candidatos, como se fossem times de futebol (não comparo com Campinense e 13, porque não merecem) e algumas dezenas de energúmenos ensandecidos querendo se matar. Provavelmente a troco de 'aparecer' aos olhos do chefe como 'defensor' de seu projeto. Defensor?

19 de outubro de 2008

DÚVIDA ATROZ QUE ME DEVORA

A julgar pelo nível (quase subterrâneo) que prevalece no debate eleitoral do segundo turno em Campina Grande, manifestei e discuti com meus aunos na última aula uma preocupação enorme que me assalta diuturnamente. Uma verdadeira ópera-bufa* que é encenada hoje nas ruas e que, espero, não deva continuar em cartaz no 'palácio do bispo', depois de 1º de janeiro de 2009. Afinal de contas, nós os contribuintes, os candidatos a cidadãos em pleno exercício dos seus direitos, temos o sagrado direito a preservarmos nossos ouvidos, transformados em verdadeiros 'pinicos' neste período. RESUMO DA ÓPERA BUFA: 1. Um acusa o outro das coisas mais cabeludas e apresenta indícios e documentos com forte veemência de provas incontestáveis. É só saber e querer ler; 2. O outro acusa um das mesmas coisas (literalmente dizendo: ele tenta ser pintado como santo, mas não é. Vejam! É igual a mim!), mas, ao menos aos olhos da justiça, não apresenta provas; RESULTADO: Nós, reles mortais, que não estamos em cena, na condição exata de protagonistas, ficamos torcendo para que um dos dois não tenha razão. P.S. - Para facilitar a vida de quem quiser saber mais sobre o assunto, copio e colo aqui o que diz o professor "Aurélio': * ÓPERA-BUFA [Do it. opera buffa.] Substantivo feminino. 1.Teatr. Mús. Ópera (1) de assunto jocoso, que surgiu na Itália (fim do séc. XVII) como desenvolvimento dos intermédios dos melodramas, e que se distingue da ópera-cômica pela introdução em cena de personagens burlescas, de tipos facetos ou patuscos, e por uma música mais ligeira, ou exageradamente cômica.

16 de outubro de 2008

UM SHOW PARA A HISTÓRIA

Maíra, Ceceu, Eu e Antonio Barros. Somente por esta foto já teria valido a pena ter ido ao Teatro Severino Cabral na noite de sexta-feira, dia 10 de outubro de 2008. A tietagem rolou solta e eu quase ficava bem à vontade. Já havia dividido espaço de trio elétrico com Maíra, há alguns anos numa Micarande, participado de reunião com Ceceu em João Pessoa, encontrado Antonio Barros na rua, mas no Teatro, num dia de show, eles todos muito à vontade... não deu outra. Sou assumidamente influenciado por Antonio Barros e já tive oportunidade de assumir isso em entrevistas. Um dia me perguntaram sobre a influência de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro na minha música e eu respondi numa boa: "influência mesmo eu acho que recebi de Antonio Barros", pra mim um dos maiores compositores da música brasileira de inspiração nordestina, ombreado por Onildo Almeida, João Silva, Humberto Teixeira, Zedantas e mais alguns poucos deste naipe. Agora, tietagem mesmo foi ir ao camarim da estrela da noite e tirar fotos, pedir autógrafo e lhe oferecer um CD com minhas canções. Sempre fui extremamente encabulado pra isso, mas o deslumbramento com o show me deu coragem. Não resisti e esperei o necessário pra ir até lá e obter o troféu. Elba, depois de 2 horas e 20 minutos de show, ainda teve paciência pra tomar uma ducha, trocar de roupa e receber um a um os apaixonados que queriam um autógrafo, uma foto, um gostinho de fciar perto daquela que é herda com grande tranquilidade o legado musical de Marinês. Sem exageros, foi essa a impressão que tive ao sair do Teatro Municipal Severino Cabral, da Rainha da Borborema, naquela noite. Uma cantora que pode ser considerada já veterana (mais de meio século de idade e uns 30 de carreira), uma maturidade musical e pessoal de fazer repercutir pelo mundo afora como um exemplo de vida. Elba trouxe uma banda 'enxuta' e competente e estava realmente em noite inspiradíssima. Falou de sua trajetória em Campina, naquele palco onde tudo começou, das pessoas, contou lorotas, sorriu à vontade, interrompeu o show várias vezes pra contar causos e lembrar episódios pitorescos da sua vida na cidade. Voltou para um bis de uns 15 minutos e deixou claro pro teatro superlotado o prazer que sentia em estar ali. Quem está acostumado a ver show de Elba em palco de rua, milhares de pessoas bebendo e conversando, circulando, cenas comuns nestas ocasiões, deve ter se deslumbrado com a performance da paraibana de Conceição.

Elba já é uma verdadeira legenda. É uma cantora que atravessa gerações, atemporal e eu diria sem tietagem alguma, já está eternizada na história da música brasileira.

Já fui a vários show de Elba, inclusive o último que ela havia feito no TMSC, voz & violão, em comemoração aos 40 anos do teatro. Este superou todos os outros. Foi algo próximo da apoteose. Os fãs se deleitaram e a emoção tomou conta da platéia. Eu, que sou reconhecidamente contido nestes assuntos, entrei na onda e me deixei levar pela magia da música, da voz, da ginga, da luz, da verdadeira interpretação que vai além do simples cantar. Elba é grande e engrandece a Paraíba e Campina, sempre.

11 de outubro de 2008

SEM TÍTULO, SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO...

Não tenho nenhuma foto, mas as retinas cheias de belas cenas, intrigantes lances, emoções pra lá de explosivas, gritos, aplausos... a emoção da torcida raposeira no Amigão há pouco mais de duas horas na vitória da raposa, por 3 x 0, diante do Rio Branco do Acre. Vaõ dizer os que estão com dor-de-cotovelo que os pobrezinhos viajaram metade do planeta para estarem aqui... vão dizer que essa foi a última, vão dizer que foi bom enquanto durou, vão dizer que a próxima é o fim... vão dizer horrores... A verdade é que (como diz Chico Alemão) a'esquadra' raposeira fez o verdadeiro 'dever-de-casa' e o que se viu no estádio foi um verdadeiro delírio da torcida imensa que compareceu. Mudei planos de final de semana, invertemos calendários e programas e os amigos, Hipólito, Railson, Duda, 'Seo' Antonio, Cacau, Yankel, Rafael, Raniel... um mói de gente que estava lá verdadeiramente gozou apaixonadamente e raposeiramente. Como dizia noutro dia, essa é uma paixão diferente e que não tem fim. Inda bem que tá dando certo... Buarqueando nas palavras, eu diria que 'amanhã vai ser outro dia...' é bem verdade, mas um dia bem melhor que hoje. Um grande domingo pra você!

9 de outubro de 2008

VIVA A LÍNGUA BRASILEIRA

Enquanto as Academias de Letras, os governos e uns tantos outros estudiosos e autoridades do mundo todo tentam mexer com o padrão da língua de Camões, aqui, pelas beiras da Serra da Borborema vamos inventando novidades.
A última que acabo de ouvir num carro de som que passou em frente à minha casa (claro que com o volume no nível um pouco acima do suportável). Dizia a mús... (ôps!) o jingle (que é mais apropriado) "Eu quero ver de novo Vené lá"...
Daqui a pouco estarão tentando conjugar o verbo venelar...
Perigo é aparecer Cebolinha (sim, ele mesmo, aquele da turma da Mônica) e aí o verbo fica duvidoso...
Eleição é terreno fértil pra tudo... por isso tantas reticências...

7 de outubro de 2008

LEGENDA DA FOTO

Cometi uma falha ao publicar um foto histórica e não colocar a devida legenda para que todos soubessem dos personagens e atores.
Da esquerda para a direita estão: Galego de Zé Trajano, Cícero de Dona Socorro, Naldo de Joaquim Gouveia, Eu, Sônia de Pedro de Arlindo, Neto de Tonito, Titia Beatriz (apenas o perfil, de óculos),Um ator que não consigo identificar (provavelmente Nenen de Jaime, Miro de Antõe Mangaieiro ou Wilson de Maria Preta), Lamartine de Raimundo, outro de turbante de quem não lembro e, por fim, Vavá de Paulo Marinheiro. Na extrema esquerda e ao centro na frente de todos, dois garotinhos que não consigo identificar. A foto foi de Lindomar de Manu.
Os nomes são todos assim porque lá em Juazeirinho, naqueles tempos, todos éramos fulano de sicrano.
A foto foi feita na igreja matriz e havíamos terminado de encenar uma espécie de Auto de Natal. Não sei se é possível perceber com clareza, mas na foto estou com um cajado na mão, usando uma pele de ovelha e com um borrego nas costas.
Assim foi durante alguns anos em nossa adolescência como militantes ativos do Grupo de Jovens Decolores. O borreguinho inocente fez 'bolinhas pretas' na igreja durante a apresentação e foi um 'deus-nos-acuda'.
Falar em vexame, tem um que não posso descrever, mas dá pra imaginar que num dos anos seguintes nós resolvemos encenar o auto de natal na praça, com direito a manjedoura, jumento, carneirinhos, reis magos e tudo o mais. Imaginem o estado de aumento do volume físico em que o tal mamífero asinino, "da ordem dos perissodáctilos, da família dos eqüídeos" (como diz o Aurélio) resolveu ficar no meio da apresentação, em plena praça pública, numa encenação teatral religiosa.
O pobrezinho não teve culpa de nada... foi a 'natureza'!

QUEM ERROU?

Muito engraçada a reação pós-eleitoral em Campina Grande. A depender do lado, a interpretação é apenas o contrário exato da outra.
Para uns, os institutos de pesquisa (IBOPE e outros de menor fama) erraram com as pesquisas de opinião, prejudicando o processo eleitoral;
Para outros, a realidade que errou ao não acompanhar os institutos de pesquisa, também pejudicando o processo eleitoral.
Dizem que, a depender do grau de intensidade da ação, do problema, a coisa pode servir ao mesmo tempo pra rir e pra chorar.
Eu apenas pergunto qual é o caso aqui...

3 de outubro de 2008

OS POLÍTICOS E AS FRALDAS

A leitora Débhora Melo, que muito me honra com sua visita, lembra e comenta meu post sobre política, destacando uma frase atribuída a Eça de Queiroz. “Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente, e pela mesma razão.” Concordo parcialmente, pois se pensarmos bem, o que existe mesmo é um diferença brutal entre os políticos e as fraldas. A maioria dos políticos está mais que habituada a fazer (em abundância! Sem trocadilho infame com a possível cacofonia gerada pelo termo) o que as fraldas sustentam e dão motivos para que sejam trocadas. VAMOS VER EM CAMPINA!

1 de outubro de 2008

ABRINDO O BAÚ E CONTANDO HISTÓRIAS - PARTE II

Outro dia publiquei uma pequena narrativa acerca dos meus primeiros passos na música. Tentarei emendar o fio... da história!
Depois que fabriquei meu primeiro instrumento e descobri que poderia tirar sons dali, algo parecido com música, aquilo me fascinou de tal modo que segui em frente.
Esta foto deve ter sido feita por volta de 1977 ou 1978. Não sei ao certo, mas creio que deveria contar com 15 ou 16 anos.
A igreja era um dos fortes pontos de contato de nossa turma, pois pratica\mente todos eram católicos. O grupo de jovens Decolores, comandado por Titia Beatriz, coadjuvada por Rosinha Zelo e Dona Madalena. O cerco formado ao redor da sarafina (harmônio ou órgão, como queira chamar) era a grande escola de canto. Ensaiávamos as missas e boa parte delas era ensaiada uma hora antes do início, principalmente quando havia novos cânticos que deveriam ser cantados por todos.
Era assim: alguém recebia o compacto ou LP com a nova "trilha sonora" e as letras, treinava, titia ensaiava com a sarafina e lá íamos nós a cantar numa espécie de prévias do que seria a missa depois. A essa altura (por volta de 1974) au ainda não havia começado a estudar violão, apenas cantava.
Antes disso havíamos formado ainda um conjunto musical (do qual não lembro o nome) no Colégio Municipal e participávamos da banda marcial, comandada por Joseval Coelho (se não me engano era esse seu sobrenome) que era de Campina e, além de nosso professor de Educação Física, era o regente da banda.
Comecei no surdo e revezava na caixa repique, aquela que fazia apenas uma batida chata e repetitiva, mais ou menos assim: tá tá, tá tá tá tá tá..., o que não exigia muita perícia. Todos queriam ser promovidos e sonhavam com isso ano a ano. Quem era da caixa queria passar pro tarol que era o mais nobre. Quem era do curso queria ser promovido ao bumbo e assim por diante. O pratos geralmente eram reservados às mulheres, não sei se por alguma relação com o machismo paraibano interiorano e a cozinha. Pode ser!
Só sei que lá por volta de 1977 ou 78, já com meus 15 ou 16 fui promovido e passei a ser um dos "fuzileiros", que era como chamávamos os que tocavam bumbo, à frente da banda, fazendo piruetas com as baquetas e evoluções.
Antes disso, ainda na 8ª série do antigo 1º grau, havia sido suspenso ao menos duas vezes, juntamente com Nenen de Jaime, Gilberto (meu irmão) e Burra Preta (era assim mesmo que chamávamos Wilson Belarmino, por uma razão aparentemente banal: sempre que faltava um professor e que havia aula vaga nós quatro formávamos um 'conjunto musical' de batucada e nos púnhamos a tocar e cantar em sala. Sambas, forrós, etc.
Os instrumentos: reco-reco, feito no espiral de arame do caderno; o tampo da carteira escola dupla (que fazia o bumbo e a marcação - graves); a parte inferior, de compensado e onde se guardavam os cadernos, que servia de caixa (médios e agudos) e um canudo de caneta bic batendo diretamente no tampo da carteira, alternadamente, marcando um timbre também entre médio e agudo.
Essa era a formação de nossa batucada improvisada e que nos rendeu boas advertências e (não lembro bem se na 7ª ou 8ª série) duas suspensões. Ano seguinte fomos separados, eu e Gilberto para uma turma, Nenen e Wilson para outra.