24 de agosto de 2008

CENSURA, POR TODOS OS LADOS

Texto editorial da Revista Agulha, www.revista.agulha.nom.br/ag64capa.htm, que publico como forma de subscrevê-lo. Não sei o porquê de nossa mídia se preocupar tanto com a liberdade de informação na China! Ou quando alguém fala em mudar a lei de imprensa. Como diria Gabriel, O Pensador: eu digo, hã! hã!hã!!!!!! "Burocratas estão aí para burocratizar. Censores, para censurar. Tribunais, para legislar. E para tutelar. Para invadir a esfera privada, tratando todo mundo como se fôssemos uma multidão de incapazes. Daí as variedades de censura judicial postas em prática, ou que se tenta pôr em prática, de uns tempos para cá. Biografias, pelo visto, só podem aquelas que agradarem ao biografado. Notícias em jornais, desde que algum juiz não discorde delas: pois não houve, outro dia, proibição, censura prévia evidente, de dois jornais de São Paulo (O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde) noticiarem investigações de corrupção em uma corporação de médicos? Quanto ao noticiário político, tivemos as ações contra uma revista e alguns jornais, por supostamente fazerem propaganda eleitoral ao entrevistarem candidatos, desconhecendo a diferença entre noticiário e propaganda. E, a toda hora, mais novidades. Agora, a resolução 22.718/2008, do Tribunal Superior Eleitoral, sobre propaganda eleitoral pela internet. Textualmente: a propaganda eleitoral somente será permitida na página do candidato destinada exclusivamente à campanha eleitoral. Estão proibidos vídeos de apoio a candidatos no YouTube e afins, páginas em sites de relacionamento, banners em portais informativos, o uso de e-mail marketing, blogs, banners, links patrocinados em sites de busca. Os magistrados aplicaram ao meio digital as regras que valem para a mídia eletrônica, TV e rádio. O argumento: ambos, mídia eletrônica e meio digital, são concessões públicas. O que vale para uma tem que valer para o outro. Portanto, se algum de nós quiser enviar e-mails sobre algum candidato a qualquer coisa, a favor ou contra, não pode. Ou poderia, sim, desde que contra, e não a favor? Contra o adversário, e não a favor de quem apoiamos ou desejamos eleito? Mais uma vez, confundiram tudo. Portais de provedores, determinadas páginas e blogs são, de fato, empreendimentos jornalísticos. Extensões dos jornais. Valem para eles as mesmas regras que para jornais e revistas. No entanto, se eu, você, qualquer um de nós, pessoas físicas, indivíduos, e não empresas jornalísticas, enviarmos mensagens pela Internet, através de e-mails, ou as exibirmos através de nossos blogs ou páginas pessoais, essas regras não poderiam aplicar-se. E-mails são extensões de conversarmos com alguém, de falarmos ao telefone, de mandarmos carta pelo correio, e não de empreendimentos jornalísticos que não somos ou não temos. Passa a haver tutela do indivíduo, do direito de cada um à expressão, e não mais do comportamento de empresas de comunicação. A propaganda eleitoral através das mensagens, de e-mails, corresponde, sem dúvida, ao mais baixo nível dessa atividade. É por onde mais proliferam a intriga, o sectarismo, a paranóia, a mentira em todas as suas cores e matizes. Nada disso justifica, porém, proibi-la. Que cada um resolva o que deseja receber; que use à vontade os comandos excluir e lixo eletrônico. Que o público deixe de ser equiparado a débeis mentais, incapacitados, necessitando que cada ato seja regulamentado e tutelado por alguma autoridade. A regulamentação, no caso da Internet, é além de tudo inútil, reveladora do diletantismo. Pertence à mesma família da ingênua proposta de prévio cadastramento a cada envio de mensagens, para impedir e-mails maliciosos; e dos cadastros de usuários, tal como previsto no projeto agora aprovado pelo Senado. Aliás, algo bem análogo aos cadastros de moradores em qualquer lugar, durante o regime militar, convertendo obrigatoriamente todo zelador de prédio em alcagüete a serviço dos órgãos de segurança. E todo mundo em suspeito de alguma militância clandestina, a priori. Acontece que a Internet é mundial. Não pode aqui? OK, então mando meu e-mail, malicioso ou não, da Tailândia, ou de alguma nação sediada em uma ilha bem exótica. Sem me erguer da minha cadeira. Algum provedor de lá me aceitará. Um dos erros dos legisladores é o provincianismo. É acharem que o Brasil é planeta separado, descolado do restante da Terra. O que deveriam fazer, se a preocupação imediata deles fosse além de quererem tutelar o cidadão: primeiro, fazerem que o Brasil subscreva alguma boa convenção sobre segurança no meio digital; depois, adaptarem nossa legislação a essa convenção. Os dispositivos constitucionais sobre liberdade de expressão, banindo a censura, e aqueles sobre privacidade, foram conquistas da sociedade, cansada da tutela durante o regime militar (e também antes). Sinais de novos tempos. Precisam, pelo visto, de algum parágrafo ou artigo adicional, declarando que são para valer. Ganhamos mais liberdade de expressão porque lutamos por isso. É um legado a ser defendido. E a luta prossegue. A moda atual das censuras judiciais, mais as intervenções em exposições de artes visuais, um ou outro processo contra músicos e escritores por suposta indução ao uso de drogas ou algum outro crime, além de projetos querendo segurança na Internet ao preço de direitos individuais: tudo isso mostra que censores e outros agentes da repressão podem estar à sombra; mas não dormem."

13 de agosto de 2008

CULTURA E BOÊMIA

Não sei se já comentei aqui no blog, mas tenho uma grande simpatia pelo ambiente de bar (pequenos botequins) e a cultura que se desenrola ali em seu interior. As conversas, os variados ritmos das conversas e os tons de falas desde o primeiro trago aos do meio e os últimos, os estilos de beber, gingas e condutas. É, de fato, um vasto território por onde se embrenhar para entender parte do que tentam ser os humanos e do que são na vida real. Apesar de minhas andanças noturnas estarem cada dia mais sazonais, não quer dizer que eu não goste do ambiente em si. E não somente para observar tipos humanos, mas muito mais para apreciar um bom papo, brindar à vida e à alegria de viver e dar boas risadas com os amigos, claro, tudo isso regado a leves goles de uma pura cahacinha paraibana ou mineira, as melhores do país. O Bar do Brito foi meu pouso na última sexta-feira, onde me deleitei com maravilhosos momentos de papo e descontração com o jornalista e poeta Flávio Petrônio e depois o psicólogo Washington Pessoa. A bebida era o detalhe. Violão em atividade na primeira mesa. Diga-se de passagem, com quatro tocadores se revezando e uma roda de umas quinze pessoas cantando e acompanhando os cantores e tocadores. Não precisa dizer muito. No Bar do Brito é assim. Daí a pouco estavam quase todos do bar por sobre aquelas mesas e aquele grupo e todo mundo cantando junto como se fossem todos uma turma só. Que maravilha! Aquilo lá é bar! É uma instituição! Pena que eu, com minhas novas regras de contenção alimentar, não pude desfrutar do arrumadinho, da macaxeira com carne de sol... ai, ai... tá bom! Com lei seca e tudo o mais, mesmo com motorista especial, me detive mais no papo e nas observações que no conteúdo dos copos. Qualquer dia desses eu me vingo! hehe!

12 de agosto de 2008

RUMINANDO

Feliz por receber visitas tão valiosas pra mim. Estou tentando manter firme meu compromisso comigo mesmo e atualizar sempre o blog. Essa interlocução dá mais ânimo. Feliz em saber que falo pra Ângela, Divanira, Socorro, Aninha e outros que me visitaram, leram, mas não comentaram. Ah, e pro Taiguara, claro, que agora também é blogueiro e, como conheço seu talento (sem corujice), sei que vai longe. Essa história de dia dos pais, dia das mães, dia disso ou dia daquilo, que tem um lado bacana, também tem o seu lado piegas e chato. Ainda prefiro ser surpreendido e surpreender em qualquer dia do ano, com um beijo, um abraço carinhoso, um regalo qualquer, um telefonema, uma palavra... que ficar investindo nessa espera de um dia pra comemorar e confraternizar de forma diferente: 'olha, eu tenho algo pra você, mas só no dia tal é que te entrego". Ah! Ainda acredito mais na espontaneidade, na capacidade do ser humano de quebrar expectativas (pro lado bom), de criar mecanismos e regras novas e sempre diferentes para os relacionamentos de quaisquer ordens. Isso independe de outra coisa esquisita nos relacionamentos que é o fato de se criarem expectativas em torno dos outros. As pessoas esperam sempre algo de você e esse algo nunca está cem por cento combinado consigo. Ou seja, pela imagem que fazem, pelas relações criadas, pelo desempenho de até então, você não pode desapontar nunca, frustrar expectativas. As pessoas se decepcionam, pois sempre esperam que você seja meio linear, que dê respostas semelhantes a estímulos semelhantes e, felizmente, gente não é isso. Daqui, da sombra onde rumino idéias e palavras, ainda prefiro a surpresa. Quase sempre ela provoca sorrisos encabulados e mais sinceros, às vezes verdadeiras explosões de felicidade genuína, de estranhamento. Calma! não estou a dizer que as pessoas são falsas, apenas que a surpresa provoca mais o lado original de cada um, desmonta subtefúrgios. Faça o teste! Surpreenda!

10 de agosto de 2008

PAI

"Pai, eu cresci e não houve outro jeito..." dizia Fábio Jr naquela que talvez seja sua melhor música. Poderia escrever uma crônica bem bonitinha hoje, fazer mil divagações de reminiscências do meu pai e falar de tantos pais bacanas que eu conheço, mas optei por não fazê-lo. Vou apenas postar um agradecimento afetuoso aos meus filhos, que me proporcionaram essa alegria e me ensinam cotidianamente a ser pai. Taiguara e Vinícius são a verdadeira razão de minha comemoração de hoje. Meio solitária, meio melancólica, pois não ando muito chegado a festas e badalações e muito mais a certa introspecção que me tem permitido também me conhecer mais. Nesse movimento, tento ser um pai melhor, mais atencioso, presente, dedicado. Um pai educador, um pai forte, como diria meu primogênito, um pai-de-aço, um super-pai, um pai-aço, sempre em seus trocadilhos sarcásticos que, à minha maneira, relevo porque não roubou de ninguém! Sempre fui um pouco palhaco na vida e essencialmente pros meus filhos faço todos os papéis: o pai-durão, o pai presente, o pai distante, o pai preocupado, o pai cuidadoso, o pai chato, o pai complacente, o pai taciturno, o pais brincalhão, o pai flexível, o pai chorão sentimentalóide, o pai ranzinza, o pai mão aberta, o pai que não sou, mas que gostaria de ser pra eles. Não sei bem se sou tudo isso ou nada disso, mas sei que sou pai, vivo - e experiencio a vida - com eles. Espero acertar, mas isso nós só saberemos bem adiante. Um dia, quando eles forem pais, certamente usarão muito do que aprenderam comigo no meu papel de pai e também haverão de negar muito do que me viram fazer. Desejo que, me negando, me superem como pai. É um pouco da dialética do amor paterno. Não há como não ser tocado, de alguma maneira pela passagem do calendário e, ifluenciado ou não, não sentir uma pontinha de saudades do velho Tonito. Pros meus eventuais leitores, um feliz dia. Seja um bom pai! Pros meus filhos maravilhosos, um feliz dia dos filhos! Vocês são 2 e são 10.

QUANDO A LEI É (MAIS OU MENOS) SECA?

UMA BREVE PESQUISA SOBRE NOSSA NOVA "LEI SECA", A SERVIÇO DA MEMÓRIA GERAL. Este é o texto original do Códio Brasileiro de Trânsito, Lei 9.503/1989: "Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX". Já o Artigo 165 determina dentre estas infrações: "Dirigir sob a influência de álcool, em nível superior a seis decigramas por litro de sangue, ou de qualquer substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica". Nova Lei, de 2006, reescreve o Artigo 165, já instituindo a tal "lei seca", com o seguinte texto: "Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei nº 11.275, de 2006)" , com as mesmas penalidades previstas: "Infração - gravíssima; Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir; Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação". Qual é a novidade? A Lei nº 11.705, de 2008, mais uma vez, reescreve o Artigo 165. "Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência", e as penalidades continuam inalteradas. O QUE ME PARECE É QUE A LEI DE 2006 NÃO ESTAVA SENDO CUMPRIDA. PORTANTO, A TAL LI SECA NÃO É NENHUMA NOVIDADE. NÃO PRECISARIA SER MODIFICADA APENAS PARA ATUALIZAR A DENOMINAÇÃO "PSICOATIVA" EM LUGAR DE "ENTORPECENTE". VALE RESSALTAR QUE MELHOROU O TEXTO NESTE ASPECTO. Uma pergunta que considero importante: e se o sujeito inala a densa fumaça de um cigarrinho famoso e proibido que "provoca uma leve euforia, distorções espaço-temporais, alteração do humor, taquicardia, dilatação dos vasos sanguíneos oculares, secura da boca e tontura" (http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/maconha/thc.html.) O QUE ACONTECE? Nada! O bafômetro não identifica o THC. Esta imagem é interessante. Está no mesmo endereço web acima. Veja e se espante com o tal "fininho". kkkkkkkkkkkk

Sei não, mas pelo que conheço do famoso jeitinho brasileiro acho que vai aparecer um monte de gente migrando pra outras drogas. Já existem até mesmo receitas de coca-cola, gelo e outros artifícios pra driblar o medidor de bafo-de-onça.

Eu, coitado, não poderei mais curtir uma das minhas predileções. Afinal, se eu parar na casa de Dona Neide, caminho da minha casa antes do almoço, e tomar uma dose da velha e inofensiva branquinha pra abrir o apetite poderei até ser preso. Isto se desacatar alguma autoridade muito bem preparada e educada tentando me obrigar a fazer o teste do bafômetro ou ir ao um hospital colher sangue prum exame.

No mundo inteiro há limites instituídos para a combinação bebida alcoólica e direção. Se quiser matar a curiosidade, visite este endereço a seguir, onde o Brasil ainda estava com os 6 dg/l da lei original ghttp://63.134.214.153/Portals/0/download/all_pdfs/Tables/BAC%20Limits%20Worldwide.pdf. Entretanto, parece piada o Brasil querer se nivelar à média dos países de orientação político-religiosa mais fundamentalista e outros com uma cultura e tradição completamente distinta da nossa.

Pra dizer que é medida de proteção ao cidadão, proibir uma lapada de cana até algumas horas antes de assumir o volante de um veículo? Um copo e chope? Levar o sujeito, por este tipo de infração,a gastar quase R$ 1.000,00 e ainda ficar um ano sem poder dirigir é o cúmulo.

Bastava cumprir a lei anterior e estaria tudo resolvido. Agora vamos virar notícia no mundo. Os bêbados de antes, os viciados de antes continuarão se arriscando e arriscando a vida de muita gente pelo Brasil a fora, essencialmente onde não há nem hacerá fiscalização alguma. É uma lei pra ser cumprida parcialmente e em alguns lugares. Que beleza de eficácia! Algumas línguas maldosas estão dizendo que Lula só sancionou porque tem motorista 24h por dia.

De minha parte vou cumprir a lei. Fazer o quê? Você sabia que tomar umas e outras à noite e dirigir pela manhã, depois de dormir umas 6 a 8 horas, tomar banho, um bom café-da-manhã, escovar os dentes e sair dirigindo não o protege de nada? O álcool maldito continuará em sua corrente sangüínea por um bom tempo.

Cuidado!

postscriptum: a mesma cachaça que vem da cana, agora leva mais "em" cana! Ou ainda: a cana dá cachaça. A cachaça dá cana! kkkkkkkkkkkkkkkk

7 de agosto de 2008

RECOMEÇANDO SEMPRE

Uma fina neblina cai sobre a BORBOREMA. O frio e a chuviscada se prolongam, mesmo neste improvável 8 de agosto. Essa é a Campina Grande que conheci nos anos 80 e pela qual me apaixonei. Nem quero comentar os acontecimentos: empate tedioso da RAPOSA no amigão (os jogadores do Santa Cruz quando não estavam deitados em campo, estavam dando pancada), vitória belíssima (de virada) do verdadeiro e original TRICOLOR contra o São Paulo e a vitória (mirrada) do BRASIL contra uma Bélgica que parece ainda nos primórdios do futebol. Deixa pra lá! Eu adorava as madrugadas frias do cariri e posso desfrutar de dias inteiros (e noites bem mais) de frio insistente por aqui. O clima de Campina é uma maravilha. Questão de gosto! Recomeço de aulas na UEPB, recomeço de campanhas eleitorais, recomeço de gravação de músicas (quando parar de sofrer com um computador que teima em não trabalhar)... recomeço! Descobri algo muito interessante no final de semana. Uma das grandes novidades da nova fase da internet, as redes sociais. Invenção mais recente do inventor do Netscape é o NING PONTO COM. Ih! Se você já usou o NATSCAPE NAVIGATOR é porque você é um dos usuários dinossauros da internet. Criei uma rede e vou ver até onde ela pode ir. Quem quiser conhecer e ir se familiarizando é só visitar o endereço http://www.redeuepb.ning.com/, fazer um rápido cadastro com informações básicas e pronto. Eu diria que é um passo adiante do ORKUT, pois cria a perspectiva de criação de redes de verdade, não daqueles (alguns) amiguinhos (as) estritamente virtuais que vão aparecendo e você termina adicionando. Tem gente que espalha spam adicionando gente só pra se exibir depois como se tivesse centenas de amigos. Eu, hein!

6 de agosto de 2008

TEMPOS MODERNOS

Coisas do mundo moderno. Ou seria pós?
Nem sou tão antigo assim, mas sou de um tempo em que a Brahma criou a Malt 90, que também era inimiga da Antarctica, que criou a Polar, que da mesma forma era inimiga da Skol, que brigavam todas entre si, discretamente. Isso antes de surgir a Nova Schin, que mais pra trás, antes do rebatismo, era Cerveja Schincariol.
Independente disso, os bares vendiam umas e outras. Sem trocadilho infame.
Depois criou-se um quadro novo onde as marcas foram se sobrepondo, criando exclusividades com cadeiras padronizadas, depois geladairas padronizadas, depois foram se misturando, se juntando, formando conglomerados e deu nisso que temos hoje, uma gigante chamada AMBEV, que tá tomando conta do mundo.
Não se alarme se mais adiante você encontrar Pepsi e Coca trocando afagos e fazendo fusões.
O flagrante aconteceu na esquina da casa de Dona Neide, minha mãe, provavelmente vindo do Bar do Brito, onde se come o melhor arrumadinho do mundo e se junta o maior números de tocadores e violão e boêmios por metro quadrado de Campina Grande.
Quem diria? Pros antigos apaixonados por uma ou outra marca (alguns chegavam a bater boca) deve ficar um gostinho esquisito, ou uma sensação que que são todas "farinha do mesmo saco".
Ou seriam cerveja da mesma garrafa?
Como nunca fui tão apreciador da tal loira gelada...

4 de agosto de 2008

ATUALIZANDO A SAÚDE!

Tenho redescoberto novamente o prazer da atividade física. Descobri como é simples ficar uns dias no estaleiro, fora do cotidiano do trabalho e a aceitação das pessoas para o fato. Simples assim: você adoece, comunica, manda atestado e todo mundo acha normal você ausente do trabalho. Se contar 5 dias, serão quarenta horas. Melhor seria liberar uma hora por dia pro sujeito se cuidar. Sou atleta sazonal, creio que por natureza. Como a natureza humana é social, cultural, penso que a vida me ensinou assim e estou tentando desaprender para mudar o jeito de fazer essas coisas. Três meses de atividade, um mês parado. Umas semana normal, três a quatro dias de inatividade plena (de exercícios físicos) por pura falta de decisão, de radicalidade. Falo em radicalidade porque estou mais que convencido que é melhor dedicar uma horinha por dia, ou quase, quiçá, às atividades físicas. Falo de coisa prazerosa, de atividade que malhe um pouco o corpo como um todo, mas que não seja maçante, estressante, monótona. Aí ninguém aguenta. Talvez uma porção de gente que tem fixação por um corpo perfeito (que nunca vai ter) daqueles de revista (arrumado no photoshop). Já me habituei com meus pneus (ainda de motocicleta, eu diria), com a leve protuberância abdominal (ainda consigo ver tudo), com as entradas na cabeleira (calvície, mesmo) que o tempo me presenteou, com os sempre numericamente crescentes cabelos brancos (prefiro grisalhos, pois é uma expressão mais charmosa) que dão um certo tom de maturidade à minha constante recusa em ser sisudo, à coluna vertebral com pequenos danos num local conhecido como L5/S1, com os pequenos lapsos de memória, para os quais é preciso sempre desenvolver um truque novo... enfim, o tempo! Há outras coisas mais que poderia destacar de muito positivo e também de negativo (ou nem tanto) que os sinais do tempo vão operando neste aprendiz de compositor, de poeta, de sonhador, mas fico apor aqui. De todos os testes que fiz recentemente, os únicos onde não tirei nota 10 ou "tirei um fino" foram o de colesterol e os tais triglicerídeos. No mais vou melhor que a encomenda. Não tenho do que me queixar, a não ser as poucas horas pra ler poesia, romance, ouvir música, tocar violão, visitar amigos, jogar conversa fora. Falei em barriga um pouco antes e recordei o amigo Chico Passeata, poeta, comunista desde os tempos iniciais da ditadura, torturado junto com a companheira Helena Serra Azul (nome poético, não?), grávida, ambos ainda estudantes de medicina. Chico é um bon vivant na acepção mais pura da palavra. Trabalha feito doido, militante sindical e no CFM, é poeta dos bons e escreve feito doido. Não perde uma chance de tirar uma onda. Em meio a uma noitada de sexta-feira na ADUFC, copo de uísque invariavelmente na mão, chapéu panamá, suspensórios pra garantir a elegância de sua honrosa protuberância abdominal Chico foi provocado por uma amiga que foi chegando e falando alto: - Chico, rapaz, perca essa barriga que senão você vai ter problemas no futuro! Ora, o grande Chico Passeata respondeu numa gargalhada: - Eu passei trinta anos, no mínimo cultivando esta barriga pra atingir esse estágio e você vem, sem mais nem menos, em dizer pr'eu perdê-la? Quem é você? Sabe lá quantas noites de sono eu perdi? Quantos copos de uísque? Quantos petiscos e tira-gostos? E eu vou jogar tudo isso fora? Ah! Vou não, senhora! É isso!

3 de agosto de 2008

LONGA AUSÊNCIA

Não por falta de tempo!
Não por falta de assunto!
Não por faltar computador e internet!
Antes de pegar a moda do tal "créu", uma baboseira que chamam de música, com uma coreografia horrível (até mesmo num estádio de futebol) significando literalmente o que antigamente em Juazeirinho nemeávamos como "o sujeito acunhar no outro" (vixe, que coisa!)... Antigamente, quando eu era criança pequenininha lá no cariri, quando algo estava travado ou dava tudo errado a gente dizia "deu o créu".
Agora créu virou uma onomatopéia do sexo violento. Ficou muito sem graça. Pior quando as pessoas começam a cantar até mesmo em festas e casas noturnas.
Noutro dia, já degustando um maravilhoso bode com cuscuz e feijão verde no Bar do Cuscuz, comecinho da tarde, às margens do Açude Velho de Campina Grande, um grupo musical que se apresentava no local resolveu interpretar tal coisa.
Resultado: indigestão. No dia em que eu chegar ao Bar do Cuscuz - se um dia ainda lá voltar - e tiver um grupo musical se apresentando... volto da entrada.
Mas esse assunto não tem nada a ver com meu retorno ao blog. Acho que foi o blog que retornou a mim. Andava meio arengado comigo. Não escrevi nada por uma razão simples: não estava com vontade, ou meu estado de espírito não me permitia.
Peço perdão aos meus poucos leitores visitantes, que sempre me cobram e, invariavelmente, me honram com sua visita ao blog. Estou retomando. Ainda com um certo pensamento no sentido de criar outro. Deixa o tempo decidir. Ou ajudar-me a tanto.
Pra tiração de onda (que era também uma expressão muito usada naqueles tempos) publico uma foto recente. Esta lá no início do post. Resultado de uma viagem meio doida, superdivertida e proveitosa à terra de Gardel.
A foto poderia ser auto-explicativa, mas o que eu tirei de sarro com os torcedores do Boca Juniors não está no gibi. A única resposta que recebi foi: "Se Liga!", numa clara referência à derrota do meu tricolor contra a "Liga" do Equador. 'Xa pra lá!
Estou feliz por estar de volta! E o tricolor dando vexame no brasileirão...