20 de julho de 2006

RECITAL NO XXXI FESTIVAL DE INVERNO DE CG

Acompanhado do meu violão, Waldenor Fonseca no contrabaixo e violão de 7, Edmilson Santos na percussão, apresentei um repertório completamente voltado para meu trabalho de compositor. Radicalizei! Cantei apenas canções de minha autoria, sendo dez delas inéditas e que deverão compor parte do repertório do novo DC - Disco Compacto. Uma presença maravilhosa de amigos e amigas, mutia gente da UEPB, um público educadíssimo, generoso e receptivo para conhecer coisas novas. Uma experiência para levar na lembrança e retomar muito em breve. A foto é de Camilla, minha namorada, mulher e mãe de Vinícius. E agora retratista! Já pensou? Gostei enormemente de ter cantado lá, apesar de saber que teria me sentido mais confortável num palco em ambiente fechado, mesmo que num pequeno auditório. O público sentado, concentrado, sem o barulho dos carros e tanta coisa do centro da cidade para chamar a atenção (inclusive a minha!) teria seido bem melhor. A coordenação do Festival está de parabéns. O público tem gostado bastante da iniciativa de levar todos os espetáculos da música para a praça. Vou cair em campo e mandar ver no disco novo. Inté!

18 de julho de 2006

FESTIVAL DE INVERNO DE CAMPINA GRANDE

FESTIVAL DE INVERNO DE CAMPINA GRANDE Mais ou menos ao estilo da foto - um banquinho, um violão - cantarei na Praça da Bandeira neste dia 19 de julho, às 17:30h, na programação oficial do 31º FESTIVAL DE INVERNO DE CAMPINA GRANDE. Será oportunidade pra mostrar o novo repertório do CD NORDESTINO BRASILEIRO (título provisório) que gravarei ainda este ano de 2006. De xotes, sambas, bolero, reagae, guarânia, marcha, galope, martelo, canção e outras variações da musicalidade brasileira-universal com sotaque fortemente nordestino. Estarei acompanhado de Waldenor (contrabaixo) e Edmilson Santos (percussão). A expectativa é boa e muita gente deve estar por lá. Boa chance para trabalhar com um público receptivo, ávido por música sem apelação como a imensa maioria do que temos escutado nos últimos meses na cidade. Tentarei postar depois uma foto do Show. P.S. Andei fora do ar no blog por uns dias, pra variar. Também pudera! A Universidade, e nela o meu trabalho, tem sugado energia ao extremo e vou "puxar a tomada" por uns dias. Saio do ar depois da Colação de Grau. Não dá pra continuar! Definitivamente! Tou mais ou menos como bateria de celular quando está pra desligar... Tentarei escrever e manter o blog atualizado com informações e impressões das coisas, fatos, pessoas e eventos. Vou ficando por aqui!

12 de julho de 2006

QUEM SOU EU

PERGUNTADO "QUEM SOU EU" SAÍ COM ALGUNS VERSOS... S Sou meio destrambelhado / Sempre chegando atrasado / Vivo sempre apaixonado / Só assim vejo sentido / Sou como chão de estrada / Vivo levando porrada / Ô, vida desmantelada / Essa que tenho vivido. Às vezes sou meio gente / Às vezes sou meio bicho / Quase sempre estou contente / Igual a pinto no lixo / Quando a vida faz careta / Feito "boi-da-cara-preta" / Respondo c'uma munganga / "Isprito" de cangaceiro / Feito entidade em terreiro / Num tem quem me bote canga. De Dona Neide sou filho / E também de Seu Tonito / Bom de mote e estribilho / Não sou feio nem bonito / Um cab'assim, mais-ô-meno / Nem muito grande ou pequeno / Nascido em Juazeirinho / Pode não saber saber de tudo / Mas não sabe ficar mudo / Fazendo o próprio caminho.

10 de julho de 2006

Zidane é o melhor!

A poderosa FIFA decidiu o que todo mundo já vinha pensando, dizendo e já havia decidido: o jogador francês Zinedine Zidane foi o melhor jogador da copa do mundo de 2006. Em meio a um festival de besteiras, a grande mídia brasileira ficou o tempo todo com dor de cotovelo, apesar de haver incensado o francês durante toda a copa, principalmente depois do verdadeiro espetáculo diante da equipe brasileira. O sujeito jogou todas as partidas, liderou sua equipe, foi substituído algumas vezes sem ficar amuado e quando não deu pra fazer espetáculo fez o essencial, o feijãozinho com arroz necessário pra sua equipe vencer. A grande pergunta é: o que levou um fino cidadão francês, um craque tão destacado, um atleta exemplar, um “homem gentil”, no dizer dos colegas, um pacato sujeito pronto a ser modelo de boa índole e de artista da bola a perder a cabeça e atacar (com ela mesma, literalmente!) um adversário feito um bode caririzeiro? Depois de ter dado todo esse espetáculo nos gramados europeus, ganhar o título de melhor jogador do mundo, anunciado sua aposentadoria tão logo a França saísse da copa (sem a soberba de alguns que tinham a certeza de que seriam campeões, pois “eram e continuam sendo os melhores do mundo”!), o craque francês fez o que ninguém esperaria de um homem com tantos atributos: não resistiu a certas provocações de um adversário italiano e deu-lhe uma cabeçada, uma verdadeira bordoada. Acho até que ele teve o cuidado de não descer muito, pois teria atingido, como eu escutava lá em Juazeirinho “a boca do estambo” e fatalmente o atleta teria sido nocauteado, saído de ambulância e outros teatros do gênero. Neste caso, a comoção seria maior e as cobranças idem. Concordo com o coro dos globais e acho que Zidane mereceu ser expulso naquele jogo pela agressão física ao jogador italiano. Entretanto, condená-lo como se aquele ato tivesse enterrado toda sua história e o brilhantismo de sua participação na copa de 2006 é como se fosse uma vingança pelo que os nossos craques não jogaram. Pior: nossos super-famosos craques não jogaram, não deram espetáculo, não se zangaram, não xingaram, não brigaram, não choraram na derrota, não nada. Passearam na Alemanha e voltaram reafirmando o que diziam deles na ida: “são os melhores do mundo, de fato”. O problema foi a bola. Ela, a maltratada gorduchinha, não deu muita atenção aos nossos astros e preferiu ficar com os mortais franceses e italianos. Zidane com seu ato imprevisível provou que é mortal, tem sentimentos, se descontrola, não leva desaforo pra casa, chora, sorri, se emociona… é gente. Mereceu o título de melhor da copa. Acho até que mereceria ter ganhado a própria copa. Ao mesmo tempo seria um consolo pra nós não ter um selecionado tetra-campeão, coladinho no Brasil, não? Zidane provou que tem tutano, brios, sangue correndo nas veias. Ao contrário dos nossos super-astros, ou como alguns gostam de dizer “galácticos”, que foram frios, broxados, covardes, caíram em desgraça quando acreditaram de forma arrogante que eram, junto com o insosso Parreira e o caquético Zagalo, os melhores do mundo. Faltou combinar com os adversários para que eles também acreditassem. Ninguém acreditou. Nem Croácia, nem Austrália, nem Japão, nem Gana, muito menos França. Fomos um fiasco e alvo da chacota mundial. Todas as seleções voltaram aplaudidas pra casa, mesmo algumas eliminadas na primeira fase. A nossa saiu daqui derrotada pela petulância. Como dizíamos lá em Juazeirinho, comendo frango de granja e arrotando faisão. Comendo ova de curimatã e arrotando caviar. Foram vítimas da própria arrogância. Bem feito!

HOMENAGEM PRA DEPOIS

O CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UEPB APROVOU EM SUA ÚLTIMA REUNIÃO A INDICAÇÃO DESTE ESCRIBA PARA SER O PARANINFO GERAL DAS TURMAS CONCLUINTES DO PERIODO 2005.2, DAQUELA INSTITUIÇÃO. SINCERAMENTE, CÁ PRA NÓS E O POVO DA RUA, ACHO QUE NÃO TENHO IDADE PRA RECEBER ESSE TIPO DE HOMENAGEM, MAS MINHA RENÚNCIA SE DEU POR OUTRAS RAZÕES, APESAR DE TER-ME SENTIDO PROFUNDAMENTE LISONJEADO. EIS A CARTA QUE ENVIEI À REITORA E CONSELHEIROS COMUNICANDO MINHA RENÚNCIA. Prezada Presidente do CONSUNI. Senhores (as) Conselheiros (as). Considero-me uma pessoa extremamente comum, mas dotado de características peculiares, como de resto todos os seres humanos, que me fazem diferente. Não é de meu feitio esperar que nas relações de alteridade meus vícios sejam destacados. Percebo, no entanto, como virtudes que tento cultivar a firmeza de princípios, a simplicidade, a lealdade, a coragem e uma perseverança infinda, mas perseverança tranqüila, a que alguns costumeiramente chamam paciência. Assaltou-me uma enorme e agradável surpresa quando neste dia, informalmente, tomei ciência da indicação do meu nome pelos insignes membros do Conselho Universitário da Universidade Estadual da Paraíba, para receber uma das mais distintas honrarias da UEPB, o Paraninfo Geral das turmas concluintes do período letivo 2005.5, quando de sua Colação de Grau neste mês de julho. Automaticamente, acorreu-me a lembrança do governador Cássio Cunha Lima, dos professores Lynaldo Cavalcante, Simão Arruda, Itan Pereira, dos poetas José Gonçalves e Ronaldo Cunha Lima, dentre tantos outros governadores, ministros, intelectuais, professores, cientistas… que receberam em épocas diversas tal distinção. Seria dissimulação ou fingimento dizer que não me senti profundamente tocado e demasiadamente honrado com a indicação. Tal e qual seria tentar disfarçar uma pontinha de orgulho e o ego sensibilizado pela lembrança dentre tantos homens e mulheres de muito maior importância e destaque para a vida desta amada quarentona que nos motiva e apaixona cada dia mais. Entretanto, magnífica reitora, digna presidente deste egrégio Conselho e prezados membros, rogo-lhes a compreensão dos grandes líderes e comunico-lhes que tenho razões suficientes de foro íntimo para, sem menosprezar a decisão tomada nem o seu fulcro, renunciar a esta condecoração, abrir mão de tão importante honraria. A vida certamente me será generosa concedendo ainda muito tempo de vida para que possa realizar mais idéias, para construir mais sonhos, para edificar, na prática, na vida simples e real, com os tijolos e a argamassa do cotidiano, nossas eternas utopias. As mesmas utopias das quais vossa magnificência é parceira solidária, juntamente com tantos outros companheiros e companheiras de luta e ventura. Fui representante discente neste egrégio Conselho ainda nos meus mais verdes anos de acadêmico de psicologia e militante do movimento estudantil. Tive a honra de atuar como membro representante do corpo docente e posteriormente, na condição de vice-reitor, ser seu vice-presidente no ocaso do século XX. Tomo esta decisão fazendo um apelo no sentido de que seja aprovada, ad referendum do CONSUNI, resolução indicando para aquela honraria, in memoriam, a professora Áurea Santos Ramos. A justificativa não está nos livros, nas manchetes de jornais, nas placas de inauguração. Está na memória viva dos que lutaram pela democratização do país no período recente mais obscuro da história republicana, o governo militar imposto ao povo entre os anos 64 e 85 do século passado. A Professora Áurea Santos Ramos, além de competente e respeitada docente desta instituição, foi uma incansável militante identificada com a causa socialista e dirigente do sindicato dos professores, mesmo quando o tempo e as agruras já lhe deixavam marcas e a idade avançada lhe cobrava repouso. É, pois, ilustre presidente, dignos (as) membros do CONSUNI, exemplos como o da Professora Áurea que nos dão arrimo e o fato de não gozarmos mais do seu convívio é, em vez de argumento contrário, razão de sobra para que se faça justiça e registre-se para a história que não foi em vão a sua luta e que nós nos lembramos, mesmo quando o tempo e a urgência do massacrante cotidiano nos empurram para a desmemória. Sinceramente sensibilizado, peço-lhe a devida vênia ao tempo em que agradeço penhoradamente a distinção e a lembrança. Afetuosamente. Prof. Antonio Guedes Rangel Junior